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C A P Í T U L O 33

O tênue limite entre a loucura e a sanidade

          ― A que devo a honra da sua procura pelo seu humilde pai?

          Meus punhos se fecharam em um reflexo.

          Ouvi o barulho das rodas da cadeira sendo arrastadas, em seguida, o couro se estirando sob seu peso. O desgraçado presunçoso estava enganado se pensava que podia me desafiar. Era eu quem sempre colocava as cartas na mesa primeiro.

          ― Diminua o seu cinismo, Vincent, não temos plateia, e ninguém melhor do que eu para saber quem você realmente é. ― Coloquei as mãos nos bolsos, e me virei para encará-lo. ― Só tenho dois assuntos para tratar com você, e serei breve.

          Seu semblante se encheu de incerteza enquanto a sua mente parecia se agitar com algum segredo opressivo, característico àqueles que se afundavam na culpa. Ele não fazia ideia do quanto a restrição em seu olhar inflava o meu ego. Era inestimável vê-la lá, em todas as raras vezes que nos encontrávamos, mas infelizmente essa amenidade não durava muito tempo, a sua presença repulsiva me tirava parte da diversão.

           ― Estou ouvindo ― falou ele.

          Dirigindo-me ao sofá mais próximo, me sentei.

          ― Quero que retire da minha conta o que foi e o que está sendo gasto com esse circo que vocês chamam de casamento. Me envie a autorização de retirada.

          ― Circo? ― Suas sobrancelhas se arquearam e os seus lábios se contorceram para segurar um sorriso. ― Aliás, o que vocês estavam fazendo no lavabo? Ela parecia assustada.

          ― Não te interessa, não vim aqui falar disso.

          ― Claro ― afirmou se ajeitando na cadeira. ― Quanto à retirada, não se faz necessário, sua mãe e eu podemos pagar pelo casamento. Considere um presente.

          ― Não perguntei se podem, falei que é para ser feito.

          Assisti suas narinas se abrirem para um inalar profundo, sua expressão mista de irritação e impaciência. Vincent odiava receber ordens, ainda mais de mim, e este foi o único motivo que me levou a ter uma conta em seu banco. Muitas vezes exigi coisas não necessárias, só para ter o prazer de irritá-lo.

          ― Se isso é importante para você, na segunda-feira será feito.

          ― Ótimo. ― Levantando-me, caminhei até o aparador de bebidas onde me servi de uma dose de Opus.

          ― E qual é o segundo assunto?

          Após virar a bebida em um só hausto, larguei o copo no mesmo lugar, e então me aproximei da mesa em que estava. O analisei com um cuidado minucioso, e isso o estava deixando visivelmente desconfortável. Era essa a intenção, atormentá-lo com a incerteza, o remorso. Eu até podia ouvir a espera ansiosa fazendo suas veias tremerem com o curso convulso de seu sangue.

          ― Sei que andou tentando obter informações sobre as movimentações das minhas contas do Union e do London Bank. E não pense você que não sei que a sua intenção era monitorar os meus passos. ― Parando ao seu lado, o olhei de cima balançando a cabeça. ― Tsc, tsc... o tempo tem te deixado menos esperto, Vincent, e tão pouco cuidadoso. Achou mesmo que seria fácil?

          ― Consinto que estive presente em ambos, mas saiba que fora apenas uma reunião de cúpula, afinal, são meus concorrentes.

          Fodido mentiroso.

          Escorreguei as mãos para dentro dos bolsos soltando o ar calmamente, deixando-me escorregar até a mesa, ainda o analisando.

          ― Não seja hipócrita. Você devia saber que não possui a minha confiança e muito menos o meu respeito para sequer tentar mentir para mim.

          ― Não há motivos para isso, filho. Considere, não estou menti...

          Um rápido movimento, um só golpe, e os meus dedos atravessaram-lhe a camisa, a pele, a carne, fazendo reverberar o doce estalo dos ossos da sua costela abrindo, quebrando e refletindo como um sussurro lamentoso, à cada impulsão, cada milímetro, centímetro que eu me aprofundava, até ter o seu coração em minha mão.

