Paris, França, catedral de Notre-Dame, por volta das 18:00

Saori

Após ter saído do trabalho mais cedo, resolvi seguir para conhecer a famosa catedral de Notre Dame. Ao chegar à mesma, fiquei fascinada com sua beleza requintada de uma arquitetura extremamente riquíssima que vislumbra e encanta com fascínio aos olhos de pessoas comuns como eu...

Já estando no interior da belíssima catedral, olhei cada detalhe e fotografei tudo o que podia, para ter para sempre como recordação. 

Por causa da minha distração e meu êxtase de encanto, bati de frente com alguém, que devido à força do impacto, derrubei meu celular no chão e quase caí  também, se não fosse o fato da pessoa ter me segurado.

— Você está bem, moça?  Me desculpe pelo celular, pois me parece que ele quebrou a película. — uma voz sexy e familiar me falava. Logo percebi em seguida que, quem me segurava para evitar a minha queda, era justo ele, o Kardia!

— Estou bem, obrigada. Eu não sabia que você vinha aqui, Kardia. — eu sorria de orelha a orelha.

— É você, Saori? Me desculpe, pois eu estava um tanto distraído que nem havia percebido antes que era você. Me desculpe pelo seu celular, pois realmente a película quebrou mesmo. Dê uma olhada no aparelho para ver se de resto está tudo bem e, pode deixar que eu pagarei pelo o estrago ou estragos. — ele dizia, olhando no fundo dos meus olhos e, já me entregando o mesmo. 

— Está tudo bem, Kardia. Foi só a película mesmo e, a culpa foi minha por também estar tão distraída ao fotografar cada detalhe dessa belíssima catedral. — sorri, o encarando nos olhos. Porém, o mesmo abaixou o olhar querendo novamente cortar contato visual. Continuamos conversando mais um pouco até o momento que o seu celular começou a tocar.

Ele ficou conversando por alguns minutos e, ao encerrar a ligação, ele me disse que se tratava de seu filho que havia ligado para lhe avisar que o seu jantar estava no micro-ondas.

Depois, o belíssimo homem por quem estou nutrindo um forte desejo, se despediu de mim, me desejando uma boa noite. Ele teria que ir pra casa pra cuidar de um filhote de cachorro que seu filho ganhou de uma amiga dele.

Em seguida, o vi indo embora, ao sair do interior da catedral. Fiquei ali por mais algum tempo e, depois resolvi ir embora para a minha casa que é uma residência simples, mas com conforto — ela foi cedida pela empresa aonde eu trabalho.

Universidade de Paris, Sala do curso de administração de empresas...

Milo

Eu estava sentado na minha carteira que é perto da que a minha amiga Shoko senta. Bem, a gente está ficando, porém não é nada sério ainda. Ela é uma moça muito legal, bonita e inteligente. Nós começamos a ficar na festa de inverno da faculdade. Eu não estou apaixonado por ela ainda, mas da maneira que ela me trata, acho que isso não demorará a acontecer. E, caso isso venha acontecer, será muito bom, pois assim esqueço de vez aquele beijo do metido do Tierry, que infelizmente mexeu muito comigo...

As horas passaram e logo o intervalo chegou. Shoko e eu fomos até a cantina para compramos o que lanchar. Lá, damos de cara com Saga e o chato do Tierry. Nós cumprimentamos o Saga, mas com o Camus não dirigimos uma palavra sequer.

— Boa noite, Milo. Oi pra você também, Shoko. Vocês podem se sentar junto do Saga e de mim, pois hoje só estamos nós dois. — ele dizia sorrindo, algo bastante estranho de sua parte.

— Você se importa se nos ajuntarmos a eles, Shoko? — indaguei enquanto a abraçava pela cintura. Após compramos o que desejávamos, nós quatro nos sentamos em uma mesa, um pouco afastada da cantina. 

Enquanto Saga, Shoko e eu conversávamos de forma descontraída, Camus não parava de me encarar com aquele belo par de olhos azuis, num tom um pouco mais escuro — fato que me obrigou a sair da mesa para ir até o banheiro na intenção de disfarçar meu estado de nervosismo e inquietação.

Já estando no banheiro, eu estava lavando meu rosto com água abundante e, me olhava no espelho, extremamente aflito. Afinal, ele infelizmente mexe comigo, mesmo que eu não deseje dar o meu braço a torcer. Mas, infelizmente, essa verdade está teimando em estampar na minha cara.

Para piorar minha aflição, o mesmo veio até o banheiro...

Era só o que faltava! Tenho certeza que ele veio ao banheiro na intenção de querer me provocar e me deixar ainda mais desatinado do que eu já estava... E, para piorar, ele se aproximou de mim, apoiando o seu braço direito sobre a parede donde tinha o enorme espelho a qual eu estava me olhando.

— Eu mexo com você, não é, Milo? Dá para perceber no estado que você se encontra. — ele dizia sorrindo com um ar malicioso.

