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Sobrecarregado no resort

Quando chegamos eu apenas queria descansar por um bom tempo. Eram tantas lutas consecutivas que chegava a ser cansativo. Mas felizmente tive uma boa proposta para relaxar, pois Eduardo me ligou avisando sobre uma viagem financiada pela faculdade para marcar as últimas semanas de férias. Uma notícia muito boa de fato.

Eu aproveitei e chamei Lara para ir junto, pois seria sua primeira experiência de diversão. E o melhor de tudo é que Elisa estará lá!

Ao longe já podia ver o Eduardo esperando na escada da faculdade. Os demais alunos estavam em locais próximos à entrada, esperando a chegada do ônibus.

Após me aproximar, percebi que o Eduardo estava usando óculos escuros, uma blusa amarela com coqueiros verdes e uma calça verde com coqueiros amarelos. Segurei-me para não rir da cara dele.

— Como vai, cara — Apertei a mão dele.

— Bem melhor depois de saber que a Elisa vai — Eduardo falou e de repente olhou para a Lara. Seus olhos no mesmo instante arregalaram encantados — E quem é essa?

— Sou irmã dele — Ela esticou a mão e o cumprimentou.

— Não sabia que você tinha uma irmãzinha — falou ainda incrédulo.

— Descobri recentemente.

Nós sentamos no primeiro degrau da escada, que permitia a entrada de alunos na faculdade. Eduardo constantemente procurava Elisa com os olhos, até que sorriu ao visualizá-la em um dos grupos pelo local.

— Será que eu consigo algo com a Elisa? — Cutucou-me com o cotovelo.

— Olha... tentar não custa nada. Mas suas investidas não tão conseguindo muita coisa...

— Eu sei... mas ela nunca me deu um fora de fato...

Após um tempo, o ônibus chegou e os alunos começaram a entrar. Tudo apontava para ser incrível, mas o azar não me deixaria em paz um dia se quer: Matias chegou no último minuto, só para infernizar a minha vida.

Eu segui em direção do ônibus, com a Lara e o Eduardo do meu lado. Elisa, que estava subindo o degrau do ônibus, olhou para mim e acenou. Desesperadamente, Eduardo acenou de volta, esperando que ela fosse recíproca, mas Elisa acabou não o vendo.

A minha poltrona era um pouco no fundo do ônibus, mas não em uma posição ruim. Lara sentou ao meu lado e o Eduardo em um acento solitário.

Então o ônibus acelerou e seguimos viagem para um resort.

No meio do caminho Lara acabou dormindo e deitou a cabeça no meu ombro. Ela estava tão próxima que consegui sentir a leve respiração dela, estava tão tranquila, nem parecia que quase morremos uns dias atrás. Todo mundo precisa de um descanso.

Eu olhei para direita e vi o Eduardo tentando, de todo jeito possível, olhar para a Elisa, mas na posição que ele estava era quase impossível. Do lado de fora do ônibus, podia-se ver as montanhas arborizadas se movendo para trás. O céu estava perfeitamente limpo e estava bem fresco. O resort vai ser ótimo se o dia continuar assim!



Já conseguia ouvir as pessoas falando na entrada quando chegamos. O ônibus parou em um estacionamento e o motorista se levantou para falar com a turma. Ele tinha 49 anos, um grande bigode e uma barriga maior ainda. Sempre estava com a cara carrancuda e coluna torta, nunca se importando em ajeitar a postura.

— Vai ser o seguinte — Ele falou com seu olhar rabugento — Nós vamos ficar um dia aqui, de agora até amanhã de tarde. Neste tempo vocês podem se divertir como quiserem, desde que não saiam do resort. E é para vocês se divertirem, então me entreguem tudo de tecnológico que estiver com vocês.

No mesmo instante a turma começou a protestar, com exceção da Elisa. Ela apenas se levantou, entregou o celular e um relógio inteligente. O motorista passou um detector de metal para comprovar que não tinha mais nada, e o detector não apitou.

— Muito bem — O motorista entregou uma pulseira branca — Espere o resto da turma do lado de fora do ônibus. Próximo!

Matias se levantou emburrado e com a testa franzida. Ele retirou dos bolsos dois celulares, um relógio sofisticado, um tablet, um videogame portátil, três baterias de celular carregadas, três baterias de videogame carregadas, dois carregadores e uma caixa de som.

