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Olhos vazios ou tristes?

Sem entender o que estava acontecendo e com um pouco de sono, eu abri meus olhos. Meu corpo estava amarrado em uma cadeira dentro de uma sala levemente escura. Com a visão turva eu olhei em volta e tomei um susto ao ver Lara encostada em uma das paredes.

— Como eu cheguei aqui? Onde estamos?

— Não faça perguntas e não se mecha muito, as cordas irão te machucar.

— Eu posso me livrar delas em um segundo — Eu disse ainda desnorteado.

Naquele momento Lara mostrou um leve sorriso, direcinou-se para a minha frente e cruzou o braços.

— Então por que não tenta?

— Vai se arrepender de falar isso.

Apertei as minhas mãos, respirei fundo e tentei puxar o máximo de poder possível para estourar a corda, porém nada aconteceu. De repente, Lara abriu um sorriso maior.

— Por que você está rindo? O que você fez comigo?

— Eu não fiz nada com você, mas sim com seus poderes. Consegue ver as algemas no seu pé? Elas estão aterradas por cabos, sua eletricidade é inútil no momento.

— Que droga!

Baixei a cabeça derrotado. Alguns segundos de silêncio se passaram até que olhei para os olhos da Lara e decidi perguntar algo:

— Por que você faz isso? Por que obedece as ordens deles?

Ela não demorou ao desviar o olhar.

— Apenas cale a boca e fique quietinho.

A garota seguiu até uma parede e se sentou no chão próximo a ela. Estava com os joelhos levantados e seus braços em volta das pernas, não demonstrou nada além de um olhar triste. Isso era estranho, ela não parecia o demônio assassino que eu vi anteriormente. Naquele lugar havia olhos sem vida, mas aqui apenas existem olhos tristes.

Santiago apareceu de repente. Estava com uma pasta na mão direita e parecia um pouco agitado, o que me assustou um pouco.

Ele pegou uma cadeira que estava no canto do cômodo e sentou na minha frente, ficando cara a cara comigo.

— Como vai, Experimento 17?

— Para de falar esse negócio de Experimento 17!

— Por que, 17? Quer saber de onde veio isso?

— Vai para o inferno!

— Ainda não posso ir — Santiago se levantou e viu a cicatriz nas costas da minha cabeça, pareceu se lembrar de algo — Você iria se tornar como a Lara, um soldado modificado pelo poder do AMSC, só que você seria mais do que isso. Pode ser que consiga até mesmo suportar o Cubo de Runan, você seria o soldado perfeito! Ainda mais com suas habilidades de combate. E agora você está aqui, e vai poder me ajudar com um último objetivo...

— Então por que não usa esse Cubo de Runnan em mim?! — Interrompi, agitando-me na cadeira.

— Calma lá, estressadinho, suportar não significa sobreviver, eu ainda teria que administrar isso, e mesmo se eu quisesse o Cubo está afundado no AMC, dentro daquele laboratório, mas quando descobrirem algum jeito de entrar lá, vou pegar o Cubo de Runan e te transformar na arma absoluta. Até lá, sinta-se confortável em nossas instalações — Santiago deu um tapinha no meu rosto.

Ele se afastou de mim e com um olhar fez a Lara se levantar. O homem sussurrou em seu ouvido:

— Outro alvo — Mostrou a pasta — Esse é o endereço. Mate todos.

— Por que isso agora? Você tinha mandado eu vigiar ele!

Porém Santiago apenas mostrou seu olhar, e Lara recuou. Ele não precisava dizer as palavras que a garota conhecia tão bem.

Ela rangeu os dentes e, com raiva, retirou a pasta da mão do Santiago.

— Espero que a Zero não venha desta vez — Logo saiu pela porta e a bateu com força.

Os olhos de Santiago agora se voltaram a minha direção.

— Vou mandar outra pessoa para te vigiar — Então ele seguiu para porta mas, antes de sair, olhou por cima do ombro — Cuidado em quem você confia. Jack tem mais coisas escondidas do que você pensa.

Também deixou a sala sem me dar a chance de perguntar algo.



Clara acordou dentro de um carro em movimento. Ela estava com seu rosto doendo e suas mãos algemadas. Perguntava-se o que tinha acontecido, pois sua memória estava vaga e pouco nítida.

— Que dor de cabeça... para onde está me levando?

— Para um galpão.

Clara de repente se lembrou das palavras de Jack.

— Não sou tão valiosa assim para eles...

