CAPÍTULO 43
ALEX
Senti quando Alice se moveu para sair da cama. Tentei segurá-la, mas ela foi mais rápida.
— Tenho que resolver algumas coisas. — falou seguindo para o banheiro. Olhei no relógio de cabeceira vendo que ainda era 6:30 da manhã.
— O que é tão importante para que você saia da cama á essa hora? — escutei sua risada do banheiro.
— Todo esse mau humor é somente por que levantei? — ela perguntou.
— Em tempo há trás eu tinha que arrumar bolinhos de chocolate para não ser quase morto por te tirar da cama tão cedo. — ela colocou a cabeça para fora e me encarou.
— Pode não parecer, mas eu sou uma mulher responsável, e eu tenho um trabalho. Lembra? — revirei meus olhos. — E, o meu chefe é um pé no saco quando algo não sai do jeito que ele espera. — ela saiu do banheiro e veio em direção a cama. — A que horas você vai sair hoje?
— Só vou para a empresa depois do almoço. Vou trabalhar daqui pela manhã. — ela concordou.
— Então você fica com a Rachel, eu tenho que resolver algumas coisas na empresa. — ela se encaminhou para o closet. — Falando nisso, ontem comprei algumas coisas, mas se ela vai ficar aqui por mais alguns dias, tem que ir buscar as coisas dela. — ela saiu vestida em uma saia lápis azul, que marcava muito bem sua bunda. — Alex?
— Oi. — voltei a olhar para seu rosto, que por sinal me encarava. — Você fica muito bem com essas saias. — ela franziu a testa.
— Você ouviu o que eu disse? — eu tinha ouvido? Sim, só não tinha assimilado.
— Você poderia passar lá, eu não sei o que exatamente precisaria pegar. — ela concordou.
— Você tem a chave? — Alice soltou a pergunta de forma espontânea, mas a expectativa na resposta mostrava que ela tinha receio do que eu falaria. Sorri.
— Não, eu não tenho, passe no hospital e pegue. Assim Lily pode dizer o que é mais essencial trazer. — ela concordou. —Aproveite e veja como ela está, se já tem previsão de alta. — me ajeitei na cama. — Talvez eu precise arrumar uma enfermeira por alguns dias.
— Talvez. — ela respondeu meio vaga, e voltou para o closet.
Mulheres e suas desconfianças. Ela saiu completamente vestida, o que era uma pena.
— Sabe falando nela agora, eu lembrei que ontem quando estava com Rachel no shopping, um homem apareceu, disse que se chamava Richard. Rachel o conhecia, o chamava de tio.
— Ela chama todo mundo de tio. Mas como ele era? — tentei buscar na memória se havia alguém que eu conhecesse com esse nome.
— Estranho, mas eu pedi para Thomas tirar uma foto, assim Dilan pode fazer a mágica acontecer e descobrir a cor da cueca que ele usa. — sorri. — Porque está rindo?
— Gosto da sua perspicácia. — respondi. Mas notei a alfinetada por de trás de suas palavras. — Você ainda está incomodada com o que ele levantou de você? — ela me mostrou o dedo do meio e foi mexer em sua bolsa.
— Não estou incomodada, mas é estranho saber que alguém possa saber tanto da sua vida, sem que você faça ao menor ideia. — ela se aproximou pronta para sair. — Estamos combinados então? — concordei lembrando somente da parte que tenho que ficar com a Rachel. Ela revirou os olhos. — Eu ligo.
— Não está faltando nada? — perguntei colocando os braços atrás da cabeça e admirando a bela mulher a minha frente. Linda, e minha.
— Alex...
— Só um beijinho de despedida. — pisquei, ela riu. Seus passos eram lentos, como se avaliasse que o trabalho que teria para se arrumar de novo, valeria á pena. — Está pensando demais.
— Estou fazendo cálculos mentais do tempo que ainda tenho. — sua bolsa escorregou de suas mãos. — Você sabe que eu não gosto de chegar atrasada.
— Eu não gosto de te ver gostosa desse jeito e não poder te tocar. — ela tirou seus sapatos e subiu na cama, minhas mãos foram direto para sua bunda. — Tem certeza que você precisa mesmo ir? — ela riu em meus lábios quando a beijei.
— Sim.
— Esse seu chefe é realmente um pé no saco. — falei deitando seu corpo ao meu lado.
