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C A P Í T U L O 39

Um simples gesto

          ― O que está acontecendo? ― inquiriu uma voz sóbria, feminina.

          Ao virar para o lado me deparei com Avigayil nos observando com o semblante fechado. No auge daquela discussão, nem ao menos tinha sentido sua energia se aproximar. Meu sangue parecia ter subido todo para a cabeça, pois as palavras sumiram e não conseguia respondê-la. Estava tão enfurecida que só o que eu queria era sair de perto daquele infeliz.

          ― Estou indo embora ― respondeu ele antes de se virar, e eu já ia me afastando quando Avigayil segurou a minha mão.

          ― Não pode ir embora agora, a cerimônia ainda não acabou ― proferiu ela rispidamente fazendo-o parar. ― Vocês podem estar casados ante os seres terrestres, mas não perante os Deuses.

          ― Como assim? ― questionei em plena desordem mental.

          Não era possível que tudo aquilo não fora suficiente. Avigayil era sempre tão cheia de mistérios, respondendo uma pergunta enquanto deixava outras dez pairando no ar, e àquela altura, isso estava me irritando, me irritando muito. Aquele casamento não era uma brincadeira, não era um jogo de charadas que eu tinha que desvendar para conseguir sobreviver. Era a minha vida, droga!

          Era a minha maldita vida que estava se tornando um caos.

          Segurando a minha mão, ela me guiou até o Anton e me posicionou ao lado dele. Então, envolvendo a pedra negra de seu colar entre os dedos, sussurrou algumas palavras em um idioma desconhecido, fazendo com que uma brisa breve, quase imperceptível, soprasse por toda a tenda.

          ― Pronto, agora ninguém mais poderá nos ouvir ― assegurou ela sorrindo. ― Não seria prudente para o sucesso do casamento de vocês, que outros, além do núcleo familiar de ambos, saibam da existência do Contrato de Destino.

          Por um momento, congelei. Não sabia disso e, além da Sophi, Mel e do Lucca, eu havia contado para o Alex, e por sorte não tinha comentado com mais ninguém. De qualquer forma, Avigayil não precisava ficar sabendo desse deslize, dali em diante eu tomaria cuidado para manter o sigilo, mesmo sabendo que seria improvável manter um casamento de aparências com aquele vampiro.

          ― O que você quis dizer com "a cerimônia não acabou"? ― Anton perguntou, seu timbre revelando indignação e impaciência.

          ― A efetivação real deste casamento ainda não ocorreu. Se faz necessário selar esta união através do Contrato de Destino, por este motivo, faremos um ritual mais tarde ― revelou Avigayil.

          ― Por que isso não pode ser feito agora? ― insistiu ele.

          ― Porque este é um dos rituais mais sacros que existe, Anton, e também será um dos mais complexos. Vocês serão afetados de uma maneira muito profunda, e o ideal é que a maioria dos convidados já tenha ido embora.

          Por que de repente eu senti medo? Algo me parecia muito estranho nesse ritual. Percebendo a minha angústia, Avigayil sorriu e levou a mão até a minha face em um gesto alentador.

          ― Não há motivos para temer, minha linda. Este será um dos momentos mais belos e significativos que terão o ensejo de vivenciar. Hoje vocês estarão conectados à Aine e a Chraos como nunca estiveram antes.

          Avigayil levou a minha mão de encontro a dele. A minha palma pairou sobre o dorso dos seus dedos longos, sentindo todo o singular formato dos ossos fortes e rígidos. Eu não me lembrava de ter reparado na maciez daquela pele enquanto a tocava realmente, nem mesmo o frio que sua mão emanava diminuía a meu desejo de aprofundar o meu toque e acariciá-la.

          ― Por hora ― continuou ela ―, tentem permanecer amigáveis. Mantenham-se tão apaixonados quanto estavam ao darem aquele beijo.

          Não pude evitar franzir a testa. Era só essa que me faltava. Quem estava apaixonado ali? Nem em mil anos isso seria possível.

          Retirei minha mão de cima da dele.

          ― Você me conhece o suficiente para saber que fingimentos não são para mim, Avigayil. Não estou disposto a isso só para manter as aparências ― protestou ele.

