CAPÍTULO 7
Olá... me digam o que estão achando da história?
A pergunta que mais recebo é: quando o casal começa a se envolver?
Somente depois da ex aparecer... aí as coisa meio que perdem o rumo.
Mas na minha opinião, algo muito mais importante já está acontecendo, o interesse verdadeiro de conhecer o outro.
ALEX
Eu sustentava um leve sorriso, quando desliguei a chamada impedindo Alice de me mandar para casa do chapéu. Encarei Adam que me olhava sem acreditar no que falei. Estávamos em minha cobertura terminando de acertar alguns detalhes de um contrato que eu precisaria levar em uma curta viagem que faria em breve.
— Pequeno dragão? — ele perguntou incrédulo. Coloquei o celular em cima da mesa.
— Combina com o humor dela pela manhã. — dei de ombros. Adam riu, e fechou a pasta.
— Você não quer deixar acertado seu testamento, também? — foi impossível não rir. — Ela vai te matar amanhã. — meu amigo comentou rindo.
— Não se eu levar Muffins de chocolate. — ele apontou com o dedo em minha direção como se tivesse acertado em cheio. — Eu não esqueci o que você fez Adam. — o alertei. — Ter me mandado ir bem cedo, sabendo que ela odeia levantar cedo, foi no mínimo... Desleal da sua parte com sua amiga. — ele se recostou na poltrona, e ficou pensativo. — Só espero que ela não esqueça. — ele riu.
— Talvez eu não tenha pensado nela naquele momento, e sim em você me atrapalhando mais uma vez. — ele revirou os olhos e bufou. — Mas foi tão ruim assim? — lembrei da resposta vaga que Alice me deu em relação a minha irmã.
— Nada que eu não pudesse lidar. — ele concordou. — E sobre a amiga que mora com Alice, o que você sabe sobre ela?
— Tina? — dei de ombros, não tinha gravado o nome dela. — Ela é meio doidinha, mas a Alice diz que ela é gente boa. — ele falava como se não conhecesse a moça, mas lembro que a justificativa usada por Alice por ter contado a amiga, era porque a mesma estava pensando que eles tinham algo, ela não queria magoar a amiga. — Ela trabalha no mesmo bar que a Alice, mas faz algum serviço interno. — ele me encarou desconfiado e sorriu. — Não vai me dizer que esta interessado nela? — desencostei da poltrona, apoiando os braços na mesa.
— Meu único interesse é que essa tal Tina mantenha a boca fechada, já que sua amiga contou a verdade a ela. — fiz Adam engolir o sorriso na mesma hora. — Creio que você como advogado não deve ter a orientado direito no que consiste uma quebra de contrato de confidencialidade. — ele esfregou a cabeça.
— Não acredito que Alice fez isso. — ele se levantou. — E porque ela fez isso? — dei de ombros.
— Para mim não faz a menor diferença o motivo, se certifique que a amiga não fale nada. — ele concordou.
— Eu vou cuidar disso. — ele começou a guardar suas coisas, e olhou no relógio.
— Vai fazer isso agora? — ele concordou.
— Eu costumo ir aos sábados no bar, a noite tem música ao vivo e as gorjetas são melhores. — com toda certeza ficou claro em mina expressão que não havia entendido nada. — É uma forma que encontrei para ajudar Alice, já que ela não aceita dinheiro emprestado. — continuei sério pensando no que tinha acabado de ouvir. — Ela não te falou nada sobre isso, pelo que vejo. — neguei.
— Alice é muito vaga nas respostas, quando pergunto algo. — ele sorriu.
— Sei bem disso. — Adam pegou sua pasta, e fez menção de sair, mas eu estava curioso. — Vou aproveitar e converso com as duas de uma só vez.
— Afinal o que rola entre vocês? — ele me olhou desconfiado.
— Somos amigos Alex. — ele falou sem titubear.
— Você deixou claro outra vez, que graças a ela. — ele sorriu, e eu conhecia meu amigo. Aquele sorriso significava algo mais.
— Sim, graças a ela. Por algum motivo ela negou todas as minhas investidas, e nisso ela é muito boa. Em arrumar desculpas, sair pela tangente. — ele balançou a cabeça. — Acho que foi o único não que recebi, desde que entrei para faculdade. — rimos.
— Bons tempos. — falei lembrando com nostalgia daqueles anos. Adam voltou a se sentar.
— A época em que fazíamos qualquer coisa por uma transa. — ele estreitou os olhos. — Até hoje não acredito que você pegou aquela professora. — dei de ombros fazendo pouco caso.