— Você nem imagina. — gemeu quando mordi seu pescoço.
ALICE
Quando consegui sair de casa, eu estava rindo. Na verdade eu tinha enviado os relatórios para Vick, então não havia a necessidade de estar tão cedo lá. Claro que isso não era algo que eu havia falado para Alex, se não eu não sairia de casa antes do almoço. Eu realmente estava vivendo a melhor fase da minha vida.
Tinha um ótimo emprego, tinha um namorado que as vezes nem eu acreditava, tudo estava indo tão bem que seria pecado pedir mais alguma coisa. Desci do carro assim que Dilan parou na garagem do hospital.
— Não vou demorar. — avisei, mas não fiquei surpresa quando percebi que ele me seguia.
Assim que tive meu acesso liberado, segui para o quarto onde Lily estava. A enfermeira avisou que ela estava acordada, porque tinha tomado alguns remédios. Bati na porta antes de entrar. E posso dizer que decepção era o que vi em seus olhos, assim que ela me viu.
— Bom dia. — falei e fechei a porta. Eu ainda me sentia péssima por ter sentido ciúmes dela nessa situação.
— Bom dia. — ela respondeu sorrindo.
— Espero que esteja melhor. — me aproximei da cama.
— Estou melhorando. — ela arrumou os cabelos, assim que me olhou dos pés a cabeça. — Achei que Alex viria. — sabe aquele sentimento ruim que eu estava sentindo por ter sentido ciúmes dela? Então evaporou.
— Ele está ocupado. — tentei ser cordial, mas a vontade era dizer que ele tinha mais o que fazer. — Passou o dia aqui ontem. — ela concordou. — Bom, eu tinha vindo fazer duas coisa, ver como você estava e pegar as chaves do seu apartamento, porque Rachel está precisando de algumas coisas, mas eu acho que não preciso. — comecei a sair.
— Eu percebo que você não gosta de mim. — ela soltou assim do nada. Parei e olhei para ela. — Acho que o sentimento é mutuo.
— Não tenho nada contra você, mas não gosto quando percebo algo estranho no ar. — ela sorriu.
— Eu e Alex não temos nada. — eu ri.
— Eu sei, e sei também que é porque ele não quer. — vi que ela ficou surpresa por eu saber desse detalhe. — Achou que eu não soubesse?
— Nosso acordo era que ele nunca falaria de nós para ninguém. — eu estava achando essa conversa estranha demais.
Ela sabia que ele já tinha me falado, pois eu estive no seu apartamento.
— Eu não sou ninguém, sou a noiva dele. — mostrei meu anel. Ok, não era um anel de noivado, mas ela não precisava saber. — E, sendo sincera, eu realmente não gostei de você, mas achei que poderia ser algo da minha cabeça, mas agora tenho certeza que meu sexto sentido é realmente bom. Melhoras.
Sai batendo a porta.
Enquanto me encaminhava para o elevador, eu me perguntava o que tinha dado de errado?
Era tão simples, saber como ela estava e pegar as chaves. Mas sai dali tendo a certeza que tinha mais por detrás dessa história do que eu imaginava. E se ela estava pensando que eu iria correndo fazer a cabeça do Alex, para depois se fazer de coitadinha, ela estava enganada. Pessoas como ela se enforcavam sozinhas.
Mas eu precisava de informações.
Dilan apareceu ao meu lado assim que as portas do elevador se abriram.
— Dilan, se eu pedisse algo a você, você faria? — ele concordou.
— Claro.
— E, quais as chances de você não falar nada para o Alex? — ele me encarou. — Não vou pedir para você matar alguém, nada disso. — eu ri, ele também. — Eu só queria saber mais sobre essa Lily, tem algo nela que está me incomodando.
— Algo como? — ele perguntou.
— Ela não perguntou da Rachel em nenhum momento. — ele ficou pensativo. — Eu sei que Alex deve ter feito um daqueles relatórios sobre ela, mas eu não quero perguntar a ele, para não parecer que estou com ciúmes.
— E, você está com ciúmes? — ele perguntou.
— Você vai fazer o que te pedi, sem falar nada?
— Talvez. — ele respondeu.
— Talvez, eu esteja com ciúmes. — ele riu. — Mas não é só isso. — ele concordou.
— Vou ver o que consigo. — eu sorri.
— Obrigada. — ele abriu a porta para que eu entrasse.