— Não se engane — Jack disse rapidamente — sem você eles não tem controle sobre os Experimentos. Vão querer te recuperar a todo custo.

O carro parou em um galpão. Jack ajudou Clara a sair do veículo e levou-a até uma grande porta de metal. Com o barulho agoniante do metal enferrujado arrastando, diversos ratos e baratas fugiram desesperados do local.

O interior da construção não era muito grande. Tinha o chão de terra, alguns pedaços de metal espalhados, algumas pedras que saíam do chão como estalagmites, buracos no teto que deixavam passagem para luz e alguns móveis velhos que já estavam no local.

Jack logo levou a mão no bolso e revelou uma chave para remover as algemas da Clara, o que a deixou extremamente confusa.

— Você não vai me deixar presa? — Perguntou enquanto passava a mão por um pequeno machucado no seu braço, causado pelas algemas.

— Você não tem porque fugir. Não vai querer voltar para a Lupus e não tem outro lugar, por outro lado eu quer te fazer algumas perguntas e assim você deve ficar mais tranquila.

— Entendi.

Jack ajustou uma mesa próxima. Ele apoiou seu quadril na mesma e cruzou os seus braços.

— Por que você não entregou o garoto?

Clara sentiu um forte baque já com a primeira pergunta e olhou para outro lado.

— Fique à vontade — Jack falou, ainda tentando tranquilizá-la.

Ela confirmou com a cabeça e voltou a olhar para o homem.

— Eu fui enviada para capturar o Wayne depois que começaram a suspeitar que alguns Experimentos não serviriam. Nora queria que, pelo menos, seis sobrevivessem. Após pesquisas, descobriram que o Wayne pode ser capaz de suportar o Cubo de Runan e me disseram que ele tinha acabado de perder as memórias e virou orfão, andando sozinho pelas ruas, tornou-se um alvo fácil para a Lupus.

— Vá direto ao ponto — Jack ordenou, mas foi ignorado.

— Quando encontrei ele, estava tão sozinho e triste... eu... eu não consegui levá-lo. Qualquer outro agente que fosse enviado teria terminado o trabalho, mas eu não consegui. Não podia deixar ele passar por tudo aquilo, então decidi adotá-lo — Clara sorriu e colocou a mão sobre a barriga — Após isso, acabei criando um certo afeto por ele, tornou-se o filho que não pude ter. Você também não é muito diferente, eu entendo o porque, ele é parecido...

— Não toque nesse assunto — Interrompeu.

— Você não precisa ficar com raiva por causa disso. Não foi sua culpa, não é pecado espelhar ele...

Jack socou a mesa, assustando Clara, que deu alguns passos para trás.

— Você que sabe.

O homem não disse nada. Apenas respirou fundo e andou até a porta do galpão.

— Qualquer coisa procure na bolsa, tem comida.



Ainda amarrado, a barriga já implorava por comida e as pernas formigavam de tanto tempo sentado nesta cadeira.

— Estou com fome — Reclamei com a voz trêmula.

— E vai continuar com fome! Também não fique reclamando senão você vai se arrepender — Vitória ameaçou.

Que mulher chata! Pelo menos a Lara era mais gentil! E no mesmo momento que pensei no nome da garota, a mesma entrou na sala com uma feição vazia.

— O que você está fazendo aqui? — Vitória perguntou com desdém.

Lara franziu a testa.

— Cala boca sua piranha — Rebateu — Exceto Zero eu sou a única que pode segurá-lo se fugir.

— Dane-se! Santiago ME COLOCOU AQUI — A mulher enfatizou com batidas no peito.

— Eu adoraria te deixar mofando nessa sala, Vitoria, mas a porcaria da missão é minha.

— Não ligo, anã de jardim.

Os dentes de Lara rangeram intensamente e a garota explodiu em fúria, gerando uma estaca que saiu do chão e se aproximou rapidamente da testa da Vitória, quando...

— Lara! — Santiago gritou.

Ela interrompeu a estaca alguns centímetros antes de perfurar a testa da Vitória, que correu para trás do Santiago.

— Você viu? Aquela doida quase me matou!

Mas Santiago puxou a mulher pelo braço, apertando fortemente seu pulso.

— A próxima vez que você procurar um jeito de morrer, eu ficarei apenas olhando, entendeu?

— Sim... — Vitória falou, contorcendo-se de dor.

— Agora vá para ala 5 no corredor 2. Clara sumiu e precisamos que você procure pelo rastreador da roupa.