Tudo que eu quis saber naquele momento era como ele havia conseguido guardar tanta coisa.

Logo em seguida, o motorista passou o detector e o mesmo apitou em seu peito.

— Tem algo aí, Matias?

Ele puxou para fora da camisa uma corrente de metal que estava em volta do seu pescoço. Vendo que não era nada, o motorista o deixou passar.

O resto da turma fez o mesmo, até que chegou na minha vez. Eu entreguei meu celular e então ele passou o detector. E ele apitou no bolso da minha calça.

— O que você está escondendo, Wayne?

Eu gelei. O detector provavelmente havia alertado o descarregador, sem isso eu estaria ferrado. Talvez se eu lançasse um raio, mas o céu estava limpo!

Retirei com receio o descarregador e entreguei para o motorista que ficou confuso ao tentar descobrir o que era. Novamente ele passou o detector e desta vez não apitou. O motorista logo verificou a Lara e a mesma não trazia nada consigo.

Logo nós saímos do ônibus e o homem carrancudo anunciou, de cima dos degraus do ônibus.

— Divirtam-se! Eu e alguns outros professores vamos ficar em uma casa próxima ao dormitório de vocês, qualquer coisa é só vir até nós caso não estejamos no toque de recolher — Ele se preparou para sair, mas logo se lembrou de falar algo — Mais uma coisa, os dormitórios são separados, então se algum garoto for encontrado no dormitório feminino, vai ser expulso na hora. O mesmo vale para o contrário, entendido?

Lara levantou a mão de repente.

— Diga, garotinha.

— É que eu não vou conseguir dormir longe do meu irmão.

De repente todos os garotos da turma começam a protestar, inclusive Matias.

— Motorista, isso é injusto! Ela é uma garota como as outras — Ele reclamou — Ela deve ir até o dormitório feminino!

— E qual o problema? Ela é irmã do Wayne.

— Mas e se um dos garotos passar a mão nela... — Matias falou, mas eu completei com um olhar sério — Se isso acontecer, alguém vai sair sem uma das mãos.

Por algum motivo todos os garotos da sala deram um passo sincronizado para trás, deixando apenas o Matias na frente.

— Viu isso motorista? Ele ameaçou a sala!

— Cala boca Matias! — O motorista finalizou, irritado — Foi você começou, agora se não quiser entrar nesse ônibus e voltar para casa, fique quieto.

Eu coloquei a mão na frente da boca para disfarçar o sorriso que dei. Matias olhou para a Elisa que revirou os olhos e balançou a cabeça em negação. Ela se afastou do garoto que logo correu atrás dela.

— Espera — Ele implorou, sendo ignorado pela Elisa — Era só uma brincadeira.



Já tínhamos trocado as roupas e estávamos preparados para seguir a um brinquedo quando avistei Eduardo. Ele parecia perdido e olhava em volta constantemente.

— Eduardo?

Mas o garoto apenas olhou de relance e continuou sua procura.

— Ah, olá. Vocês viram a Elisa? Estou procurando por ela.

— Não. Estávamos trocando de roupa.

Então Eduardo olhou melhor e viu Lara com um lindo biquíni vermelho: ficou boquiaberto. Eu balancei a mão na frente dele, mas o mesmo nem reagiu. Apenas levantei a mão e dei um tapa na cara dele, fazendo com que caísse para o lado.

— Para de encarar — Falei — Está gastando a beleza dela.

Ele caiu de bunda no chão e colocou a mão bochecha. Lara riu baixinho.

— Você é chato, Wayne — Mas logo quis me agradecer, pois onde caiu lhe deu visão de um dos toboáguas, e com seus olhos de água avistou Elisa: uma cabeça entre as várias da fila — Olha ela lá! Vamos naquele!

Então apenas demos de ombros e seguimos para o toboágua.

Ele era imenso, se você olhasse de baixo para cima, sentiria-se uma formiga. Tinha uma gigante escada que levava até um corredor que permitia a entrada no toboágua. Então descerá em duas espirais, diversos loopings e curvas para então sair em uma queda quase horizontal de 11 metros, finalizando na piscina. Esse era um dos toboáguas mais radicais desse resort.

Ao chegar no topo nos deparamos com a Elisa que estava subindo rapidamente com o intuito de descer novamente. Ela me viu parado, com os braços cruzados, esperando Eduardo criar coragem para descer.

— Oi gente — Ela falou.

Eduardo rapidamente virou ao identificar a voz dela e ficou sem reação ao vê-la com aquele belo biquíni azul escuro.

— Vai descer? — A garota perguntou com a voz gentil.

No mesmo instante Eduardo foi banhado pela coragem de um soldado de guerra.

— Eu vou! — Respondeu, rapidamente.

Eduardo pulou confiante no toboágua e segundos depois tudo que se podia ouvir era os gritos de desespero do garoto. Elisa riu de um jeito muito fofo.

Logo depois eu desci. A água estava gelada e a queda muito rápida. Acabei girando dentro do toboágua, na parte da espiral, e fui arremessado na parede quando passava pelos loopings. Logo em seguida, tudo que consegui sentir foi um gelo na minha alma quando desci em quase queda livre na parte horizontal.

Apenas pude respirar aliviado depois que cheguei na piscina. A primeira coisa que eu vi foi o Eduardo reclamando enquanto chutava a água.

— Nunca mais desço nisso! — reclamou indignado.

Logo em seguida a Elisa saiu do toboágua, rindo, como se tivesse sido uma experiência maravilhosa.

— Eu vou de novo — Ela afirmou.

— Eu também — Eduardo acompanhou, sem me surpreender em nada.

Quando olhei para a Lara, que havia caído momento depois, percebi que ela olhava fixamente para uma garota de longos cabelos marrom nadando ao longe.

— Lara? — toquei seu ombro e ela rapidamente olhou para outro lado.

— Que foi? — Perguntou, tentando disfarçar.

Eu sorri para ela.

— Gostou daquela garota?

Lara corou no mesmo instante.

— Não, que nada, só achei ela... — não conseguiu terminar a frase.

— Quer que eu te ajude com ela?

— Sério? — Seu olhos brilharam, mas de repente sua alegria se esvaiu — E se ela for muita areia para o meu caminhãozinho?

— Relaxa, Lara — Virei-a e empurrei pelas costas, na direção da menina que nadava — qualquer coisa você faz mais de uma viagem!

Chegando perto dela, Lara pareceu ter perdido a habilidade de respirar. Então tomei a iniciativa.

— Oi, meu nome é Wayne e essa é a Lara, minha irmãzinha, ela queria saber se pode brincar com você.

A garota sorriu gentilmente e olhou para ela, estendendo a mão. Lara, com muita vergonha, apertou.

— Meu nome é Sarah. Pode brincar comigo!

Lara olhou para mim e seus olhos brilharam. Ela não sabia se me batia ou se me abraçava, mas parecia estar muito feliz.

— Aliás — Sarah falou — Seu biquíni é bem bonito.

O rosto dela ficou mais vermelho que o biquíni. Então as duas seguiram para se divertir pelo local.

Estava orgulhoso e com medo naquele momento: orgulhoso por ela ter se interessado em alguém e com medo de ela ter uma desilusão, afinal a Luna foi um trauma e tanto, lidar com outro será chato.

Quando saí da piscina, dei de cara com a Elisa.

— Oi. Procurando algo?

— Sim, estava procurando você — Ela falou — Vem comigo.

Elisa segurou a minha mão e seguiu guiando-me pelo local. Fiquei muito feliz que nos divertiríamos juntos, mas havia um problema, se eu ficasse sobrecarregado perto dela seria muito perigoso, principalmente na água. Até agora não haviam sinais de que choveria, então me descarregar com raios não era possível, mas a chance de me divertir com ela acabou sendo mais forte que o medo de ficar sobrecarregado.

Nós paramos em frente de uma espécie de fortaleza, tinha alguns toboáguas que saíam de algumas paredes do forte e outros que contornavam ele. Em algumas partes, as paredes do forte eram transparentes.

Elisa me puxou para dentro do local. Haviam áreas para subir, outras para descer, outras para escorregar e outras para escalar. Nós seguimos para todos os lados e aproveitamos o máximo do brinquedo, até que eu pulei em um dos escorregadores e desci até a piscina. Elisa me acompanhou, mas não esperou o tempo de eu descer. Como resultado, quando eu caí na água, Elisa caiu em cima de mim. Ela acabou rindo e me ajudou a levantar.

— Desculpa — redimiu-se.

Ao levantar, coloquei a mão na cabeça e sorri para ela.

— Não tem problema, estou bem!



No entardecer, saímos da água e começamos a caminhar pelo resort. Passamos por árvores e quiosques que estavam vendendo salgados. Passarinhos cantavam e o vento soprava levemente. Elisa caminhava sorrindo. O dia tinha sido muito divertido. Eu nunca tinha passado tanto tempo com ela e pensar que amanhã faríamos de novo me deixava animado.

Comprei alguns salgados para nós e sentamos próximo a uma árvore, lado a Lado. Elisa ainda estava um pouco molhada e o vento a fazia tremer. Então ela se aproximou um pouco mais, colocou a cabeça no meu ombro e abraçou minha cintura. Os postes de iluminação se ligaram e em poucos minutos escureceu.

Não falei nenhuma palavra, apenas fiquei sentindo o seu calor e repousei a cabeça sobre a dela. Era um momento muito bom... pena que durou pouco, pois eu olhei para o meu braço direito, que estava sobre as costas da Elisa: ele começou a liberar pequenos pulsos de eletricidade. Ficava cada vez mais perigoso para Ela.

Eu me preparei para falar algo, mas não queria estragar o momento. Ela estava ali, com seu rosto lindo me olhando e aqueles olhos cintilantes brilhando. Era um passo para um beijo. Por que raios eu tinha que ficar sobrecarregado logo agora! Não conseguia me concentrar com ela tão próximo de mim e quase... nos beijávamos.

Engoli em seco e redirecionei minha eletricidade para uma lixeira de metal ao meu lado. E quando nossos lábios quase se encontravam, um dos fiscais do parque apareceu. Ele passava para avisar aos poucos alunos que ainda estavam andando pelo local, que já era toque de recolher.

— Ah que pena, queria ficar mais tempo com você — Ela me disse depois que o fiscal saiu e olhou para o chão. Seus dedos se cruzaram sobre as pernas e Elisa olhou para mim novamente, com um sorriso no rosto. Em um rápido impulso ela beijou minha bochecha e partiu correndo para seu dormitório.

Eu sorri e mal conseguia conter minha vergonha. Mesmo que não fosse um beijo de fato, sentir os lábios dela foi muito bom. E de repente a lixeira explodiu em chamas, dando-me um susto. Minha eletricidade estava piorando, eu tinha que ir até Lara para dar um jeito nisso!



Jack e Clara estavam na sala da casa. Eles permaneceram sentados no sofá, programando algoritmos, vigiando e procurando recursos para identificar o Santiago, que até então estava desaparecido.

De repente, uma das câmeras de segurança identificou o rosto do mesmo com a ajuda de um algoritmo que a Clara montou.

— Clara, achamos algo!

Ela se levantou rapidamente. Jack pegou a imagem no tablet e espelhou na televisão. Na imagem, Santiago adentrava em um aeroporto ao lado de uma mulher de cabelos prateados. Ele estava logo atrás de alguns seguranças que escoltavam um homem acorrentado a uma maleta.

Clara logo soube que aquilo não era coincidência e algo na maleta interessava Santiago, ele não tinha motivos para ir em um aeroporto apenas por ir, algo procurava. E por que não mandar soldados? Por que ir por conta própria? Santiago estava agindo de maneira muito estranha.

— Você vai sozinho? — Clara perguntou temerosa — Wayne e Lara não estão aqui e tudo que eu posso fazer e vigiar os seus passos.

— Não se preocupe, Santiago é um Normal. Eu consigo cuidar dele sozinho.

— Tem certeza? E se for uma armadilha?

Jack confirmou com a cabeça.

— É possível, mas se ele foi burro o suficiente de dar as caras assim eu devo me aproveitar.

Então pegou um comunicador e não demorou muito para chegar no local. Santiago e Zero já haviam se locomovido, mas não estava muito longe da câmera que havia o flagrado. Ele se movimentava dentre a multidão, acompanhando os passos dos seguranças que rodeavam o homem da maleta. A mesma estava bem lacrada com diversos tipos de senhas para o conteúdo em seu interior permanecer protegido.

Jack tentou seguir Santiago o mais rápido possível, para não perdê-los de vista, mas quando o homem com a maleta passou por uma porta, os guardas se viraram para protegê-la. Então Santiago e Zero pararam por alguns segundos e trocaram o caminho, indo na direção de outra porta. Ela ficava muito longe dos guardas, que não tinham visão da mesma.

Santiago retirou do seu bolso um pequeno cartão prateado e o passou no monitor ao lado da porta. Uma luz vermelha piscou, mas, de repente, no local dos códigos, vários números começaram a aparecer até que se finalizaram em uma das sequências: "3981". A porta destravou e Santiago passou enquanto era acompanhado pela mulher de cabelos prateados.

Jack demorou a penetrar pela multidão e quando passou pela porta, deparou-se com uma sala de monitoramentos. Não era muito grande, mas era o suficiente para cumprir com seu dever. Na frente do Jack tinha uma grande parede de vidro que dava visão de uma pista de aviões. O vidro se encontrava quebrado e seus cacos espalhados pela sala.

No chão do local haviam dois guardas nocauteados, ambos eram acima do peso. Um deles estava com leves ferimentos, mas o outro parecia gravemente ferido. Seu braço esquerdo sangrava e seu pescoço parecia queimado, mas não era uma queimadura causada por fogo, e o mesmo parecia estar em hipotermia.

Olhando pela janela quebrada, Jack viu Santiago se aproximando da maleta enquanto a mulher lutava contra alguns guardas. O homem logo pulou pela janela para alcançar Santiago e quando seus pés alcançaram o chão, Clara o chamou no comunicador.

— Jack, a maleta vai receber algum tipo de soro que foi inventado para pessoas em coma. Aqui diz que ele foi criado com a proposta de retirar alguém do estado de coma ou vegetal. Foi criado recentemente, mas seu autor foi morto e a receita se perdeu. A ideia disso é replicar com base nesse último frasco.

— Entendi.

Santiago se aproximou enquanto derrubava os guardas no seu caminho. Por algum motivo estranho, eles não pareciam reagir, apenas olham para frente e ficavam paralisados.

Quando a maleta finalmente chegou ao avião, um outro homem desceu e a abertura foi realizada. Então uma caixa foi colocada em seu interior. Naquele momento Santiago apareceu entre os aviões.

— Deixem a maleta no chão — Ordenou.

Mas o homem que a protegia ignorou e apertou o botão de emergência em sua roupa, então puxou uma arma e engatilhou, mas não atirou. O mesmo aconteceu o outro que havia descido do avião. Ambos apenas conseguiram olhar estáticos para frente e caíram ajoelhados.

— Eu ainda avisei — Santiago retirou uma faca e finalizou a vida dos homens com um assustador sorriso no rosto, destacando sua cicatriz — Essa maleta é minha.

De repente a mulher de cabelos prateados apareceu.

— Santiago, controle-se, está subindo a cabeça.

O homem logo percebeu e balançou o rosto para recuperar os sentidos. Então respirou fundo e levou a corrente da maleta até Zero.

— Parta isso.

A mulher retirou a luva de couro. Bastou tocar na corrente para torná-la gelo. Então partiu-a com a força.

Jack, que ainda observava de longe, não entendia o que estava acontecendo. Por que aqueles homens não reagiram? O que Santiago queria e, acima de tudo, aquele sorriso... Nunca foi do seu costume fazer algo do gênero.

Mas a série de pensamentos do Jack foi interrompida quando Clara o chamou novamente no comunicador.

— Jack! O F.B.I foi alertado, tem que sair daí logo! Vão aparecer mais do que você consegue enfrentar!

— Merda... Eu tenho que dar um jeito no Santiago primeiro.

— Então tome cuidado, por favor.

Como não havia muito tempo, Jack correu pelo campo e se revelou.

— Gosta de colecionar maletas agora?

Santiago suspirou ao ouvir e ver Jack.

— Ainda tinha esperanças que Bombardeiro acabaria com vocês na ilha... Aquele doente apenas gostava de brincar... Se levasse a sério talvez.

— Por quê queria destruir MoonLight?

— Você sabe o porquê — Santiago olhou diretamente nos olhos de Jack e de repente tudo pareceu tremer. Jack ficou desequilibrado por alguns segundos, até que tudo ficou preto. Em um segundo ele se encontrava em uma casa antiga que não via há muito tempo.

Era em um corredor velho. Todas as madeiras da construção estavam podres e quebradiças. De repente ele escutou um tiro. Jack correu para ver o que era, pois o som tinha vindo de um quarto no fim do corredor.

E quando chegou, viu Santiago de pé com a filha de Jack em seus braços, a cabeça da mesma sangrava por um buraco de tiro. Santiago passou sua mão pelo cabelo dela enquanto sorria sadicamente.

— Que porra é essa, Santiago? — Jack disse tentando se conter para não avançar precipitadamente.

— Eu usei o meu poder — Ele falou enquanto acariciava o rosto da garota — Era uma bela filha, Jack. Pena que ela morreu.

— Tira a mão dela! — Ele vociferou — Você nem tinha poderes.

— Pois é, mas você deixou um frasco cair depois que entrou naquela base, então não precisei gastar o meu único. Eu sabia que em algum momento tudo iria desandar... — Ele retirou o paletó e revelou diversas cicatrizes e marcas de queimaduras pelos braços e peito — Para minha sorte eu sou um Compatível, então nada que alguns meses de automutilação não resolvessem. É claro que de vez em quando eu tenho efeitos colaterais, mas vale a pena.

— Desgraçado!

Jack correu na direção do Santiago, mas quando chegou perto o suficiente para socá-lo, o chão entre os dois se expandiu imensamente, deixando Jack a diversos metros de distancia de seu oponente.



No mundo real Santiago se aproximou do Jack que estava paralisado na sua frente.

— É hora de acabar com isso.

Quando Santiago agachou, passou a faca pelo rosto de Jack enquanto o sorriso sádico dominava seu rosto. Lentamente ele cortou superficialmente o seu rosto e desceu a faca até poder apontá-la para seu pescoço.

— Adeus Jack — Mas quando desferiria uma estocada, um tiro acertou seu ombro, jogando-o para trás. Diversos guardas do F.B.I apareceram e desferiram mais disparos, porém Zero levantou uma espessa parede de gelo que impediu os projeteis.

E quando Santiago se afastou o suficiente, Jack foi jogado de volta para a realidade, mas já era tarde demais: estava cercado de metralhadoras.

— Parece que um ficou para trás — Neitam falou apontando a máquina que identifica Alterados para o Jack e ela mostrou a luz vermelha — Um Alterado... hoje é o meu dia de sorte!

Eles prenderam Jack e o levaram em uma viatura, pois poderia estar envolvido com o roubo da maleta.

Clara ainda tentou invadir as câmeras de segurança para ver o que aconteceu, pois Jack não estava respondendo no comunicador, o que deixou Clara preocupada e para piorar, as gravações de uma hora atrás simplesmente não existiam mais.



Passei o máximo que consegui sem ser notado. Meu braço já começou a pulsar intensamente e precisava urgentemente de recuperar o descarregador.

Quando entrei no quarto, Lara estava no canto, chorando, e logo eu pensei que algo tinha dado errado. Essa era a cena que eu menos queria ver.

Agachei do lado dela, mas evitei tocá-la por conta da eletricidade. Ela estava abraçando os joelhos e apoiando a cabeça nos mesmos.

— O que aconteceu?

— Ela quer ser minha amiga, já gosta de outro.

— Mas você perguntou se ela quer algo?

De repente Lara pareceu ter se tocado que ainda não tinha proposto nada.

— É verdade... — E depois riu de si mesma. Então a garota passou o dedo no nariz e secou os seus olhos — Obrigada.

Eu sorri para ela e logo me levantei.

— De nada, mas preciso que você se levante porque temos um problema.

— Que problema?

Eu mostrei o meu braço direito que estava pulsando em eletricidade. Lara se assustou e pulou para trás.

— Nossa, temos que achar o seu descarregador.

— Sim.

Ela assentiu com a cabeça e nós saímos do dormitório e começamos a andar pelo local, indo na direção do dormitório dos professores.

— Será que já está no limite?

— Acho que... — De repente um poderoso pulso de energia escapou para esquerda e eu fui jogado para direita. Um dos postes de iluminação que estava do nosso lado foi atingido. A lâmpada do mesmo explodiu e várias faíscas caíram na grama, quase iniciando um incêndio — Merda... Tinha que ser meus poderes para estragar um dia tão bom.

Levantei-me com dificuldade e Lara seguiu para me ajudar, mas recuei para que não chegasse perto, e então minhas pernas começaram a falhar.

— Wayne, eu tenho que te ajudar, não recue.

— Não dá Lara... Olha o que aconteceu com o poste. E se eu te machucar?

Mas ela sorriu para mim, como se não houvesse perigo nenhum.

— Depois que você caiu do míssil eu prometi para mim mesma que se você sobrevivesse, iria te ajudar sempre, não importando o risco — A garota se aproximou e me levantou, apoiando meu braço esquerdo sobre seus ombros. Naquele momento ela pareceu ter sentido o impacto da eletricidade, pois fez uma leve expressão de dor, mas não se deixou abalar — Não se preocupe, eu vou ficar bem. Nem está machucando tanto.

Confirmei com a cabeça. A eletricidade que estava passando pelo meu corpo era tão forte que as minhas pernas falhavam. Apenas conseguia me concentrar o suficiente para diminuir a carga que estava passando pela Lara.

Então saímos de perto do nosso dormitório. Tudo que se podia ver eram as luzes das lanternas dos vigias, os pulsos elétricos azulados que eu estava soltando e os postes de iluminação espalhados pelo local.

Chegando próximo a um dos toboáguas, conseguimos visualizar uma câmera em um dos postes próximos. Lara nos levou até moitas, onde pudemos nos aproximar sem sermos vistos e quando eu estava prestes a tocar o poste, uma onda de eletricidade saltou e destruiu o mesmo.

Então um guarda apareceu, perguntando-se o que havia acontecido. Ele jogou a luz de sua lanterna no poste, que liberava faíscas, agora destruído.

Deste local já era possível ver o dormitório dos professores, era apenas uma questão de poucos metros. Mas tudo pioraria quando o guarda ameaçou dizer pelo rádio que algo de estranho havia acontecido.

Lara tinha que agir, pois se eu atacasse, o guarda morreria eletrocutado pela energia descontrolada. Ela se levantou, seguiu sorrateiramente até ficar atrás do vigia e deu um chute nas costas dele, arremessando-o para frente e fazendo com que caísse de barriga no chão. Assustado, ele se virou apontando a arma e a lanterna para trás, mas não viu nada. O homem se levantou cuidadosamente enquanto verificava envolta pela mira da arma, porém acabou sendo acertado no rosto por um soco que veio da sua esquerda.

Quando a Lara voltou, encontrou-me suando no chão. Ela rapidamente se abaixou para me ajudar.

— O que aconteceu?

Ofegante e cansado, tentei me levantar.

— Eu estou liberando muita energia... ela está se dissipando e gerando calor... Está muito quente.

— Vem, levanta.

Andamos mais um pouco e finalmente chegamos ao dormitório dos professores. Era um grande prédio dois andares e várias janelas. A porta da frente estava fechada e aparentemente trancada. Haviam algumas câmeras próximas da mesma, mas eu destruí todas que tinham visão da entrada.

— O que faremos? Se eu usar a minha estaca vão saber que tem um Alterado aqui.

— Creio que vão saber de qualquer jeito então... — Eu coloquei a mão na maçaneta e usei a minha eletricidade para estourá-la, mas, sem querer, acabei dando um choque na Lara e a porta estourou — Droga! Você está bem?

— Sim, o choque não machucou muito — Respondeu, levemente atordoada.

Eu confirmei com a cabeça. Nós seguimos em um corredor e chegamos em uma sala com um sofá em "L". Uma mesa no meio, um corredor na direita do sofá que levava até uma cozinha. Havia uma escada de madeira na nossa esquerda e algum tipo de quarto para guardar algo embaixo da mesma.

Aproximamos-nos silenciosamente da escada quando acabamos ouvido alguns passos no andar de cima. Rapidamente nos escondemos no quarto embaixo da escada. A minha eletricidade começou a se dissipar e deixou o local muito quente, além de estarmos espremidos dentro deste local, a minha energia estava acertando a Lara e fazendo queimaduras superficiais.

Para não machucá-la, segurei em uma barra de metal que estava em cima de mim.