          Ele não se moveu, não relutou ou ao menos ficou surpreso como se já esperasse por isso, mas vi quando a sua boca se abriu devagar e um último suspiro fora soprado por ela. Aproximei-me do seu rosto olhando o fundo dos seus olhos apagados, havia dor neles, mas não tanto quanto eu gostaria que tivesse. Nunca seria o suficiente.

          Qualquer emoção ali, não valia nada.

          ― Só há uma coisa que mais desprezo neste mundo, além de você. Mentiras. Repudio desgraçados mentirosos iguais a você.

          ― Filho... ― arquejou com dificuldade ― na... não... vou... brigar...

          Ainda que o sofrimento estivesse declarado em sua falta de ar, seus traços se mantinham inertes em mim, quase inalterados. O sangue jorrava e escorria pelo meu braço, o odor levemente salgado misturado às notas de mogno do seu perfume se espalhava, e o seu corpo lutava contra o meu punho para uma rápida recuperação.

          Contei até cinco, depois até dez, por fim até doze.

          ― Hum. ― Retirei a minha mão de dentro dele, limpando o excesso de sangue em sua camisa. ― Não se esconda atrás da sua pose diplomática, ela não funciona comigo. Não tente me rastrear, porque você não vai conseguir. Não teste os meus limites, porque os seus são bem menores. E não descuide, Vincent. Há algum tempo você me deu um excelente motivo para colocar uma bomba relógio no seu pé.

          Um deslize, é o suficiente.

          Deixei o escritório sem olhar para trás.

          Ele continuava o mesmo desgraçado. Eu não esperava uma confissão aberta por parte dele, mas esperei um silêncio de constrangimento, em vez de uma mentira descarada. As provas eram evidentes, os diretores dos bancos não só haviam sido hipnotizados por mim, mas também eram os únicos a terem uma chave criptografada para acessar as minhas informações, e os que tentavam acessá-las, eram automaticamente identificados por eles. Vincent sabia reconhecer uma hipnose minha, por isso não se atreveu a confrontá-los diretamente, usando outros que não estavam sob o meu domínio, mas que poderiam ter algum acesso.

          Era um imbecil de métodos arcaicos, e ao mesmo tempo que tal fato tornava as coisas mais fáceis para mim, me irritava consideravelmente. Esperei por muito tempo, um tempo longo demais se comparado à minha ânsia por vingança, e não desejava que fosse tão fácil antever suas malditas ações. Eu queria um jogo limpo, de igual para igual, e só precisava de um bom motivo, um único desvio de conduta que o fizesse perder a sua pose diplomática, então eu o arrastaria para o mesmo buraco que um dia estive, para vê-lo ruir até se tornar um nada ainda mais insignificante do que ele já era, e permanecer assim durante muito tempo.

          Ao sair da casa ouvi um xingamento sussurrado sobressalente a uma movimentação difusa. Descendo as escadas, vi uma caixa caída pelo caminho e após mais alguns passos, estava uma sacola na mesma situação. Logo à frente estava a fada, jogando algumas coisas no porta-malas de um SUV.

          Ela se virou para mim e me encarou com os olhos apertados, que não demoraram para se arregalarem ao se fixarem no meu braço sujo de sangue. Sem dar importância, passei direto até entrar no meu carro.

          "Anton... eu não quero brigar"

          Merda de voz.

          Aquela fada não se calava nem na minha cabeça.

          Pisei no acelerador e fui embora. Já havia saturado todos os limites da minha paciência, com ela e com o filho da puta do Vincent.

          Lá fora a cidade reluzia e o tempo passava lento e calmo, se comparado à minha mente. Fixei-me na figura refletida pelo vidro da janela, uma sombra confusa, quase irreconhecível. O meu rosto se fundia às ideias vagas, às recordações recentes, aos sons e às imagens sem importância, mas que completavam o caos barulhento, lesivo e irritante no qual eu estava submerso.

