ÚLTIMO CAPÍTULO
ADAM
— Adam? — olho para Samantha que está a minha frente. — Ela vai demorar? Porque você está ficando pálido desse jeito? — volto a mexer no celular e chamo o numero de Alice. Chama até cair na caixa postal.
"Se eu fosse você tomaria mais cuidado ao atravessar a rua"
Era uma voz conhecida. Quem era?
Procuro não pensar no pior. Tenho que ser racional agora. Ligo para Dilan.
— Dilan, descubra onde Alice está. — ele faz algumas perguntas. — Eu não sei, eu estava falando com ela ao telefone, ouvi vozes, buzinas, e o barulho que se assemelha a um impacto, gritaria, eu não sei o que aconteceu, e agora eu ligo chama e cai na caixa postal. — Sam fica assustada na minha frente. — Ela ia se encontrar com Sam, assim que saísse da empresa.
— Onde está seu carro? — pergunto para Samantha, que fica sem entender minha pergunta.
— Meu carro deve estar na oficina, não sei. O que está acontecendo? — tento manter a calma diante de tudo que ouvi pelo telefone. Pensa Adam. Pensa. — Não sou eu que cuido da manutenção dos veículos de casa, sabia?
— Descubra onde ela está e me liga. — falo com Dilan. Desligo.
— Como chegou até aqui? — lembro de algo entre Alice e Thomas sobre ter visto o carro de Sam no local. Ela ri e fica séria.
— Pierre me trouxe, porque essas perguntas? Acha que eu fiz alguma coisa?
— Eu preciso ir.
— Adam! — saio da cafeteria deixando a irmã de Alex para trás.
Entro no carro sem saber para onde ir. Bato no volante e meu telefone toca, e ver o nome da Alice no visor me deu um alívio.
— Alice?
— Não, desculpe, eu peguei o celular que estava caído no chão e liguei para a última chamada que a moça estava fazendo antes do acidente, vi que era seu número e você estava insistindo na ligação. — senti minha alma sair do corpo.
— Onde ela está?
— Está sendo socorrida pelos paramédicos. — então realmente aconteceu o que ouvi.
— Pra que hospital irão levá-la?
— Estão levando ela o rapaz para o Bellevue. Vou entregar o telefone para os paramédicos, assim quando chegar ao hospital você pode pegar.
— Obrigado, por me avisar.
— De nada, estimo melhoras para os dois. — desliguei a chamada.
Conectei o celular no sistema do carro e liguei para Dilan enquanto dirigia para o hospital.
— Eles foram levados para o Bellevue, estou indo para lá.
Bellevue era o hospital público mais antigo dos Estados Unidos. Procurei manter a calma até chegar lá, provocar outro acidente, não seria muito inteligente. Assim que entrei fui impedido te ter acesso a qualquer informação por não ser parente, então me apresentei como procurador referente ás decisões a serem tomadas por Alice.
Não estava mentindo, ela havia assinado uma procuração me dando esses poderes quando assinou o contrato com Alex. Só depois de comprovar isso, pude subir e ter acesso ao seu prontuário médico. Inteirei-me do quadro de Thomas, o qual era mais grave.
Não demorou para que Dilan chegasse.
— Como eles estão?
— Thomas está passando por uma cirurgia. — esfreguei a cabeça. — Não me falaram muita coisa, me informaram o básico, já providenciei todos os documentos necessários para fazer a transferência dos dois para outro hospital assim que possível. — olhei para trás, ele entendeu minha pergunta silenciosa.
— Por enquanto, todos estão sendo avisados. — concordei. — Alex está em outro hospital, fazendo alguns exames, Tyler ficou de avisar assim que ele estiver acessível. — não estava preocupado se Alex iria gostar ou não da minha decisão de me tornar o responsável por Alice. Só queria vê-la e saber que esta tudo bem.
— E, sobre o local do acidente? — perguntei.
— Não tenho muitas informações até o momento, mas segundo relatos de algumas pessoas, tudo pareceu um acidente.
— Não foi. Eu ouvi a voz de alguém falando para Alice tomar cuidado de atravessar a rua, segundos antes de tudo acontecer.
— Também acredito que não tenha sido acidente. A questão, se ela iria se encontrar com Sam, o que ela foi fazer naquele endereço, se Sam estava com você?
— Foi alguma armação, e tenho certeza que Sophia está metida. — penso um pouco. — A voz que ouvi tenho quase certeza que era dela. — lembro de um detalhe. — Ouvi algo entre ela e Thomas, sobre ter visto o carro da Sam no local, mas segundo Samantha o carro estria em manutenção, e quem a levou foi Pierre.
— Isso é verdade, mas vou investigar. — ele puxou o telefone. — Qualquer coisa me liga, volto assim que tiver novidades.
Concordei e voltei olhar para o relógio.
O tempo parecia não passar.
ALICE
O gosto amargo em minha boca é a única coisa que me permitia ter ciência que eu estava viva. Ao menos eu acho que no céu não exista um gosto tão ruim quando esse que eu estou sentindo.
Eu iria para o céu?
Não tive tempo de concluir meu pensamento, a dor que senti no pé, era algo tão intenso e alucinante que me traria de qualquer lugar que eu estivesse. Céu ou inferno. Tentei me mexer mais foi impossível. Tentei levantar, mas não conseguia.
Eu estava amarrada.
Como se num passe de mágica, sai seja lá de onde eu estava e voltei a realidade, uma mistura de barulho de várias coisas ao mesmo tempo, misturada com vozes começaram a fazer parte do meu desespero momentâneo.
Onde eu estava?
O que tinha acontecido?
