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O anjo que desafia o caos

"Vamos passar pelo vento enquanto rimos e conversamos
Algumas vezes aja como um idiota
Com erros e lágrimas, apenas vamos"
BTS - So What

— Sinto muito, preciso ir! — Corri porta afora rumo ao quarto de Jungkook.

J-Hope tinha me envolvido de tal maneira que nem mesmo vi o quão rápido o tempo passava. Eu tive toda a certeza de que Jin pensaria que sou uma incompetente porque nem um recado simples fui capaz de entregar.

Sem calcular a intensidade de meus movimentos, bati desesperadamente na porta do rapaz que eu nunca tinha visto na vida. Seria mentira se eu dissesse que não tinha um pouco de receio de como seria recebida, principalmente depois de aprontar aquele escândalo, mas o importante era transmitir a mensagem mesmo que isso me custasse a vida. Tudo bem, esse pensamento foi dramático. Mesmo que eu fosse escorraçada da casa.

Parei com o desespero quando vi a maçaneta se movendo e depois a porta sendo rapidamente aberta.

— Oi Hortênsia. — Jungkook era um rapaz de cabelos castanhos um pouco compridos e tatuagens em um dos braços, que me cumprimentou com um sorriso largo enquanto ainda segurava a porta.

Seus olhos redondos faziam com que eu me lembrasse de duas grandes e perfeitas jabuticabas maduras.

— Você é o Jungkook? — Suprimi minha vontade de perguntar em primeiro lugar como ele sabia meu nome.

— Sou eu. — O rapaz confirmou. — Você também pode me chamar de JK. E não precisa mais dar o recado, Jin já veio aqui avisar que o Joonie chegou com o macarrão.

— Ele veio? — Quando que eu não tinha percebido?

— Sim, veio. Enquanto você dançava com o Hobi. — Jungkook sorriu com espontaneidade ímpar. — J-Hope tem muita energia. Você está cansada?

— Não, estou bem. — Falei envergonhada por não ter cumprido minha missão. — Então, me desculpe por incomodar, vou voltar para a cozinha.

Virei as costas para ele, mas Jungkook me chamou imediatamente fazendo com que eu olhasse para trás. Ele ainda estava na porta.

— Gosta de Mortal Kombat? — Fez a pergunta de forma despretensiosa.

Para mim era estranho que um rapaz, do nada, me perguntasse se eu gostava de um dos jogos de vídeo game mais famosos do mundo. As pessoas me perguntavam o tempo todo sobre outros tipos de coisas, por exemplo, qual meu shampoo favorito ou se eu gostava de alguma cantora pop, mas raras vezes alguém me perguntava se eu apreciava algum jogo.

Meu ex-namorado certa vez até tinha me questionado, todavia nem me deu tempo de eu responder antes de rir e dizer que isso não era coisa de garota. Pensei que assim como meu ex o jovem na minha frente ia presumir coisas, contudo ele esperava pacientemente pela minha resposta.

— Na verdade eu gosto sim. — Falei. Ele não pareceu surpreso com minha afirmativa.

Eu não só gostava de Mortal Kombat como tinha muita prática. Sem ter amigos próximos e sem emprego, me sobrava um tempo ocioso que eu gastava jogando. Era a única coisa que eu me permitia acreditar ser realmente boa, porque zerar um jogo te torna um campeão incontestável, mesmo que conhecido apenas pelas paredes de sua casa.

— Que tal uma "partida"? — Convidou enquanto abria caminho para eu entrar em seu quarto.

Olhei para trás, para o corredor vazio, enquanto pensava que seria mais gentil e educado ajudar Jin com o almoço.

— Talvez outro dia. — Joguei no ar a possibilidade vã.

— Vai me fazer essa desfeita? — Jungkook fez uma expressão de cão abandonado e sua voz saiu manhosa, o que não era tão difícil já que ele tinha uma inesquecível e inconfundível voz angelical.

Não de um jeito infantil e sim suave.

— Não é desfeita, só que Jin pode ficar chateado se eu não ajudá-lo... — Comecei a explicar com o coração doendo, pois a face adorável dele era totalmente irresistível. — Tudo bem, eu jogo.

Só atire em mim a primeira pedra quem realmente tem forças para resistir a esse tipo de pedido. Naquele momento eu não era essa pessoa, principalmente quando JK abriu para mim o mais largo e sincero de todos os sorrisos, como se eu tivesse salvado o mundo. Meu coração deu uma cambalhota no peito, de felicidade.