          Tudo havia piorado consideravelmente naquela semana, e desta vez, a causa não era a falta de algumas horas de sono, embora eu estivesse a sete noites sem dormir. Uma das maiores desgraças ou benção de ser um vampiro, era que o meu corpo jamais se cansava, mas a minha mente também nunca parava.

          Para a nossa espécie, dormir exercia uma única função biológica, desligar nossas mentes para nos proteger de nós mesmos. E eu precisava desligar a minha de qualquer forma, ainda que por poucos minutos. Precisava sentir algo real para me fazer retomar o ritmo, os meus sentidos e o total domínio sobre a minha consciência.

          ― Senhor? ― Olhei para Alfred parado próximo ao sofá. O que ele ainda fazia ali, eu não tinha a menor ideia, mas isso se tornou mais um agravante à minha irritação. ― Desculpe-me, mas já são vinte horas, não creio que a agência terá garotas disponíveis para uma solicitação imprevista em plena quinta-feira.

          ― Dê um jeito. ― Encarei o relógio em meu pulso. ― Quero que estejam aqui em no máximo uma hora.

          Virei-me e segui em direção às escadas, mas antes de subir o primeiro degrau, parei. Uma hora era muito para esperar, e a tensão era grande demais para descarregar com aquelas garotas de um modo moralmente sensato.

          ― Quando elas chegarem, me encontre na câmara ― falei, e voltei a subir as escadas.

          Após uma rápida ida ao meu quarto para a troca de roupa, segui para a única porta escura do andar superior. Assim que fiz o reconhecimento das digitais no painel ao lado, a estrutura de madeira fora aberta, seguida da estrutura de aço maciço. As luzes do interior do cômodo se acenderam, e eu o adentrei sentindo o contraste extremamente frio do ar e do piso de metal sob os meus pés descalços.

          ― Boa noite, senhor ― ressoou a voz suavemente mecanizada, ao mesmo tempo em que a porta se fechava atrás de mim.

          ― Boa noite, Aly.

          Caminhei até um dos cantos da câmara, e retirei a camiseta. No mesmo instante, as luzes do escâner começaram percorrer o meu corpo.

          ― Pare ― ordenei.

          ― Desculpe-me, senhor. Só detectei um aro.

          Meus olhos foram atraídos para o lume metálico que refletia do meu bíceps esquerdo. O aro continuava cravado, embora não fizesse nenhum sentido ele estar ali há quase uma semana. Meus pensamentos oscilaram e vagaram até uma certa imagem, onde grandes olhos azuis pairaram intrigados sobre o metal, após um descuido meu.

          Talvez eu devesse apresentar àquela fada alguns dos meus métodos, quem sabe assim ela não desistiria de levar aquele casamento adiante. No entanto, fazê-la desistir já não era tão relevante para o que eu tinha em mente. Algo desconhecido por mim, dizia que ela seria uma das distrações mais peculiares que eu teria nos últimos tempos.

          Fazer seres indisciplinados seguirem as minhas regras, era uma especialidade que o tempo me concedeu. E aquela fada se encaixava além, como o mais contraditório que eu já havia conhecido. De acordo com a breve pesquisa que fiz sobre ela, a sua vida era pateticamente normal, segura demais e sem qualquer desvio de conduta, oposto ao modo como se comportava na minha frente, e tal fato só aumentava o meu desafio.

          Era curioso ver toda aquela aparente vulnerabilidade esbanjar um atrevimento com as palavras, o qual não combinava com o seu olhar inibido e as reações tímidas do seu corpo, se tornando ainda mais inconcebível a ideia de que ela havia matado um vampiro, assim como Eleonora revelara. Algo não se encaixava ali, e por vezes, só enxerguei a confusão. Por mais que eu tivesse vasta experiência e conhecimento sobre os seres, não conseguia interpretar tanta incoerência. 