          ― Quem está pedindo para que finja algo, Anton? Acredito que fui clara ao declarar que este casamento deve ser verdadeiro para que ambos cumpram com as suas partes no contrato, portanto, sem fingimentos, sem farsas e mentiras. Ou vocês se comportem como um casal, ou desistam de uma vez. ― Avigayil cravou seus profundos olhos escuros nele. ― Você é o ser mais sagaz e inteligente que já tive o prazer de conhecer, mais até que os seus pais, e eu realmente pensei que perceberia por si, mas vi que me equivoquei. ― Ela apoiou a mão no ombro dele. ― Tenho adiado essa conversa há séculos, e vejo que não dá mais para protelar. No mais tardar, a teremos.

          Eu não sabia sobre o que ela falava, e a julgar pelo olhar do Anton, aquela tal conversa não parecia ser algo que ele queria ou esperava ansiosamente. O silêncio se fez, e Avigayil deu um passo para trás com os olhos levemente restritos como se estivesse pensando.

          ― Vocês têm até o final da noite para provarem que podem levar este casamento a sério, caso contrário, não realizarei o ritual. E acreditem, meus queridos, isso não diminuirá a culpa ou as consequências que cairão sobre vocês. Longe disso, pois só comprovará a mínima disposição para cumprirem com suas palavras, além de mostrar o quão orgulhosos e mesquinhos são.

          Ela estava séria, séria demais, assim como eu nunca tinha visto, e tal fato me deixou ainda mais aflita. Algo me dizia que ela não estava para brincadeira, e que toda a sua paciência conosco tinha se esvaído. O que eu faria se ela não quisesse realizar o maldito ritual?

          Que droga.

          Avigayil mais uma vez segurou a pedra do colar, e sussurrou uma palavra que, pelo que pude ouvir, era algo como "reserare". O mesmo vento suave soprou, e logo ela se afastou, me deixando com o coração pequeno e apertado. Me senti como aquelas crianças que fez algo muito errado e que ficara de castigo em observação. Mas que raiva, eu não tinha culpa se aquele vampiro era um idiota.

          Eu estava à deriva da vontade dela, e da dele também, como se a minha escolha não tivesse valido de nada. Desejei gritar o quanto eles me deixavam confusa, atormentada e exasperada. E eu que acreditava que nada seria pior que me casar, percebi que a possibilidade de não o fazer era centenas de vezes mais desesperadora dada a pressão daquelas circunstâncias.

          Algo dentro de mim se contraía, e estava me sufocando.

          Eu não queria chorar, eu tinha prometido, mas estava tão difícil suportar.

          Inspirei fundo tentando aliviar o incômodo no meu peito. Não tinha a menor ideia do que o Anton iria fazer, mas eu ia dar o meu melhor para que o meu fingimento soasse o mais natural possível. Fiz um esforço doloroso para engolir o meu orgulho, levantei o queixo e esfreguei as mãos no vestido para arrumá-lo mesmo sabendo ser desnecessário. Quando retirei minhas mãos, um fio dos bordados presentes na minha barriga fora puxado por um dos diamantes da aliança, ficando preso a ela.

          ― Droga! ― murmurei baixinho tentando soltá-lo.

          O fio se enroscava cada vez mais, e o cristal do bordado só se afrouxava. O tremor das minhas mãos complicava tudo, e pior do que o meu esforço físico que estava prestes a ruir, era o equilíbrio emocional que havia se esgotado inteiramente. Um simples fio preso soava como o pavio de uma bomba que explodiria e me faria acabar em pranto.

          Eu estava perto disso, muito perto.

          Meus olhos ardiam, e a minha visão aos poucos ia se turvando sob as lágrimas, à medida que a porcaria da linha não soltava. Sem que eu esperasse, o que me fez arquejar alarmada, duas mãos grandes seguraram as minhas afastando uma delas. Com destreza e um cuidado que eu nunca imaginei que ele pudesse ter, Anton começou a rodar a aliança ainda no meu dedo, soltando lentamente o fio.

          Diante de toda minha fragilidade emocional, não pude evitar quando uma lágrima caiu em cima da aliança dele, antes de escorrer pelo seu dedo. No mesmo instante, Anton parou ficando completamente imóvel. Pensei em tocá-lo para enxugar a região e até levantei minha mão livre, só que ele se afastou sem me permitir fazê-lo.

