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Capítulo 12 - NOVA CASA

Os olhos verdes de Sophia reluziram brilhantes no reflexo do vidro da janela logo a sua frente. A voz de Daniel, meio sussurrada, meio rouca, chega até seus ouvidos, e as palavras dele se repetem constantemente em sua cabeça.

Eu me referi a você.

Eles continuam a se olharem através de seus reflexos. A mão macia dele toca sua cintura, mas ela parece não perceber. Sophia limpa a garganta e desvia seus olhos dos dele.

— Vou buscar o kit de primeiros socorros — sussurra e sai sem olhar para trás.

Daniel inspira fundo e se senta no sofá, observando a bagunça que causara no apartamento dela. Garrafas vazias e estilhaçadas pelo chão, o líquido dos etílicos manchando o piso e o tapete no centro do cômodo, a estante de portas de vidros que caíra com o impacto de seu corpo contra o móvel, a louça do jantar jogada por baixo da mesa e esparramada entre a sala e a cozinha. Bagunça total. E tudo por uma imbecilidade sem significado nenhum, mas que foi o suficiente para tirá-lo do sério.

Pensou outra vez em por que raios se importou tanto com a provocação de Miguel. Não sabia ao certo se ele agira dessa forma por Sophia, já que Guimarães estava a importunando, ou por ele mesmo, já que também estava sendo importunado. De toda e qualquer forma não deveria ter agido tão violentamente, nem sequer se importado. Mas se importou, e agora o resultado se espalhava pelo apartamento de Sophia. Sem contar seu olho roxo e o machucado que causou nela.

Idiota, pensou.

Sophia se aproximou sem que ele percebesse, e já retirava algodão e soro fisiológico. Embebedou o algodão no líquido.

— Posso? — Perguntou com a mão no meio do caminho. Daniel assente, e ela termina o percurso dando leves batidas no ferimento. — É só para limpar, para que não infeccione ou algo do tipo — explica enquanto continua a limpá-lo.

Daniel está atento a suas mãos, e quase que sem perceber seus olhos se desviam para os lábios dela, que agora estão um pouco inchados por conta da cotovelada que recebeu.

— Eduardo vivia chegando em casa com o olho roxo. Minha mãe sempre colocava um pedaço de bife para amenizar. — Ao ouvi-la, ele a olha com um sorriso pequeno. Definitivamente, não queria ter um pedaço de carne na sua cara — Não sei se funciona realmente, mas se quiser tentar...

— Não precisa, de verdade. Só quero saber o que acontecerá com isso — outra vez ele leva seu polegar até o lábio inferior machucado. — Eu te machuquei e estou tão... Me sinto culpado.

Sophia abre um pequeno sorriso. Ela sabe que Daniel não teria coragem de agredi-la intencionalmente. De repente, a imagem de ele golpeando Miguel vem a sua mente, misturada à irritação e raiva que sentiu quando o ex dela apareceu ali, no seu apartamento, o modo como ele ficou aborrecido, até mesmo com ela, por ter aceitado que o seu ex-noivo entrasse e ficasse. Queria entender o que levou Müller a brigar com Miguel por causa dela. Talvez ele fosse cavalheiro o suficiente para defendê-la dos insultos do outro, ou talvez Daniel estivesse irritado porque, de fato, não tinha simpatizado com ele.

— Está tudo bem. Já disse para não preocupar — assegura olhando fixamente para o polegar em sua boca.

— Mas eu me preocupo... — sussurra de volta.

Sophia engole em seco e o coração dispara.

— O que deu em você para brigar com Miguel daquela maneira? — Pergunta finalmente, no intuito de sanar sua dúvida.

Daniel repuxa sua mão e desvia os olhos, as lembranças voltando a todo momento.

— Ele me irritou, apenas isso. Desde que o conheci, ele vem te insultando. Só achei que você não deveria ouvir as bobagens que sai por aquela boca. — Explica-se, mas a verdade é que, talvez, parte do motivo seja realmente por isso, mas somente essa desculpa não seria suficiente para tirá-lo a paciência e agredir outra pessoa.

Sophia apenas acena e leva as mãos à joia que ganhou há tão pouco do homem à sua frente.

— Você gostou? — Daniel questiona, observando-a.

— Oh, sim. Muito. Não deveria ter se incomodado.

— Não foi incomodo nenhum.

— Obrigada, outra vez — suas mãos continuam a afagar o objeto — Não precisava.

— Eu sei — ele diz maneando a cabeça. — Mas quando bati os olhos nesse colar eu não comprei na intenção de que você precisava dele, mas o colar quem precisava de você. Tenho certeza que em pescoço nenhum ficaria tão belo quanto no seu.

Sophia se engasga com a própria saliva e se remexe. Sente as mãos suarem um pouco, a respiração fica irregular e o coração acelerar. Naquele dia, Daniel vinha a elogiando mais do que o costume.

— Obrigada — sibila um pouco. É a única palavra que consegue encontrar.

Seus grandes olhos verdes se levantam para encontrar os de Daniel, azuis-esverdeados. Ela se esquiva do olhar penetrante dele, e dessa vez mira os lábios finos e naturalmente rosados. A barba rala e dourada contorna o rosto quadrado, o tórax é largo, e a imagem dele sem camisa a atinge com uma bala. Então, os acontecimentos do final de semana vêm à sua memória: o beijo que trocaram na porta, ele dormindo sem camisa naquela mesma sala, naquele mesmo sofá, ela sendo surpreendida no banho. Tudo passa rapidamente diante de seus olhos, enquanto se inclina para encontrar a boca dele e sentir outro beijo tentador. Ambos mal percebem que um está indo de encontro ao outro, e mesmo quando novamente seus olhares se cruzam, continuam a se atraírem.

Suas bocas estão a um centímetro de se tocarem, e Daniel até pode sentir a respiração irregular de Sophia contra seu rosto.

De repente, o som estridente de um celular tocando quebra o momento e desvia a atenção deles. Sophia se afasta, sentindo o coração pulsar e seu rosto enrubescer.

O celular que toca, Daniel demora a entender, mas é o dele. Retira do bolso, olha para o ecrã.

Chamando

Melissa Telles

Bufa e revira os olhos. Ignora a ligação, desligando o celular. Ele gosta do sexo com Melissa, mas agora sua atenção estava em outra pessoa.

Sophia.

— Não vai atender? Pode ser importante. — Enuncia com o tom de voz baixo.

— Não é importante. — Afirma, e ela só faz acenar — Sophia, — ele a chama, os olhos verdes se chocam com os dele — vem para minha casa.

Sophia estala os olhos, surpresa com a oferta de Daniel. Tudo bem que provavelmente eles teriam de morar na mesma casa quando se casassem, mas ainda eram apenas "noivos".

— Não me julgue mal, — se explica com um sorriso simpático — mas não quero que durma no meio dessa bagunça, e amanhã mesmo pedirei a uma agência que venha realizar a limpeza.

— Daniel, por favor, eu mesma posso limpar. Não se preocupe com isso.

Daniel a fita com um olhar sério, o que a deixa incomodada. Seu olhar duro e ao mesmo tempo sensual faz com que se sinta desconfortável.

Por que ele ficou chateado com a minha recusa?

Desculpe, senhorita Hornet, — sua voz sai ríspida — mas você não tem opção — ele se levanta e a puxa pela mão. — Você vem comigo. — Decreta, e sorri em seguida.

E Sophia se sente mais aliviada.

♦♦♦

— Esse quarto está bom para você? É temporário, eu garanto. Tenho outros maiores, mas mandarei reformar antes que se instale. — Daniel disse, enquanto Sophia entrava no quarto gigantesco.