(***)
A semana havia passado como um borrão. Entre trabalho e cuidados com Rachel eu nem vi o tempo passar. Alex contratou uma enfermeira para cuidar da tia da Rachel, já que ela saiu ontem do hospital, mas teria que manter repouso.
Eu fingi não ligar, mas procurei pensar que seria melhor. Isso evitaria do Alex ter que sair em seu socorro. Reviro meus olhos. Eu tinha que me controlar. Olhei para a mensagem de minha mãe.
"Já está chegando"
Agora lendo, e vendo a impaciência, eu sabia que não era ela, e sim meu irmão. Era sábado e eu fiquei de passar o final de semana com eles, assim aproveitaria para conversar com minha mãe. Alex ficou emburrado, já que ele queria que eu o acompanhasse em uma viagem.
Mas eu não podia negligenciar minha família. Passei muito tempo sem ter condições de visitá-los, e hoje que tenho a possibilidade, eu devo usar. E tenho certeza que esse tempo longe do Alex só vai servir para esquentar mais as coisas quando ele voltar.
O carro parou na frente da casa dos meus pais. Desde o dia em que estivemos aqui, eu havia enviado algum dinheiro para minha mãe fazer algumas reformas que estavam precisando. Agora a casa estava com uma pintura nova, e até o jardim ganhou uma cara nova.
A porta da frente abriu com tudo e meu irmão saiu em disparada.
— Alice! — ele me abraçou tão forte.
— Que saudades que eu estava de você. — Thomas parou ao meu lado.
— Quem é ele?
— Esse é o Thomas, meu amigo. — meu irmão sorriu para ele.
— Você parece um MIB. Aqueles homens de preto que capturam alienígenas. — Thomas riu. — Você tem uma arma também?
— Tenho, mas não é tão legal quanto aquelas. — Thomas bagunçou o cabelo dele.
— Que maneiro.
— Benjamim, deixe sua irmã entrar. — minha mãe falou da porta.
Thomas estava jogando vídeo game com Bem na sala, eu e minha mãe estávamos preparando o almoço, Paul estava fazendo sua caminhada pelo quarteirão.
— E, como estão as coisas? — perguntei.
— Está tudo bem, Paul continua teimoso, então está normal. — rimos. Ela parou ao meu lado enquanto eu picava alguns tomates e segurou minha mão. Ela estava olhando o anel. — Então é serio mesmo?
— Sim. — notei que sua voz estava estranha. — Parece que não gostou. — ela sorriu e se afastou.
— Estou feliz por você. — ela falou sem muita emoção.
— Mas?
— Eu só tenho medo filha. — eu fui até ela e a abracei. — Não quero que você se machuque.
— Eu também tenho medo, e ás vezes nem acredito, mas eu estou tão feliz, como nunca estive antes. — ela me olhou e sorriu.
— Fico muito feliz por você. — ela me abraçou.
— Já que estamos conversando, eu queria perguntar uma coisa para a senhora. — ela voltou a mexer a panela no fogão. — O que vocês estavam discutindo coma Suzi no dia que o Paul passou mal? — ela parou de mexer a panela, mas não me olhou ou falou algo. — Gostaria muito que você fosse sincera, mãe.
— Ela não acreditava que você pudesse realmente estar com ele. Então ficou enchendo a cabeça do Paul, que você estaria dando um golpe, coisas desse tipo. — ela limpou as mãos e me olhou. — Ela tem muita inveja de você, e eu nunca enxerguei isso.
— Eu não entendo. Porque ela se incomoda tanto comigo? Eu nunca fiz nada pra ela ser assim.
— As vezes é só ser quem você é, isso já incomodada.
Quando Paul chegou conversamos um pouco sobre tudo, e falei que eles deveriam ir me fazer uma visita. Paul foi rápido em negar, e minha mãe concordou com ele, não compreendi o porquê, mas quis acreditar que seja pelo fato deles não gostarem da cidade grande.
Passei o restante do dia com eles, assistimos algumas coisas na TV e no dia seguinte combinamos de ir pescar. Como costumávamos fazer quando eu morava aqui. No domingo quando voltei para Manhattan eu estava bem mais leve.
Mas eu tinha a certeza que Deus me fez descansar esses dias, porque sabia que eu iria precisar.
Vcs estavam com saudades dos meus gifis? Se sim, vamos começar pelo coelhinho... no próximo vem meu gatinho preferido... 😉
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