          Ainda com a cabeça abaixada, um tanto confusa, demorei para perceber que o fio fora solto, e que mesmo repuxado não causara nenhum estrago grande. Tão breve, mais uma vez fui pega de surpresa quando Anton voltou com uma vela na mão. De início me assustei, pois ela fora colocada bem próximo a minha barriga, mas ele me segurou pela cintura levando o fogo de encontro ao fio saliente, até que derretesse e tudo voltasse ao normal.

          Fiquei sem saber o que fazer. Estava ele ali, sendo gentil comigo novamente, me deixando cada vez mais perdida. Gestos que pareciam tão mínimos e irrelevantes, se provenientes dele, se tornavam tão significativos que quase eram capazes de amenizar suas ações desagradáveis. Quase, pois elas não sumiriam da minha mente tão cedo.

          De qualquer forma, eu precisava agradecer.

          ― Obrigada ― sussurrei, incapaz de levantar minha cabeça para encará-lo. Tudo o que eu menos precisava naquele momento estranho e constrangedor, era permitir que a bagunça de emoções ficasse ainda mais visível. Não era sensato me mostrar tão vulnerável perto dele.

           Aproveitei que o Anton fora devolver a vela a um dos candelabros, para me virar e enxugar rapidamente o excesso de umidade dos meus olhos. Ao voltar percebi que ele me observava, seus traços incólumes, e os seus olhos tão frios quanto o inverno.

          Pela primeira vez me senti aliviada por ele ser tão imperturbável. Não havia repulsa, não havia raiva, pena ou qualquer traço de divertimento em sua expressão. De algum modo, eu sabia que ele não se beneficiaria da minha vulnerabilidade para me provocar, e isso me fez sentir confiante o bastante para dar dois passos à frente, diminuindo a nossa distância recente.

          Talvez não tenha sido um ato inteligente, visto que, sempre tão perto dele eu me sentia pequena demais, mesmo de salto. Meu nervosismo dera o primeiro sinal, e eu só percebi que mordia o lábio quando Anton desviou sua atenção para a minha boca.

          Ligeiramente o soltei e limpei a garganta.

          ― Nós... nós podemos tentar fazer isso, certo? ― indaguei olhando em seus olhos. ― Pelo menos por hoje.

           ― Aí está você, florzinha! ― Tia Eva se aproximara, e com a sua habitual inconveniência, passara o braço ao redor dos meus ombros sem nem se importar em estar interrompendo algo. Assisti calada o Anton lançar um olhar indiferente para ela, antes de se virar e sair. Ao cruzar com um garçom, ele pegou uma das taças e continuou seguindo para longe. Pelo menos não era em direção à saída. ― Vem, quero tirar uma foto sua com o Erwan.

           Suspirei esgotada, me deixando ser arrastada por tia Eva para sabe-se lá onde. E ela só parou quando minha avó se colocou no caminho com uma expressão desconfiada. Louise conhecia bem a filha que tinha, e provavelmente suspeitou que ela estava aprontando algo.

           Deixei a minha avó a repreendendo, e me afastei a procura de um garçom. Minha garganta estava seca, eu precisava beber alguma coisa, qualquer coisa. Apanhei uma taça de champanhe e a virei sem pensar duas vezes. O líquido estava gelado, delicioso e formigava dentro da minha boca. Só parei quando não havia mais nenhuma gota na taça.

          ― Vá com calma, filha. Não me deixe mais preocupado do que já estou. ― Me virei encontrando o olhar aflito de Petre.

          ― Eu só estava com sede ― argumentei dando um sorriso envergonhado, antes de devolver a taça para um dos garçons.

         ― Dança comigo? ― inquiriu me oferecendo a mão. Olhei hesitante para a pista de dança ainda vazia. Era a parte mais iluminada da tenda, e se contrastava com a pouca luz projetada por sobre as mesas, parecia uma bolha de luz bem no meio delas. ― Como nos velhos tempos.

           Sorrindo, segurei a sua mão e me deixei ser guiada até o centro da tenda. A música que tocava era um soul antigo, muito agradável e reconfortante. Petre parou se voltando para mim, esperou o trompete solo finalizar o seu rasgado sonoro, e só então apoiou sua mão em minhas costas com um sorriso casto nos lábios.

          ― Possuímos apenas um soul, então devemos nos contentar com um passo para cada lado, leves e ritmados, certo? ― Concordei com um riso baixo, enquanto firmava minha mão em seu ombro. A voz experiente cantou e nós começamos a dançar.

