S/N estava andando pelas ruas de Tokyo nervosa, chutando pedras pelo caminho e pisando fundo, em sua mão, estava cópias do seu currículo, dos quais ela já tinha entregado para diversas agências e empresas, más todos mostraram pouco interesse, mesmo ela tendo uma ótima formação acadêmica.

—Porcaria viu! Aquele CEO caloteiro me paga, isso tudo é culpa dele! — disse S/N e chutou uma pedra. —Preciso de um emprego, e até agora nada! Que ódio!

—Eita como é estressada! — disse uma voz masculina familiar. —Ainda está desempregada?

—Shion? — disse S/N olhando para trás e vendo ele de moto. —Dando uma voltinha?

—Voltinha? Ih que nada mulher, estou indo para o hospital consolar o Ran.

—Consolar o Ran?

—Rindou sofreu um acidente, eu vou lá para poder ajudar ele. — ele disse e sorriu. —Aí vem comigo?

—Eu Shion? O que eu vou fazer lá?

—Pelo menos você não vai ficar aqui chutando pedras igual uma doida! — disse Madarame rindo e puxou ela para subir na moto.

—Cadê o capacete?

—Deixa disso mulher! — disse Shion dando tapinhas na perna dela de leve.

Madarame seguiu caminho até o hospital, ele ficou sabendo sobre o que ocorreu com Rindou após Kakucho ligar para ele poder ajudar Ran a se aclamar, que estava entrando em pânico.

Ao chegar no hospital, ele e S/N fizeram as identificações para poder seguir até onde Ran estava, na recepção da ala cirúrgica.

Quando S/N olhou para Ran, ela sentiu seu coração erras as batidas. O Haitani mais velho estava com a roupa com algumas manchas de sangue, más não foi isso que a chamou atenção, e sim o cabelo dele que estava solto.

O cabelo dele era longo, até a altura abaixo do peitoral dele, era uma mistura de preto com loiro, e os fios tinham muito brilho, mesmo com alguns resquícios de sangue.

—Ran! Cara, se acalme ok? Vai ficar tudo bem com o Rindou! — disse Shion dando tapinhas nas costas dele. —Ele ainda está em cirurgia?

—Sim! — disse Ran e passou a mão no rosto preocupado. —Faz 30 minutos que ele entrou na sala e ninguém da equipe me disse uma única coisa depois que ele entrou. — ele disse e se sentou na cadeira. —Não posso perder o Rindou, ele é tudo para mim! Se algo acontecesse com ele agora eu não me perdoaria nunca.

—Más a culpa não foi sua Ran. — disse Shion se sentando ao lado dele.

—Eu tenho certa culpa nisso... eu deveria ter levado Rindou comigo na hora que eu fui para a boate... se ele estivesse comigo, ele não estaria aqui agora! — disse Ran cabisbaixo e colocou as duas mãos no rosto. —Ele está desacordado desde a hora que ele foi colocado na ambulância, a respiração dele está fraca e ele estava muito frio quando chegou... — disse Ran e logo um som de choro foi possível de se ouvir. —Se eu perder o Rindou, eu juro, eu me mato!

S/N ao ouvir aquilo ficou sensibilizada, Ran tinha um cuidado e uma preocupação enorme com Rindou, talvez por ser irmão mais velho e por simplesmente amar Rindou. Ela se aproximou dele e se sentou na cadeira ao lado dele e disse:

—Eu não te conheço muito Ran, más não se preocupe, a equipe médica sabe o que está fazendo e fará o melhor para cuidar do Rindou, vai ficar tudo bem. — ela disse e tocou nas costas dele.

Ran olhou para S/N e ela pôde perceber que os olhos e rosto dele estavam cheios de lágrimas, instintivamente, ela ergueu a sua mão direita e foi de encontro com a pele macia dele para poder secar as lágrimas do Ran. Enquanto ela fazia isso ela se perdeu na imensidão roxa da íris dos olhos dele, S/N nunca viu alguém com olho de cor roxa, Ran era o primeiro que ela viu.

—Vai ficar tudo bem Ran. — ela disse e acariciou o rosto dele.

—Eu quero muito acreditar que sim. — ele disse sorrindo fraco.

S/N ficou por alguns minutos acariciando o rosto dele, ela só percebeu que estava em transe por ele quando o Haitani disse:

—Gostou da minha pele S/nizinha? — ele disse sorrindo fraco.

—Ah me desculpe por ser tão invasiva. — disse S/N e logo deixou sua mão em sua coxa.

—Tudo bem. — ele disse e piscou para ela.

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Os minutos se transformaram em horas, Ran estava ficando nervoso e preocupado, a ponto dele roer as unhas. Seus passos ecoavam pelo corredor enquanto ele andava de um lado para o outro, coçava a cabeça, enrolava fios de cabelo no dedo indicador e roía as unhas.

—Na moral Ran, você quer parar de andar de um lado para o outro? Eu estou ficando tonto de tanto te ver fazendo isso! — disse Shion.

—Meu irmão está na sala de cirurgia e ninguém me disse nada até agora, como quer que eu fique parado e relaxado? — ele disse sério.

—Desculpa aí cavalo! Está de ferradura nova? — brincou Shion.

—Nem vou te responder Madarame. — disse Ran.

Após alguns minutos, uma enfermeira saiu da sala cirúrgica e disse:

—Algum responsável ou parente do Rindou Haitani?

—Eu! — disse Ran indo até ela. —Eu sou o irmão dele, como ele está? Pelo amo de Deus como ele está?

—Se acalme, Rindou Haitani está bem e estável, ocorreu tudo bem na cirurgia para restaurar alguns ossos quebrados, ele ainda não acordou, está sedado e vai ser levado para um quarto.

—Que alívio! — disse Ran suspirando aliviado e em seguida franziu cenho. —Antes dele vir para o hospital, Rindou disse que não estava sentindo as pernas dele... é algo grave?

—Bom, o impacto do acidente foi bem forte, ele teve o braço quebrado e algumas costelas trincadas, sobre ele não sentir as pernas dele, foi devido a uma paralisia muscular que ocorreu devido ao impacto que lesionou o músculo do nervo que liga as pernas.

—Meu irmão vai ficar sem andar?! — questionou Ran assustado.

—Ele vai ficar um tempo sem andar, é temporário. A gravidade do impacto no músculo do nervo não foi tão séria a ponto de se romper. Ele ficará alguns meses usando cadeira de rodas e fazendo fisioterapia, más não é algo grave e que vai impedir ele de andar para sempre.

—Quanto tempo ele ficará assim?

—Não existe uma média, tem casos em que os pacientes voltam com 5, 6 e até 8 meses após o acidente. Tudo vai depender do organismo dele e do progresso nas sessões de fisioterapia, portanto não posso te dar a informação correta sobre quanto tempo ele ficará assim.

Ran agradeceu e se sentou na cadeira da recepção, ainda assustado, Shion se aproximou dele e disse:

—O que aconteceu?

—Por conta daquele bêbado desgraçado, meu irmão vai ficar meses sem andar! — disse Ran cuspindo aquelas palavras com ódio. —Por culpa daquele filho da puta, ele está sofrendo por tudo isso!

—Puta merda Ran... e o que você vai fazer? Por que você precisa cuidar da administração das boates e casas de massagem, vai contratar alguém para cuidar do Haitani?

—Nem pensar! — disse Ran rindo. —Meu irmão já é um cu de insuportável, imagina agora que ele ficará de cadeira de rodas e todo operado? Ele vai ficar mil vezes mais insuportável! Ninguém vai aguentar cuidar dele, portanto, eu vou me encarregar disso.

—Más e os negócios da Bonten? Você vai conseguir fazer tudo sozinho?

—Vou ter que dar um jeito de administrar tudo, já que eu eu ainda não consegui achar uma assistente pessoal para me ajudar.

—Tem ela aqui ó! — disse Shion apontando para S/N. —Ela está desempregada e precisando de um emprego, e ela tem uma ótima formação acadêmica! Por que você não contrata ela para ser a sua assistente pessoal?

Ran olhou para S/N e disse:

—Você tem formação acadêmica em que?

—Em administração.

O Haitani mais velho sorriu e disse:

—Acho que eu tive uma ideia, só vou esperar o Rindou ser levado para o quarto para eu poder visitar ele, logo resolvemos isso.