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CAPÍTULO 1

ALICE

Eu servia mais uma dose de conhaque ao desconhecido da vez.

— Aqui está. — empurrei o copo com a bebida de cor escura, e tentei puxar a nota que ele segurava com a ponta do dedo.

— Vai me dar seu número hoje? — ele perguntou com um sorrisinho. Olhei bem para ele e sorri.

— Quer que eu chame o segurança? — o sorriso dele sumiu, e a nota foi solta com facilidade. — Muito obrigada. — coloquei a nota no avental e sorri. — Volte sempre.

Esse estava longe de ser meu emprego dos sonhos, mas desde que tudo aconteceu, foi a única coisa que consegui arrumar para conseguir me manter, e mandar vez ou outra um trocado para minha mãe em Nova Jersey.

Quando me formei em administração pela universidade de Nova Jersey, resolvi vim conquistar meu espaço na cidade dos gladiadores – pelo menos esse é o apelido dado a Manhattam pelos recém formados – Bom voltando ao que interessa, quando resolvi apostar todas as minhas fichas nessa cidade, a última coisa que imaginei fazer era ficar atrás de um balcão servindo bebidas aos engravatados, com aquelas conversas chatas cheias de estatísticas de como tudo foi difícil, mas que com uma manobra qualquer tudo deu certo no final. Eu, sei, é inveja.

O desdém, e, a inveja, é somente por que fui expulsa desse mundo em que eu passava horas ouvindo. Hoje era para eu também estar entre eles, participando de um happy hour. Com certeza seria minha hora feliz, depois de um dia cansativo de trabalho em algum escritório.

Mas á exato um ano e meio isso foi tirado de mim, de forma covarde e inescrupulosa. Me livro desses pensamentos que voltam a rondar a mente, eu não tinha mais o que fazer. E ficar remoendo tudo isso, não me faria bem, não queria voltar para casa chorando. Eu acreditava que a pessoa responsável por isso, seria punida em algum momento na vida.

Eu estava limpando o balcão quando Adam entrou. Bom pelo menos alguns clientes compensavam pela vista. Ele é um moreno lindo de morrer, alto, corpo bem trabalhado, cabelos negros sempre deixados em um corte curto, seus olhos eram verdes e o que eram aquelas covinhas que apareciam quando ele sorria?

Meu pai, que homem gostoso, e, eu sei que ele tem uma quedinha por mim. Era justamente aqui que meu sorriso morria. O que me impedia de aproveitar essa perdição a minha frente? Era muito simples, minha amiga Tina, é perdidamente apaixonada por esse advogado engomadinho. É com ela que eu divido um apartamento no Bronx, e Tina também foi a responsável por eu conseguir meu atual emprego depois de quase um ano desempregada.

Ele sorri e acena assim que me vê.

E a tentação em questão pessoa começa a caminhar em minha direção.

— Oi. — ele fala se sentando em um dos bancos na frente do balcão.

— Oi. — respondi já colocando um apoiador de copos no balcão. — Parece cansado. — ele apóia o cotovelo no balcão e deixa seu corpo cair. — O que vai querer hoje? — ele fica me encarando enquanto eu pego um copo para servir.

Seus olhos gritam:

VOCÊ!

Era sem dúvida alguma, uma das situações mais constrangedoras a qual eu já havia me enfiado. Mas minha amiga, ou, melhor minha "única" amiga é apaixonada por ele. Sem chances de rolar algo, por mais gato e gostoso que fosse.

Coloquei o copo no balcão e puxei a garrafa de wisky. Era o que ele sempre bebia, mas esperei sua confirmação.

— Alguma chance de você aceitar meu convite para sair? — e mais uma vez a pergunta de sempre. Sorri, e neguei, como sempre fazia. Adam fez uma careta. — Então qualquer coisa que servir está ótimo. — servi uma dose de wisky generosa e empurrei o copo para ele. — Qual é o problema comigo? — pergunta. Não deve estar satisfeito com minha negativa.

— Você é um cara legal. — justifico. — E, é meu amigo.

Sim ele era meu amigo, flertávamos vez ou outra há quase um ano, mas nunca passou disso e esse clima, acabou que criamos uma amizade bacana.

— Então o problema é eu ser um cara legal? — olhei para sua covinha e não pude deixar de reparar em sua barba por fazer.

Respirei fundo.

Eu precisava sair com alguém urgentemente, assim agüentaria suas investidas, sem cair em tentação, e cometer o maior erro da minha vida.

— Você não sai com caras legais? — ele perguntou e eu acabei rindo.

— Não saio com meus amigos, Adam. — rebati. — Só tenho dois amigos aqui nessa cidade, você e a Tina. — ele expirou e abaixou a cabeça. — E nenhum dos dois está na minha lista de possibilidades de uma saída com uma transa. — ele esfrega os olhos, apesar das brincadeiras, ele parecia realmente cansado.

— Falando nela, onde está sua sombra?

Ele chamava Tina de sombra, por ela sempre estar perto de mim, quando ele está aqui. O que ele talvez não tenha reparado, é que ela só faz isso quando ele esta aqui. Mas não serei eu a falar algo, ou ela me mataria na hora, sem duvida.

— É folga dela hoje. — Bruce passou ao meu lado e apontou para o relógio.

— Não vou pagar hora extra essa semana, ainda mais sendo no meio dela. — revirei meus olhos.

— Uma carona então? — voltei minha atenção a Adam que tinha um sorrisinho esperançoso nos lábios junto com sua oferta.

Que lábios. Eu devo ter jogado pedra na cruz, para carregar esse fardo, só isso para explicar o que eu passava desde que mudei para essa cidade. Que deveria ser dos sonhos, mas se tornou dos pesadelos para mim.

— Sem segundas intenções? — perguntei, ele sorriu beijando os dedos como se em uma promessa.

— Vou pegar minhas coisas então. — ele piscou e bebeu o wisky todo de uma só vez.

Segui para os fundos, onde ficam os armários em que guardamos nossas bolsas e tudo mais. Apesar de não ser o que eu sonhei em fazer, gostava de trabalhar aqui. Tinha alguns colegas de trabalho que adotei como família. O próprio Bruce, que era o proprietário, tinha seus momentos de chatice, mas eu tinha um carinho muito grande por ele. Foi ele quem me deu uma oportunidade de recomeçar.

Quando cheguei aqui contei a ele o que havia acontecido no escritório em que trabalhava, e a forma como fui demitida. Somente pedi para que fosse discreto, não contasse a ninguém. Mesmo sabendo que eu era inocente, e não havia feito nada, eu me sentia humilhada, sempre que esse assunto vinha a tona. Não pela situação, mas meu medo era acabar sendo motivo de desgosto para meus pais, que tiveram tantas dificuldades em pagar minha faculdade e me enviar para cá.

Quando voltei para o salão vi Adam perto da porta de saída, ele falava ao celular. Caminhei em sua direção, mas fiquei um pouco afastada dando privacidade para terminar sua conversa. Verifiquei meu celular, não tinha nenhuma mensagem da minha mãe, mas ligaria para ela mais tarde, queria saber como estavam ás coisas. Vi que tinha uma mensagem da Tina.

"Trás algo bem gostoso para o jantar"

Eu ri, ao pensar no algo gostoso. Olhei para Adam que guardava seu celular no bolso e esfregava a mão nos cabelos.

— Quais as chances de você jantar em casa hoje? — perguntei, ele me olhou sem entender.

— Eu? — dei dois passos em sua direção e segurei em seu braço o puxando para rua. — Acabei de chamar você para sair, e você negou. — falou.