— Vai ser rápido porque logo o almoço estará pronto. — Disse enquanto acenava com um braço para que eu entrasse no quarto.

Diferente de um pouco antes, eu aceitei convite, entrando no cômodo de luz relativamente baixa. Não bastava o símbolo na porta, as roupas pretas e as tatuagens para me surpreender, de fato eu não ficaria impressionada com tão pouco, porém o que vi na parede fez meu queixo cair para nunca mais voltar. Havia dois pôsteres ali, devidamente emoldurados. Em um estava Kurt Cobain, finado vocalista da banda Nirvana. E no outro, bem ao lado, um cantor de pop teen que já havia feito sucesso em algum momento, poucos anos antes. Pode ser uma piada errada, mas pensei que Kurt Cobain se revirou no túmulo quando recebeu aquela parceria na decoração do quarto, principalmente pelas ideologias que ele tinha.

— Forças Kurt. — Murmurei baixinho e sorri.

Hey Hortênsia, senta aqui. — Jungkook chamou minha atenção enquanto batia em um confortável e largo puff, que era exatamente igual àquele no qual ele tinha pousado o próprio traseiro.

— Claro. — Caminhei até meu respectivo assento enquanto observava de boca aberta aos vídeo games que ele tinha. Eram senhores equipamentos.

Pousei minhas nádegas sobre aquele recosto macio e relaxei enquanto pegava o controle. Após selecionar o avatar Scorpion, meu personagem predileto, comecei a dar uma surra naquele jovenzinho bonito ao meu lado. E ele ficou sério durante o desafio, muito sério, completamente concentrado no jogo, até que conseguiu virar a favor dele. Só que eu não me daria por vencida com tanta facilidade. Em uma sequência que devia ter sido filmada para a posteridade, joguei o personagem dele no chão e apliquei o mais belo Fatality de toda minha vida.

Aquela vitória me deu um pico de adrenalina tão grande, que pulei do puff e comecei a comemorar minha vitória enquanto fazia uma dança do robô no melhor estilo J-Hope. O bico que Jungkook fazia com os lábios seria capaz de dar a volta ao mundo se ele não tivesse começado a rir.

Ficou nítido que ele não gostava de perder, porém aceitava a derrota com a devida maturidade.

— Mais uma e eu estraçalho seu Scorpion. — Jurou enquanto se levantava. — Ele ficará tão envergonhado que vai pedir emprego no Minecraft.

— Vai sonhando noob. — Provoquei movida pelo instinto de competitividade. — Na próxima vez jogaremos Diablo porque quero te dar uma surra diferente.

Ele gargalhou. Depois olhou bem no fundo dos meus olhos e semicerrou as pálpebras.

— Sonhar não custa nada. — Replicou minha provocação com outra tão fervorosa quanto.

— Uau, isso foi divertido, já fazia um bom tempo que eu não jogava. Obrigada. — Agradeci enquanto a adrenalina baixava. Sim, fazia alguns meses que eu já tinha perdido o prazer até mesmo naquilo.

É fantástico como esses jogos fazem com que fiquemos imersos ao ponto de sentirmos que somos o próprio personagem, por isso toda a adrenalina que percorria meu corpo me deixando elétrica.

— Quem agradece sou eu. Ninguém que reside nessa casa é capaz de me derrotar. — Deu um show de modéstia enquanto colocava uma luva de boxe.

Sim, uma luva de boxe. Acredite se quiser, mas ele tinha um saco de pancada, daqueles de treino, dentro do próprio quarto.

— Me ajude aqui. — Ele pediu socorro para colocar a segunda luva.

E eu ajudei. Apesar de não conseguir acreditar nos meus olhos, tive que sintetizar aquela realidade de ver um cara, repentinamente bater em um saco de areia com destreza que eu queria ter. Que se ferrasse toda a minha lógica de existência, as pessoas são realmente surpreendentes.

Refleti sobre quanta energia ele tinha para gastar. Não tinha parado um segundo desde que cheguei.

Em uma parede oposta à dos pôsteres havia uma tela incrivelmente bela, lindamente emoldurada. Muito bem pintada, com técnicas claras que remetiam um pouco ao impressionismo, ao expressionismo e de perto era possível ver aplicação de pontilhismo também. A imagem mostrava sete figuras masculinas. Quatro delas eu já tinha visto. Aproximei-me melhor para ver os detalhes caprichados do jardim no qual eles posaram.

— Foi você quem pintou? — Perguntei enquanto segurava meu queixo com uma mão.

— Sim, fui eu. — Por um segundo ele parou de bater no saco e se atentou a mim. — Você gosta?

— Eu amo. Você é totalmente incrível. — Elogiei enquanto apontava para uma bateria que estava no canto do quarto. — Gamer, pintor, baterista, boxeador... O que mais?

Jungkook riu.

— Viciado em quebrar meus próprios limites, eu acho. — Ele veio na minha direção com as mãos estendidas para que eu tirasse suas luvas. — Quando era mais novo eu tinha muito medo de tudo, mas aprendi a me desafiar até quebrar meus limites.

— Você não teme isso? — Questionei entregando as luvas para ele. — Ficar dependente dessa sensação, digo.

— Sinceramente não. Os limites a serem quebrados são tantos e se expandem em tantas direções. — Ele guardou as luvas e se sentou na cama. — Eles não precisam ser exatamente radicais.

— Acho que você está certo. — Concordei. — E então, qual será seu próximo grande feito?

Ele olhou para o estuque do quarto.

— Gosta de artes marciais? — A pergunta era totalmente aleatória e fora do contexto.

— Não sei, acho que gosto. — Pensei que meu pai nunca me deixava ver lutas porque julgava que aquilo não era coisa de menina.

— Já praticou boxe? — Questionou enquanto se levantava da cama.

— Não. — Jamais eu pensara na mais remota possibilidade de fazer aquilo.

Jungkook pegou suas luvas e colocou em minhas mãos. A partir daquele momento ele se empenhou em me explicar o básico e os movimentos corretos que eu devia fazer. Nem pensei demais no que fazia, apenas me dediquei ao aprendizado. Quando julgou que eu estava pronta, ele me ensinou a dar um soco naquele saco de pancada. Com leveza, já que não era nenhuma expert e ele também não era irresponsável.

No começo foi estranho, meio dolorido até. Ele ajeitava minha postura e com toda a calma me mostrava como fazer aquilo da maneira mais correta. Comecei a me divertir genuinamente com o passar dos golpes. Era como o jogo, mas ao invés de um personagem eu movimentava meu próprio corpo.

Socar aquela coisa me deu um ânimo sem igual. Mal percebi quando comecei a colocar todas as minhas frustrações na ponta do punho, com intenção de esmagá-las contra o objeto. Acho que peguei pesado demais, porque Jungkook segurou meus braços.

— Já chega, isso é bom, mas já é o limite para quem nunca praticou antes. — Ele tirou as luvas de mim enquanto eu bufava.

— Poxa, eu estava me divertindo. — Me lamentei.

Ele sorriu mostrando os dentes levemente protuberantes como os de um coelho.

— Aqui está meu próximo grande feito. — Se gabou me respondendo finalmente. — JK Balboa fez nascer Hortênsia Creed, a próxima campeã mundial.

Ri porque tinha entendido a referência ao filme.

— Não fique tão feliz assim, acho que não levo tanto jeito para socar umas caras. — Não, eu não tinha, mas boxe tinha acabado de entrar nos meus objetivos futuros.

— É realmente uma lástima porque eu sempre quis ficar no canto de um ringue dizendo para alguém que está todo inchado a maneira certa de apanhar. — Ele brincou.

Foi impossível não gargalhar.

O celular do jovem tocou. O som era uma música que eu nunca tinha ouvido na vida. Ele atendeu e falou brevemente com alguém sobre não poder ir naquele momento porque tinha compromisso, depois desligou.

— Hortênsia, você pode me fazer um favor? — Ele perguntou com um tom leve.

— Claro. — Me dispus.

— Meu amigo precisa de ajuda e tenho uma partida online prestes a começar. É algo simples, se você não se importar em ir. — Ele parecia envergonhado.

— Não, tudo bem. — Assegurei disposta a dar o mundo todo para ele.

— É a primeira porta à direita quando você sair do quarto. — Ele me apertou em um abraço. — Muito obrigado por isso, te devo um presente.

— Tudo bem. Fica atento porque quando eu precisar bater em alguém irei mandar você no meu lugar. — Falei com tom de falsa inocência.

Ele riu e me guiou até a porta, abrindo ela para que eu saísse rumo à minha próxima missão, e dessa vez eu cumpriria.

— Até o almoço. — Se despediu.

— Até. — Me movi na direção do próximo quarto.

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Ai ai esse JK... Já vai chamando para entrar no quarto uma pessoa que ele nem conhece. Pode isso? Fazer o que? Ele tem coração de ouro.
💜
Obrigada pela leitura!

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