— Camus, eu não sei do que você está falando... — eu comecei após engolir em seco, tentando me manter calmo. — Você deve de estar viajando, cara. Ainda mais que agora eu estou com a Shoko e, aquele beijo que você me deu de forma repentina, não  representou nada para mim. — afirmei com o tom sério. Ele se aproximou de mim ainda mais, já me agarrando e me beijando novamente de forma repentina. Eu já estava quase me rendendo a ele, porém, dessa vez me soltei dele rapidamente, o empurrando para afastá-lo de mim. — Você se acha, não é, Camus Tierry? Da primeira vez, seu beijo roubado nada representou para mim, muito menos esse segundo. — soltei com o tom firme.

Ele novamente veio pra cima de mim, me prensando contra a parede, dessa vez e, voltou a me beijar com extrema urgência. Como um idiota, eu retribuí. O clima entre nós dois já estava esquentando, mas cessamos os beijos e os amassos por causa do sinal do intervalo que começou tocar. Um dos inspetores da universidade entrou no banheiro, vendo nós dois ali, de forma natural, pois tínhamos nos separado rapidamente ao ouvir o barulho da porta. O mesmo nos mandou ir para nossas salas.  

Dessa vez, eu saí primeiro, após ajeitar minhas roupas amassadas. O cretino veio atrás de mim, me perturbando.

— Então me diga uma coisa, Milo: se realmente fosse verdade que meus beijos nada representaram para você, por que se rendeu duas vezes, hein? — ele perguntava ao me seguir. Eu fingia não estar o ouvindo. — Milo Adamastor, você irar se arrepender amargamente! Você não tem sequer ideia do que eu sou capaz! — soltava enfurecido em minha direção.

— Camus Tierry, eu não tenho medo de você, muito menos de suas ameaças. — principiei ao virar meu rosto para o seu lado, o encarando sério. — Vê se pare de querer me encher, pois tem muito mais pessoas interessantes que você no mundo. E de gente feito você, eu quero é distância. Você não sabe que já conheço sua fama de traste, mau caráter e insensível? — comentei firme, sério e convicto, vendo assim seu belo rosto extremamente transformado em puro ódio. Mas antes mesmo dele sequer dizer mais alguma coisa, ou querer esbravejar comigo, Shoko surgiu diante de nós junto de Saga. Ela logo me abraçou e me beijou, comigo retribuindo, bem nas fuças do traste. Eu percebi que ele se irritou ainda mais, pelo fato dele sair às pressas dali de perto de nós, deixando até o Saga para trás...

Camus

Todas aquelas palavras ditas por Milo, me causaram um certo incomodo e me deixou arrasado. Ninguém nunca havia falado comigo assim da maneira que ele falou. E, para piorar, ele beijou aquela vaca ruiva bem na minha cara. Confesso que isso me deixou um tanto triste... Eu não posso estar agindo dessa maneira. 

Camus Tierry, como você, um cara da alta sociedade, que tem tudo, todos e todas ao seu dispor, pode ter ficado mexido por causa de um carinha qualquer...?

Fui seguindo de forma apressada para minha sala, tentando conter minha fúria.

Saga veio atrás de mim. Entramos juntos na sala e o mesmo começou a me perguntar por que eu estava com a cara feia. Eu só lhe disse que discuti com o Adamastor. Para piorar, ele começou com as chatices dele de sempre, me dizendo que eu estou errado e que devo mudar para o meu próprio bem, mais os blá, blá, blá de sempre que já estava me deixando mais irritado. Para me livrar, eu coloquei meus fones de ouvido.

Ele percebeu e deu a entender que calou sua maldita boca, que vem com as cobranças de sempre. A aula já iria começar, pois o velhote do professor que, mais se parece um fóssil de dinossauros, entrou na sala.

Eu retirei os fones do ouvido pra poder prestar atenção na porcaria de mais uma aula chata. Porém, para nossa a surpresa da sala, o velhote nos deu a melhor notícia: todos os alunos da universidade irão fazer uma viagem junto da instituição, pois faremos um intercambio entres universidades. Nossa viagem será para os Estados Unidos da América. Ficaremos lá o final de semana inteiro.

Todos os alunos da sala comemoram. Em seguida, as duas aulas finais passaram voando e, a hora de ir embora enfim chegou.

Saga e eu saímos juntos da nossa sala e, seguimos caminhando pelo vasto corredor da imensa universidade até seguirmos para descer as escadas. Passamos em frente à sala da turma de administração aonde vejo Milo e Shoko se beijando e se pegando na sala, já que agora só permaneciam os dois safados.

Mas logo em seguida, eles saíram de mãos dadas. Saga e eu continuamos seguindo até as escadas e, o casalzinho veio logo atrás de nós dois.

O Adamastor puxou assunto com o Saga, com o meu amigo lhe dando atenção e, a ruivinha grudava igual chiclete no Milo.

Essa ruiva não passa de uma vadiazinha de quinta. Eu vou aprontar e fazê-los brigarem... 

Ao chegarmos ao pátio, o idiota do Milo pegou sua bicicleta, levando a vadia ruiva junto. Saga e eu fomos juntos no meu carro. O deixei em sua casa e segui pra minha. Chegando lá, fiquei sabendo que meu pai novamente não estava em casa.

Após a chata da Madaliene me dar o recado do meu pai, eu segui subindo as escadas, rapidamente. Conforme fui subindo, senti meus olhos lacrimejarem. Porém, contive as lágrimas até chegar ao meu quarto, me jogando em minha cama e desabando logo depois...