— Entendido... — Vitoria disse e Santiago largou o pulso.

Lara respirou fundo quando a porta se fechou, e logo estava sentada no chão, abraçando suas pernas.

— Por que ela implicou com você? — Perguntei de repente.

— Por que ela tem ciúme.

— Ciúme? O Santiago é algo seu?

— Não! — Respondeu como se eu acabasse de ofendê-la — Ele só tem preferência. Quer dizer que se fosse para escolher, por exemplo, ele me escolheria, mas não quer dizer que goste de mim. E o mesmo vale pro meu lado. Eu odeio aquele homem!

— Entendi... pelo que eu fiquei sabendo, ele é muito ruim.

De repente Lara percebeu a situação que se encontrava e começou a negar com a cabeça de maneira relutante.

— Olha, nem sei por que estou falando isso com você. Apenas fique quieto, por favor.

Passou-se um minuto e minha barriga roncou. Uma imensa vontade de comer um hambúrguer passou pela minha cabeça.

— Você está com fome?

— Sim, mas a outra moça não me deu comida.

— Ela é terrível... Espera um pouco, eu já volto.

Lara saiu pela porta e depois de alguns minutos voltou com um prato de comida. Havia arroz, feijão e um pouco de carne. Ao ver aquilo a minha barriga gritou de felicidade.

— Toma, é só você comer — Ela colocou o prato no meu colo.

— Então... minhas mãos estão um pouco... presas.

De repente Lara ficou corada ao lembrar de algo.

— Tá bom. Vou te dar comida na boca, mas não ache que isso é algo de especial!

— Ok!

Ela pegou uma cadeira e a colocou na minha frente. Encheu parcialmente a colher de madeira e assoprou a comida quente, depois colocou na minha boca. No mesmo instante que as papilas gustativas entraram em contato com a comida, o estômago entrou em festa, parecia comemorar com fogos de artifício. A Lupus pode ser maligna, mas eles sabem cozinhar muito bem.

Mas Lara estava com os olhos mais tristes que antes. A memória em sua cabeça se tornava cada vez mais nítida.



— Hora do almoço — Uma mulher anunciou ao entrar no quarto dos Experimentos — Hoje não terá disputa pela comida, sigam e peguem suas respectivas porções.

Todos obedeceram e seguiram até a área de refeição. Este dia era uma das poucas exceções onde a comida não era disputada, pois o SSM havia feito um ataque à base e todos os guardas estavam na batalha. Sem ninguém vigiando era mais seguro distribuir porções.

Lara logo pegou uma bandeja e procurou por Luna: uma garota parda de cabelo curto e castanho, olhos do castanho mais claro e longe dos guardas não deixava de mostrar seu sorriso. Estava utilizando uma roupa cinza com alguns rasgados, vestimenta que era dada a todos Experimentos.

A garota se sentou no chão, ao lado de sua amiga, e logo percebeu que ela aparentava uma certa dificuldade para segurar o talher de madeira.

— Que dor — Luna reclamou baixinho.

Lara logo investigou e percebeu que as mãos de sua amiga estavam queimadas.

— Como isso aconteceu? — perguntou preocupada.

— Foi a tortura de hoje. Eles usaram um maçarico e água fervente, depois passaram uma pomada, mas tá ardendo bastante.

— Luna, eles são muito maus com a gente...

— Não se preocupe, isso é temporário. Meu pai ensinou bastante a mim e ao meu irmão. Eu te garanto que um dia nós vamos fugir deste lugar e nós duas seremos livres, seja por conta própria ou não. O SSM está aqui, por isso temos que ter fé!

Luna novamente tentou pegar a colher para comer, mas não conseguiu segurá-la por conta da dor que estava sentindo nas mãos. E desta vez a colher acabou caindo sobre chão sujo.

As mãos da garota estavam trêmulas e fracas demais para segurar o talher e a dor apenas piorava.

— Está muito difícil de segurar.

— Espera — Lara pegou o próprio talher e retirou um pouco da comida do prato de sua amiga. Ela ergueu a colher e sorriu — Eu dou para você.

Luna sorriu levemente e negou com a cabeça.

— Não precisa se preocupar comigo. Se fizer isso a sua comida vai esfriar.

— Não tem problema — Lara insistiu com a colher e Luna abriu a boca.



— Ei, por que você está chorando? — Perguntei e de repente Lara se deu conta de que estava acontecendo. Ela pareceu meio constrangida e, por alguns segundos, enquanto eu olhava nos olhos dela, pareceu que tinha inocência neles, como se ela tivesse acordado de um longo sono.

Lara se levantou rapidamente da cadeira e levou o prato que estava quase vazio com ela.

— O que aconteceu? — Perguntei novamente.

Mas a garota apenas ignorou e saiu da sala enxugando suas lágrimas com o braço. Sem entender o que tinha acontecido, eu fiquei me perguntando em pensamento o que poderia ter causado aquilo. Seu olhar mudou drasticamente e ela murmurou um nome: Luna... esse nome... por que ele me incomoda tanto?



Jack chegou novamente no galpão e encontrou Clara sentada no chão enquanto fazia alguns cálculos na terra.

— Parece que você não tentou fugir.

Ela levantou e andou na direção dele após espanar a calça com a mão.

— Não tenho porque fugir. Você estava certo, de qualquer jeito vai dar no mesmo.

O homem seguiu até uma das mesas próximas e colocou uma bolsa negra sobre ela. Em seu interior tinha alguns itens que comprou, e dentre estes estava um dispositivo parecido com os detectores de metais usados por policiais.

Jack seguiu até Clara com o aparelho em mãos e pediu para ela abrir os braços em posição de "T".

— Para que isso?

— Santiago é meticuloso — Jack passou o detector pelo corpo dela e ele começou a apitar no braço direito, onde havia um leve volume próximo da manga do seu braço. Com uma pequena faca removeu o que tinha lá: um rastreador escondido dentro das camadas da roupa.

Clara ficou boquiaberta ao ver.

— Eu juro que eu não sabia...

— Eu sei, mas agora temos problemas.

De repente, a parede do galpão explodiu. Já era noite, então a luz do sol não estava presente para iluminar quem tinha entrado.

— Droga... — Clara engoliu em seco.

Apenas havia uma luz acesa dentro do galpão, ela iluminava a porta, próxima do local onde Clara estava fazendo cálculos. Todas as outras lâmpadas estavam apagadas.

Então, levemente iluminados pela luz que estava acesa, dois homens apareceram. Um deles estava vestindo uma roupa de ninja completamente verde e o outro com a mesma roupa de ninja, mas esta era negra.

— Quem são vocês? — Jack perguntou, sem temer.

Sem nem mesmo responder o homem de preto jogou uma estrela ninja na direção do rosto de Jack, e ele desviou sem dificuldade, porém o pequeno intervalo de tempo que usou para desviar foi o suficiente para o ninja verde se aproximar e ter alcance para cortá-lo com sua espada.

Jack apenas conseguiu saltar para trás quando a lâmina tocou sua pele, mas ainda saiu com um leve arranhão na barriga. A espada era tão afiada que perfurou o colete como papel e passou tão próximo que se cortasse, Jack não teria salvação.

— Esses caras... eles não estão usando o Ultrarraciocínio, então o que é isso? — Perguntou a si mesmo. E parecia já ter visto a técnica que eles estavam usando, mas não se recordava de onde conhecia tal habilidade.

— Mas eles não estavam entre os Experimentos — Clara falou.

— Eu também não sei como, mas eles estão usando algo para ficarem mais rápidos.

Jack percebeu que para ganhar essa luta precisaria de se mover na mesma velocidade que eles, para isso, ele ativou seu Ultrarraciocínio de 3 vezes. Então preparou a base e entrou em posição de combate.

De repente o homem de verde partiu para o ataque e, em apenas alguns segundos já estava cara a cara com Jack, não hesitando ao estocar contra o seu peito, mas Jack esquivou para o lado e contra-atacou com um soco em cheio no rosto do ninja, que rolou para trás e se viu forçado a recuar.

— Já chega de aquecimento, verde — O ninja negro falou.

Ele andou até uma sombra que estava em uma parte não iluminada do galpão e se camuflou. Segundos depois já estava tentando, pelas costas de Jack, cortar seu o pescoço na horizontal, mas o homem agachou a tempo e rapidamente contra-atacou com um gancho de direita, arremessando o ninja com o impacto.

— Parece que vocês não são tão bons assim. Muitos Normais da Lupus já me deram mais trabalho.

— Vai para o inferno! — Ninja negro gritou.

Ele guardou a espada na bainha e circulou nas sombras. De repente era possível escutar sua voz, mas Jack não conseguia ver onde o inimigo estava. Contar com a reação naquele momento era perigoso, pois ao deixar qualquer brecha seria fatiado. Então Jack começou a lutar a sério. O homem fechou os olhos, alinhou a postura e respirou fundo, não deixando o ar escapar.

