CAPÍTULO 45
Boa noite, sumi por que tive algumas prioridades na família. Mas vamos continuar????
Boa leitura.
ALEX
— Tem certeza que não quer ir comigo? — pergunto a Alice, enquanto arrumo a gravata. Ela resmunga algo da cama, que não consigo entender.
Penso no recado que recebi de Thomas assim que ele e Alice chegaram de Nova Jersey, eu torcia para que ela dissesse não.
Não entendia porque sua mãe queria falar comigo, sem que a filha soubesse.
Saio do closet e vou até a cama. Puxo a coberta Alice vira de bruços.
— Tenho trabalho. — responde tateando a mão pela cama procurando o cobertor. Meu celular vibra com uma mensagem.
"A encomenda árabe chegou"
Sorrio.
— Melhor momento impossível. — falo saindo da cama. Não sem antes dar um tapa no traseiro de Alice.
— Aí! — sorrio.
— Levante-se, tenho um presente para você antes de partir. — ela abre os olhos por um breve momento.
— Não pode deixar para a volta. — neguei. — Por quê? — resmungou.
— Não devemos deixar para amanhã o que podemos fazer hoje. — as palavras saíram da minha boca com naturalidade, porque era assim que eu pensava, mas um sentimento de angustia pressionou meu peito, ao falar isso olhando para ela.
Alice se sentou e me encarou. Eu fiquei perdido em algum momento entre as palavras e o que senti, mas quando me dei conta, ela estava parada a minha frente, balançando a mão.
— Ei? O que aconteceu? — balancei a cabeça.
— Nada. — beijei sua mão. — Não demore.
Sai do quarto e segui para a cozinha.
— Bom dia Mary. — ela sorriu e me cumprimentou de volta.
— Café? — perguntou.
— Por favor. — tomei meu café na bancada mesmo.
— A encomenda está em seu escritório. — ela informou. Agradeci e segui para lá.
A pequena caixa estava em cima da mesa. Escutei a porta sendo fechada atras de mim.
— O que queria me mostrar? — Alice parou ao meu lado olhando o embrulho que tirei da caixa. — O que é isso?
— Seu presente. — entreguei o embrulho. Ela estreitou os olhos desconfiada, mas sorriu por fim. Eu amava ver esse pequeno gesto em seus lábios.
— Tudo isso por causa da caneta que te dei? — enfiei as mãos no bolso e fiquei esperando o momento em que ela se daria conta. — Um perfume. — ela olhou o frasco, e sorriu para mim. — Obrigada. — ela me beijou.
Havia um cartão escrito a mão. Ela o pegou.
O futuro é incerto, como um dia meu passado foi, mas não consigo me lembrar de ter pertencido a um presente tão feliz quanto ao que vivo...
Desejo que o amor floresça no jardim de seus corações como as flores lindas e exuberantes que usei para capturar essa fragrância. Espero que goste, tanto quanto gostei de ter conhecido você.
Jasmim.
Alice me olhou com lágrimas nos olhos. Se ela estava chorando pelo bilhete, o mérito não é meu. Dentro da embalagem havia uma flor seca, ela pegou e olhou para o vaso de orquídea que estava no mesmo lugar, como no primeiro dia em que ela esteve aqui.
— Alex... é simplesmente lindo. — ela voltou a me abraçar.
— Mas quero saber se gostou. — ela sorriu e abriu o frasco cheirando. — Jasmim explicou que tem que passar na pele, as notas mudam de acordo com cada pessoa.
— E, quando você falou com ela? — não respondi. — Espera. — ela pegou o papel e leu novamente. — Foi da vez que eles estavam aqui? — concordei, pegando o frasco da mão dela, e borrifando em seu pescoço, abrindo o roupão, borrifei no vão entre seus seios. — Então não foi por causa da caneta. — resmunguei negando, coloquei o frasco na mesa, e inclinei para cheirar seu pescoço.
— É bom. — falei. — Mas ainda prefiro o seu cheiro. — levei minha mão até o meio de suas pernas. — Daqui. — recebi um tapa, e Alice se afastou para borrifar no punho.
— É maravilhoso. — falou fechando os olhos. — Eu amei. — ela pulou com tudo se agarrando em meu pescoço. — Amei. Amei. Amei. — ela repetia e me beijava. Então parou e me olhou. — Nós não estávamos juntos quando você pediu.
— Não. Mas vi que você gostou da orquídea quando esteve aqui. — ela sorriu. — Eu senti vontade de dar isso, e os perfumes árabes são famosos. — voltei a cheirar, mas agora seus seios. — Vou ficar com esse cheiro na cabeça durante a viagem.
ALICE
Já passava das quatro da tarde, e eu estava tão eufórica com tudo que estava vivendo, que me sentia leve. Tinha acabado de enviar um email agradecendo a Jasmim, pela delicadeza em cada detalhe. Se bem que pensando é tudo muito o jeitinho dela mesmo, não deve ser esforço para ela agir assim.
