Não são mais os seus olhos
Depois daquele dia as autoridades fecharam a faculdade temporariamente pela falta de segurança. Vários policiais foram enviados para fazer perícias e investigar as câmeras, mas todos os vídeos do dia foram apagados e a perícia não achou nada. Eu e Elisa fomos interrogados e nós contamos tudo que aconteceu no dia, mas as informações não levaram a polícia em nada.
Em vários canais de televisão estavam passando a notícia do desaparecimento do Eduardo, eles diziam que a falta de segurança estava absurda e acabaram perdendo mais tempo discutindo sobre a segurança do que fazendo algo a respeito do garoto.
Eu apenas pude ajudar Clara a tentar encontrar qualquer rastro do Santiago ou do Eduardo. Porém não achamos nada, nem se quer uma gravação. Santiago estava sendo meticuloso o suficiente para apagar as câmeras que o vigiavam, ainda assim não foi cuidadoso o suficiente, pois o algorítimo de Clara pegou uma câmera de um prédio distante.
Ela pegou diversas entradas e saídas de Santiago por uma semana. Ele entrava e saía com diversos aparelhos e facas em uma fábrica abandonada. E depois de algumas horas Clara já tinha sua localização.
Estava na hora de fazer Santiago pagar.
Santiago entrou acompanhado da Zero na fábrica abandonada. Ele passou por algumas pilastras e plásticos pendurados que estavam no caminho, até que chegou em uma sala que era fechada por uma porta de metal. Abrindo ela, uma pequena câmara fria foi revelada. Algumas carnes podres estavam penduradas e no canto da pequena sala havia cadeira com alguém amarrado. Era o Eduardo. Ele estava sangrando, com diversos corte sobre a pele, hematomas no rosto e nos braços, diversas queimaduras tanto de fogo quanto de gelo.
Santiago também o deixou em diversas ilusões enquanto torturava, o que aceleraria o processo em muitas vezes.
O homem puxou o cabelo do Eduardo mais uma vez com sua mão esquerda, forçando o garoto olhar em seus olhos. E o olhar frio fez Santiago sorrir sadicamente, mas ele logo se controlou.
— Vai colocá-lo na ilusão mais uma vez? — Zero perguntou.
— Não precisa — Soltou o cabelo do Eduardo e pegou a seringa com seu último frasco de AMSC — Ele está pronto.
— E quem diria que ele é Compatível... É até estranho em pensar que uma série de ilusões facilitaria as torturas... Abalo mental realmente é a mais poderosa das torturas, mas sabe que ele ainda pode morrer não é? Querendo ou não foi pouco tempo de tortura.
— De fato, mas ele fará de tudo para sobreviver, ou melhor, para se vingar... é o nosso trunfo — Então Santiago injetou o líquido negro no braço do Eduardo. De repente o garoto começou a tremer e se balançar na cadeira. Alguns segundos depois, parou e apenas respirou. O sangue sobre o corpo do Eduardo se moveu até os braços e garras vermelhas se formaram. Naquele momento o garoto forçou seus braços para cima e as garras destruíram as correntes que o amarravam. Eduardo olhou tenebrosamente para frente enquanto o ódio transbordava por seus olhos.
— Ele está pronto.
Tinha acabado de colocar a roupa que Jack me entregou no dia que nós pegamos os arquivos da Lara. Clara aproveitou e fez modificações na mesma, colocando chapas de aço muito reforçadas e leves dentro do tecido, para servir como armadura e facilitar a passagem de eletricidade do meu corpo. O visual era igual, mas sua funcionalidade melhorou.
Lara estava com a roupa negra com detalhes roxos. A garota desceu a escada correndo para nos acompanhar. E quando quase partíamos com o carro, Clara nos abordou.
— Não vão ainda.
Ela abriu uma maleta negra.
— O que tem aí? — Perguntei
— Algo que vai ajudar. O poder do Santiago é criar ilusões por meio de ondas e vibrações enviadas por seus olhos — Clara abriu a maleta. Ela retirou uma pequena lente transparente — Então criei essas lentes para bloquear essas ondas.
— Muito bem, Clara, isso vai nos ajudar muito — Jack agradeceu.
De repente a moça ficou constrangida e entregou as lentes com a cabeça baixa.
— Boa sorte e não tirem as lentes — Depois de terminar a frase, Clara correu para sua sala tecnológica.
— O que aconteceu com ela? — Jack perguntou e eu dei de ombros.
— Não faço a menor ideia.
A antiga fábrica era uma construção abandonada. As paredes estavam danificadas e a tinta desbotada. Não havia vidros nas janelas, várias pilastras estavam pichadas e a única passagem se difundia em vários caminhos.
— Vamos nos separar — Jack falou — Se formos juntos vai demorar muito.
Eu e Lara confirmamos com a cabeça e logo nós seguimos para caminhos diferentes.
Passei por alguns plásticos pendurados e telhas quebradas. Continuei andando por aquele imenso silêncio e cada passo ecoava pelo local. Até que as pilastras quebradas desapareceram, dando visão de uma grande sala aberta. De pé ao longe estava o Eduardo.
Logo um sorriso se abriu no meu rosto e eu corri na sua direção, para o abraçar.
— Eu estava muito preocupado com você.
Mas ele se manteve em silêncio e por trás das minhas costas levantou sua mão direita. Continuei abraçando forte, estava muito feliz em vê-lo bem, mas um mau pressentimento passava por minha mente.
E quando percebi garras de sangue estavam me atacando. Eu rapidamente me afastei e a pilastra que estava do meu foi destruída. Olhando para seu braço, podia se ver uma espécie de garra de sangue que cobria sua mão direita. Ele me olhava com um olhar assassino, como se aquele Eduardo que eu conhecia já não existisse mais.
— O que é isso, Eduardo? — Eu perguntei enquanto lentamente tentava me aproximar — O que fizeram com você?
Apenas ficando em silêncio, ele correu em minha direção enquanto tentava cortar o meu peito. Eu desviei, mas tudo à minha volta foi fatiado como se fosse papel. Eduardo ainda tentou me acertar com três cortes em diagonal. Esquivei-me dos primeiros dois, mas o terceiro veio muito rápido, então coloquei o braço para defender. As garras imparáveis perfuraram o mesmo e tive que chutar o garoto para desvencilhar seu ataque.
Meu braço sangrou bastante e de repente eu tinha perdido o movimento do mesmo. Eduardo novamente estava se aproximando, com suas garras apontadas para o meu rosto.
— Eduardo, para com isso! Você não é assim!
Ele intensificou o passo e veio correndo.
— Quem você acha que é, seu desgraçado! — Vociferou.
Eduardo tentou me acertar em diagonal, mas no último segundo eu desviei.
— O que eu fiz para você? Você é meu amigo!
Eduardo enfureceu mais ainda e lançou seu braço para a direita, destruindo outra pilastra.
— Amigo? Você mesmo falou que eu nunca fui!
Ele impulsionou seu corpo na minha direção e, em um piscar de olhos, suas garras estavam a um passo de dividir meu rosto em cinco partes diferentes. No último segundo eu saltei para trás, em uma tentativa de ganhar distância.
— Eu nunca falei que você não era meu amigo!
— Mentiroso! — Gritou — Quantas vezes eu ouvi isso de você, além de ter beijado a garota que eu gosto!
— Mas eu... — Tentei falar, porém ele me atacou, novamente tentando perfurar meu rosto — Eduardo, para com isso!
Porém ele continuou atacando até que começamos a nos aproximar de uma parede. Sendo pressionado assim e não conseguindo falar com o Eduardo, decidi que vou lutar a sério.
Mesmo usando o Ultrarraciocínio de duas vezes, Eduardo ainda se movia muito rápido, então eu precisava de algo mais, eu necessitava da ativação do Raio de Esperança.
Segui para atrás de uma parede, concentrei e tentei ativar meu poder, mas nada aconteceu. Tentei mais algumas vezes, do mesmo jeito que tinha feito antes, mas nada aconteceu. Por que meu poder não ativava?
De repente Eduardo quebrou a pilastra que me escondia e voltou a correr atrás de mim.
Estávamos agora em uma área que ficava atrás da fábrica. Ela era cheia de contêineres velhos e grandes caixas de madeira que já estavam podres. O local era como se fosse um antigo depósito abandonado.
Escondi-me entre os contêineres dentre os muitos que estavam lá e tentei novamente ativar aquele poder, mas mesmo depois de seis vezes nada aconteceu. E cada vez mais alto eu escutava as garras do Eduardo arranhando as paredes de metal dos contêineres.
— Apareça, Wayne — Ele falou, lentamente — Você vai sofrer!