— Você acreditar ou não, não mudou minhas notas. — rimos. — Você deve ter perdido a prática com o passar dos anos. — ele riu e ponderou o que falei.
— Alice não é o tipo de mulher que se faz de tudo por uma única noite. — ele se levantou. — Uma noite seria muito pouco. — fiquei pensativo e ele começou a sair. — Boa sorte amanhã.
— Obrigado, mas não será necessário. — ele parou na porta e me encarou. — Ela vai descontar toda a raiva hoje em você. — comecei a rir. — Ela sabe que foi ideia sua. — falei, e ele fechou os olhos.
— Valeu.
— Não tem de que.
Ele saiu e eu fiquei pensando em nossa conversa. A nostalgia do tempo de faculdade voltou. Mas era tudo muito confuso, porque os momentos felizes se misturavam com os ruins, foi na faculdade que tudo entre mim e Sofhia se tornou mais sério. E hoje muitas dúvidas pairavam pela minha mente.
ALICE
O bar estava lotado, e por esse motivo não percebi quando Adam se aproximou do balcão. Ele se sentou no canto e esperou até que servi todos os pedidos, quando pude respirar por alguns minutos, ele veio até onde eu estava, e quando pensei em falar algo, ele tomou a frente.
— Antes que queira arrancar meu fígado, vim conversar com vocês sobre sua quebra de contrato. — ele falou rápido, e quando viu que engoli seja lá o que falaria, ele sorriu. — Como você me faz algo assim?
— Abrindo a boca e deixando as palavras saírem? — perguntei com sarcasmo.
— Agora temos que garantir que sua amiga, não fale nada. — de novo esse assunto.
— Eu já disse ao Alex, que ela não vai fazer isso. — ele arqueou uma sobrancelha, duvidando. — Eu sei que pisei na bola, mas eu precisava conversar com alguém sobre isso. — ele desfez a carranca, e seu semblante suavizou.
— Falasse comigo. — sorri.
— Você é homem Adam, e... — quando ele olhou para trás de mim, eu sabia quem estava ali. — E, quando dei por mim, já tinha falado. — olhei para trás, e a vi entregando o que trouxe da cozinha a uma das meninas que só faziam um extra nos sábados a noite. Quando pode Tina veio até nós.
— Qual o motivo da cara de enterro? — ela perguntou.
— Estou levando uma bronca por ter te falado "aquilo". — Tina olhou para Adam depois revirou os olhos. — Na verdade eu tenho que agradecer a ela, tive que conversar com minha mãe hoje sobre isso, e falei a verdade sem ter que dizer tudo. — Adam franziu o cenho.
— A senhora inocência aqui não imaginou que isso fosse chegar por aqueles lados. — ele continuava não entendendo.
— Meu pai ficou nervoso quando leu o que saiu na internet, e minha mãe me ligou querendo saber de mim, o que estava realmente acontecendo.
— Nossa Alice, como ele esta? — ele perguntou preocupado.
— Tem pedido esperando na cozinha! — Bruce faltou gritar quando passou por nós, indo para o caixa.
— O dever me chama. — Tina falou se aproximando de Adam. — Fala pro seu amigo, que ele não precisa se preocupar com a quebra de contrato, esse assunto morreu pra mim, agora se minha amiga sair machucada dessa história de alguma forma, a única quebra que ele tem que se preocupar é a das pernas dele. — Adam ficou surpreso com o que ela falou. Tina se afastou do balcão. — E, as suas também por ter metido ela nessa história. — dito isso ela saiu, deixando nós dois pasmos.
— Acho que você tem razão, ela não vai falar nada. — eu neguei com a cabeça. — E, como esta seu pai?
— Acho que agora mais calmo. — dei de ombros.
— Eu estou tão acostumado com esse assédio da mídia, que realmente não ligo mais, e não leio nada além de assuntos relacionados a investimentos.
Ele ficou por mais um tempo, e quando seus amigos chegaram, ele se sentou com eles. Continuei meu serviço, e a noite foi agitada. Quando já tínhamos terminado de limpar e guardar tudo, eu estava me sentindo como se um trator tivesse passado por cima de mim. Tina terminava de contar as gorjetas e sorria.
— Esse é aquele momento em que as dores nas pernas são compensadas. — peguei a parte que era minha e guardei.
— Vamos, tenho que acordar cedo, amanhã. — falei. Ela guardou seu dinheiro, e começou a me seguir.
— Se olharmos a questão do horário. — ela olhou em seu celular. — Já é exatamente amanhã, são quase duas da madrugada.
