CAPÍTULO 2
Já chegamos a 1k de visualizações!
Então segue o 2° capítulo em minha comemoração interna aqui kkkk
Obrigada!! ❤
Boa madrugada!!
Aqui pelo menos são 02:13... 😘
ALEX
Já se passaram cinco anos, e tudo parece tão vivo aqui dentro. Jogo a folha de jornal em cima da mesa e caminho até o bar me servindo de uma dose generosa de wisky. A queimação provocada pela bebida em minha garganta não aplaca em nada a raiva que sinto.
Desgraçada!
Quem ela pensa que é?
Meu telefone toca e continuo ignorando todas as chamadas. Não quero falar com ninguém, não enquanto estiver com esse sentimento batendo tão forte dentro do peito, como se estivesse me dando os socos que eu deveria ter dado na ocasião anos atrás. Como eu pude me enganar tanto com ela?
Eu imaginava que havia superado toda essa merda.
A campainha toca e eu sigo para atender.
— Onde estava que demorou? — solto as palavras em cima de Adam que me olha sem entender nada.
— Boa noite para você também, Alex. — ele diz fechando a porta. — Eu estava tentando ter uma noite normal, sem ninguém gritando no meu ouvido. Comendo uma pizza com uma garota bacana. — ele se encaminha para a sala, já se sentindo à vontade, como se estivesse em sua própria casa. — Já ouviu falar nisso, Alex? Acho que chamam de convívio social. Algo assim. — me encara com ironia.
— Fico feliz em ter estragado sua noite. Assim como fizeram com a minha. — bebo o restante da bebida e coloco o copo no balcão do bar, enquanto ele se senta no sofá.
— O que aconteceu? Quando sai da empresa estava tudo bem. — viro-me indo em direção a mesa em que deixei o maldito jornal e entrego a ele.
— Posso saber por que gasto uma fortuna com a merda desses jornalistas se não sou avisado quando isso acontece? — ele pega e lê. Adam começa a ri com algo.
— Do que exatamente você está rindo? — ele me encara e joga o jornal na mesinha.
— Você está assim por causa dessa merda de matéria? — ele balança a cabeça. — Eu imaginei que você havia superado tudo isso. — não respondo quando ele me encara. Respiro fundo e ele obtém sua resposta. — Mas que merda, Alex!
— Eu também achei que tivesse superado. Esquecido. Mandado tudo para o quintos dos infernos. — fecho meus olhos com as imagens daquela noite se espalhando em flash na minha mente.
— Você não tem noção de como eu sinto por tudo que aconteceu. — caminho até as janelas e olho para as luzes da grande cidade a minha frente.
— Basta eu fechar os olhos que a imagem surge, e meu peito parece que vai explodir como há quase cinco anos. — confesso.
— Porque nunca comentou nada comigo?
— Eu não sabia, Adam... — minhas palavras são mero sussurro.
— Certo vamos por partes, com relação ao que você sente, não tenho o que fazer, além de emprestar meu ombro, ouvido e minha companhia pra afogar as magoas. — viro e acabo rindo com o que ele fala. Ele olha para o canto onde deixei o copo vazio. Eu entendo seu receio.
— É a primeira e a última do dia, pode ficar tranquilo. — vejo o alívio em seus olhos.
— Sabe que sou seu amigo, e me preocupo com você, pode conversar comigo sempre que achar necessário, certo. — concordo e me sento a sua frente. — Bom vamos por parte então. — ele pega o jornal novamente e começa a ler a matéria.
"Após quatro anos de total silêncio que envolveu o fim do noivado do casal de ouro dessa grande cidade, sim minhas queridas, e queridos, estamos falando do magnata Alexander Colth, das Indústrias Colth e Sofhia Campbell. O grande amor de Alexander, ou Alex como é chamado pelos amigos, está com data marcada para voltar aos Estados Unidos. Será que vão retomar o relacionamento de onde pararam? Será esse o motivo do ricaço mais cobiçado de Manhattan não ter se envolvido com ninguém nesse tempo todo por mais de uma noite? Fiquem atentas, logo saberemos, se o coração de gelo de Alex vai voltar a bater e teremos o nosso tão sonhado casamento do ano, beijokas da Kim"
— Porque ela acha que eu estou esperando por Sofhia? — ele volta a colocar o jornal na mesa e ri quando me olha.
— Isso é meio óbvio. Você não se envolveu com ninguém nesse tempo, Alex. Saiu com mulheres, mas nunca mais que uma noite, e duvido que lembre o nome de alguma. — ele esfrega a cabeça. — Até eu poderia achar que você está a esperando, se não soubesse da verdade. — bufo, ele me encara sério. — Vamos ser sinceros aqui, você ainda sente algo por Sofhia?
— Não sei. — não preciso pensar para responder. — Só de pensar nela eu sinto uma fúria, a vontade que tenho é de esganá-la pelo que me fez passar.
— Sentimentos conflitantes, é uma merda. De raiva para paixão avassaladora é um passo.
— Quero processar esse jornal. — ele ri.
— Pelo quê? Por dizer a verdade?
— Mas isso não é verdade! — falo alterado, e ele esfrega o rosto, provavelmente sentindo o casaco do dia. — Eu quero que ela se foda, bem longe de mim de preferência. — cuspo as palavras e sinto meu peito queimar de ódio.
— Ela longe é uma coisa, o problema é ela perto meu amigo. — ele fala o que eu fiquei pensando desde que li essa merda de matéria. — Você sempre foi louco por ela e deixou isso bem claro, Sofhia sabe disso, e vai usar isso. E com toda essa raiva aí, eu sinceramente não confio em você.
— Eu não confio em ninguém. — falo. E, isso me inclui no pacote.
— Tem visto Charles? — nego. Ele volta a pegar o jornal e analisa em silêncio.
O maldito silêncio que vem me perturbando desde que soube da volta dela. Sinto minhas mãos suadas, e meu coração batendo acelerado.
— Não vamos processar, fazer essa teoria cair por terra é o melhor caminho, vamos fingir que nem vimos. — penso no que ele diz. — Se entendi o que te incomoda em toda essa baboseira é de acharem que você está esperando por ela, por todo esse tempo.
— Exato. — ele volta a pensar.
— Sofhia chega daqui a quatro semanas, pela data falada aqui. — concordo e Adam sorri para mim. — Te aconselho a arrumar uma namorada nesse tempo e pronto, problema resolvido.
— A última coisa que quero é ter que me preocupar ou me envolver em um relacionamento. Você sabe que não tenho mais paciência e estômago para isso.
Uma coisa é sair uma noite com uma mulher escutar meia dúzia de palavras que ela vai falar, e no final ela terminar na minha cama. Depois chamo um taxi, e nunca mais vê-la na vida, outra é ter que lidar com um relacionamento no dia a dia, dando atenção e todo o blá, blá, blá, que isso exige.
Definitivamente não quero isso!
— Mas seria a solução ideal, assim você se livraria dessas merdas de especulações da mídia em cima de você, e de quebra da Sofhia ficar no seu encalço. Você sabe que ela vai ficar, porque essa matéria foi encomendada e não precisa ser um gênio para saber quem pagou por ela, se já tem até data para ela voltar. Ela está vindo atrás de você, Alex. — eu entendi isso quando li. Talvez essa tenha sido a razão do meu transtorno.
— Eu não quero me envolver com ninguém, não de verdade.
— Então vamos fingir. — ele pensa um pouco. — Você contrata alguém para ser sua namorada pelas próximas semanas, sai com ela em ocasiões onde seja visto e fotografado. Você é uma pessoa extremamente reservada, estar com a mesma pessoa, já vai mudar o foco de Sofhia para a tal moça. — acabo rindo.
— Contratar? — pergunto, ele confirma. — Você quer que eu contrate uma acompanhante que deitou na cama de metade da cidade? — Adam me encara sério. — Isso é idiotice, pode esquecer!
— Idiotice é você ficar assim por essa cadela desgraçada, e por essa merda de matéria. — ele fala e noto que se arrepende no mesmo momento. — Porra Alex, desculpa. Sofhia acaba com a sanidade de qualquer um. — não gostei de ouvir suas palavras, mas a verdade não está longe disso.
— Você está certo, sou um idiota. — ficamos em silêncio até que ele senta-se a minha frente e me encara sério.
— Você não quer se envolver, certo? — pergunta, e eu concordo. — Será somente até essa merda ser esquecida e essa bruxa voltar para a Europa. — ele sorri.
— Esqueça...
— Espera, acho que conheço uma pessoa que possa fazer isso. — ele se recosta no sofá. — Vou falar com ela, se ela topar, começaremos a encenação essa semana, assim quando Sofhia chegar vocês já estarão mais sintonizados na mentira. — não gosto de ouvir a palavra mentira. Tenho verdadeira aversão a ela, mas diante dos fatos, esse sentimento passa ser insignificante.
— Quem é ela? — pergunto.
— Você não a conhece.
— Que não seja nenhuma das garotas que passam pela sua cama. — ele me encara sério, e a falta do sorriso chama minha atenção. — Você já dormiu com ela, esquece.
— Não. — ele nega rapidamente. — É uma amiga. — justifica.
— Você já dormiu com todas as suas amigas, Adam. — ele ri.
— Não com ela. — isso chama minha atenção. — Não por falta de tentativa, mas deixa pra lá. — ele se levanta olhando no relógio. — Bom vou indo, nos falamos amanhã. — me levanto junto.
— Obrigado por ter vindo. — agradeço, ele bate em meu ombro enquanto caminhamos em direção a porta.
— Você além de ser meu chefe e pagar muito bem meus honorários, também é meu amigo. — ele diz de forma divertida, e sei que está fazendo isso para me distrair. — Cara, você sabe o quanto sinto pelo que aconteceu naquela época, ninguém imaginava, você não foi o único. — concordo. — E sei o peso que tudo trouxe para sua vida, mas pode confiar quando falo que faço qualquer coisa por você, sem pensar duas vezes. — eu o abraço em agradecimento.
— Depois de tudo que aconteceu, você é à única pessoa que confio. — ele concorda, se afastando e caminhando para o elevador.
— Mas não se preocupa, vamos colocar essa cadela da sua ex no lugar dela. — ele aperta o botão chamando o elevador. — Não teve mais notícias do Gregori? — nego.
— Eu apaguei todos da minha vida, Adam. — ele concorda, e eu pondero. — Ou pelo menos achei que tinha feito isso. — ele me olha com pena, e isso me dá mais raiva.
— Vai dar tudo certo Alex, qualquer coisa coloco você em um reality show, e você fica incomunicável por tempo indeterminado. — acabo rindo com ele. O elevador chega e ele entra. — Tenta dormir, vai te fazer bem. — as portas se fecham.
Volto para dentro do apartamento. Sozinho. Isso nunca me incomodou, pelo contrário sempre gostei, mas hoje isso me incomoda. Parece que em todo lado que eu olho, eu a vejo sorrindo para mim, dizendo o quanto que me ama.
Vai ser uma noite longa.
Resolvo trocar de roupa, para malhar. Se não consegui relaxar, pelo menos vou me cansar o suficiente para desmaiar quando deitar.
ALICE
Acordo com o toque do meu celular. Antes de atender esfrego os olhos, tentando enxergar as horas. São apenas oito da manhã. Atendo.
— Alô. — minha voz está horrível.
— Bom dia, Docinho. — me espreguiço na cama, reconhecendo a voz de Adam, e notando que ele usou o apelido que Bob falou na noite passada.
— Bom dia. Aconteceu algo? Você nunca me liga a essa hora. — ele ri.
— Pensei que poderíamos tomar café juntos. — abro meus olhos encarando o teto e não consigo assimilar o que diz. — Preciso conversar com você, e pela hora um café cairia bem.
— Certo. — falo no automático. — Bem... Eu...
— Te pego em 15 minutos, esteja pronta. — ele desliga sem que eu consiga falar mais alguma coisa.
Conversar comigo?
Meu Deus!
Espero que ele não tenha entendido o convite da pizza de ontem como uma possível abertura das suas investidas. Esfrego meus cabelos. Bom, seja o que for, eu tenho que estar pronta em 15 minutos.
Em 10 minutos, eu havia escovado os dentes, arrumado meu cabelo da melhor forma possível, colocado uma roupa de ginástica com uma camisa mais larga por cima do top, iria aproveitar e voltar caminhando seja la de onde fossemos. Quando desci e abri a porta para rua, me arrependi de não ter pego meus óculos de sol.
Tapo o sol forte que bate meu rosto com uma de minhas mãos, e quando penso em voltar, escuto a buzina, olho para rua. Desisto de voltar, e vou até o carro parado na rua.
Assim que entro o perfume de Adam se infiltra em minhas narinas e pelo fato de estar de estomago vazio, sinto um leve enjôo.
— Bom dia. — ele fala mais uma vez, animado. — Então aonde vamos? — viro o encarando.
Não consigo ver seus olhos, por causa dos óculos escuros que ele está usando. Com cuidado me aproximo e retiro os de seu rosto, sem fazer questão de pedir permissão. Ele não questiona, e os coloco me escondendo do mundo. Geralmente na parte da manhã meu humor ele varia um pouco, entre o ruim e o péssimo.
— Foi você quem me acordou. — digo me acomodando no assento. — Aviso que só funciono normalmente depois de uma xícara de café bem quente, e de dois muffin, de preferência os de chocolate. — ele fica em silêncio e quando o olho em sua direção, ele está me encarando. — O que foi? — pergunto.
Adam não tem tempo de responder, algum carro buzina em algum lugar atrás de nós. Ele balança a cabeça enquanto ri e coloca o carro em movimento.
— Você é adorável pela manhã, docinho.
— Isso é porque você não me viu na TPM. — ele solta uma risada gostosa e natural, o que é quase uma afronta a essa hora. — E quem te deu permissão pra me chamar assim?
— Eu gostei do apelido, combina muito com você. — ele me olha. — Vamos por partes, posso te chamar de docinho? — ele espera a resposta.
— Pode. — ele me olha e sorri.
— Pronto assunto resolvido, docinho. — revirei meus olhos.
— Odeio conversar com advogados pela manha. — ele somente esfrega na minha cara eu bom humor soltando mais uma risada.
Fecho meus olhos querendo estar no conforto da minha cama, e na escuridão do meu quarto.
Paramos em uma cafeteria afastada do centro de Manhattan. Se bem que qualquer lugar dessa cidade é bem movimentado, mas pelo horário está quase vazia. Bom, depois de tomar meu café, e comer meus muffins preferidos, já consigo exibir um leve sorriso.
— Então, o que aconteceu? — pergunto limpando a boca.
— Já está em um nível sociável? — apoio meus cotovelos na mesa, e apoiando meu rosto nas, sorrio para ele.
— To quase lá. — respondo.
— Eu tenho uma proposta a te fazer. — sinto meu coração acelerar, e meu sorriso some. — Relaxa, não é nada promíscuo. — isso já me deixa mais calma. — Escuta Alice, eu sei que você está passando por dificuldades financeiras com relação a sua família. — meu coração volta a acelerar, somente com a menção deles. — Já ofereci ajuda e você não quis.
— Não acho justo. — ele faz uma careta ao ouvir o que falo. Mas na verdade não aceitei nenhuma ajuda financeira dele, justamente pelo seu interesse em mim, não quero que confunda as coisas, e com isso eu perca um amigo. — Sua amizade para mim é o que importa.
— Eu poderia ser um amigo que ajuda uma amiga em momentos difíceis. — eu sorrio em agradecimento.
— Eu sei, e fico muito grata. Mas por enquanto está tudo bem. — ele levanta uma de suas sobrancelhas e me encara.
— E, se seu pai precisar de uma cirurgia de emergência? Não que eu queira que isso aconteça.
— Aí eu pediria a um amigo muito especial, que sei que não me negaria ajuda.
Eu tenho meu orgulho, mas não sou idiota, jamais colocaria a saúde de meu pai em risco por achar que Adam entenderia errado. Deixaria tudo bem claro, mas por enquanto isso não é necessário, e espero que não seja.
— Fico feliz em saber. — ele pega um envelope da jaqueta. — Leia isso, e me diz o que acha.
