Após a declaração
Residência dos Tyerri, hora do almoço...
Camus
Eu estava sentado à mesa, aguardando meu pai, Pandora e o Murilo virem me fazer companhia, pois logo o almoço seria servido. Eu estava pensando no fato de eu ter tido a coragem de me declarar para o Milo, porém, após eu ter me declarado, ele se afastou de mim.
Faz uma semana que ele anda me evitando, tanto na universidade, quanto no nosso trabalho.
— É, Camus. Não adiantou nada você ter aberto seu coração para ele. Pelo contrário, só o fez se afastar e te ignorar ainda mais. — eu pensava em volto aos meus tristes pensamentos.
— Camus, você está bem? Por que está aqui sozinho?! — a arroxeada perguntava docemente ao se sentar ao meu lado.
— Não é nada, Pandora! Onde está o meu pai e o Mu? — perguntei na tentativa de mudar de assunto.
— Eles logo virão se juntar a nós. — respondeu sorrindo, enquanto me olhava com carinho e ternura. Por um breve minuto, pude me lembrar de minha mãe, ao fixar meus olhos nas orbes dela, pois ela me olhava com ternura, que só uma mãe poderia sentir pelo seu filho. Eu ainda não morro de amores por ela, mas eu sou obrigado a reconhecer que a mesma, durante esse tempo todo, se esforçou para se dar bem comigo e cativar pelo menos o meu carinho e respeito. Eu me sentia um pouco desconsertado, culpado e sem graça ao vê-la me olhando com tanto carinho.
E eu só a tratei mal e a desprezei todo esse tempo.
— Pandora, eu lhe devo desculpas, pois todo esse tempo eu te tratei mal e a julguei mal. — eu dizia ao fixar minhas orbes azuis em seus olhos violetas.
— Eu te entendo, pois vim entrar na vida de vocês, de repente. Eu sei que nunca vou ocupar o lugar de sua mãe em seu coração. E, eu nunca tive essa pretensão. Porém, de fato, eu só desejava ter um pouco do seu carinho e respeito. — explicou francamente.
— Tudo o que eu fiz de mal no passado, não tem como passar uma borracha. Mas eu te prometo que, de que agora para frente, você terá pelo menos o meu respeito. Só pelo fato de você está fazendo meu pai feliz, eu já tenho motivos para lhe dar créditos e reconhecer seu valor como mulher. — falei com toda a sinceridade, olhando em seus olhos. Nossa conversa foi interrompida com a entrada de meu pai e meu primo, na sala de jantar.
Meu pai e Murilo ficaram nos olhando, um pouco surpresos pelo fato de Pandora e eu estarmos juntos e conversando de forma civilizada.
— Graças a Deus, finalmente vocês estão começando a se entender. — meu pai dizia animado ao se sentar na ponta da mesa, perto de Pandora.
— Sim, amor. Seu filho e eu estamos começando a nos entender sim! Não é, Camus?! — ela falou sorrindo ao me fitar.
— Sim, pai. De fato, estávamos conversando de forma amigável. — contei, olhando para os dois. Meu primo se sentou de frente para mim, do lado oposto da mesa, e o mesmo ficou me olhando sério. Logo, Madelaine e Mayana adentraram a sala de jantar, para nos servir o nosso almoço, um tradicional e requintado almoço com típicos pratos franceses. Após as mesmas nos servirem, começamos a degustar o delicioso almoço, acompanhado de vinho tinto.
Ao termino, foi servido às sobremesas, como Peti Gato e outras sobremesas típicas do nosso país. Depois de comermos nossas sobremesas, nós quatro fomos assistir TV, um bom filme de comédia romântica que nos arrancou várias risadas.
Enquanto isso, na residência dos Adamastor...
Milo
Saori e eu estávamos na cozinha, arrumando a mesma após o nosso almoço. Enquanto eu lavava as louças, ela limpava o fogão e varria o chão.
— Milo, o que você tem?! — ela perguntou, segurando a vassoura enquanto me olhava. — Você me parece triste e distraído, nessa semana.