As lembranças começaram a vir em flashs e meu desespero só aumentou. O homem me segurando. As buzinas. Gritos. O impacto. Dor. Sangue. Thomas.
Meu Deus, Thomas!
Eu precisava saber como ele estava. Alguém fez o favor de abrir meus olhos, e uma luz penetrou meus olhos, me forçando a fechar novamente.
— Ela está consciente. — ouvi a voz de uma mulher. Senti que algo foi retirado do meu rosto, o que facilitou eu mover meus lábios. — Você sabe qual seu nome? Que dia da semana é?
— Me chamo Alice, e hoje é segunda feira. — a mulher ficou me olhando, e notei que ela sorriu. — Onde está o Thomas?
— Se for o homem que estava com você, ele está em outra ambulância. — ela segurou meu ombro de leve. — Ele está sendo cuidado, não se preocupe, vamos cuidar de você. Ok? — concordei.
Saber que ele estava sendo socorrido, já me deixava aliviada. Logo as portas da ambulância foram abertas, e outras pessoas se aproximaram e começaram a conversar com a enfermeira que estava comigo.
Eu nunca gostei de hospitais, mas fiquei tão feliz de ter chegado a um tão rápido. Eu achava ao menos que tinha sido rápido. Fui levada para a enfermaria, e fizeram muitas outras perguntas, algumas eu não soube responder.
Fui levada para fazer alguns exames, eu só queria sair dali o quanto antes e poder matar Sophia com minhas próprias mãos. Ao lembrar dela uma vontade de chorar me dominou. Comecei a ficar agitada. O aparelho que media meus sinais vitais disparou.
A enfermeira se aproximou e aplicou algo no soro, e logo senti meus olhos pesarem, e uma calmaria se fez dentro de mim. Isso era bom. Não cheguei a dormir, mas fiquei sonolenta, escutei a conversa das enfermeiras.
Não sei quanto tempo se passou, mas ao acordar, fique feliz em ver um rosto conhecido.
Adam.
— Adam... — ele veio para perto assim que ouviu minha voz.
— Graças a Deus. — ele segurou minha mão. — Os médicos falaram que você está estável, mas eu queria ver com meus olhos. — eu comecei a chorar.
— Foi ela. — falei. — Sophia estava lá com o carro da Sam, e eu sei que foi ela quem tentou me matar. — admitir tudo em voz alta fez com que os aparelhos voltassem a apitar. — Ela é louca. — ele limpou meu rosto, e fechou os olhos. — Ela quer que eu saia da vida dele de qualquer forma.
— Dilan já foi atrás de provas, ele sabe onde o carro de Sam está, ou estava. Não se desespere, vai ficar tudo bem.
A porta foi aberta e um homem com algumas folhas em mãos, e, uma enfermeira entraram no quarto.
— Alguém está agitada, mas não deve. — a enfermeira sorriu e olhou para Adam que estava ao meu lado segurando minha mão, e fazendo carinho em meus cabelos. — Por um milagre nada aconteceu ao seu bebe, mas se continuar agitada assim, vou ter que te medicar.
Eu fiquei encarando o médico. Ele me olhou confuso.
— Você não sabia da gravidez? — não respondi.
— Ela não sabia. — Adam respondeu por mim. O médico concordou.
— É uma gestação inicial, você está de quatro semanas, e foi um milagre nada ter acontecido, devido a gravidade do acidente. — lágrimas voltaram a encher meus olhos.
— Thomas me segurou, ele recebeu o maior impacto. — falei tapando a boca. — Meu Deus!
Olhei para Adam começando a chorar novamente, e negar com a cabeça. Isso não poderia estar acontecendo, não agora.
— Poderiam nos deixar a sós por um momento? — Adam perguntou ao médico.
— Seja breve, terei que administrar um calmante leve, ela não pode ficar agitada assim. — eles saíram.
— Ei calma, o que foi? — ele perguntou se abaixando e ficando na minha altura.
— Ela não vai parar. — falei entre lágrimas e soluços. — Alex nem se quer se lembra de mim, o que eu vou fazer? — perguntei. — Meu Deus Adam o que eu vou fazer?
— Calma. Não se agite. Vamos dar um jeito Alice. — eu não conseguia acreditar. Negava com a cabeça.
— Ela sequestrou meu irmão e falou que não iria parar se eu não me afastasse da vida dele, eu não levei a sério, e olha onde estou?
— Você não tem que fazer o que ela quer.
— Eu estou cansada, me sinto esgotada. Não sei o que fazer. — o desespero só aumentou conforme as dúvidas surgiam. — E, agora eu estou grávida de um homem que não sabe quem eu sou. — olhei para Adam. — Não quero que ninguém saiba.
— Alice...
— Não Adam. Eu preciso de tempo, preciso me afastar de tudo e pensar. — ele concordou. — Eu não quero morrer, não quero que nada aconteça com meu filho. — coloquei as mais sobre minha barriga, e comecei a chorar. Os aparelhos apitaram de novo e dessa vez a enfermeira entrou com uma seringa.
— Nada vai te acontecer, eu prometo. — ele apertou minha mão e beijou minha testa. Comecei a sentir meus olhos pesarem. — Eu vou dar um jeito, ela não vai mais encostar em você, isso eu te prometo.
"Ela não vai mais encostar em você, isso eu te prometo"
Foram com essas palavras que me entreguei ao sono profundo.
Olá meus amores, pra quem vai continuar acompanhando a história, está capa a baixo é a do segundo livro, add a sua biblioteca ou lista de leitura, assim vc recebe a notificação.
Amanhã eu trago o prólogo e quarta o primeiro capítulo.
Até mais... ❤
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