Mentiras e armações
Residência dos Tyerri, quinta-feira...
Eris
— Logo, inteirarei uma semana aqui em Paris. O Mu só anda me evitando, e fica babando naquela empregadinha sonsa e idiota. Eu preciso dar um jeito de fazê-la odiá-lo. — eu pensava comigo mesma, enquanto checava as minhas redes sociais. — O Mu e o Camus, agora estão no trabalho deles, e o senhor Degel também. O que eu vou fazer? Pois me sinto extremamente entediada. — eu pensava ao me levantar do sofá branco da sala de estar.
Enquanto isso, na cozinha...
Madelaine
Desde que a senhorita Eris chegou a Paris, eu me sinto triste, pois descobri que eu fui enganada pelo o senhor Murilo. Ele sequer disse a verdade sobre ela, escondeu de mim que ela é a sua namorada. De fato, eu realmente fui uma idiota mesmo por pensar que alguém como ele iria se interessar por mim.
— Oi, será que você poderia me preparar um shake, Madelaine? — a senhorita Eris pedia ao entrar na cozinha.
— Claro que sim. Que sabor a senhorita irá querer? — lhe perguntei de forma educada.
— Vou querer de morango com mel. Depois, você me leva lá na piscina, por favor. — ela dizia educadamente. Eu já ia virando as costas, até que seu celular tocou e a mesma atendeu. — Oi, amor! Pode deixar, eu te encontro lá então, querido. — falava carinhosamente, com o mentiroso cafajeste do senhor Murilo. Em seguida, a mesma encerrou sua ligação. — Meu amor me ligou para me chamar para almoçar com ele. O meu Mu é um fofo mesmo. — ela comentou rindo de orelha a orelha.
— Daqui a pouco eu levo o shake da senhorita. — falei de cabeça baixa, me virando de costas. Após a senhorita Eris sair da cozinha, senti meus olhos lacrimejar-se, porém, me contive ao ouvir a voz de Mayana.
— Mad, o senhor Murilo acabou de ligar para avisar que não virar almoçar. — minha amiga e colega de trabalho me dava o aviso enquanto adentrava a cozinha.
— Eu já sabia disso, pois ele ligou para a senhorita Eris, agora pouco, a convidando para almoçar. — soltei com certa tristeza e ressentimento.
— Ah, então é por isso que você está com essa carinha tristonha? — a loira me questionava de forma direta.
— Mayana, por favor, leve esse shake para a senhorita Eris. — pedi, lhe entregando a bandeja.
— Mad, será mesmo que eles são namorados? Pois eu mal vejo ambos trocando carinho. Pelo contrário, o senhor Murilo se mantém um pouco afastado dela. — soltou suas asneiras, antes de sair da cozinha.
— É cada uma que a Mayana diz e pensa. — pensei comigo mesma, enquanto lavava o liquidificador.
Enquanto isso, área das piscinas...
Eris
— Com certeza a Songamonga acreditou que foi o Mu que havia me ligado, porém era o pai dele desejando obter notícias do seu filho. — pensava me divertindo. Mas, de repente, tive de sair de meus pensamentos ao ouvir a voz da chatinha e atrevida, da loira oxigenada, a Mayana...
— Desculpe a demora, senhorita Eris. Aqui está o seu shake de morangos com mel. — falava ao me entregar o meu shake. Então, eu beberiquei o conteúdo, de dentro da taça própria para tal bebida. O shake da vadia sonsa estava uma delícia, mas eu resolvi fingir que estava horrível.
— Pelo amor de Deus, esse shake está uma droga. Leve essa porcaria de volta e façam algo que preste! — soltei fingindo estar brava.
— Desculpe, senhorita Eris. Irei fazer outro. — a loira babaca soltava sem graça e aflita. Em seguida, a imbecil se retirou, para ir preparar outro shake para mim. Já eu, fiquei ali, morrendo de rir do meu feito. Aproveitei que as duas babacas estão na cozinha, e resolvi fazer uma ligação para o meu amado Murilo.
— Olá, meu amor. Vamos almoçar juntos hoje? — o convidei educadamente.
— Sinto muito, Eris. Eu não terei tempo de almoçar com você, e nem vou almoçar na casa do meu tio. Eu estou cheio de trabalho. E, por favor, não me chame de amor, pois eu e você não temos nada. — o mesmo soltava seco e direto.
— Credo, Mu! Deixe de ser insensível e grosso. Não custa nada você me acompanhar num almoço. — eu falava me sentindo decepcionada e brava.
— Não adianta, Eris, eu não vou. Primeiro, porque eu não posso, e segundo, eu não quero. — ele dizia convicto, desligando o telefone em seguida, praticamente na minha cara.
— Que raiva! Você vai me pagar caro, Murilo! — eu jurei a mim mesma, em pensamento. Em seguida, a loira oxigenada veio me trazendo o meu shake.
— Senhorita Eris, aqui está seu novo shake, eu mesma que fiz. — a idiota dizia sorrindo.