— Saori, realmente, você apreendeu a me conhecer bem! E eu jamais conseguiria esconder nada de você. O Camus se declarou para mim, lá na universidade. E faz uma semana que eu estou o evitando. — expliquei um pouco confuso com tudo que estava acontecendo.
— O quê?! Ele se declarou? E você? O que disse a ele? Me conte tudo. — a mesma me indagava animada.
— Eu disse o óbvio, pois, de fato, eu não acreditei em suas palavras. Para mim, ele só está querendo curtir com a minha cara e brincar com meus sentimentos. Por isso, eu resolvi me afastar dele e ver se realmente ele está dizendo a verdade. — soltei sério.
— Você está certo por pensar e agir dessa maneira. Afinal, ele sempre pisou em você e o tratou mal. — comentou ao me abraçar. Logo depois, cessamos a nossa conversa, pois meu pai entrou na cozinha.
— Eu já levei a Sara até a casa dela, pois a mesma estava se sentindo um pouco indisposta, e ela quis ir para sua casa, descansar. — ele avisou com o semblante preocupado.
— Pai, eu vou lá ficar com a minha mãe. Não é bom ela ficar sozinha, no estado que ela se encontra. — avisei triste.
— A Janet está lá com ela. Mas, caso você realmente queira ficar junto da sua mãe, eu te deixo lá, pois a Saori e eu vamos dar uma ida na catedral de Notre Dame, e a casa de sua mãe fica no caminho. — meu pai comentou sério. Logo depois, começamos a fechar a nossa casa para sairmos. Ele me deixou na casa da minha mãe, e seguiu com Saori para seu passeio romântico.
Residência dos Tyerri, área das piscinas...
Murilo
Após assistirmos o filme, todos nós fomos aproveitar a piscina — meu tio e a Pandora estavam nadando juntos, na imensa piscina de fibra. Meu primo e eu estávamos deitados nas nossas cadeiras de praia, próprias para descanso. Madelaine veio até a nossa direção, e ao passar por nós foi na direção do meu tio e da Pandora, para lhes servir seus sucos de hortelã com abacaxi. Depois, ela veio até o meu primo e lhe entregou seu suco de caju, e logo em seguida a mesma passou por mim, me ignorando como se eu fosse invisível.
Ao vê-la passar por mim, me ignorando, eu resolvi ir atrás da mesma, a seguindo até os jardins do fundo. Fui seguindo-a, sem deixar a mesma perceber a minha presença, e ao estar bem próximo dela, a segurei pelo braço.
— Até quando você continuará a me ignorar, como se eu fosse um ser invisível? — a indaguei taxativo e sério.
— Será que dá para o senhor soltar o meu braço? Eu não estou ignorando ninguém, só estou me colocando no meu devido lugar de empregada, pois é isso que eu sou. — disse de forma ríspida ao tentar se soltar de mim. Num breve e rápido movimento, eu a puxei, fazendo a mesma ficar de frente para mim. E, sem pensar duas vezes, a beijei com extrema paixão, fato que fez a mesma se afastar de mim e me desferir um tapa bem dado na minha face. Enquanto eu massageava o meu rosto, ela me olhava de cara fechada. — Por favor, senhor Murilo, me respeite e nunca mais volte a fazer isso. Não é porque você é o sobrinho do meu patrão, e eu ser uma simples empregada, que o senhor tem o direito de tomar esse tipo liberdade comigo. Posso ser pobre e simples, porém, sou uma moça de família e sou uma moça direita. Com licença. — se afastou de onde estávamos, me deixando sozinho, fato que me fez me sentir um tremendo cafajeste pela maneira que eu agi. Logo, Camus veio atrás de mim e ficou me olhando seriamente.
— Mu, o que houve? Por que seu rosto está com essa marca de mão?! — perguntou próximo de mim.
— Eu levei um merecido tapa na cara, por ter agido como um tremendo cafajeste. — respondi, passando a mão na face que ainda doía.
— Quem te bateu? Ah, já sei! Foi a Madelaine, não é?! — ele perguntou sério.
— Sim, foi ela mesma, pois eu dei um beijo à força nela. — soltei cabisbaixo.
— Bem feito, você foi muito abusado mesmo. — soltou direto.