          ― Geralmente pais dançam valsa com suas filhas no casamento delas ― brinquei e senti o meu sorriso morrer aos poucos. Isso acontecia em casamentos normais, em circunstâncias normais, com coisas normais. O meu estava longe de ser um desses.

          ― Posso pedir para colocarem uma valsa, ou ainda podemos assumir que somos excelentes dançarinos e que podemos enfrentar qualquer desafio. ― Soltei uma risada, e ele se afastou brevemente elevando a minha mão, me fazendo dar um giro para em seguida voltar a pousar sua mão nas minhas costas. ― Eu não disse, você é uma exímia dançarina.

           ― Não poderia ser diferente, eu tive um excelente professor.

           Meu pai sorriu, seu primeiro sorriso grande e genuíno daquela noite. Encostei minha cabeça em seu ombro fechando os olhos, permitindo que as lembranças aquecessem uma das lacunas frias que sustentavam o meu coração nos últimos anos.

          ― Mas eu não consigo, papai!

          ― Você pode conseguir o que quiser, minha pequena, só precisa querer e se esforçar. ― Olhei à nossa volta, o grande salão parecia assustador, e estava lotado de pessoas altas, todas com seus pares dançando uma linda valsa. ― Vamos, me dê as suas mãos. ― Ainda receosa, segurei as dele. ― Agora coloque seus pés sobre os meus, um em cada... ― fiz exatamente o que ele me pediu. ― Isso mesmo. ― Papai começou a se mover lentamente, me olhando de cima com um grande sorriso nos lábios. ― Está sentindo, filha? Dois passos para cá, dois para lá. E você está dançando, minha pequena dançarina.

          Aprender a dançar foi uma das realizações que mais me deixara feliz, mais até do que quando consegui andar de bicicleta, porque o sorriso orgulhoso do meu pai naquele momento, foi único, e ficou gravado em minha mente de tal modo, que todas as vezes em que eu dançava, me lembrava dele.

          ― Tenho medo do que ele possa fazer com você. ― A voz sussurrada de Petre desvaneceu as minhas recordações. Levantei minha cabeça para fitar seus olhos tristes. ― Não suporto pensar na possibilidade de ele encostar um dedo sequer em você.

          ― Pai... confia em mim, não vai acontecer nada. Nós...

          ― Tio ― uma voz grave me interrompeu ―, me concede a mão dela para a próxima dança?

          Meu pai olhou para o loiro alto parado ao lado, e abriu um sorriso seguido de uma breve anuência. Após me beijar a testa, entregou a minha mão para Erwan e se afastou. Meu primo se posicionou à minha frente, e tão logo deixamos a música, que havia migrado para um soul contemporâneo, nos guiar.

          Ele estava tão diferente do que eu me lembrava. Os quase três anos em que não nos víamos havia o transformado significativamente, e com certeza para melhor. Estava bem mais alto, mais encorpado e com os ombros mais largos. Seu rosto estava mais anguloso, forrado por uma fina camada de barba bem aparada que lhe dava uma aparência mais máscula. E o seu cabelo loiro-escuro, que antes eram usados longos, estavam curtos e lisos penteados para o lado.

           ― Então... ― comecei sorrindo fracamente, enquanto dava três tapinhas em seu ombro tentando diminuir o embaraço do momento. ― Como tem passado, Erwan?

          Por alguns segundos ele não disse nada, apenas me observou com um sorriso de orelha a orelha. Reparei que abaixo das grossas sobrancelhas, seus olhos detinham o mesmo tom de azul-claro, mas o seu cintilar perspicaz estava bem mais intenso.

          ― Posso dizer que muito bem. Me formei ano passado, acabei de adquirir o meu primeiro apartamento, e estou assumindo a vice-diretoria da E&H Engenharia.

          Não me surpreendi com os fatos, eu bem sabia que a tia Eva daria um jeito de mantê-lo por perto na empresa da família.

           ― Que legal, fico muito feliz por você. ― Sorri abertamente para enfatizar minhas palavras. Eu realmente estava feliz, porque sabia que ser engenheiro assim como o pai sempre fora o seu sonho, e ele se esforçava muito para isso.

          Erwan me puxou contra seu corpo quase me fazendo soltar um grito. Ele riu do meu espanto, e então nos conduziu a um giro rápido antes de se afastar e me puxar de novo. Sua mão se espalmou nas minhas costas, enquanto ele me guiava para trás, e depois para frente em um movimento preciso e charmoso. Seu corpo seguia ritmicamente o embalo da canção, e tentava projetar o mesmo para mim.