— Querida, pode beber ou fazer o que você quiser com essa bebida, pois a minha vontade de bebê-la acabou! — soltei irritada ao esbarrar na mesma.
Mayana
— Nossa! Que mulherzinha mais mal educada e chata, é essa tal de Eris! Nem parece que é uma moça da alta sociedade, muito menos parece ter tido aulas de boas maneiras. — pensei comigo mesma, ao me equilibrar para não cair.
Enquanto isso, na lanchonete que Camus e Milo trabalham...
Milo
— Milo, será que teria como você vir até a minha sala, por favor? — a minha patroa pediu educadamente.
— Dona Helena, eu já irei até a sala da senhora. Deixe-me só fechar o caixa. — avisei antes dela entrar em sua sala.
— Você quer que eu te ajude, Milo?! Eu fico no caixa para você. — Camus falou sorrindo.
— Não precisa, Camus. Pode deixar, eu já estou quase acabando. Qualquer coisa o Lucas fica em meu lugar. — soltei sério e taxativo, lhe dando as costas. Nisso, Lucas apareceu, e o mesmo se ofereceu para ficar no meu lugar. Assim que ele assumiu o caixa, eu segui até à sala da dona Helena para poder falar com ela.
Camus
Fiquei olhando o Milo saindo do caixa e indo até à sala da patroa. Ele continua me tratando com certo desprezo, e só me dirige a palavra quando é necessário. De fato, ele deve estar muito magoado comigo, e eu preciso fazer algo urgente para tentar mudar essa situação.
Já sei! Vou especular o Lucas, pois ele deve conhecer bem o Milo. Eu gostaria de fazer isso com o Aiolia, porém o cara me odeia, e com razão.
De repente, saí de meus devaneios com o Lucas me chamando a atenção, para prosseguir com o meu trabalho, fato que me deixou um pouco sem graça, pois penso eu ter dado bandeira além do limite. Após o Lucas me chamar à atenção, eu saí de perto do caixa e segui para atender mais pessoas que estavam lá para serem atendidas. Segui diretamente para iniciar o meu atendimento de várias mesas, pois hoje a lanchonete está muito cheia. Enquanto eu atendia algumas mesas, Natanael atendia as outras.
— Aqui está o cardápio, senhoritas. Fiquem a vontade para fazer seus pedidos. Depois, é só me chamar; meu nome é Camus. — falei educadamente enquanto sorria. Logo depois, fui servir outra mesa que tinha uns caras, um pouco familiares; eles são a turma da pesada, da universidade. — Com licença, senhores. Aqui está o cardápio. — avisei ao lhes entregar o mesmo.
— Nossa, como o mundo é pequeno, galera. Vejam só quem está trabalhando aqui, Camus Tyerri. O burguesinho da universidade está trabalhando como um mero garçom? — Douglas falava com desdém e tripudiando em cima de mim. A minha vontade era de quebrar a cara desse imbecil, mas me contive. Afinal, eu estou no meu trabalho e o maldito nunca briga sozinho; ele sempre briga junto de sua turma e não passa de um covarde desprovido inteligência. As únicas coisas que esse desgraçado é bom, é jogar handball e causar confusão.
— Camus, pode deixar que eu atendo essa mesa. — Natanael dizia se aproximando.
— Obrigado, Natanael. — respondi o agradecendo e seguindo para a mesa das moças, para poder anotar seus pedidos.
Enquanto isso, residência dos Tyerri, suíte de Eris...
Eris
Após terminar de tomar o meu banho, eu retornei a minha suíte para me enxugar e me vestir. E já estando enxuta, comecei a cobrir o meu corpo alvo totalmente desnudo, colocando uma lingerie vermelha, num modelo discreto, depois coloquei uma camisete de manga curta e de cor vermelha, e uma calça fler de cor preta. Já estando com meu look completo, coloquei meu perfume preferido e penteei meus longos cabelos ondulados, os deixando soltos. Nos pés, calcei um Scarpin da mesma cor de minha calça fler. Me olhei no espelho e vi o quanto eu estava bonita e atraente. Pena que eu teria de almoçar sozinha, porém, para todos os efeitos, farei a empregadinha pensar que de fato Mu e eu almoçamos juntos.
Para completar meu plano exímio, eu mesma pedi para a floricultura me entregar um buquê de orquídeas, com bilhete e tudo, fingindo terem sido mandadas pelo Mu.
— Eris, você é um gênio, garota. — eu pensava comigo mesma, ao admirar minha imagem, no imenso espelho oval fixado na parede. Ao estar completamente pronta, segui descendo as escadas, e por sorte minha a sonsa estava recebendo o meu buquê. — Nossa, que lindas flores! São para quem? — a indaguei me fazendo de desentendida.
— São para a senhorita, e acabaram de entregar. — a imbecil dizia ao me entregar o buquê.