— Eu sei, mas quero recompensar a carona. — mesmo andando ao seu lado ele continuava me encarando. — Você sabe onde moro e mesmo assim quis me dar uma carona. Só quero retribuir o favor. — parei na calçada e sorri para ele. — É sem primeira, segundas e terceiras intenções, gosto da sua companhia. — acrescentei, e, olhei para rua onde havia uma fileira de carros luxuosos. — Então qual é o seu brinquedinho? — quando olhei para ele de volta, ele sorria e balançava a cabeça em negação.

— Eu juro que não entendo as mulheres. — ele tirou uma chave do bolso e apontou para frente, escutei um alarme sendo destravado. — E menos ainda você. — olhei para o carro ao qual ele se encaminhou abrindo a porta do passageiro para mim. Assoviei ao ver o modelo do carro.

— Acho que vamos ter que jantar do lado de fora. — entrei no carro sentindo o conforto. — Não vou conseguir retribuir nem em um milhão de anos, caso algo aconteça ao seu carro. — ele riu e me olhou intensamente.

— Bom, eu acharia uma forma de você me pagar, pode apostar. — ele piscou antes de fechar a porta. Quando ele entrou olhei para ele.

— E você acha que eu apostaria algo com um advogado? — balancei a cabeça. — É causa perdida. — rimos e ele colocou o carro em movimento.

Uma música começou a tocar sem que ele mexesse em algo. Já deveria estar programada. Observei cada detalhe do carro, e confesso, observei cada detalhe do motorista também.

Estávamos no centro de Manhattan e até chegar ao Bronx levaria algum tempinho, já que estávamos no horário de rush. Mandei algumas mensagens para Tina, mas deixei a surpresa de fora. Eu queria ver a cara de espanto dela, quando eu chegasse com Adam, seu sonho de consumo a tira colo, para jantar.

— Do que você está rindo? — guardei o celular quando ouvi sua pergunta.

— Estava pensando em como você vai se sentir deslocado dentro do meu minúsculo apartamento. — disfarcei.

— Não tenho frescura. — ele falou e pareceu ser sincero.

— Como é ser advogado dos tubarões dessa cidade? — comecei a puxar conversa.

— Sou advogado somente de um tubarão. — Assoviei.

— Nossa, achei que você trabalhava em um escritório ou algo assim. — ele ponderou. — Mas como é?

— Depende, não é nada legal ás vezes, mas quando olho para minha conta, eu encontro motivos para continuar. — falou piscando. Eu sorri, mas logo meu sorriso morreu ao lembrar do que aconteceu comigo. Era sempre assim.

— É, eu sei como pode não ser legal. — ele entendeu no que eu estava pensando.

— Eu já falei para você, se quiser mover uma ação indenizatória por danos morais, assédio e mais outras coisas, eu assumo sua causa sem pensar duas vezes. — eu segurei sua mão e apertei. — Sem custo algum.

— Eu sei, mas não quero mexer nisso, sou peixe pequeno perto do meu antigo chefe. Olha o estrago que ele fez na minha vida, sem eu nem fazer nada. — ele balançou a cabeça e socou o volante. Ele não aceitava a situação.

Ficamos em silencio pelos próximos minutos, o que foi suficiente para as lembranças de tudo voltar.

— Você tem que entregar esses relatórios ainda hoje. — ouvi meu chefe falar ao entrar em minha sala. Levantei minha cabeça, e o encarei. Eu sabia que ele arrumava essas coisas, para o fim do expediente somente para que eu ficasse depois do horário. Mas não tinha muita opção.

— Eu levo para casa, e trago amanhã cedo. — falei, numa tentativa de não ter que ficar sozinha mais uma vez.

— Preciso para hoje. — falou virando-se para sair. — Se não puder, me fala assim arrumo outra para sua vaga. — eu não poderia perder o emprego.

Assim que terminar, levo a sua sala.

Sentindo-me derrotada, peguei os malditos relatórios e comecei logo o que era para ser feito, se fosse rápida teria chances de terminar logo. Mas foi inútil, eu ainda estava na metade quando notei que todos já saiam de suas cabines. E mais uma vez me encontrava sozinha. Sozinha nem tanto, porque entrava a equipe de limpeza, e eles me faziam companhia.

Voltei a focar no que estava fazendo e uma hora depois, juntei tudo e sai da minha sala. Ao andar entre as mesas e corredores, notei que não havia escutado a música que sempre ouvia quando Esmeralda estava limpando as salas.

Será que ela não veio hoje?

Apertei minha bolsa contra meu corpo e segui para a sala do meu chefe. Eu sentia um frio na barriga, porque ele nunca escondeu a forma como me olhava, as insinuações, mas tudo isso fazia somente quando estávamos sozinhos.

Como agora.

Coloquei a pasta em meu peito e apertei como se aquilo pudesse me proteger. Bati em sua sala, e ouvi que uma música tocava. Quando fui bater novamente, a porta foi aberta.

— Os relatórios estão prontos. — estiquei a pasta para ele.

— Coloque em cima da mesa. — falou se afastando. Eu somente entrei por que ele foi para perto da janela. Eu teria tempo de entrar e sair. Fui em direção a mesa. — Sabe Alice, eu andei dando uma vasculhada em algumas coisas e vi que se pai anda passando por problemas de saúde. — eu travei na hora que escutei suas palavras.

— Ele está melhor. — falei saindo do transe e deixando a pasta na mesa. Quando me virei vi que ele já estava próximo.

— Sabe que pode contar comigo para o que precisar, não sabe? — ele ficou na minha frente e eu já sentia meu sangue correr mais rápido.

Olhei para o velho a minha frente e sabia que toda essa conversa levaria a algo ruim. Eu senti o medo me dominar. Quando sua mão veio até meu cabelo e o alisou perto do meu rosto, eu desviei e tentei me afastar, mas ele segurou minha cintura.

— Não precisa ficar assim. — ele me colocou contra a mesa.

— Me solta. — falei tirando sua mão de onde segurava, mas ele apoiou o corpo contra o meu. — Eu vou começar a gritar. — ele sorriu e tirou algo do bolso e logo em seguida a música ficou alta.

— Tudo pode ser mais fácil. — ele baixou a cabeça, desviei a minha e ele beijou meu pescoço. Uma de suas mãos apertou meu seio por cima da roupa.

Eu tremia, sentia ânsia subindo pela garganta. Tentei empurrá-lo, só que ele apesar de ser um homem mais velho, ele era sem dúvida mais forte que eu. Em um dos movimentos que fazia, eu consegui acertar uma joelhada no meio de suas pernas.

Foi à chance que precisei. Ele se curvou gritando de dor, e consegui me desvencilhar dele. Corri em direção a porta, e antes de sair o ouvi dizer em um tom acima da música.

— Sua carreira acaba aqui, sua puta desgraçada!

Não pesei as palavras naquele momento, eu só queria sair dali o quanto antes. Mas no dia seguinte eu entendi. Meu sonho de crescer profissionalmente naquela cidade havia sido enterrado, por ele.

— Ei? — me afastei com brusquidão quando senti um toque em meu ombro. — Calma. O que aconteceu? — a voz era do Adam.

— Nada. — disfarcei a voz tossindo. — Só me distrai pensando em algumas coisas. — olhei para ele e sorri. Ele me analisava.

— Tem certeza, não quer conversar? — eu sentia minha respiração acelerada.

— Não, é somente a situação do meu pai que às vezes fico pensando. — menti. Ele sorriu, e a covinha apareceu.

— Como ele está? — perguntou solicito.

— Não sei, vou ligar para minha mãe mais tarde, mas se nada mudou no quadro ele está bem, mas a teimosia impera ali. — ele riu e eu também.

— Bom ele é homem, é de se entender. — ele justificou, e notei que já estávamos no bairro onde eu morava.

Bronx era considerado um dos bairros mais perigoso, mas eu não tinha do que reclamar. Olhei para o carro, e para Adam assim que ele parou em frente ao prédio que eu morava.

— Olha pensando bem, se não quiser ficar eu vou entender. — ele franziu a testa não entendendo.

— Eu vou ficar. — já disse saindo do carro, eu fiz o mesmo.

— Mas é sério, se algo acontecer com seu carro, não conseguirei me perdoar. — Ele deu a volta e ficou a minha frente.

— Se algo acontecer, será um bom motivo para poder usar o seguro. — ele piscou. Respirei fundo.

— Bom vamos então, que apesar de ter convidado você, não faço ideia do que vamos comer. — Ele fez uma careta, ao subir os degraus ao meu lado em direção a porta da frente.

— Podemos pedir algo pronto. — falou abrindo a porta.

— Posso fazer algo simples.

— Você trabalhou o dia todo atrás daquele balcão, não vou castigar você agora para ir para o fogão. Mesmo que provar uma comida feita por você esteja no meu top de coisas favoritas a fazer. — mais uma vez ele piscou sorrindo, e deixando clara suas intenções.

— Adam... — falei.

— Alice... — ele retrucou.

Nesse momento a porta da frente foi aberta num rompante, e uma mulher quase nua saiu xingando.

— Vai se foder seu babaca! — ela só não estava completamente nua porque ainda estava de calcinha.

— Some daqui sua puta. — o cara do andar de baixo que até hoje eu não sabia seu nome, bateu a porta com tudo. A mulher pegou as peças de roupas espalhadas pelo chão e olhou para nós.

— Vão querer companhia? — ela sorriu e olhou Adam de cima a baixo. — Nossa! Nunca vi um homem tão gato assim, só nas revistas mesmo. — ela passou a língua nos lábios e piscou.

— Fica para próxima. — falei puxando Adam pela mão, e entramos.

— Simpáticos seus vizinhos. — acabei rindo do que ele falou.

Subimos os lances de escadas para chegarmos no segundo andar. O bom era que o prédio é pequeno, então só tinha dois apartamentos por andar. Quando coloquei a chave na porta, pensei em Tina, e que eu não a avisei sobre a visita. Viro e encaro Adam, que me olha.

— Não repare se algo estranho acontecer. — ele sorriu.

— O que de estranho poderia acontecer quando você abrir essa porta? — inúmeras coisas vieram a minha cabeça, mas não tive tempo de falar, a porta foi aberta com tudo e notei quando os olhos de Adam foram para trás de mim e o espanto estava neles.

— Merda! — a porta foi batida com tudo, me fazendo dar um pulo.

— Eu, esqueci de avisar... — não consegui terminar, porque a porta foi aberta e fui arrastada para dentro com tudo. — Caramba. — Tina bateu a porta com tudo.

— Que merda é essa? — Tina falta gritar ao perguntar. Então eu a olho.

— Meu Deus! O que é isso? — ela está coberta de pó de café, e o cheiro está tão forte que o nariz chega a arder.

— Eu fiz a pergunta primeiro. — eu começo a rir. Adam bate a porta. — Calma aí! — ela grita, e minha risada piora.

— Meu Deus Valentina, vai tomar um banho. — a empurrei para o banheiro. — Teremos companhia para o jantar.

— Sério? — ela diz sarcástica. Antes que ela comece de novo me justifico.

— Você me pediu algo gostoso para o jantar. — me justifico, e quando ela olha para a porta da sala, seu olhar se suaviza. — Eu trouxe algo bem gostoso, agora entra nesse banheiro e tome um bom banho para tirar esse cheiro. — ela me olha.

— Eu ainda mato você. — e entra batendo a porta do banheiro.

— Você me ama. — falo voltando e abro a porta, para encontrar Adam escorado no batente. Eu não consigo evitar e começo a rir. Ele também. — Coisas estranhas podem acontecer sempre que abro essa porta.

— Percebi. — me afasto para que ele possa entrar.

Fecho a porta e sigo com ele até o sofá de três lugares que temos na pequena sala. Coloco uma música, e quando viro vejo que ele já está todo à vontade esparramado no sofá. Ele meche no celular.

— Se importa se eu resolver algumas coisas? — ele pergunta, eu nego.

— Fica à vontade, eu vou a cozinha resolver o que pedir. — falei, mas ele já digitava no aparelho e não prestava mais atenção em mim.

Antes de ir à cozinha, fui trocar de roupa e coloquei uma roupa mais confortável. Quando sai do quarto fui olhar nos panfletos que tínhamos na cestinha da cozinha, e resolvi por pizza mesmo, entre todas as opções, era a melhor.

Arrumei três lugares a mesa, tudo muito simples, e quando bateram a porta, fui atender.

— Oi Bob. — cumprimentei o entregador que já era nosso conhecido.

— Caprichou no pedido hoje, em docinho. — eu ri e peguei as três caixas de pizzas que ele segurava.

— Hoje estou com fome. — falei. — Já volto, vou pegar a carteira. — quando entrei na cozinha Tina já estava de volta. Pelo menos o cheiro de café havia sumido.

— Você pode pagar o Bob. — pedi. — Minha carteira está na bolsa.

— Espero que tenha pedido de brócolis, assim diminui minha raiva. — falou mal-humorada ao sair da sala indo pegar minha carteira.

Ajeitei as caixas na mesa, e peguei uma das poucas coisas que Tina sempre mantinha em casa que era de boa qualidade, o vinho. E, eu optei pelo refrigerante. Abri minha latinha de Coca-Cola e quando coloquei na mesa, os dois entraram na cozinha.

— Mas você fica bem de café espalhado pelo corpo, sério. — Adam já estava irritando Tina, que revirava os olhos.

— Podem tirar sarro. — ela falou se sentando. — O importante é maciez que minha pele vai ficar. — ela empurrou o cartão. — O gostosão aqui pagou. — falou com desdém.

— Eu te convidei. — Adam se senta a minha frente.

— Relaxa docinho, fica para próxima. — ele piscou usando o apelido que Bob usou, e, eu entendi por sua resposta que ele viria mais vezes aqui.

Respirei fundo e procurei não focar no que ficou subentendido. Começamos a comer e a conversar sobre coisas totalmente aleatórias, desde mercado financeiro a programa de televisão, filmes antigos. Já estávamos na terceira caixa quando meu celular começou a tocar e eu fui atender.

Deixei os dois numa conversa animada na mesa. Peguei o aparelho que tinha deixado em cima da cama. Essa era a vantagem em morar em um apartamento pequeno, tudo era perto. Sentei na cama e atendi, a chamada da minha mãe.

— Alô.

— Você não vai vir mais? — reconheci a voz de Benjamim, meu meio irmão.

— Onde foram parar seus bons modos, em mocinho? — ele não fala nada, mas o escuto bufando.

— Eu estou com saudades. — fala depois de um tempo, e meu coração se aperta angustiado. Já sinto meus olhos arderem.

— Eu também meu amor. — abano os olhos para não chorar. — Mais me conta as novidades, como está indo na escola? — ele ri.

— Estou mais ou menos. — já imagino a cara que ele está fazendo. — Mas eu vou melhorar. — escuto a vozes ao fundo. — Aí. — ele geme. — Tchau Alice. Não esquece de me traz um presente bem legal quando vir. — acabo rindo.

— Pode deixar, eu levo.

— Te amo. Aí mamãe... — enxugo a lágrima rindo da situação.

— Te amo meu encrenqueiro.

— Filha?

— Oi mãe, como à senhora está? — respiro fundo e deito na cama.

— Estou bem querida, e você? Sua voz está estranha. — ela questiona, e disfarço para que não perceba que chorei.

— Estou bem, acho que só ando cansada. — acabo bocejando. — A senhora sabe que sempre que falo com Ben fico assim. — escuto sua risadinha baixa.

— Esse menino está me deixando de cabelos brancos.