Com certeza os dois tinham concepções diferentes sobre grande e pequeno. O espaço que se abre a sua frente é absolutamente maior que todo o seu apartamento. Como Daniel pode dizer que existe outros maiores?

Ela se vira para ele, seus olhos brilhando.

— É enorme! — Exclama — Para mim está ótimo, não preciso de outro.

— Isso é um quarto de hóspede, e você não é uma hóspede. Então, mesmo que negue, mandarei reformar o quarto maior, e não discutimos mais sobre isso.

Sophia exaspera uma lufada com bom humor e cruza os braços, imitando uma criança mimada, o que faz Daniel gargalhar. Uma risada gostosa e irresistível que a faz se render e a obriga a acompanhá-lo.

— Se você insiste, eu aceito o outro quarto.

Daniel assente e adentra o espaço, colocando uma pequena mala, que Sophia trouxe de sua casa, sobre a cama.

— Sinta-se em casa, e se precisar de qualquer coisa pode me avisar. Meu quarto é o último à direita. — Informa, e Sophia o agradece em seguida.

Daniel a deixa sozinha, e Sophia decide tomar um banho. Tranca a porta do quarto, temendo que aconteça como em seu apartamento. Corrige-se mentalmente quando pensa que não seria tão mal assim. Entra no banheiro e quase cai para trás ao ver como é grande. Ela sempre tivera uma vida luxuosa e boa, mas aquilo ali ultrapassava qualquer coisa que já tinha tido na vida.

Havia uma jacuzzi, e Sophia calculou que caberia umas três dela mesma calmamente; ao lado, um grande box com uma ducha esplêndida escorria a água esquentada a gás. Uma pia de mármore, com a bancada também feita da mesma pedra, se estende por uns dois metros, acompanhando a parede; um espelho enorme fixado à parede reflete a sua imagem embasbacada. Abriu a porta do armário embaixo da pia: escova de dentes ainda embaladas, sabonetes em líquido e barras, xampu, condicionador, hidratantes e loções. Abriu uma segunda, se deparou com sais de banho e inúmeros produtos que ela não sabia para quer servia, mas deduziu que seriam para preparar um banho na jacuzzi.

Encheu a banheira enquanto tirava a roupa e prendia os cabelos. Depois jogou um daqueles produtos na água, que logo encheu de espuma. Entrou e deitou-se, relaxando o corpo. Esfregou o corpo, sentiu seu lábio arder um pouco. Momentaneamente, lembrou-se do toque de Daniel contra sua boca. Cerrou os olhos quase podendo sentir novamente sua pele macia.

Balança a cabeça fortemente e volta a relaxar na água quente. Fecha os olhos e deixa que as espumas e o cheiro doce de algum produto que ela colocou ali penetrem seus poros e limpe sua pele.

— Sophia...? — Ela ouve a voz de Daniel e abre os olhos para divisá-lo parado a sua frente dentro apenas de uma cueca box preta.

No mesmo instante, se sobressalta com a presença inesperada dele; olha em direção a porta do banheiro. O que aconteceu com a porta trancada do quarto?

Como se ele lesse seus pensamentos, Daniel roda no indicador uma cópia da chave, com um sorriso malicioso no canto dos lábios.

Ele é o dono da casa, claro que tem uma cópia de todas as chaves.

Ela engole em seco e afunda ainda mais seu corpo na água. Daniel continua parado a sua frente, e ela não pode deixar de observar seu corpo seminu. Os olhos dele estão brilhando enquanto correm pelo seu corpo.

Sophia estremece e tenta dizer alguma coisa.

— O quê... o que aconteceu? — Gagueja.

Daniel continua a comê-la com os olhos e em silêncio.

Subitamente, Müller tira a boxer preta e, mesmo que ela tente desviar, simplesmente observa seu membro.

Sophia está engasgada e sente vontade de levantar e empurrá-lo, dar um tapa em sua cara e dizer-lhe que é um atrevido e sem-vergonha. Mas simplesmente não consegue. O desejo de continuar observando-o é maior.

Enquanto luta com seu interior para obrigar-se a ir embora e romper o contrato com seu noivo de conveniência, ele entra em sua jacuzzi e se senta na ponta extrema.

Que diabos ele está fazendo?, pergunta a si mesma ainda em choque com a atitude de Daniel.

Sophia o encara cada vez mais pasma. Os olhos dele estão fechados e seu semblante é sereno. Daniel relaxa na banheira, e sequer se importa com a presença dela. Sem esperar, ele a fita sensualmente, e sua íris azul-esverdeada queima em um fogo de volúpia.

— Não se importa se eu ficar aqui, não é? — Murmura, e sua voz sai rouca e sensual.

Boquiaberta, Sophia não sabe o que responder.

— Acho que posso dar um jeito nesse seu ferimento — ele continua dizendo com a voz cheia de paixão.

Encurva seu corpo nu contra o dela, e Sophia se assusta, mas não se esquiva. O polegar dele toca o canto de seus lábios, onde está um pouco inchado, os dois sem encaram em uma explosão intensa, os lábios estão próximos um do outro, os olhos, também, e assim, tão perto dele, Sophia é capaz de notar em como os olhos masculinos são completamente sedutores. Daniel exibe um sorrisinho sedutor nos lábios finos e rosados, ainda a acariciando com o toque de seu polegar. E, sem que ela note, vai se aproximando da boca suculenta ao passo que ele também diminui o pequeno espaço que separa suas bocas.

De repente, estão se beijando intensamente.

Os lábios machucados doem, mas não o suficiente para que possa pará-la. Ao contrário, envolve suas pernas no quadril largo dele e afunda seus pequenos dedos entre os fios alourados de Daniel.

Subitamente, Sophia dá um sobressalto na banheira e acorda.

Sozinha.

A água já está fria contra a sua pele enrugada causado pelo tempo extremo dentro d'água.

Passa a mão pelo rosto tentando entender o sonho louco que tivera. Levanta-se e enrola a toalha no corpo.

Não acredito que sonhei com ele!, repreende-se secando as pernas. Abre uma terceira porta no armário e encontra um roupão, que logo é envolvido em seu dorso.

Suas mãos tremem enquanto revira a mala em busca de uma roupa confortável para dormir. Encontra um pijama e se veste, deitando em seguida. A cama é macia e os edredons são confortáveis e quentes.

O sonho atordoante com Daniel não sai de sua cabeça, e Sophia não consegue dormir. Seu estômago resmungando também ajuda para que não pregue os olhos.

Levanta-se com cautela e destranca a porta. Quando cai no corredor, o silêncio domina-o de ponta a ponta. Há umas duas luminárias acesas que iluminam fracamente a extensão que se faz. Ela o atravessa vagarosamente; logo à frente, vê que há um lindo relógio de pêndulo no meio do caminho, marcando quase uma da manhã.

Desce as escadas devagar, observando os detalhes da decoração e arquitetura. Pergunta-se onde é a cozinha no meio daquela imensidão de "casa". Mesmo que esteja um pouco envergonhada por estar zanzando pela mansão dos Müller, e sinta que esteja invadindo a privacidade dele e do irmão, sua fome fala mais alto e mesmo assim decide atacar a geladeira. Até porque Daniel disse que ela poderia se sentir em casa. Então o faria.

Ponderou voltar e chamá-lo, mas àquelas horas ele já deveria estar dormindo.

Continuou seu trajeto até chegar à sala. Assim que a transpôs, logo viu uma luz que vinha de algum cômodo próximo ali. Foi-se achegando mais até que encontrou a cozinha. E junto com ela, Daniel só de bermuda sentado em uma cadeira, beijando ferozmente a ruiva do outro dia.

♦♦♦

Daniel deixou Sophia acomodada em um dos quartos de hóspedes e seguiu para o seu. Trancou-se lá dentro e recostou-se à porta, pensando no dia turbulento que tivera. O olho roxo ainda doía um pouco, e isso o incomodava. A única coisa que o aliviava era saber que Miguel não saíra ileso da confusão.

Afrouxou a gravata, tirou o restante do terno. Seguiu para o banheiro, desejando apenas um banho quente. Depois, talvez fizesse um chá fervendo, lesse mais um pouco de O Símbolo Perdido e dormiria em seguida.

A água batendo em sua pele relaxou-o, mas fez arder o ferimento no olho.

Desgraçado!, praguejou contra Miguel mentalmente. Terminou seu banho e se enrolou no roupão.

Já com o corpo seco, selecionou uma bermuda e camisa regata branca e se vestiu. Pegou seu celular para conferir a hora, e então se lembrou que o havia desligado por causa de Melissa. Tornou a ligá-lo, e assim que a rede da operadora voltou, recebeu uma enxurrada de mensagens dela.

Passou os olhos por algumas, lendo rapidamente.

Por que não me atendeu?

Desligou por quê? Está com a noivinha?

Podemos nos ver?

Mas foi a última mensagem que o fez coçar a cabeça.

Estarei indo até sua casa. Mesmo que seja tarde.

Olhou a hora que a mensagem foi enviada. 00H01.

Buscou pela hora atual. 00H32.

Revirou os olhos, deduziu que a ruiva já estaria chegando. Livrar-se-ia dela assim que ela aparecesse.

Descia as escadas quando a campainha tocou. Do outro lado, lá estava a mulher. Seus cabelos acobreados reluziam e agitavam conforme a brisa da noite batia neles. Como de costume, trajava uma saia na altura da metade das coxas e um top de comprimento até um pouco abaixo dos seios, a bota de couro e montaria subia até seus joelhos. Para completar o look, um longo casaco preto, que também a protegia do frio.

— Oi, Dani querido — cumprimentou-o com as mãos na cintura. — O que foi que aconteceu aí? — Aponta para seu olho roxo.

Seus olhos correm para dentro da casa, em busca de algo. Ou alguém.

— Oi, Melissa. Não acha que está um pouco tarde pra visitas? — Responde, ignorando-a.

Melissa o encara e entra, passando por ele. Daniel sente os seios fartos esbarrar no músculo dos seus braços, ele se vira para ela, que continua de costas e passando os olhos pelo cômodo.

— E desde quando se importa com horários, amor? Lembro-me com clareza que já chegou a me procurar muito mais tarde que isso. E eu nunca questionei. — Se volta para ele e sorri maliciosamente.

Daniel ergue as sobrancelhas rapidamente diante a afirmativa dela. E sequer podia contestar contra aquilo.

— O que você quer? — Dispara tentando manter a calma.

E por que estou irritado com ela?, questiona-se, sem entender o motivo.

Melissa ergue uma sobrancelha.

— Não está óbvio, querido? — Sussurra e se aproxima mais, quase deixando suas bocas coladas.

Daniel suspira. Ele não estava mesmo com ânimo para a ruiva exibida.

— Talvez eu possa cuidar disso aqui para você — murmura sedutoramente, levando suas mãos até o machucado, mas é obstruída quando Daniel segura seu punho, impedindo o toque.

— Estou bem. Já cuidei disso — declara secamente e a solta.

Melissa suspira; endireita o corpo.

— Pois bem, vamos ou não subir para o seu quarto? Eu tenho outros dotes que você conhece muito bem.

As mãos dela repousam em seu peito em movimentos de sobe e desce. Daniel simplesmente não sabe como recusá-la. Já esteve tantas vezes com Melissa Telles que tem medo de parecer desinteressado caso a negue. Suspira e cede:

— Tudo bem. Eu só vou preparar um chá, e já subimos, pode ser?

Ela concorda e o segue até a cozinha.

Daniel enche uma caneca com água e mergulha um sachê de mate, leva-a até o micro-ondas e programa um minuto e meio. Está de costas, esperando o tempo acabar, quando sente Melissa abraçá-lo por trás, passando as mãos macias por seu tórax.

— Melis... — gira o torso para protestar e impedi-la, mas é calado com um beijo fogoso por parte dela.

Antes que possa reagir, os dedos dela agarram a barra de sua camisa e a puxa, tirando o tecido que cobre seu dorso. Daniel ainda está desnorteado, mas retribui quando seu corpo responde ao estímulo dado pela mulher. Melissa, então, o empurra, puxa uma cadeira e força-o a se sentar, caindo em cima de seu colo sem desgrudar sua boca da dele.

Os quadris da rubra são movimentados para frente e para trás, friccionando a intimidade feminina na de Daniel, aumentando, assim, o incentivo em seu corpo.

Daniel, subitamente, para de retribuir, e ela repara em como seus olhos estão estalados. Melissa separa seus lábios e o fita, aturdida. Daniel olha para um ponto fixo, e ela segue seu olhar.

Na entrada da cozinha, Sophia está parada, olhando para os dois.

— Oi, flor — Melissa diz naturalmente. — Deixa eu adivinhar: você é a noiva de mentira do Daniel?

— Melissa, por favor — Daniel sussurra na intenção de censurá-la. — Essa é a Sophia, Sophia essa é...

— Eu sei. Ela já esteve no seu escritório. — A loura interrompe mais rígida do que gostaria.

A ruiva arqueia uma sobrancelha e lança um olhar que Sophia não consegue decifrar. Só o que a Hornet pensa é de como a garota exibida sabe sobre seu casamento de conveniência com Müller. Pondera que, talvez, Daniel tenha contado a ela, já que, pelo jeito, são íntimos.

— Hum... Prazer. Então, Dani, vamos subir? — Convida-o, já o puxando pela mão.

— Espera — solta-se da ruiva e mira Sophia — Precisa de alguma coisa?

Ela balança a cabeça em negativo e foge dos olhos claros.

— Só vou tomar uma água e voltar para o meu quarto. — Mente e caminha até a geladeira.

— Se precisar de alguma coisa... — Daniel começa, mas é cortado antes que possa terminar.

— Eu não vou interromper vocês. — Sua voz sai alta. — Se precisar de alguma coisa, eu me viro — fecha a porta da geladeira segurando a jarra de água.

Müller acena brevemente, olha para Melissa, que o aguarda. Daniel se levanta, seus olhos não deixam de correr para Sophia encostada a pia e pondo água no copo. Recorda-se de como ficou irritado pela presença de Miguel, e reflete se ela não está sentindo o mesmo incomodo por Melissa.

Não..., por qual motivo ela ficaria incomodada com a presença da ruiva? Pelo mesmo motivo que você ficou com Miguel!, sua consciência acusa.

— Melissa, acho melhor você ir embora.

—Como? — A ruiva está incrédula com a repentina mudança de decisão de Daniel.

— Ir embora! — Ele bufa. — Sabe, sair da minha casa e voltar para a sua?

— Achei que tínhamos algo programado para fazermos lá em cima! — Protesta irritada.

Daniel volta a olhar Sophia, que agora os encara sem compreender a cena que vê.

— Está me deixando por causa dela? — Melissa aponta o dedo, seu tom sai com desdém — Por favor, Daniel!

— Ela é minha noiva! — Defende-se.

— De mentira! — Acrescenta.

— Ainda é minha noiva, e eu tenho que ter pelo menos o bom senso de respeitá-la em sua presença!

Melissa leva as mãos até os quadris, pasma com a declaração dele.

Sophia continua a olhá-los, desnorteada com a consideração de Daniel. Ele não precisava agir dessa maneira por sua causa, foi combinado que cada um seguiria com sua vida, poderiam se relacionar com outras pessoas, desde que discretamente.

E Daniel sabia disso. Ele não deixaria de viver por conta de um casamento de fachada, nem faria voto de castidade por seis meses até ver-se separado de Sophia, mas ponderou que o mínimo a se fazer era respeitá-la e ser discreto. Transaria com Melissa outro dia, quando Sophia não soubesse que estavam juntos.

Isso é discrição!, reforça mentalmente a si mesmo.

— E desde quando você se importa com isso? Vamos subir lá para cima e transar loucamente para essa garota ouvir os meus gemidos e perceber que ninguém te sacia como eu! E que ela jamais será o tipo de mulher que você gosta! — Melissa grita, visivelmente descontrolada por ser enxotada da mansão Müller.

O sangue de Daniel ferve, e isso quase o faz perder a cabeça. Subitamente, agarra os braços da ruiva e a força a andar.

— Saia da minha casa agora! — Exige cerrando os dentes enquanto abre a porta e a joga para o lado de fora.

Melissa está boquiaberta; Sophia, desnorteada.

A mulher expulsa tenta dizer alguma coisa, mas a porta é batida em sua cara.

— Daniel Müller! — Grita do lado de fora. — Isso não vai ficar assim!

♦♦♦

Sophia está sem jeito diante de Daniel. Ele continua sem camisa – está parado na sua frente pedindo desculpas pelo modo como Melissa a tratou.

— Está tudo bem. Não me importei com nada do que ela disse.

Daniel assente brevemente.

— Eu juro que isso não irá mais se repetir. Prometo mais discrição da próxima vez.

Próxima vez?, ela suspira incomodada com isso, mas prefere manter seu incômodo para si, e apenas concorda.

Apesar do momento desagradável, se sente um pouco feliz por Daniel tê-la defendido. Não uma, mas duas vezes. Primeiro com Miguel; e agora com Melissa.

Quando ela surgiu na cozinha, e flagrou os dois em um fogoso beijo, quase sentiu ter a mesma sensação que Daniel teve ao presenciar Orleans na porta de seu apartamento. Seus olhos queimaram frente a imagem que se desenrolava, e engoliu a vontade de gritar ali mesmo. O que ainda a deixava confusa. Como Daniel deveria ter ignorando a presença de Guimarães e não ter dado importância as provocações dele, ela também deveria ignorar a cena que testemunhou. Talvez a diferença estivesse nesse ponto. Daniel estava prestes a dormir com Melissa, já ela apenas recebia os cortejos de Miguel.

Mentalmente tentou afastar seus questionamentos da cabeça e voltou à realidade com Daniel a perguntar-lhe:

— Está com fome?

Ainda que tivesse descido para procurar alguma coisa para comer, a cena presenciada, mais o pequeno escândalo da ruiva, tiraram-lhe a fome. Por isso, respondeu:

— Não. Eu só desci mesmo para tomar uma água — levanta o copo já vazio e o põe dentro da pia — Vou me deitar. Boa noite, Daniel — deseja passando por ele.

Sophia chega ao quarto e se enfia por baixo das cobertas macias e quentes. A luz fraca do abajur é apagada, ela gira o corpo tentando dormir. A fome já não existe mais, perguntando a si mesma por que perdera o apetite com o episódio que presenciou.

Um resumo do seu dia louco passa por sua cabeça em uma retrospectiva momentânea: imagens da briga entre Guimarães e Müller, de ela recebendo o colar de Daniel e do seu polegar contra o lábio machucado; depois, a forma como ele se irritou com sua amiga de benefícios pelo modo como foi indiscreta e da forma como ele a expulsou sem sequer pensar.

Um pequeno sorriso é posto em seu rosto, e Sophia adormece sentindo-se feliz por Daniel tê-la defendido.


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