— Para mim? — questionei, pegando o buquê e, em seguida, o bilhete que eu fingia ler. — Ah! Mais meu namorado, de fato, é um cavalheiro, um romântico e apaixonado mesmo. Madelaine, por favor, leve o buquê para a minha suíte. — eu dizia ao esboçar um falso sorriso. A mesma saiu, levando o meu buquê com a maior cara de decepção. Já eu segui para continuar a colocar meu plano em prática, indo para um restaurante para almoçar sozinha. Porém, me sentia feliz pelo fato de estar conseguindo enganar a empregadinha sonsa.
Enquanto isso, no travalho de Murilo...
Mu
Após o almoço, eu retornei para o meu trabalho. As horas passaram, e o horário do expediente enfim acabou. Eu resolvi passar numa floricultura, para poder comprar um lindo buquê para Madelaine. A mesma está cada vez mais estranha comigo, principalmente com a chegada de Eris.
Às vezes, eu fico pensando que aquela lunática esteja aprontando algo. Porém, às vezes eu volto atrás nos meus pensamentos, ao pensar no que meu tio e meu próprio primo falaram. Eles disseram que eu ando com implicância com a Eris. Mas no fundo eu não confio nela, pois, de fato, ela é louca e quer porque quer que eu fique com ela. Aliás, não é só ela que torce para isso; meu pai e a chata da minha madrasta também desejam nos unirem. Só que eu não sinto absolutamente nada por ela. É a doce Madelaine que eu estou amando, é por ela que meu coração bate forte e de forma descompensada. Só de pensar naquela bela, doce e sensível moça, o meu coração se acelera. Até conhecer Madelaine, eu não acreditava em amor à primeira vista, porém, de fato, agora eu creio plenamente que isso exista.
Floricultura Mon Amour...
Murilo
Finalmente cheguei à chiquérrima floricultura onde pretendo comprar o lindo buquê para minha doce Madalaine.
— Boa tarde, senhorita, tudo bem? — eu a cumprimentei educadamente ao me aproximar do balcão.
— Boa tarde, senhor, em que eu posso ajudá-lo? — a mesma perguntava de forma educada, e num tom de voz calmo e sereno.
— Bom, eu gostaria de ver uns buquês de flores, senhorita Alana. — falei ao ver seu nome marcado no seu crachá.
— É para alguém especial, senhor? — indagou sorrindo.
— Sim, é para uma moça especial, que merece um belo buquê. — comentei com muita satisfação.
— Sua namorada é uma moça sortuda, pois hoje em dia poucos namorados presenteiam com flores. — soltou de forma direta.
— Infelizmente, ela ainda não é a minha namorada. Porém, eu gosto muito dela, pois ela é uma moça especial, doce, sensível e gentil. — eu disse me sentindo muito feliz.
— Hum! Eu já sei o que sugerir para a sua amada. Olhe só esse lindo buquê de margaridas, ótimas flores para mulheres sensíveis e meigas, como você a me descreveu. — Alana comentou de forma natural e perspicaz.
— Obrigado, Alana. Eu irei levar esse buquê de margaridas, por favor. Junto dele, eu vou querer um cartãozinho. — avisei contente. Após escrever o cartão e pagar pelas flores, eu segui de Uber direto para a casa do meu tio. E ao chegar lá fui de encontro com a doce Madaleine, para lhe entregar as flores. Mayana me informou que a mesma estava no jardim, preparando a mesa para o café da tarde. — Oi, Mad. Eu posso falar com você? — falei num tom calmo.
— O que foi, senhor Murilo? Em que eu posso ajudá-lo? — indagou seriamente, evitando me olhar nos olhos.
— Mad, primeiramente, eu gostaria de dizer para você o que eu estou sentido. Desde a minha chegada aqui na casa do meu tio, e ao lhe conhecer, eu me senti fascinado com você, e aos poucos meu fascínio, encantamento e admiração, foi se transformando em algo mai...
— Pode parar por aí, pois a mim você não engana. — Mad me cortou enquanto eu falava a tudo com convicção. — Eu sei muito bem que o senhor só vê em mim, uma mera distração. Eu não serei o seu divertimento, senhor. E vê se respeite sua namorada. — soltou contendo raiva enquanto chorava de forma copiosa.
— Mad, por favor, me escute. A Eris e eu não temos nada, e é de você que eu estou gostando. — expliquei com toda a sinceridade do mundo.
— Eu não acredito em você. Por favor, pare de tentar brincar com os meus sentimentos e me fazer de palhaça! — soltou furiosa.
— Nossa, amor. Por que você não me esperou? Que lindo buquê de margaridas, são para mim? — a víbora mentirosa da Eris chegou, tecendo sua teia ao se dirigir a mim.
— Não são para você não. E deixa de ser... — minha fala foi interrompida com a mesma me beijando. Porém, eu logo cessei o beijo que recebi de forma súbita, mas já era tarde, pois Madelaine já tinha saído dali do jardim...
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro