CAPÍTULO 37
Boa Noite meus amores, deixa eu colocar um recadinho aqui, eu ando meio sumida, eu sei, mas é necessário até eu me habituar a rotina.
Esse semana começa as aulas aqui, então é aquela correria, e pra completar essa semana tenho a primeira consulta pré-cirúrgica da minha filha. Eu sei que vai dar tudo certo, porque meu Deus não falha, e Ele cuida nos mínimos detalhes, mas preciso que tenham paciência, posso ficar alguns dias sem aparecer, mas irei ao menos postar um capítulo por semana.
Ok?
Até tudo se ajeitar, ficamos combinado assim. Desde já agradeço a compreensão 🥰
Sinto falta de interagir com vcs aqui, mas sempre que possível me farei presente.
Estamos numa parte da história que estou engatilhado as histórias de outros personagens secundários, e o nosso casal está numa fase gostosa, mas porque sempre existe um MAS...
Essa história do nosso casal é uma montanha russa, logo chega a parte do ladeira abaixo 😅
Bjos 😘
Boa leitura...
ALICE
Eu já tinha tomado um banho, trocado de roupa e estava comendo um pedaço de lasanha, enquanto conversava com minha mãe por mensagem quando Sam entrou na cozinha. Ela parecia sem jeito, olhava para todos os lugares menos para mim.
— Você falou que ficaria com fome. — ela fala apontando para meu prato. Deixo o celular de lado e pego meu copo com coca cola.
— Eu disse. — confirmo dando de ombro, ela sorri. — Quando eu passo por situações de estresse e ansiedade, eu fico com muita fome, não exatamente no momento sabe? Mas parece que com uma boa porção de carboidrato depois tudo se acalma, fico calma. — ela se senta na banqueta a minha frente. — Está melhor? — pergunto, ela olha para os lados, e confirma com a cabeça. Será que ela está procurando Dilan? — Ele não está. — ela me olha assustada.
— Quem?
— Dilan. — falo, e ela abaixa o olhar para as mãos. — Ele teve que voltar.
— Não estava procurando por ele. — sorrio e dou de ombros.
— Eu não disse que estava, só estou comentando. — ela esfrega o rosto.
— Está tão na cara assim? — acabo sorrindo.
— Não quero que me ache intrometida, pelo que vou falar, mas vou te falar o mesmo que falei pra ele. — Sam me encara, e parece até mesmo para de respirar. — Eu sei que algo aconteceu no labirinto, vi a forma como vocês estavam discutindo no estacionamento, não é a forma como um simples segurança falaria com a irmã do seu chefe, após aquela situação.
— Você não entende. — ela baixa a cabeça e apóia nas mãos.
— Sam, eu não tenho que entender nada, e nem é da minha conta, mas sei que algo está acontecendo, e ás vezes conversar ajuda. Só quero que saiba que eu estou aqui. — seguro sua mão por cima do balcão, ela começa a chorar.
— Eu não queria que isso tivesse acontecido. — desço da banqueta e dou a volta no balcão. — Eu já fiz de tudo. — ela fica nervosa e começa a querer se afastar, mas eu a seguro e a abraço.
— Ei, ei, ei... — a seguro com força em meus braços.
— Eu sou uma idiota. — ela fala chorando. — Sempre faço tudo errado.
— Ninguém é perfeito. — passo as mãos em suas costas. — Calma, seja lá o que aconteceu, já passou. Venha vamos para o quarto.
Subo com ela ainda abraçada a mim, quando entramos no quarto, eu deixo a porta aberta. Puxo as cobertas e deixo com que ela deite, quando penso em me afastar, Sam segura meu braço.
— Não me deixa sozinha.
— Não deixo. — sento na cama, me ajeitando melhor com os travesseiros nas costas, e Sam deita em meu colo.
Como no carro faço carinho em seus cabelos. Deixo com que ela chore o que tem que chorar. Deixar com que a mágoa, a raiva, e qualquer outro sentimento ruim, saiam em forma de lágrimas, é o melhor que podemos fazer em alguns momentos.
Não sei quanto tempo se passou, mas sua respiração já está calma, e até pensei que tivesse dormido, mas então ela me surpreende quando começa a falar.
— O que você acha que eu tenho com Dilan? — eu sabia somente o que Tyler havia me falado certa vez:
"Minha irmã arruma toda desculpa possível pra passar um tempo com segurança do Alex"
"Mas ele é certinho demais pra se envolver com ela"
Mas eu não ia falar nada, até porque certeza eu não tenho de nada.
— Não faço ideia. — sou sincera. — Mas a discussão de vocês não era de um segurança com a irmã do chefe, vamos dizer assim. — ela muda de posição, virando para ficar de frente para mim.
— Por mais que eu quisesse que fosse mais, era somente isso mesmo, um segurança dando uma dura na idiota da irmã do chefe. — ela parece se perder em memórias.
— Você gosta dele. — falo, e ela sorri sem vontade.
— Muito. Chega doer. Isso não é saudável, é? — penso no que sinto quando penso em mim e Alex.
— Se não for saudável, estamos lascadas, porque é o que sinto pelo seu irmão. — agora ela sorri de verdade.
— Mas vocês dois estão juntos, ele gosta de você, você dele, estão até meio que morando juntos. — sinto um baque por dentro quando ela fala isso. — Só está faltando um anel no seu dedo e marcarem a data de casamento.
Meu Deus!
Estamos morando juntos. Claro que eu já havia reparado e pensado nisso, mas vindo de outra pessoa e não das vozes aleatórias da minha cabeça, era mais assustador. Ainda se levar em conta nosso começo que era um contrato.
Mas considerar isso um casamento, é demais.
— Agora que você tocou no assunto, caiu minha ficha que em algum momento vou ter que conversar com seu irmão sobre isso. — ela bate a mão na testa, e ri. — Não sobre o casamento, quando vim morar aqui era por alguns dias, por causa de uns probleminhas. — parei de falar, era melhor antes que saísse o que não devia. — Para de rir, vamos voltar para sua vida amorosa.
— Ou a falta dela.
— Você já conversou com ele sobre isso? — minha pergunta faz ela me olhar com uma das sobrancelhas arqueadas. — Estou falando do Dilan? — ela revira os olhos. — Homens ás vezes são difíceis de entender algumas coisas.
— Bom, entre tudo o que já fiz, o auge antes de hoje foi aparecer nua no quarto dele.
— Não acredito. — ela balança a cabeça. — Caramba... E, ele? — ela soltou um gemido.
— Me colocou pra fora. Assim, não de início sabe? Acho que ele ficou tão chocado que demorou um pouquinho pra toma alguma atitude. Então ele tirou a camisa que estava usando, eu até pensei que iria acontecer algo, mas ele jogou a camisa na minha direção, mandou me vestir, e me levou para casa sem falar uma única palavra.
— Nossa. — fico sem saber o que falar por um tempo, assimilando a situação.
— Eu sei que ele acha que eu só quero me divertir, que sou uma irresponsável á procura de aventura, mas não é isso, eu gosto dele de verdade, senti isso desde a primeira vez em que o vi com meu irmão, pareceu ser algo mágico, sabe cheguei a ver fogos de artifício. — ela sorri ao falar.
— Eu nunca que iria imaginar essa situação, tirando a discussão de hoje entre vocês, sempre vi ele te tratando com muito respeito. — ela sorri, e fica pensativa.
— Ele me trata super bem, é como se nada do que eu faça o atinge. Sem contar que ele é muito reservado.
— Acho que a profissão dele exige que ele seja assim. — ela concorda.
— Se pudesse eu voltaria no tempo e não faria certas coisas que já fiz quando estava com raiva dele por me ignorar.
— Todos nós cometemos erros. — afago sua mão. — Eu já fiz muita coisa errada, me arrependo, mas hoje apesar de tudo aprendi algo com isso.
— Mas eu passei do limite, hoje eu enxergo isso. — ela abraça um travesseiro. — Sabe quando eu apareci nua no quarto dele, e que ele me colocou para fora, eu estava com tanta raiva, e estava tão magoada, que pedi a Alex que liberasse Dilan para me levar a uma boate, era meu aniversario de dezoito anos, claro que meu irmão liberou, e eu fiquei com o primeiro cara que achei, e transei no banco de trás, enquanto Dilan estava dirigindo. — encarava Sam de olhos tão abertos sem acreditar no que ouvia.
— Não sei o que dizer.
— Eu era virgem.
— Puta que pariu, Samantha. — o palavrão saiu sem pensar.
— Pode me chamar de vadia, sei que é isso que ele pensa que eu sou. Uma vadia, rica e mimada. — ela se vira ficando de barriga para cima, e coloca as mãos na cabeça. — Ás vezes até eu concordo.
— Não acho que você seja uma vadia, você foi bem cruel com ele e com você, porque se é isso que ele pensa a seu respeito, nem posso criticá-lo, você deu essa imagem a ele. — escorre uma lágrima em seu rosto. — Mas não acho que ele pense assim.
— Eu gosto tanto dele, que ás vezes chego á odiá-lo por isso.
— Se coloque no lugar dele, você não é qualquer uma que ele possa pegar numa sexta a meia noite e depois de manhã colocar num taxi e tchau. — ela vira e me encara. — Você é a irmã do chefe dele, você é algo intocável aos olhos dele.
— Porque você acha que ele se sinta assim? Que não pode me tocar? — acabo sorrindo com sua inocência.
— Era a forma como eu pensava quando se tratava do seu irmão, algo fora do meu patamar. — ela volta a se virar.
— Que brega. — rimos.
— Bom, mas é como muitos enxergam. — ela ficou em silêncio por um momento e eu aproveitei para repassar toda a nossa conversa, lembrei de algo que ela falou.