Instantes depois o ninja negro apareceu na sua esquerda e no mesmo segundo Jack reagiu socando no rosto. Todo o corpo do ninja sentiu o impacto e foi arremessado incrédulo de volta as sombras.

— COMO — O ninja negro gritou histérico — COMO VOCÊ SABE ESSA HABILIDADE?!

— Já tive tempo o suficiente na minha vida para aprender todos os estilos de luta do mundo, mas nem de todos eu me lembro onde consegui. Este eu apenas sei como fazer. Agora caso continuemos nessa brincadeira chata eu irei ganhar em poucos minutos... e já que conhece essa habilidade sabe muito bem disso. Julgo pela sua maneira precipitada de agir que nunca tenha conseguido dominá-la, e está atacando a todo custo para compensar a falta de dom.

— SEU DESGRAÇADO! NÃO SUBESTIME UM RENEGADO DOS YUN.

— Calma, temos que ir juntos! — O verde confrontou.

— Dane-se.

O homem de preto puxou sua espada enquanto corria na direção de Jack e, ao se aproximar, tentou cortar verticalmente o seu ombro esquerdo, mas ele evitou o ataque desferindo um golpe com as costas de sua mão esquerda no sulco da espada, e rapidamente contra-atacou com um poderoso soco de direita no rosto do ninja, impulsionado pelo Ultrarraciocínio de seis vezes. Em seguida, Jack se agachou e pegou uma das estrelas que estavam na cintura do homem.

— Sua vez — Disse olhando diretamente para o verde, que apenas conseguiu engolir em seco.

Jack de repente jogou a estrela ninja e o verde desviou facilmente, pulando para a direita, mas por conta disso acabou deixando uma abertura na sua guarda. Jack se aproximou ainda usando o Ultrarraciocínio de seis vezes e socou o ninja verde na barriga. Tendo desviado da estrela ninja, não conseguiu realizar outra esquiva e foi acertado em cheio.

Clara ao ver que a batalha havia acabado, saiu de trás dos metais e pedras que saíam do chão.

— Impressionante — ela admitiu.

— Não tanto. Foi fácil, seria mais chato se eles tivessem trabalhado juntos o tempo todo, mas seus movimentos eram repetitivos e previsíveis.

De repente uma forte dor de cabeça atingiu Jack, fazendo-o bambear e forçando uma queda de joelhos no chão. Preocupada com o que poderia ter acontecido, Clara deitou o homem no chão e começou a examinar.

— Você está usando demais o Ultrarraciocínio! Já usou há poucas horas e forçou mais ainda agora.

— Eu sei, mas foi necessário — Jack disse com um pouco de dificuldade por causa da dor.

— Está sentindo a cabeça latejar? As coisas estão girando?

— Minha cabeça apenas está doendo.

Mas Clara apenas respirou aliviada depois que percebeu que o canto dos olhos estava apenas vermelho, e não roxo, o que seria extremamente preocupante, pois era sinal de que o Ultrarraciocínio tinha danificado seu usuário.

— Graças a Deus não é um efeito colateral perigoso — Logo em seguida desviou seu olhar para os ninjas caídos no chão — E o que você vai fazer com eles?

Jack ajeitou-se para permanecer sentado.

— Vou amarrá-los e ver se consigo remover alguma informação, mas antes eu vou descansar um pouco.



Depois de algumas horas, os ninjas acordaram. Quando se deram conta, perceberam que estavam amarrados em uma grande viga de metal. Ela estava presa no chão do lado de fora do galpão. Naquele momento os primeiros raios de luz do nascer do sol direcionaram-se para o rosto deles.

— O que vocês vieram fazer aqui? — Jack questionou.

O ninja negro, um pouco desnorteado e sonolento, riu em deboche. O homem abriu os olhos com dificuldade e olhou para Jack. Com a luz do sol foi possível ver uma coloração prateada em volta da íris do ninja, que se esvaiu até desaparecer.

— Viemos te matar — respondeu sem temer.

— Sobre as ordens de quem?

— Acho que não preciso responder.

Jack entendeu no mesmo instante e entrou no galpão para pegar um rádio caseiro que estava sobre uma mesa. Era como um rádio convencional, porém este tinha com sigo pedaços do rádio de Clara. Em seguida entregou-o a moça, que sintonizou no canal que precisava.