Observei pelas frestas da porta. Um homem e uma mulher desceram pela escada. Era o motorista e uma das professoras.

— Já são 11 horas da noite, o que eles estão fazendo acordados a essa hora? — Eu sussurrei.

Lara deu de ombros.

— Os alunos devem estar desesperados sem seus aparelhos celulares. Foi muito esperto tirar deles — O motorista falou.

— Você é muito maldoso, Cleiton.

— Eu sei, Maria.

Eles se sentaram no sofá e o homem colocou seu braço sobre o ombro da professora.

— Você também não é diferente — Deu uma risadinha maldosa — afinal foi sua ideia esconder os celulares no seu quarto.

Os dois começaram a rir e alguns segundos depois pararam.

— Quer tomar um café? — Cleiton perguntou.

— Vamos.

Eles se levantaram e se direcionaram para a cozinha. Eu e Lara saímos do quarto e logo subimos a escada. A minha eletricidade ficou mais forte e começou a destruir as paredes na minha volta, fazendo um grande barulho. Para piorar, tinham 7 portas no corredor e nosso objetivo estava em apenas uma delas. De repente os professores, que estavam na cozinha, correram para fora do local e perceberam que a porta estava pegando fogo.

— E agora, Wayne?

— Tenho uma ideia.

Para ajudar, procurei com o meu poder pelo local onde estava a maior concentração de energia, ou seja, onde estava as baterias dos celulares. Após procurar, senti uma fonte vindo da terceira porta.

— Ali!

Lara me carregou até a porta e eu coloquei a mão na maçaneta para estourar a mesma, mas sem querer acabei destruindo a porta inteira.

Ao entrar no quarto demos de cara com uma caixa grande em cima de uma cama. Nós corremos na direção dela e eu acidentalmente soltei um pulso de energia que destruiu todos aparelhos que estavam na caixa. As pessoas ficarão furiosas se descobrirem que fui eu.

E logo encontrei o descarregador que estava no fundo da caixa.

— Pronto, Lara. Esconda-se para não se machucar.

Ela confirmou com a cabeça e se escondeu atrás da parede, então eu me preparei e soltei toda a minha eletricidade no descarregador. Ela disparou para todos os lados, batendo nas paredes do quarto e no chão além de atear fogo em tudo que era inflamável. No fim eu me descarreguei, mas o aparelho acabou sendo destruído. Ele estava levemente derretido e com cheiro de queimado.

Lara voltou boquiaberta para o quarto.

— Você incendiou o local.

— Foi sem querer, a energia estava forte demais! Eu não estava conseguindo conter ela.

De repente nós ouvimos pessoas correndo nos corredores.

— Os professores estão vindo! — Lara alertou.

— Droga! — Eu rapidamente olhei em volta, a procura de alguma maneira de escapar e avistei uma janela no canto do quarto — Podemos usar aquela janela para escapar!

Eu peguei a Lara no colo, corri para saltar pela janela, antes que os professores conseguissem entrar. Nós caímos em cima de uma moita e os cacos quase me furaram. Não foi a melhor queda, mas era melhor que nada.

Então voltamos correndo para o nosso dormitório, entramos em um quarto e eu caí na cama. Finalmente podíamos respirar tranquilamente.

Lara logo seguiu até uma das malas para se trocar, naquele momento eu percebi que a sua blusa estava queimada no local onde eu havia me apoiado. E quando ela retirou, um grande ferimento apareceu em suas costas, uma terrível e grande queimadura de terceiro grau.

— Lara... você se machucou muito.

— Não se preocupe — Ela colocou a mão sobre o ferimento — Meu DNA de Alterado vai curar isso, e também já tive piores nas costas... O importante é que você está bem!

— Mesmo assim, se eu soubesse... Você aguentou a dor para me carregar.

— Para mim o importante é que você está bem — Ela colocou uma blusa lilás, virou-se na minha direção, andou até a cama e se sentou na mesma enquanto colocava sua mão sobre a minha direita — Para mim é mais fácil me sacrificar por você do que te perder.

Eu sorri, coloquei minha mão esquerda em cima da cabeça dela e fiz um cafuné.

— É muito fofo da sua parte, mas valorize a sua vida. Eu não te salvei para se matar por mim — ela sorriu de repente e eu continuei — Vamos dormir, hoje foi um dia cansativo.

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