— Para mim só passa a ser amanhã, depois que durmo aí quando acordo é outro dia. — ela riu e apagou as luzes.
— Só você mesmo.
Quando saímos do bar o que vi me surpreendeu. Dilan estava parado ao lado do carro, e falava ao telefone. Quando nos viu, desligou e veio em nossa direção. Tina me cutucou.
— Ele faz jus as fotos. — olhei para Tina, então lembrei que ela tinha pesquisado na internet.
— Senhorita Martin, vou levá-las em casa. — sorri, e começamos a caminhar em direçao ao carro.
— Obrigada, mas não precisava ter voltado somente por isso. — ele abre a porta e sorri.
— Na verdade eu não fui embora. — fico surpresa com o que ele fala.
— Você esta aqui desde aquela hora? — ele somente concorda. Fico ainda mais sem entender, e entro no carro.
— Do que vocês estão falando? Que hora é essa? — minha amiga estava confusa.
— Depois que a irmã do Alex saiu, ele esteve no bar. Alex queria saber o que a irmã falou para mim, e desde então Dilam esta aqui. — explico no automático.
— A irmã dele foi atrás de você? — ela pergunta incrédula. — Puta que pariu, eu preciso sair daquela cozinha. — eu ri e notei que estava sendo observada por Dilan, através do retrovisor. — Quando chegarmos em casa você vai me contar tudo. — concordei.
Entre tudo o que havia acontecido no dia de hoje, o que não tinha sido pouca coisa para a rotina da minha vida cotidiana, o que me deixou surpresa foi encontrar o motorista me esperando para me levar em casa. Desviei o olhar para a rua. Não queria que ninguém visse o sorriso bobo que eu não conseguia esconder.
Sentia meu coração gritar as palavras no meu ouvido.
"É Alice, estamos ferrados"
Só consegui deitar depois de contar por cima o que Samantha queria, Tina ficou surpresa pela postura da irmã, mas disse ter gostado. Isso mostrava que a família se importava de verdade com Alex. Peguei meu celular vendo as horas.
Já era três da manhã. Agindo pela impulsividade, procurei o nome de Alex no ícone de mensagem, e resolvi enviar uma mensagem de agradecimento.
"Obrigada pela carona, mas não precisava ter deixado seu motorista plantado a noite toda do lado de fora. Mas mesmo assim, obrigada"
Sorri, deixando o celular de lado. Fechei os olhos no momento que ouvi o sinal de mensagem. Com meu coração acelerado peguei o celular e li a mensagem que Alex me enviou.
"De nada. E não se preocupe, ele é pago para isso"
Revirei meus olhos, e enviei um emoji com a mesma reação. Escrevi uma mensagem.
"Parece que todos a sua volta, são pagos para alguma coisa"
Depois de enviar eu me arrependi. Ele visualizou e não respondeu de imediato. Quando respondeu meu coração chegou a doer.
"Infelizmente sim"
Como as coisas com Alex iam de um extremo a outro num piscar de olhos, eu enviei uma mensagem para agradecer uma gentileza, e agora eu estava me sentindo mal e não tinha nem cinco minutos que estávamos nos comunicando.
"Desculpe, falei sem pensar"
Enviei.
"É uma verdade, não tenho dificuldade de lidar com as verdades, Alice"
Agora que o leite já tinha derramado, eu iria aproveitar já que ele estava disposto a conversar.
"Não sei se acredito, você está me pagando para mentir para as outras pessoas, não existe verdade nisso"
Ele começou a digitar, e meu coração acelerava.
"Isso é questionável, depende de que ângulo se olha, para mim a única verdade que importa é o motivo que está me levando a fazer isso"
Pensei no motivo. Ele não queria admitir que por algum motivo ele não tinha se envolvido pra valer com ninguém durante esses anos, pelo fato de ainda gostar da ex. Meu coração doeu quando cheguei a conclusão.
"Você ainda gosta dela"
A resposta veio rápido.
"Tire suas próprias conclusões"
Voltei a revirar meus olhos. Eu iria levar o papo para outro lado, assim deixaria mais leve.
"Pronto, voltou a ser o ogro que conheci dias atrás. Estou atrapalhando seu sono, é isso? Vou deixar o príncipe dormir no alto de sua torre"
Ao invés de responder ele fez uma vídeo chamada.
Alex pedia licença por um minuto, desligou o microfone do seu computador e depois baixou a tela, de uma reunião em vídeo, onde eu vi no mínimo umas cinco pessoas, todas com traços orientais.