Pego a folha e começo a ler. Franzo a testa conforme vou lendo o conteúdo. Olho para ele que está sério e volto a ler, sem acreditar no que leio. Quando termino eu empurro para ele novamente.
— Isso é brincadeira? — pergunto, ele nega.
— Tenho um amigo que está realmente precisando disso que esta aí. — eu dou risada. — Parece piada eu sei, mas não é. — engulo meu riso quando vejo que ele continua sério.
— Seu amigo está precisando de uma namorada de mentira? — pergunto baixo, olhando para os lados. Mas estamos praticamente sozinhos. Adam concorda.
— Exatamente. — ele também responde baixo.
— Por quê?
— Sinto muito Alice, mas não posso falar mais nada sem antes saber que você topa, e assine esse contrato de confidencialidade. — ele tira um pequeno envelope da jaqueta e me entrega.
— Contrato? — ele concorda. Abro o envelope e leio por cima.
— O valor que você vai ganhar está anotado no verso em lápis. — viro a folha e tapo a boca o encarando. Ele sorri.
— Eu não estou acreditando. — fico sem saber o que pensar. — Adam, isso parece brincadeira. — dou risada me recostando na cadeira. — Porque alguém precisaria fingir um namoro nos tempos de hoje? — ele olha para os lados.
— Não é piada. E, como disse não posso falar mais nada sem antes você assinar. — ele pega uma caneta a colocando na mesa. Eu olho para ela sem saber o que dizer ou pensar. — Alice, você sabe o quanto gosto e estimo você. — olho para ele, e sinto carinho em suas palavras. — Eu não colocaria você em uma enrascada. Pensei em você justamente para te ajudar, com esse dinheiro você vai poder recomeçar. — volto a olhar o valor.
— Esse seu amigo está me oferecendo essa grana toda somente para fingir? — ele concorda.
— O valor ele não sabe, mas esse é o que menos importa aqui, sou eu quem cuida dessa parte. — olho para a caneta. — Se você trabalhar por dez anos naquele bar ganhando as melhores gorjetas e economizando muito, você não consegue esse valor. Será por 8 semanas no máximo, e você estará livre de tudo isso.
— Dois meses? — ele confirma e eu expiro meio confusa. Mas com relação ao dinheiro, ele tem razão, eu poderei recomeçar. Pego a caneta e vejo que ele sorri. — Se seu amigo for um velho barrigudo eu te mato. — ele gargalha, e eu assino o tal contrato de confidencialidade.
— Relaxa, Alex de velho só tem a parte de ser um chato ranzinza. — ele pega o contrato e o guarda. — Se bem que me lembrando do seu humor hoje cedo, vocês tem algo em comum. — reviro meus olhos, e ele pede a conta.
— Certo, mas e agora? — ele entrega o cartão a moça, e pega a nota.
— Vamos, no carro conversamos. — ele agradece a moça que só faltou se derreter na frente dele. Me, levanto e seguimos para saída.
— Mais um pouco e ela teria um ataque cardíaco. — comento voltando a colocar os óculos escuros de Adam.
— Meu charme é irresistível, eu sei. — ele comenta abrindo a porta do seu carro para que eu possa entrar, e me encara. — Ou talvez não. — acabo rindo, mas entro sem falar mais nada. Eu realmente não gosto quando ele joga seu interesse e minha recusa no ar.
Ele entra e logo o carro está em movimento pelas ruas.
— Vamos para onde agora? — pergunto.
— Vou te apresentar meu amigo velho e barrigudo. — ele diz rindo, eu o encaro.
— Já? Mas não seria melhor eu saber mais alguma coisa sobre ele?
— Não tem muito, o que saber sobre Alex, Alice. — ele fala e sinto um tom diferente em sua voz, um lamento. — Ele é um empresário de sucesso, muito reservado em sua vida particular, não curte baladas, essas coisas.
— Coisas que pessoas jovens gostam. — falo. — Definitivamente ele deve ser um velho. — ele ri, mas logo o sorriso some.
— Não é somente a idade que faz com que a pessoa mude alguns hábitos. — ele comenta e mais uma vez noto um pesar quando fala do tal amigo. — Aconteceram algumas coisas na vida dele no passado que o mudaram drasticamente em alguns pontos. — ele me olha rapidamente. — Relacionamento é um deles.
— E hoje ele prefere fingir, à arrumar uma namorada de verdade?
— Vou te contar resumidamente o real motivo. — ele diz ao parar em um semáforo. — Ele pegou a noiva o traindo com o melhor amigo anos atrás, e desde então não se envolveu com ninguém por mais de uma noite, e a cadela desgraçada está voltando. E eu sei que ela está voltando atrás dele. — escuto e penso.
— Não seria mais fácil ele mandar, ela pastar? — ele fica sério.
— Quando eu usei o termo cadela, não foi por acaso, cachorro dificilmente larga o osso quando acha que pertence a ela. — compreendo o que ele diz.
— Ele ainda gosta dela. — concluo. Adam expira e não responde nada de imediato. Ficamos em silêncio até ele parar em frente a uma garagem. Olho para fora vendo o grande prédio a nossa frente. Puta merda. — Nossa! Grana ele tem. — ele concorda enquanto o portão é aberto.
— Ter passado por isso, tornou Alex uma pessoa difícil a confiar em outras pessoas. — compreendo.
— Eu imagino. — na verdade eu não só imaginava, eu já tinha passado por isso na pele também. Adam olha no relógio.
— Pela hora, ele ainda está em casa.
Saímos do carro e sigo com ele até os elevadores. Bom, apesar de ter aceitado, confesso que estou nervosa com a situação. Encaro Adam pelo espelho interno assim que as portas se fecham, e percebo que ele nota meu nervosismo. Ele se move e fica de frente para mim.
— Confia em mim. Vai dar tudo certo. — ele segura meu rosto, e beija minha testa.
As portas do elevador voltam a se abrir e minhas pernas parecem não responder aos comandos do meu cérebro. Assim que saio percebo que não tem outras portas no andar, somente a porta a nossa frente.
ALEX
Ir dormir às 2 da manhã depois de correr por 1 hora na esteira ontem à noite, não me ajudou em nada. Levantei no mesmo horário de sempre. Evitei academia pela manhã, e procurei tomar um banho mais demorado para ver se a água quente conseguia tirar a tensão de cima dos meus ombros. Eu precisava relaxar.
Eu estava inquieto demais com tudo isso. No fundo eu sei que o mais está me deixando assim, é justamente não saber ao certo o que sinto por Sofhia. E, essa incerteza ela saberia no momento em que estivesse frente a frente comigo. Nunca fui bom em esconder o que sinto.
Foram anos de convivência, ela me conhecia como ninguém.
Quando saio do banheiro escuto vozes na sala, e pelo horário já imagino quem seja. Quando chego à sala já vestido para o dia de trabalho, vejo Tyler abraçando Mary.
— Você é o amor da minha vida. — ele dá um beijo em sua bochecha que a senhora fica vermelha, constrangida. Mas mesmo assim ela tenta acertar um tapa, nele, que ri.
— Suma daqui! — ela fala.
— Eu realmente espero que sua necessidade de atormentar Mary seja o único motivo para sua visita, tão cedo. — falo me encaminhando para a cozinha. O aroma do café é irresistível.
— Bom dia Alex, vai querer algo especial? — minha governanta se apressa em chegar primeiro que eu à cozinha.
— Bom dia Mary, somente café. — me sento em uma das baquetas e coloco meu celular no balcão. Olho para meu irmão que sorri. — Caiu da cama hoje? — ele esfrega os cabelos, e sei que esse gesto ele usa quando ainda busca algo como desculpa.
— Não posso mais visitar meu irmão? — ele pega uma fatia de bolo e pisca para Mary. Continuo o encarando, e quando ele volta a me olhar o sorriso some. — Mamãe falou que a próxima vez que eu dormisse fora de casa sem avisar ela me bateria com meu taco de beisebol. — começo a rir.
— Eu não duvido que dona Emma faça isso. — ele ri junto comigo.