— Camus Tyerri, é você mesmo? Você parece que está mudando. — falei, me sentindo incrédulo. Porém, o mesmo nada disse e saiu, retornando para aonde ele estava antes. Já eu, resolvi ir atrás e ao chegar lá, dei um jeito de fingir estar lendo para esconder a marca da mão da Mad, pois, na verdade, eu nem saberia o que dizer ao meu tio.
As horas passaram e meu tio ia levar a sua namorada até ao seu apartamento. Meu primo resolveu ir para sua suíte, e eu fiquei ali, sozinho, mas depois eu resolvi seguir até a minha suíte para tomar um banho e passar uma base no rosto, para disfarçar a marca do tapa da Mad.
Após ter tomado meu banho e ter me arrumado, resolvi ir até a suíte de meu primo, para conversar um pouco. Depois de dar três batidas na porta do mesmo, ele autorizou a minha entrada. Eu entrei no interior da sua suíte, e o mesmo estava tocando violino — as doces notas de seu violino estavam ecoando toda a tristeza que meu primo sentia.
Enquanto o mesmo tocava com maestria o instrumento, suas lágrimas escorriam...
— Camus, você quer desabafar? — perguntei, o encerando.
— Mu, por que amar dói tanto assim?! — me questionou ao tocar o último acorde do seu instrumento.
— Essa pergunta, infelizmente, eu não posso te responder, pois eu não tenho resposta para isso. — eu dizia, me sentindo triste também. Em seguida, meu primo colocou seu violino sobre a cama e me abraçou, chorando.
— Por que o Milo está me desprezando tanto? Eu achei que ao me declarar para ele, tudo iria se acertar entre nós. Porém, as coisas só pioraram. — soltou entre lágrimas.
Enquanto isso, residência de Sara...
Sara
Eu estava em meu quarto, deitada na minha cama, e vi que a noite chegou. Milo, meu amado filho, me fazia companhia no quarto enquanto Janet, a moça que é recém formada em enfermagem, estava na cozinha, preparando o meu jantar.
Meu filho me parecia um tanto distante e preocupado.
— Milo, meu amor, o que tanto te aflige?! — indaguei enquanto segurava sua mão.
— Não é nada, mãe. Só estou um pouco cansado e preocupado com as provas e os trabalhos da próxima semana. — contou cabisbaixo.
— Tem certeza que é só isso mesmo, meu amor?! — questionei preocupada. Em seguida, o celular de meu filho tocou, e ao atender, o mesmo mudou um pouco o semblante, que estava carregado de tristeza, e agora ele falava alegremente com a pessoa do outro lado da linha.
Ao encerrar a ligação, meu filho me contou que era uma nova amiga da sua universidade, e que a mesma estava o convidando para sair, fato que me fez apoiá-lo para ele enfim aceitar o convite. Ele realmente estava precisando sair, para se divertir um pouco. Meu filho, além de estar trabalhando e estudando, anda passando muito tempo comigo e privando-se de se divertir e curtir a vida como fazem os rapazes de sua idade. Finalmente, com muito custo, o convenci a ir se encontrar com a moça. Ele se despediu de mim e saiu pra se encontrar com a moça...
Kardia
Já anoiteceu, e após passarmos uma romântica tarde e um início de noite, juntos, eu segui até a casa de minha ex, para poder buscar o meu filho. Ao chegar à casa de Sara, toquei a campanha, e logo Janet veio me atender.
— Boa noite, senhor Kardia. Entre, por favor. — ela dizia ao abrir o portão. Já estando no interior do quintal, eu a segui até o interior da casa para poder deixar as compras que eu havia feito para a Sara. Depois, fui até o quarto na intenção de chamar meu filho, para ir embora. Porém, a mesma me avisou que Milo havia ido se encontrar com uma amiga.
Fiquei conversando um pouco com Sara, que a cada dia que passa anda mais cadavérica. A cada dia a pobre mulher vem emagrecendo mais e mais. As horas passaram, e eu resolvi ir embora, afinal, amanhã eu terei que acordar bem cedo para trabalhar.
Sara não queria que eu fosse embora, mas assim eu o fiz após ela dormir, logo após ela tomar mais uma dose de morfina.
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