— Como está o Paul?

— Na mesma, fica cutucando pra cá e pra lá e não descansa. O médico já disse que o repouso tem que ser rigoroso, mas não adianta, ele continua teimoso como sempre. — ela expira e consigo sentir seu cansaço daqui. — Mas vai ficar tudo bem, você sabe.

— Eu sei. — lembro do meu pagamento. — Amanhã vou depositar um pouco de dinheiro para as despesas mais urgentes.

— Não precisa se preocupar com isso querida estou me virando aqui. — eu tinha essa certeza, mas não queria ele se esforçando.

— Eu sei, mas vou mandar do mesmo jeito, e não precisa se preocupar. Estou ganhando bem, não vai fazer falta. — eu já estava contando com o fim de semana que teria musica ao vivo, o que acabava aumentando o movimento e as gorjetas eram bem melhores.

— Quando você vai vir nos visitar? — e encarar a senhora de frente para contar toda a verdade, que a faculdade que vocês pagaram com tanto custo hoje não me servia de nada? Não seria tão cedo. Não até eu conseguir algo melhor.

— Mãe... Não sei. O trabalho me ocupa bastante, mas logo darei um jeito. — escuto mais vozes.

— Vou ter que desligar. — ela diz. — Benjamim desliga a panela para mim. — escuto meu irmão reclamar ao fundo.

— Fala para ele que se não obedecer eu não levo presente. — minha mãe repete e começo a rir.

"Isso não vale, o presente é porque eu amo ela, não porque sou obediente"

Agora minha risada é alta.

— Boa noite meu amor, descanse e tenha um dia abençoado de trabalho amanhã.

— Obrigada mãe, manda um beijo para o Paul.

— Mando sim.

— Beijos. — me despeço e desligo.

Fico um tempo ali pensando em tudo, quando lembro que deixei Adam e Tina na cozinha. Saio do quarto dou de cara com ela na sala, olho para a cozinha.

— Ele já foi. — ela diz ligando a TV. — Recebeu um telefonema mega importante, mas ele deixou um abraço para você. — me sento ao lado dela.

— Ele disse que era mega importante? — esse termo é a cara dela, não dele.

— Não, os berros do outro lado da linha me fez deduzir isso. — ela aperta os canais, sem ao menos ver o que está passando. Isso indica que ela está irritada. — Para quem ele trabalha, afinal? — dou de ombros.

— Nunca perguntei. — pego o controle da mão dela. — Me de isso aqui, que nervoso, essa sua mania. — ela dá de ombros e deita no sofá, e eu coloco em algum programa.

— Ainda não acredito que ele esteve aqui. — ela fala suspirando e acabo rindo. — Para de rir sua vaca, eu te odeio sabia? — jogo a almofada nela.

— Você deveria estar me agradecendo, teve a oportunidade de desfrutar a presença dele, sem levar bronca do Bruce por para seu serviço. — ela faz uma careta. — E você não o ouviu dizer que na próxima eu pago? Ou, seja ele vai vir outras vezes.

— Do que adianta, ele só tem olhos para você. — isso pesava, mas sempre usava o humor para desviar dessa verdade.

— Bom ele hoje ficou impressionado quando te viu. — ela me chuta e eu acabo rindo.

— Não me lembra disso. — ela tapa o rosto com as mãos. — É nesse momento que lembro que te odeio. — me levanto e jogo outra almofada nela.

— Fica aí chorando as pitangas, eu vou dormir. — começo a ir em direção ao meu quarto quando Tina me acerta a almofada. — Dá próxima vez, convida ele a conferir se a pele fica realmente macia. — pisco para ela.

— Você já está sonhando e nem na cama chegou. — ela volta a sapear os canais. — Vai dormir, e sonhar com Alice no país das maravilhas, vai.

— Boa noite.

Entro no quarto e vou escovar os dentes, e quando deito na cama, não consigo pensar em nada, caio num sono profundo em instantes. 


Bjos, até mais...

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