— Nem eu. — ele pega mais uma fatia do bolo. — Posso ficar aqui uns dois dias até a fera amansar? — confirmo. — Valeu! — ele começa a sair da cozinha, e a campainha toca. — Deixa que eu abro. — ele grita do corredor. Mary que estava indo atender a porta, volta a fazer o que estava fazendo. Pego o celular para olhar alguns emails.
ALICE
O cara que abre a porta é simplesmente lindo, ele cumprimenta Adam com um toque de punho. Homens.
— Adam, e aí cara!
— O que faz aqui? — Adam pergunta ao lindo desconhecido e joga no lixo as expectativas dele ser o tal amigo. — Fugindo da sua mãe de novo?
— Sair da rotina faz bem. — ele responde rindo, e então me olha. — Não vai me apresentar, a bela dama? — ele fala todo galante. — Olá bela desconhecida, sou Tyler. — ele estende a mão, e quando vou estender a minha para apertara sua, ele beija, me surpreendendo.
— Alice. — respondo e Adam me puxa, Tyler ri.
— Seu irmão está?
— Sr simpatia está na cozinha. — ele responde a Adam e volta a me olhar. — Nos próximos dois dias sabe onde me achar, Bela. — então pisca, e, sai indo em direção as escadas. — Se precisar de algo é claro. — eu fico rindo até sentir um cutucão e então sigo Adam.
— Não de espaço a ele. — ele adverte. Ok!
Enquanto sigo Adam, eu noto que o rosto de Tyler não me é estranho. Então faço uma busca mental de onde eu possa conhecer, e quando minha ficha cai quem ele é, de que família ele pertence eu perco os movimentos e minhas pernas enfraquecem. Minha sorte é que Adam havia parado a minha frente, e foi exatamente nele que me apoiei para não cair.
— Bom dia Alex. — ele fala e eu engulo em seco. — Mary. — uma senhora que está no meu capo de visão sorri docemente para Adam, e logo em seguida para mim.
Retribuo o sorriso, só espero que minha cara não entregue meu nervosismo.
Por Deus!
O amigo de Adam não pode ser quem eu estou pensando.
Quando Adam se senta e me indica o banco ao seu lado para que eu me sente, faço isso sem olhar para a outra pessoa que esta a nossa frente. Mas não consigo ficar muito tempo sem matar minha curiosidade.
— Vão querer algo? — a senhora pergunta a Adam, e, a mim.
— Obrigada, mas acabei de tomar café. — respondo e recebo mais um sorriso dela. Noto que os dois estão olhando para mim. — O que foi? — Ambos balançam a cabeça e se levantam.
— Alice, esse é o Alex, o amigo que te falei. — seus olhos focam em mim, e ele faz um menear com a cabeça me cumprimentando.
— Bom vamos até o escritório. — ele fala e eles dois se caminham em direção a um corredor, e já estão falando sobre algo relacionado a ações. Bom eu desço do banquinho e os sigo, mas antes dou um tchauziho, para a senhora simpática.
— Tenha um bom dia. — retribuo a cordialidade. Gostei dela.
Entramos em uma sala que lembra uma mini biblioteca pela quantidade de livros nas paredes. Como sou a última a entrar, fecho a porta. Eles continuam a conversa sobre negócios. Alex senta-se atrás de uma mesa, Adam numa poltrona e eu prefiro ficar no sofá, ao lado de uma orquídea. Chego perto para sentir seu perfume.
O cheiro é maravilhoso.
— É uma Catlleya. — olho na direção da voz e vejo que Alex está me encarando.
— Linda orquídea. — falo me afastando. — O perfume também é delicioso. — ele concorda e olha no relógio.
— Bom vamos ao que interessa. — Adam fala. — Sobre aquele nosso assunto, Alice é a pessoa que eu tinha comentado. — fico sem jeito por me servir de uma namorada de aluguel, mas pior é ele que está tendo que me pagar para fazer isso. Então estamos empatados.
— Você está ciente de tudo Alice? — Alex pergunta diretamente a mim.
— Sim, Adam me explicou tudo. — ou quase tudo.
— E, sabe que jamais poderá falar sobre isso com alguém? — concordo.
— Ele me fez assinar o contrato. — Alex fica surpreso e olha para o amigo.