Poucos segundos depois houve uma resposta do sinal.

— Santiago, eu sei que está ouvindo. Essa mensagem está sendo transmitida em todos os seus rádios. Estou com a Clara e sei muito bem que sem ela você não tem controle sobre os Experimentos.

Depois de alguns segundos, Santiago respondeu:

— Olá, velho amigo. Você se infiltrou nos nossos rádios, bom trabalho! Mas pode ficar tranquilo, já providenciei um resgate.

— Você está falando do dueto do amor? Os ninjas verde e preto? Não acredito que você realmente achou que esses palhaços me derrotariam.

De repente escutaram uma gargalhada do Santiago.

— Isso era um pouco óbvio, eu apenas queria que ganhassem tempo e te desgastassem. Neste exato momento tenho um exército indo para sua direção. Imagino que esteja no limite do uso de seu Ultrarraciocínio.

— Não se engane, por mais que a luta tenha me cobrado, somente se enviar alguém com AMSC poderá recuperar Clara a tempo. E eu sei que não pode pedir ajuda a Clarisse, ela te mataria se soubesse que você falhou.

Houve um momento de silêncio.

— Eu não preciso dela com tanta urgência, e você acha que pode derrotar um exército? Quanto tempo irá durar?

— O suficiente para Lara sair do seu controle, então você terá que escolher.

Santiago gargalhou novamente.

— Que fofo Jack, está com medo de perder mais alguém? Confesso que ele realmente lembra o seu irmão... mas ele está igual sua filha... bem morto.

— Eu vou te pegar seu filha da puta! — Jack gritou cheio de fúria.

— Não vai Jack e eu não vou realizar essa troca, você não vai durar e eu tenho certeza. Espero que se divirta com o exército.

Santiago desligou o microfone. Jack ficou tão furioso que descontou sua raiva nas paredes do galpão.

Clara se aproximou e colocou a mão sobre seu ombro, em uma tentativa de acalmá-lo.

— Eu disse que ele não ia realizar a troca...

Mas o mesmo negou com a cabeça e olhou por cima do ombro:

— Você está errada. Sem você ele não tem controle sobre os experimentos, muito menos sobre a Lara.

— E o exército?

— Não se preocupe, ele vai fazê-lo recuar. Não pode mandar Lara ou Zero, senão se ferra e nós não temos para onde fugir. É o mais próximo possível da base e esse semi deserto nos deixará com insolação em poucas horas.

Clara assentiu.



Ainda amarrado na cadeira, senti o peso do tédio me consumindo de dentro para fora. Lara ainda permanecia sentada no canto da sala. Com as mãos cruzadas, ela girava os polegares enquanto esperava o tempo passar. As poucas formigas que transitavam pelo chão era o mais próximo de entretenimento que Lara tinha.

Já devia ter completado um dia sentado nesta cadeira sem ter o que fazer. Com certeza quando eu me levantar ficarei com a marca da cadeira na minha bunda.

— Esse lugar é muito chato! — eu reclamei — Como que você consegue passar o tempo aqui?

— Eu observo as formigas... As vezes algumas passam pelo chão, é legal olhar.

Confirmei com a cabeça. De repente Lara levantou o rosto e olhou diretamente para mim.

— Você tem família?

o peso daquela pergunta derrubou o pouco de ânimo que eu ainda tinha.

— Que eu saiba não. Sofri um acidente no início dos meus 14 anos e perdi todas as memórias. Cheguei a procurar por todos os cantos na expectativa de achar meu sobrenome, mas nenhum Wayne nasceu em MoonLight. Então chegou o momento que eu apenas aceitei e passei a viver o presente invés do passado.

— Entendo...

Olhei novamente para Lara e relutei um pouco, mas decidi perguntar:

— Quem é Luna?

Apesar de saber que a Luna era amiga dela, decidi perguntar. Talvez ela poderia se abrir comigo e eu saiba mais sobre esse nome que tanto me incomoda. Por mais que Jack dissesse que Lara é um monstro, não era isso que eu enxergava ao olhar o mar de tristeza que os olhos da garota emanava.

— Como você sabe esse nome?

— Você fala dormindo. É engraçado que você está me vigiando, mas quem dormiu esse tempo foi você.

Lara sorriu levemente.

— Sem graça... — Ela ficou alguns segundos em silêncio e pareceu bem pensativa. E então olhou diretamente para mim. Parecia hesitante, mas insistiu para que a fala saísse — Eu era apenas uma criança...

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