Sorri.
Eu sentia uma energia emanando de mim, algo novo que eu não sabia explicar. Alguém bateu a porta, e encontrei Adam parado me olhando com um sorriso.
— Estou curioso agora, o que estaria ocupando sua mente, que não me ouviu falar com você. — acabei sorrindo envergonhada. Ele entrou. — Sei que não estava falando com Alex. — estreitei os olhos para ele.
— E, como sabe disso?
— Porque ele estava falando comigo. — ele piscou. — Você está com um brilho diferente. — seu celular vibrou. Adam o pegou e balançou a cabeça ao ver o que seja que tenha chegado.
— Problemas? — perguntei.
— O de sempre. — ele expirou demonstrando cansaço.
Ele me olhou como se quisesse me falar algo, mas estava em dúvidas. Eu senti uma angustia.
— Pode falar, eu aguento. — ele sorriu e baixou a cabeça.
— Sinto falta das nossas conversas. — ele me olhou. — Você era a única amiga verdadeira que eu tinha.
— Tem. — falei. — Para mim nada mudou, você continua sendo meu amigo. — ele me olhou como se duvidasse do que eu falava.
— Bom tenho que ir. — ele se levantou. — Poderíamos sair para beber algo. — ele falou.
— Eu adoraria. — ele sorriu.
— Ótimo, porque se tem algo que eu estou precisando é de algo que tenha álcool. — olhamos para o lado vendo Tyler parado na porta. — Isso se eu não for atrapalhar. — meu cunhado falou apontando entre mim e Adam.
— Que tal matarmos a saudades do barzinho que trabalhei? — sugeri e Tyler sorriu compreendendo o porque da minha sugestão.
— Perfeito. — Adam sorriu. — Mando mensagem quando estiver livre. — ele se despediu e saiu. Tyler olhou para ele sorrindo e quando voltou a me olhar balançou a cabeça.
— Agora entendo nossa amiga. — meu cunhado se esparramou na poltrona. — Adam não consegue disfarçar o que sente por você. Como nunca reparei nisso? — ele se perguntou espalmando as mãos no ar. Levantei uma sobrancelha.
— Que história é essa de nossa amiga? — falei jogando um lápis nele. — Ela é minha amiga. — ele se esquivou e riu. — Falando nisso o que vocês fizeram depois que eu fui embora?
— Não vou compartilhar as coisas sórdidas de fizemos, você é minha cunhada. — ele se levantou.
— Tyler...
— Só vim ver se já tinha visto a foto que saiu. — ele pegou o celular.
— Que foto? — ele me mostrou.
Na imagem Sofhia estava ao lado de Alex, e ela sorria para ele. Olhei a data da postagem e era de uma hora atrás.
— Você sabe que ela é representante do pai nas empresas, então não caia nas armadilhas dela. — Tyler foi objetivo. — Ela vai tentar te manipular de todas as formas possíveis para que acredite que eles estejam tendo algo, ela estará presente nas duas reuniões de amanhã também. Então espere o pior dela.
— Alex sabia que ela iria? — ele deu de ombros.
— Não sei, era uma possibilidade. — pensei na manhã que tivemos, o carinho, o presente, sua atenção e cuidado.
— Ela que use o que quiser, eu não estou nem aí. — falei voltando minha atenção ao que estava fazendo. Mesmo que já não lembrasse o que era.
— Sério?
— Sim, porque o espanto? — ele sorriu.
— Achei que iria surtar. — e, eu estava, mas estava surtando por dentro. Sorri. — Você tem que treinar o sorriso também, porque ele ainda continua assassino. — acabei rindo.
ALEX
Sai do escritório onde a última reunião do dia havia acabado de acontecer, sentindo minha cabeça explodir, mas eu tinha um assunto importante para resolver. Segui para o elevador e me questionei por um momento se voltar para Manhattan não seria uma boa opção.
— O dia foi produtivo. — escutei a voz de Sofhia ao meu lado, mas não me dei ao trabalho de olhá-la e nem de responder. — Acho que ao menos de forma profissional poderíamos ter algumas cordialidades.
— Estou sendo cordial, não estou te xingando ou querendo te matar. — falei olhando para Thomas. Fiz sinal para ele assim que as portas do elevador abriram. — Cancele minha hospedagem, iremos para outra cidade. — ele concordou, e fiz questão de olhar para Sofhia, vendo a decepção em seus olhos.
— Se vai para outra cidade, não vai estar na reunião de amanhã? — desviei o olhar e entrei no elevador. Thomas apertou o botão da garagem.
— Isso não te diz respeito. — senti que ela bufou ao meu lado.
— Se você não comparecer, eu preciso saber o que fazer. — ela parecia nervosa. — Você agora é um dos sócios. — as portas abriram na garagem e sai indo em direção ao carro.
— Tenha uma boa noite, Sofhia.
Entrei no carro e assim que Thomas o conduziu para fora do prédio, olhei para o retrovisor.