— Eduardo! Eu não tenho culpa por você gostar de alguém que não te ama! A Elisa gostava de você como amigo! A culpa disso é sua!
— Não, Wayne, é sua! Você me jogou no chão, humilhou-me, beijou a garota que eu amo e destruiu minha confiança. Pessoas como você... — De repente o contêiner na minha direita foi fatiado e Eduardo apareceu, sua mão direita estava vindo na direção do meu peito — Não merecem viver.
A minha vida passou na frente dos meus olhos. Senti as cinco garras que completam seus dedos perfurando meu peito e a ardência de seu corte, mas, em um piscar de olhos, diversas estacas negras seguraram a mão do Eduardo e outras apontaram para que não avançasse. Suas garras pararam antes que o mesmo conseguisse perfurar por completo, além disso, a chapa de aço ultra reforçado ajudou a segurar as garras.
Quando olhei por cima do ombro do Eduardo, vi a Lara ofegante. Ela estava se apoiando na parede com a mão esquerda enquanto segurava seu abdômen com a mão direita. Jack estava do seu lado, de pé, ele tinha roupas rasgadas e ferimentos superficiais. Com o tempo que ela ganhou, eu pulei para trás, mas acabei caindo de joelhos no chão. Estava sem forças pela perda de sangue, precisava estancar logo para o AMC me curar.
Eduardo olhou nos meus olhos e puxou sua mão direita, cortando as estacas da Lara como se não fosse nada.
— Que foi? — Ele perguntou — Chamou seus amiguinhos?
— Vai se ferrar, Eduardo.
Ele sorriu e começou a andar na minha direção, mas antes que ele pudesse fazer algo, mais estacas da Lara bloquearam seu caminho e muitas apontaram para seu rosto. Eduardo se preparou para destruí-las, mas Santiago apareceu atrás dele apoiado nos ombros da Zero.
— Chega Eduardo — Ele ordenou — vamos embora.
O garoto se virou para trás sem entender o por quê disso.
— Mas e a minha missão?
— Olhe para as suas mãos — O garoto finalmente percebeu que as garras de sangue estavam desaparecendo — Você não conseguirá fazer nada sem elas e não se esqueça do seu objetivo.
Eduardo olhou as estacas, e seu olhar disse a vontade que tinha de me matar naquele momento. O garoto logo correu na direção do Santiago, mas sua jura de morte já fora dita com os olhos.
Com muita dificuldade, levantei-me e segui na direção do Jack.
— O que o Santiago fez com ele?
— Depois eu te explico, agora se permita descansar — Jack de repente me segurou quando eu caí desmaiado em seus braços. Ele carregou até uma pequena caixa próxima e me colocou sobre ela. Jack retirou o peitoral da minha roupa e viu os cinco arranhões na minha pele.
— Ainda bem — Ele suspirou aliviado — Não perfurou a caixa torácica, se não fosse aquele material e a Lara...
— E o braço? — Lara perguntou.
— Não se preocupe, por enquanto AMC dá conta, apenas precisamos estancar para que ele se cure mais rapido.
Jack colocou sua mão direita no dispositivo em seu ouvido.
— Clara, preciso que verifique algo e prepare a sala médica para o Wayne.
— Ok, quando vocês chegarem eu vejo. Por enquanto traga ele para casa.
Eles me colocaram deitado nos bancos de trás enquanto minha cabeça ficava sobre colo da Lara e Jack me levou direto para casa.
Logo que cheguei, fui socorrido pela Clara. Ela estava aliviada por ter colocado aquelas proteções a mais, pois graças a elas e a Lara eu estava vivo.
A moça colocou as ataduras enquanto o angustiante silêncio dominava.
— Eu não consegui usar o Ray of Hope — Falei após acordar desnorteado — Tentei várias vezes, mas não ativou.
— Fique tranquilo — Clara sorriu — O seu poder não deve estar ativando por causa do Eduardo, é provável que você está com medo de machucá-lo. É por isso que Santiago o pegou... ele precisava de alguém que te fizesse hesitar.
Eu assenti com a cabeça e acabei adormecendo novamente.
Jack, que observava de longe, direcionou-se até a sala e Clara logo o seguiu.
— O que aconteceu lá? — A moça perguntou — Você está muito ferido e pensei que pegaria o Santiago com facilidade. E também... você parece um pouco... desiludido.
Jack suspirou.
— É porque eu falhei...