          Libertei um suspiro exasperado ante a necessidade perturbadora de me livrar desses pensamentos. Eles despontavam sem permissão como um teste ao meu controle, o qual eu estava quase falhando. Não importava quantas vezes já tivessem irrompido a minha mente, essa merda insistia e persistia como uma tendência melindrosa e importuna, sem nenhuma conclusão.

          Eles precisavam parar.

          Passando o dedo pelo círculo de metal, o puxei rasgando a minha carne. Meu maxilar tencionou diante do incômodo, e eu me forcei a respirar pausadamente contando até doze. O ápice da dor durava somente cinco segundos, tempo que o meu corpo levava para começar a se regenerar, e seguia diminuindo até a contagem do décimo segundo, quando já estaria completamente recuperado.

          ― Suspensão, senhor?

          A parede de metal se abriu expondo a variedade de aros, enquanto as correntes que desciam do teto correram levando seus ganchos para o centro.

          ― Não ― respondi retirando o restante das minhas roupas.

          ― O que teremos para hoje, senhor?

          ― A mesa, módulo sete.

          Me aproximando da mesa de aço que ficava ao lado, me deitei de barriga para cima, braços e pernas esticados.

          ― Em posição, senhor?

          Esvaziei meus pulmões e me concentrei no suave ruído do sangue correndo em minhas veias.

          ― Em posição ― afirmei.

          A temperatura diminuiu para zero graus, e então, várias lâminas foram propulsionadas pela mesa e fincadas na extensão das minhas pernas, costas e braços. A dor que me fazia tremer era a mesma que me permitia treinar o autocontrole. Ela entorpecia qualquer sensação ou qualquer pensamento, e se eu era capaz de controlá-la, poderia extinguir todos os outros inconvenientes da minha mente.

          No início a dor pungente era extremamente eficaz, e a cada vez que eu recorria a ela, via parte da minha sensibilidade se perder definitivamente. Depois de um tempo, o incômodo se tornou efêmero, praticamente inexistente, por isso se fazia necessário mais do que um procedimento simples e suave para trazê-lo de volta.

          Para alguns, tal medida poderia soar como algo doentio, mas para mim, era apenas um modo de sentir qualquer coisa a mais, algo que me fizesse sentir a vida com intensidade, que me fizesse controlar o nada, ou o caos que me cercava na maioria do tempo.

          Segundos se passaram até que sangue se acumulara em minha garganta, me obrigando a tossir e expelir parte dele pela boca. Momento em que Aly sabia reconhecer que deveria descer as lâminas, e em apenas trinta segundos, repetir todo o processo, uma, duas, três... vezes, até que eu dissesse ser o suficiente.

          Aquela sessão não durou muito tempo, logo a voz de Alfred ecoou no ambiente através do interfone.

          ― Senhor? Consegui sete meninas, seis delas já chegaram. ― As lâminas desceram e eu me sentei. ― Elas já estão no quarto, devidamente instruídas. Devo mandá-las aguardar por um tempo maior?

          ― Dez minutos ― respondi após cuspir o resto de sangue que ainda estava na minha boca. ― Quando a sétima garota chegar, mande-a subir.

          ― Certamente, senhor ― encerrou Alfred, e logo o bipe do interfone sendo desligado, reverberou.

          ― Finalizar, Aly.

          Me coloquei de pé, enquanto os canais de água que existiam no teto se abriam e começavam a lavar tudo. Abri os braços para maior alcance, e esperei que o meu corpo não tivesse mais nenhum vestígio de sangue, antes de ir para o banheiro acoplado ao lado para um banho rápido.

          O silêncio em minha mente se fez, mesmo que por pouco tempo.

          Minutos depois eu estava devidamente seco e vestido, parado em frente ao quarto onde as garotas estavam. Mesmo com a porta fechada, era possível sentir a mistura dos perfumes femininos, ouvir as risadas e murmúrios, e sentir o odor da espera, da luxúria e até mesmo do medo.

          ― Esse parece que é muito, tipo, muito rico ― falou uma voz aguda anasalada.