— Sou seu advogado Alex, vivo falando para você não fazer acordos de boca, não poderia eu fazer isso agora. — eu encaro Adam. — Docinho, ele além de meu amigo, é meu chefe. Não posso dar uma bola fora.
— Não me chame assim. — eu gosto do apelido, mas isso é algo particular entre nós.
— Bom agora que já foram apresentados, vamos começar. — Adam se levanta e pega o celular de Alex. — Você já recusou o convite aquela vernissage?
— Não sei, tem que confirmar com Sara. — eles ficam numa conversa entre eles. Eu passo meus olhos pelos exemplares de livros que estão separados por cores.
Como alguém consegue ter tantos livros, e todos eles em ordem de cores? Meu celular toca, mas desligo a chamada e mando mensagem para Tina.
"Não posso atender no momento"
"Aonde se enfiou?"
"Daqui a pouco te ligo, estou bem. Bjos"
Quando levanto meu olhar, vejo que sou alvo dos olhos mais azuis e penetrantes que já vi. Fico desconfortável, mas me recomponho. Alguém bate a porta, e em seguida ela é aberta e o Tyler aparece. Agora vestido em um terno cinza que lhe caiu maravilhosamente bem. Como esse povo é bonito, até parecem de outro mundo.
— Vai demorar pra sair, ou prefere me empresta um de seus carros? — ele entra falando com o irmão. — Oi bela.
— Oi de novo, Tyler.
— O que aconteceu com o seu? — escuto a voz de Alex. Tyler faz uma careta ainda olhando para mim. — Bateu de novo? — Tyler se aproxima da mesa.
— Em minha defesa, dessa vez eu era o sóbrio. — noto a interação dos irmãos, e acabo sorrindo com a resposta de Tyler, de certa forma ele me lembra meu irmão caçula.
— Espere na sala, se quiser uma carona. — Tyler revira os olhos, mas não fala mais nada o irmão. Ao sair ele pisca para mim. Acabo rindo, ele é uma figura.
— A vernissage acontece daqui a dois dias. Tempo suficiente para acertarmos algumas coisas.
— Posso fazer uma pergunta? — os dois me olham. — Sua família vai saber da verdade? — Alex, nega.
— Isso não sai daqui.
— Certo.
Depois de acertarmos os detalhes saímos os quatro da cobertura. Sim, ele mora na cobertura. Só me toquei nisso quando apertou o botão para descer. Os três ficaram em uma conversa sobre negócios, pelo que entendi Tyler foi responsável por uma aquisição empresarial envolvendo alguns árabes, mas ele não vem administrando muito bem.
Eu gostaria de me meter na conversa, mas achei que não seria bom. Já tinha um tempo que eu não me envolvia no meio empresarial. Quando as portas se abrem, saímos na garagem, Tyler virou-se para mim e me fez uma pergunta.
— Tem algo para fazer hoje a noite bela? — fui pega de surpresa, e quando pensei em responder Alex o fez primeiro.
— O nome dela é Alice, e isso não é da sua conta. — se eu não soubesse que eram irmãos e o meu papel aqui, diria que rolou uma pequena disputa.
— Passa a ser da minha conta se eu quiser chamá-la para sair. — Alex não me olhou em nenhum momento, mas voltou a responder o irmão.
— Ela já tem compromisso. — Tyler olhou dele para mim, e vice versa.
— Se importaria da Alice responder? — então Alex se virou e nos olhou.
— Eu adoraria Tyler, mas seu irmão já me convidou para jantar. — Adam riu baixo. Tyler olhou para o irmão e revirou os olhos. Alex me encarava sem deixar nada transparecer. — Eu saio as 20. — falo e me encaminho para o carro de Adam que está logo depois de uma SUV preta que tem um motorista, parado nos encarando com atenção.
Eles ainda conversaram alguma coisa, e logo depois Adam veio em direção ao carro. Eu estava novamente usando seus óculos escuros. Ele entrou a começou a rir.
— Você pensou rápido, Alice. — acabei rindo também. — Gosto disso em você.
— Eu disse que funciono melhor depois do café. — rimos os dois.
Com a participação de outros personagens a história vai ganhando corpo e vida!
Bjos...
Até mais...
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