Jack andou lentamente na construção procurando por qualquer indício do Santiago. Havia um grande terreno de concreto e algumas escadas que levam até o terraço. Várias lâmpadas estavam nas paredes, mas todas se encontravam quebradas. Diversas barras de metal saíam do concreto e escombros eram predominantes no chão.
E, sentado em uma pilha de escombros, Santiago observava uma foto em sua mão. Era uma garota e estavam sorrindo para uma câmera, o bispo ainda em sua mão.
— Ela tinha apenas 17 anos — Santiago disse de repente.
— Por que você está falando isso?
— Desabafo talvez. Eu passaria pela vida de qualquer um para salvar a dela.
— Santiago, você é um monstro.
— Diga isso para o câncer cerebral dela.
Jack o chutou, mas o homem desviou e revidou com um soco certeiro no peito. Então eles se afastaram e começaram a se rodear:
— Por que você saiu da Lupus, Santiago?
— Foi necessário — Ele ajeitou a manga do terno — Clarisse não me permitiu ver ela novamente. Eu a visitava uma vez a cada dois meses, já fazia isso desde a criação do Cubo...
— Que relação o Cubo tem com isso?
— O suficiente para salvar a vida dela.
— Você transformou ela em um Alterado?
— Ela era Promissora, não havia perigo. Durante um ano eu paguei atendimentos em um hospital, mas não tinha condições de bancar, não poderia. Minha única salvação era arriscar minha teoria. Sabe, era para se chamar "Cubo de Rodrigues", mas eu nunca fui capaz de completar a equação. Ainda assim eu sabia que poderia curar minha filha e que daria poderes em consequência, mas a salvaria. Quando ela foi despejada do hospital eu fiquei sem chão. O que eu poderia fazer? Nada. Mas minha salvação veio com as palavras do rosto velho de Nora. "Dê-nos o seu projeto e o faça acontecer. Em troca daremos instalações a sua filha e não a deixaremos morrer." Tudo que eu precisava fazer achar alguém que fosse capaz de resolver, e torturar crianças, mas era necessário para salvá-la.
Jack franziu a testa e cerrou os dentes.
— Seu desgraçado... Sabe quantas vidas você destruiu para salvar sua filha?
De repente Santiago riu ironicamente.
— Responda-me uma coisa, Jack, o que você faria para salvar sua filha se houvesse oportunidade? Eu injetei AMSC na minha filha, o que curou seu câncer, mas ela acabou ficando em coma. A Lupus explorou do potencial do projeto, mas eu só queria curar a minha filha.
— Não conte desculpas esfarrapadas!
Jack correu na direção do Santiago e socou seu rosto, mas ele segurou seu punho e usou seu corpo para arremessar o homem. Ao bater contra o chão, ele rapidamente se levantou e rodou seu pé direito para derrubar Santiago, que caiu de costas. Jack sentou no peito do homem e o socou no rosto várias vezes, mas ele não parecia sentir dor.
— Resistir a isso é fácil ao saber que a minha filha vai ser salva.
Santiago chutou o Jack pelas costas, mas o mesmo moveu seu braço para trás e segurou a perna, então revidou com um soco no seu peito, fazendo Santiago cuspir sangue.
Mas de repente ele começou a gargalhar.
— Foi uma boa briguinha — Ele admitiu — Mas agora é hora de sentir uma tonelada de ferro nas suas costas.
Santiago olhou diretamente nos olhos de Jack e ativou seu poder, mas nada aconteceu.
— O quê? Por que você não caiu no chão?
Jack cerrou o seu punho.
— Você nunca vai descobrir!
Enquanto ele lutava contra Santiago, Lara se deparou com Zero em sua frente.
— Você — A garota disse — Sempre foi a lacaia do Santiago.
— Olha quem fala.
Lara franziu a testa e correu na direção da Zero que colocou sua mão no chão, no mesmo instante todo o terreno ficou congelado. Lara acabou escorregando e caiu de barriga no gelo. Ela escorregou até uma parede e levemente bateu contra ela.
— Que foi, nunca patinou no gelo, fofinha?
— Vai se ferrar.
Lara se levantou lentamente enquanto tentava se manter de pé. Quando finalmente conseguiu, ela movimentou seu braço e invocou uma estaca do lado da Zero, mas a mesma apenas saltou para trás.
— Muito esperta, se não pode andar, pode usar estacas — Zero falou enquanto olhava para sua própria mão — Mas eu quero tentar usar também.
A moça de cabelos prateados movimentou seu braço invocando uma estaca de gelo que saiu do chão congelado e perfurou a parede a alguns centímetros da Lara.
— Como você fez isso?
— É só usar a cabeça, o chão a sua volta está congelado.
Rapidamente Zero chutou o chão invocando mais uma estaca, mas Lara se defendeu usando as suas para bloquear as dela. E a estaca de gelo acabou sendo destruída.
— Parece que a sua estaca de brechó é mais fraca.
— Mas ainda pode matar!
Outra estaca de gelo foi gerada do lado direito da Lara. Ela se abaixou, mas outra estaca veio em direção do seu peito, porém por sorte acabou escorregando e se desviou do ataque.
Do outro lado Jack continuou pressionando Santiago até que eles chegam no final do corredor.
— Que foi, Jack? — Santiago falou — Pensei que você era mais inteligente.
— O quê?
Santiago bateu com as costas da mão em uma alavanca que estava do seu lado.
— Escorregou — Santiago falou.
Em um piscar de olhos, Jack se desviou, curvando-se para trás, de um gancho que se movimentou pela sala como um pêndulo. A cabeça de Jack quase foi perfurada e o gancho ficou agarrado quando colidiu desgovernado contra a parede atrás de Jack. E antes que o mesmo conseguisse se recuperar, Santiago desferiu uma sequência de facadas que cortaram superficialmente, pois Jack conseguiu agir a tempo ao redirecionar alguns ataques com os braços.
Jack não deixou barato e rapidamente revidou com um soco no rosto do Santiago, o que fez soltar o punhal. O golpe impulsionado pela velocidade do Ultrarraciocínio era muito mais potente. Com dois socos e um gancho, Jack arremessou Santiago em uma parede e o fez atravessá-la com a força do impacto.
Santiago se levantou desnorteado do outro lado e o buraco permitiu que Jack avistasse Lara sendo pressionada pela Zero. E depois que ela percebeu que Santiago estava em apuros, correu para ajudá-lo.
— Você está bem? — perguntou enquanto tentava o levantar do chão — O que ele fez?
O homem limpou o sangue da boca com a mão.
— Ignore, temos que chamar o Eduardo.
Zero olhou para a Lara e sorriu sarcasticamente.
— Nos vemos outra hora, fofinha.
De repente uma grossa parede de gelo subiu, fechando a passagem entre eles e Santiago.
— Droga! Eles fugiram novamente — Lara falou, indignada.
— Sim, mas não se preocupe, eu tenho uma ideia de para onde eles estão indo.
Jack e Lara correram pela fábrica procurando por uma saída, até que se depararam com uma grande área cheia de contêineres e caixas de madeira podres. Quando olharam em volta, Lara me viu a segundos de ser assassinado pelo Eduardo, logo em seguida ela invocou quatro estacas para pará-lo.
Jack sentia raiva de si mesmo por não ter acabado com Santiago logo de cara, mas algo dentro dele queria uma explicação e agora ele havia fugido novamente.
Clara se sentou preocupada no sofá, pensando em várias probabilidades de situações.
— Não fazia ideia que o Santiago tinha uma filha. A Lupus nunca revelou qualquer informação da vida dele.
— Sim, mas com isso que eu te contei, pode ser que você ache algo.
— Entendi — Clara falou e uma possibilidade passou por sua cabeça — Mas eu fico preocupada com algo.
— E o que seria?
— Ligando os pontos, é possível perceber o porquê do Santiago querer o soro, mas antes disso ele deu o soro com AMSC para ela e eu lembrei de algo. Um certo dia, um arquivo importante chegou até mim, era confidencial e nem mesmo Santiago sabia disso. Era para eu mapear os poderes de um Alterado em específico. Eu apenas sabia que era uma garota e que estava em coma.
— Você sabe o que ela pode fazer?
— Esse Alterado pode facilmente evaporar um prédio se quiser, virar alguém do avesso ou até mesmo explodir sua cabeça com um movimento de dedo. Seu poder é de distorcer a realidade como bem entender.
— É tão poderosa assim?
Suando frio, Clara confirmou com a cabeça.
— Assim como você e Wayne, ela é uma dos únicos Alterado Promissor. Se ela for acordada, o alterado mais poderoso que o mundo já viu vai nascer.
— Droga...
Jack logo seguiu para levar a mim e a Lara para a ferroviária, o único local onde Santiago poderia deixar a cidade sem qualquer documentação.
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