— Você não é a única que trabalha a noite. — ele falou esfregando os cabelos.
Fiquei sem jeito, e agradeci que estava de camiseta e não de camisola. Ele estava com uma camisa social branca, as mangas dobradas, e uma expressão de cansaço no rosto. Era o que somente conseguia ver.
— Estou vendo, e agora consigo sentir-me melhor sabendo que estou deitada em minha cama quentinha e confortável. — ele sorriu. Ele ficava mais lindo quando sorria. — Não quero atrapalhar, vou dormir e você deveria ir logo também, afinal vai me levar para almoçar amanha, esqueceu? — ele olhou no relógio. Antes que falasse algo eu justifiquei. — Eu sei, já é domingo, mas como eu não dormi, ainda estou no sábado.
— Tem lógica. — falou rindo.
— Claro que tem, para mim faz todo o sentido. — ele me olhou sério por um minuto, fazendo meu estômago se retorcer. E eu confesso que tinha medo do que poderia sair da minha boca nesses momentos. — Me diz que você esta como naqueles programas de sátiras de TV? — levei o assunto para o humor. Ele estranhou.
— E como seria? — perguntou curioso.
— Somente de cueca. — falei como se fosse a coisa mais obvia do mundo. Alex riu. — É melhor eu desligar, você quando sorri, fica terrivelmente feio, e eu preciso de uma noite tranquila, sem pesadelos. — ele riu.
— Eu acho que minha secretária não se sentiria confortável se eu estivesse somente de cueca. — ele falou virando o celular, e pude ver uma mulher que também tinha os traços orientais, e que estava segurando o riso. — Esta é Sara Yoshida, minha secretária.
— Prazer em finalmente te conhecer Alice. — ela falou acenando.
— Oi Sara. — sorri, me sentindo envergonhada. — Se eu soubesse que Alex não estava sozinho, eu teria sido mais discreta. — ela sorriu. Alex virou a tela para ele novamente. — Bom vou deixar vocês trabalhar em paz. Boa noite. — ambos se despediram e eu desliguei, mas voltei ao ícone de mensagem e enviei a última da noite.
"Estou com vontade de torcer teu pescoço"
Enviei. E a resposta começou a ser digitada no mesmo momento.
"Eu nem imaginaria algo assim, pequeno dragão"
Eu tinha tantas possibilidades de resposta, mas enviei somente um emoji olhos revirando. Deixei o celular de lado, e cai em uma enxurrada de pensamentos e dúvidas. A secretaria dele é linda.
Será que eles tiveram algo?
Acho que esse negócio de chefe e secretaria é meio clichê, e Alex não tem esse perfil. E, se eles não só tiveram algo, como ainda podem estar tendo, e eles não assumem nada por outros motivos?
Virei de lado tentando dormir, mas sabia que meu sono tinha sumido.
ALEX
Olhei a resposta de emoji enviada por Alice e ri.
— Gostei dela. — Sara voltou a afirmar.
— Você já disse isso. — coloquei o celular em cima da mesa, e olhei para minha secretária.
— Eu sei, mas estou reafirmando. — voltei a levantar a tela da reunião.
— Vamos terminar logo tudo isso.
Coloquei meus fones e voltei a conversar com os japoneses. Meia hora depois tínhamos encerrados os trabalhos, e me levantei sentindo o corpo reclamar por estar a horas na mesma posição.
— Seu dia amanhã esta livre, mas seria bom se respondesse os dois emails que já deixei marcados na sua pasta. Na segunda feira cedo, você tem três reuniões e os diretores das fábricas de Nova Jersey precisam de uma posição sua. — ela falou pegando sua bolsa e indo em direção a porta.
— Farei isso em algum momento do dia. — acompanhei Sara até a saída.
— Se tiver alguma dúvida sobre algo me ligue, ou fale com Adam, ele já está sabendo de tudo.
— Certo. — antes de sair ela me encarou e estreitou os olhos. — O que foi? — perguntei.
— Você sabe que eu te conheço a anos, certo? — sem entender onde ela queria chegar eu concordei. — Eu te conheço Alex, e pelo seu olhar sei que esta aprontando alguma coisa. — acabei rindo. Dilan apareceu no corredor.
— Boa noite, Sara.
— Alex. — dei tchau para minha secretária quando Dilan chamou o elevador para ela.
Fechei a porta, e tirei o celular do bolso da calça, pensando em como seria a reação de Alice ao saber que almoçaria na casa dos meus pais.
Com certeza seria algo que a faria esquecer o apelido carinho que dei à ela.
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