"O auge antes de hoje"
— Como você se sentiu quando conheceu meu irmão? — ela pergunta.
— Intimidada, acho. — penso em mim e Alex, e parece que faz tanto tempo que nos conhecemos. — Mas minha relação com seu irmão foi acontecendo conforme fomos nos conhecendo, ele era bem irritante no início. — ela ri.
— Ele é muito chato.
— Era, mas hoje é diferente, não sei como colocar em palavras o que sinto todas ás vezes em que olho ou penso nele, ás vezes eu só acho que estou sonhando. Ele ás vezes continua sendo chato, mas eu amo isso nele. Seu irmão tem um coração generoso, então a chatice fica de lado.
— Você sabe quais foram as minhas impressões de início sobre você, mas hoje eu agradeço por você estar na vida dele, e na minha de quebra. — sorrio.
— O que aconteceu hoje? — pergunto a ela. — Já que facilitar a vida do pobre Dilan, não é um dos requisitos.
— Eu entrei no labirinto, e acabei encontrando uma pessoa lá, e começamos a conversar, eu sei que o conheço de algum lugar, mas não lembro de onde, eu estava irritada demais para assimilar qualquer coisa. — ela revira os olhos. — Momentos antes eu tinha ido atrás do Dilan e mais uma vez ele me dispensou.
— E você foi descontar a raiva pela recusa do Dilan, saindo com esse cara? — ela solta uma respiração pesada.
— É o que uma vadia faria, mas não foi. Só estava conversando mesmo, mas ele estava com outras intenções. E quando as luzes apagaram, ele se aproveitou.
— Ele te... — não termino a pergunta, ela nega.
— Não, ele não conseguiu, Dilan chegou antes e começou a bater nele. Eu pedia para ele parar, mas ele não me ouvia, aí fingi ter desmaiado. Só assim ele parou.
— Sam, eu sinto muito. — ela nega com a cabeça. — Quem em sã consciência tentaria algo contra a filha da anfitriã do evento? — ela se encolhe. — Meu Deus Sam, isso é muito sério, você tem que contar para seu irmão, ele precisa saber.
— Eu não posso.
— Por quê? — eu quase gritei ao ouvir isso.
— Porque eu convenci ao Dilan de não falar nada, e se eu falar algo agora, Alex vai saber que Dilan mentiu, e eu não sei o que pode acontecer, não quero trazer problemas para nenhum dos dois.
— Você colocou uma arma na cabeça dele? — pergunto, ela nega. — Ele é adulto e fez uma escolha, e ele sabe muito bem que esconder algo assim do seu irmão poderia trazer consequencias em algum momento. Ele vai ter que lidar com elas.
— Eu fico com medo. — ela confessa. — E, se Alex mandar ele embora? — eu não tinha como garantir que isso não iria acontecer.
— Não fique com medo. — falo. — Esteja grata que ele chegou a tempo e nada de mal lhe aconteceu, e não se sinta culpada por nada, você não teve culpa do que aconteceu hoje. — ela sorri. — Sobre qual será a reação do seu irmão, eu não faço ideia, mas independente disso, eu não posso esconder algo assim do Alex, se você não contar, eu irei fazer isso, mesmo que você me odeie por isso.
— Você não pode falar nada. — ela se senta na cama e me encara.
— Eu não posso esconder isso do seu irmão, é algo muito sério Sam.
— Ele vai me odiar.
— Ele não vai te odiar, mas se você não contar e ele souber por outra pessoa, decepção é algo com o qual você vai ter que lidar. — ela começa a chorar, e eu a abraço de novo. — Não fica assim, vai dar tudo certo, seu irmão te ama.
— Você vai falar sobre o que eu sinto pelo Dilan?
— Quanto a isso, vocês dois são adultos, e vão se resolver. Há menos que ele tivesse faltado com respeito a você, mas não é o caso. — ela parece ficar mais aliviada.
Fiquei com ela mais um tempinho, e quando ela começou a adormecer, dei boa noite e sai fechando a porta. Ainda estava pensando em tudo quando virei para ir para o quarto do Alex, quando me deparo com ele parado no corredor, ao lado da porta.
— Há quanto tempo está aí? — pergunto.
Porque pela forma como ele se encontra escorado na parede, não parece ter chegado agora.
— Há tempo suficiente. — ele desencosta da parede. — Ela dormiu? — pergunta passando a mão nos cabelos.
— Sim. — ele concorda, e segura minha mão e começamos a andar em direção ao seu quarto. — O que exatamente você ouviu? — ele abre a boca para falar algo, mas desiste levantando a mão no ar e a fecha, apontando com o indicador.
— Vamos dormir Alice, amanhã tenho um dia cheio.
Respirei fundo, encarando seu silêncio como algo bom, e lhe daria o tempo necessário para absorver seja lá o que ele tenha ouvido.
Será que ele ouviu tudo?
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