           ― Seu corpo está muito tenso, prima. Relaxa, sinta a música ― falou ele no meu ouvido.

          Definitivamente aquela proximidade não estava me relaxando, pelo contrário, eu podia sentir os meus músculos se enrijecendo um a um.

          ― Não sou tão boa dançarina quanto você ― disfarcei.

          Realmente, não era. Tanto os Aileen quanto os Irwin aprendiam a dançar desde cedo, repercussões dos vários bailes que ambas as famílias proporcionavam nos palácios de Aiden, e o Erwan sempre se destacava. Eu me recordava que quando éramos adolescentes, ele era um dos mais requisitados pelas nossas primas e tias para dançar.

          Soltando um risinho, ele se afastou brevemente, apenas o bastante para me fitar os olhos, e permaneceu assim por um tempo até que seu olhar desceu para a minha boca, e por lá ficou, o que estava me deixando inquieta e nervosa.

          ― O que foi? O meu batom está borrado? ― perguntei forçando um tom divertido fazendo-o soltar uma risada.

          ― Não, eu só estava me lembrando do dia em que nos beijamos, e...

          ― Ah não ― o interrompi ―, não me lembra disso, que vergonha!

          ― Para, vai, você só tinha dezesseis anos, e sei que foi o seu primeiro beijo. Foi estranho pra você por ser o primeiro, mas pra mim foi incrível. Fico pensando em como seria te beijar agora, com mais experiência.

          ― Certo, pare de pensar essas coisas ― o repreendi desviando minha atenção para além dele, onde um grupo de convidados conversavam animados.

          ― Por quê? Poderíamos tentar de novo. ― Involuntariamente meus olhos se arregalaram, e eu o encarei. Ele estava sério, seu olhar refletia a mesma paixão adolescente, e isso me deixou apreensiva porque eu não conseguiria lidar com ele naquele momento. Não no meio daquela bagunça emocional na qual me encontrava. ― Só um pra relembrar, o que me diz?

          ― Erwan! ― Dei um tapa em seu ombro. ― Você ficou louco? Para com isso, estou casada.

          Um sorriso nem um pouco arrependido curvou sua boca, e tão logo seus ombros se elevaram displicentes.

          ― Não dá, não estou sabendo lidar com você desse jeito. Sempre te achei linda, mas o tempo conseguiu te deixar ainda mais perfeita.

          ― Esquece isso, somos bons como primos. A propósito, você também mudou muito ― comentei tentando mudar de assunto.

          ― Isso é um elogio? ― perguntou incitador.

          ― Digamos que sim ― admiti já me arrependendo em seguida, visto que a sua expressão se tornou terrivelmente maliciosa, até parecia que as minhas palavras só o haviam atiçado mais.

          Erwan me fez dar um giro me projetando para frente, e ao me puxar de volta me parou de costas para ele. Minha tensão aumentou e eu praticamente nem conseguia mais me mover.

          ― Nunca é tarde, não é mesmo? ― murmurou próximo à minha orelha. ― Será que agora tenho alguma chance com você?

          Ele era terrivelmente insistente, e poderia até ter mudado fisicamente, mas a sua teimosia continuava a mesma. Virei-me de frente, mas Erwan não deu nenhuma oportunidade para eu me afastar. Em um rápido movimento, nos uniu outra vez.

          ― Estou casada, Erwan ― insisti me esforçando para manter uma certa distância entre nossos corpos. ― E nunca daríamos certo de qualquer forma.

          ― Por quê? ― Seus olhos encontraram os meus. ― Como pode ter tanta certeza se nunca nos deu a chance de tentar? Eu sei que poderia fazer você se apaixonar por mim, Liz. E quanto ao casamento, ouvi minha mãe comentar que é apenas de aparência, e apesar de não sabermos o motivo, isso está claro. Nem em mil anos alguém da nossa família se casaria com um vampiro por livre e espontânea vontade. Então me diz, ele te obrigou a se casar, não foi?

          ― Ninguém me obrigou a nada, Erwan. Acredite, foi uma escolha minha. ― Ele balançou a cabeça negativamente, se recusando a acreditar na minha afirmação.

          ― Você o ama? 



Erwan Aileen




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