— A mãe da Alice não disse sobre o que era? — ele olhou pelo espelho e negou.
— Só me pediu que passasse o recado ao senhor sem que a filha soubesse. — concordei. Olhei no relógio e eram sete da noite. — Pretende ir para algum outro hotel?
— Não, vamos direto para Nova Jersey. — ele concordou.
Peguei meu telefone vendo as inúmeras mensagens de Sara. Três de Adam, e tinha do meu irmão, sendo na ultima frase, ele me mandava se foder. Olhei o numero de Alice que não tinha nenhuma mensagem.
Se não havia mensagem dela, o que fosse trabalho poderia esperar. Guardei o celular e comecei a pensar no que poderia ser que sua mãe queria muito falar comigo. Abri minha pasta e pequei a cartela de comprimidos que havia pedido para Sara.
Fechei os olhos e acabei dormindo, acordando somente quando Thomas me avisou que estávamos chegando. Passei a mão nos cabelos e sai do carro assim que ele parou na frente da casa. Quando estava chegando perto a luz de fora foi acessa e a porta foi aberta.
— Que bom que pode vir. — quem me recepcionou foi o padrasto de Alice. Ele olhou para trás e acenou para meu segurança. — Ficamos na dúvida se ele realmente o avisaria.
— Boa noite. — o cumprimentei e entrei. A mãe dela estava sentada no sofá com as mãos no colo e não me olhou logo de imediato.
— Sente-se, por favor. — Paul me mostrou o sofá. — Quer beber alguma coisa?
— Paul. — sua esposa falou e então levantou o rosto e me olhou com um sorriso fraco, que parecia um lamento. — Obrigada por vim, Alex.
— Confesso que estava curioso, agora estando aqui, estou ficando preocupado. — Paul se sentou ao lado da esposa e segurou sua mão, apertando num gesto de segurança.
— Antes de tudo eu preciso saber quais são suas intenções com minha filha? — respirei aliviado ao entender que a conversa seria entorno disso. Senti um peso sair de cima das minhas costas. — Vi o anel que você deu a ela. — sorri.
— Minhas intenções com sua filha são as melhores possíveis. — ela concordou, mas ainda sentia que ela estava em duvida de algo. — Pretendo me casar com Alice, Mônica. — ela concordou. — Inclusive vou aproveitar desse momento e fazer o pedido oficial a vocês.
— Eu amo minha filha. — ela começou a chorar. — Nunca duvide disso, o amor que tenho por ela é o mais puro, ela foi minha salvação no pior momento da minha vida. — ela começou a soluçar e limpou o rosto.
— Não tenho dúvidas disso. — falei sem entender o rumo da conversa.
— Alex, esse sempre foi um assunto delicado, nunca falamos dele na presença da nossa filha. — sorri ao ouvir Paul pronunciar nossa filha, ao se referir a Alice. — E com certeza se as circunstancias fossem outras, talvez nem tocaríamos no assunto com você.
— Entendo agora porque pediram que Alice não viesse. — ambos concordaram. — Mas sobre o que exatamente vamos conversar?
— Temos vistos as revistas que saem matérias com vocês.
— Não devem acreditar no que sai nelas. — eles concordaram. — É fofoca para vender, somente isso. — Eu não acompanho nada, então não fazia ideia do que poderia ser.
— Não me preocupo com o que eles falam, mas ando sem dormir desde que vi uma das fotos. — ela pegou uma revista que estava em cima da mesa e me entregou na capa estava eu entre Sofhia e Alice, uma montagem clara e barata.
— Isso é montagem. — expliquei.
— A matéria fala que essa moça era sua noiva, e fala um pouco sobre o pai dela o qual você se tornou sócio recentemente. — concordei. — Eu andei buscando algumas informações, e descobri que ele era o chefe dela antes da Alice ir trabalhar com você.
— Sim. — pensei que essa era uma parte da conversa que Alice tinha que estar presente. — Mas sobre isso, Alice tinha que estar presente.
— Eu só queria saber o que levou ela sair de onde estava e ir trabalhar com você? — ela começou a tremer. — Ele fez algo para ela?
Encarei o casal a minha frente, e então notei que pelo estado emocional em que Mônica se encontrava, e pela pergunta direta sobre o que Charles poderia ter feito a Alice, ela sabia mais do que eu imaginava. Se Alice tivesse contado o que aconteceu, ela não estaria me fazendo esssas perguntas.
— Eu sei o que ele é capaz de fazer. — uma lágrima escorreu em seu rosto e o marido a abraçou.
Meus pensamentos voavam por todos os lados. Senti meu coração acelerar somente com a possibilidade que passou pela minha cabeça. Charles e meu pai foram sócios em uma empresa aqui em Nova Jersey muitos anos atrás, e que hoje pertencia somente a minha família.
— Para saber algo sobre isso, você teria que ter...
— Fui secretária dele por três anos.
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