          ― Isso é óbvio, a agência não nos contataria de última hora se não fosse. ― O som de correntes tilintando ecoou. ― Olha só pra essa cama, esses lençóis...

          ― Mas aposto que é feio ― interrompeu outra ―, ou deve ter o pau pequeno.

          Começaram a rir, e os meus dedos foram direto para a maçaneta.

          ― Não sei não, e todas essas regras? Vocês não estão com medo? O velho vestido de pinguim disse que ele é um vampiro.

          Era tarde demais para terem medo. De qualquer maneira, no final daquela noite se ainda estivessem vivas, seriam hipnotizadas para não se lembrarem de mim, ou de qualquer outra coisa que acontecesse lá dentro.

          Abri a porta e adentrei o quarto.

          Sussurros de espanto ressonaram pelos quatro cantos fazendo bocas se abrirem e assim permanecerem, enquanto me olhavam estáticas de cima a baixo. Essa reação não mais me surpreendia depois de tanto tempo, o raro e o inalcançável incitavam o desejo em sua forma mais primitiva e visceral.

          O meu efeito usual sobre os outros seres me permitia ter uma agradável sensação de poder, e isso sempre era interessante. A exaltação provocada pela minha presença, nada mais era do que a afirmação do meu domínio sobre cada emoção, cada reação que possuíam. A tensão deles me acalmava de certa forma, já que eu não era mais capaz de sentir qualquer emoção parecida.

          Ignorando os olhares absortos em mim, caminhei até o aparador de bebidas e me servi de uma dose de BlackOpus, para em seguida, voltar e me sentar na poltrona de veludo preto presente em um dos cantos do quarto. Como Alfred provavelmente havia exposto as regras, todas já estavam nuas, e deveriam permanecer caladas até segunda ordem. Eu também dispensava apresentações, mas naquele dia em especial, para dar face às vozes que ouvira anteriormente, pedi para que se apresentassem antes de numerá-las de um a seis por ordem de preferência.

          As observei por um longo tempo, analisei cada detalhe de suas expressões, ouvi todos os ruídos arrítmicos que seus corações reverberavam dentro de seus corpos, e senti todos os odores provenientes deles à medida que a apreensão, a efervescência e a lascívia as envolviam.

          Bebi um gole do líquido negro, e então apontei para a garota de pele alva, longos cabelos negros e seios fartos, a número seis.

          ― Mostre-me o que você sabe fazer.

          A assisti abrir um sorriso malicioso, antes de saltar para fora da cama. A uns cinco metros de mim, ela ficou de quatro no chão, e então começou a engatinhar lentamente como uma felina pervertida, contornando os lábios com a ponta da língua. Se colocando de joelhos entre as minhas pernas, me lançou um olhar faminto antes de levantar as mãos e pairá-las poucos centímetros acima das minhas coxas.

          ― Posso? ― pediu se referindo ao toque com mãos.

          Não, ela não podia.

          Larguei o copo em uma pequena mesa ao lado esquerdo, e ao me virar para o direito, retirei da parede uma longa corrente de elos afiados com alguns ganchos em sua extensão. A morena olhou para o objeto em minhas mãos, a confusão lhe ofuscando o brilho dos olhos enquanto suas mãos desciam receosas para as laterais do corpo pálido.

          Arrastei o metal até o seu pescoço fino, e o puxei lentamente por sua circunferência apreciando o modo como a pele se retalhava com a fricção. Ela arquejou com dificuldade conforme a dor a punia, e eu passei um lado da corrente sobre o outro, até que se ajustasse firmemente ao seu pescoço. O ar lhe faltou, e ela tossiu com a pressão. Prendi um dos ganchos para manter estável, então capturei seus pulsos com o restante da corrente, prendendo-os atrás de seu corpo.

          Ainda com o meu rosto próximo ao dela, fitei o fundo de seus olhos cinzas.

          ― A sua vida está nas suas mãos ― sussurrei inspirando o medo, mas também o desejo que ele a despertava. ― Quanto menos mexê-las, menos a corrente a sufocará. ― Desviei meus olhos para as outras garotas, voltando minhas costas ao encosto da poltrona. ― Aproxime-se, número quatro. 

          A ruiva delgada se aproximou comedida, parando ao lado da morena, ainda ajoelhada. Com um movimento acurado e intencionalmente lento, puxei o laço do cordão da minha calça, observando o olhares de ambas nessa direção. A expectativa, a curiosidade, fazendo suas respirações falharem. Desci a calça apenas o suficiente para expor a minha ereção.

          ― Pequeno, não? ― ironizei olhando para a morena, a mesma que havia comentado sobre o tamanho. Ela arregalou os olhos, e um simples movimento descuidado das mãos, fez com que sufocasse um pouco mais. ― Vai ter de fazer caber todo dentro da sua boca.

          Voltei-me para a ruiva ordenando que ela se ajoelhasse e ajudasse a outra. Nenhuma hesitou, e logo duas bocas úmidas se revezavam tomando o que davam conta. Soltei um suspiro as observando darem seu máximo, aquilo estava longe de chegar próximo ao aceitavelmente agradável para mim. Na verdade, as coisas deveriam ficar mais cruas e intensas para atenderem às minhas demandas.

          Era um fodido ciclo vicioso. Quanto mais insana a situação, maior era o meu desejo por algo mais selvagem e perverso. Nada me chocava ou era suficientemente atraente. Meus nervos estavam amortecidos de modo que eu poderia ficar ali assistindo elas tentarem me promover um clímax violento, sem sentir quase absolutamente nada.

          Fechei os olhos concentrando-me para sentir qualquer coisa a mais. Logo o calor característico à excitação desceu, me deixando ainda mais rijo conforme lábios grossos e rosados sobrevinham à minha mente junto de algumas barras metálicas, ora entre os dentes ou ainda ante aqueles longos cílios e subversivos olhos. As oscilações corporais, a busca por algo mais profundo, a intensidade do ardor, do latejar, da fome e da tortura, e então... o silêncio, imóvel, escuro. Eu quase podia sentir o cheiro doce... de rosas.

          Da morte.

          Abri meus olhos, e olhei em direção à loira de seios médios e cintura fina, a número um. Ela parecia ser a única ali, cujo medo tentou avisar sobre o que estava por vir.

          ― Aproxime-se, e sente-se aqui ― ordenei indicando o braço da poltrona.

          E assim, ela o fez.

          Rastejei minha mão pelo seu ombro, afastando-lhe o cabelo. Meus dedos se enterraram em sua nuca, por entre os fios claros, e com um movimento calculado, a puxei para próximo à minha boca. Voltei a fechar os olhos por um momento, me concentrando na pulsação da sua artéria, no tremor do seu corpo, e no arfar ofegante que o medo lhe causava. Não importava quantas vezes eu já havia feito aquilo, a sensação inebriante era sempre mesma.

          ― Vou levá-la até a tênue linha que separa a vida da morte ― sussurrei, e então puxei sua cabeça para trás, me dando livre acesso ao seu pescoço. ― Se você se entregar, conseguirá manter-se viva o bastante para que a dor lhe traga um prazer indescritível.

          Ela ofegou, minhas presas desceram, e eu as cravei na artéria pulsante de seu pescoço. 



Queridas leitoras, 

Quero me desculpar por não ter avisado que era um capítulo do Anton, e principalmente que iriam ter cenas mais pesadas. 😬

Sei que devem estar enfurecidas com ele, mas entendam que ele é assim, um louco,  problemático, com sérios problemas mentais. Mas não percam as esperanças 🙌🏼, pior do que tá não fica, se bem que estamos falando do Anton, então, será? 🤔. É como dizem por aí, para tudo dá-se um jeito, só não tem jeito para a morte, e vejam pelo lado bom, ele não pode morrer 😂😂😂😂.

Desculpem-me!

😘

(Ahh... e muito obrigada pelos votos e comentários!! Amando todos ❤)




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