Capítulo 1 - TRAÇANDO O DESTINO
O quarto de hotel que Sophia acabara de se instalar não era luxuoso nem simples demais, mas aconchegante e confortável o suficiente – além de limpo – para que tomasse um banho relaxante e se espreguiçasse em uma cama macia.
Ela descarregou a mochila com alguns pares de roupa, escolheu o que vestir, foi ao banheiro e ligou o chuveiro. O vapor embaçou os vidros enquanto se despia. Entrou no box e sentiu a água bater em sua pele e escorrer, abaixou a cabeça sentindo o corpo relaxar, esfregou os cabelos e se ensaboou como se estivesse lavando a alma.
Com a água batendo em seu corpo, pensava em todas as coisas que haviam acontecido a ela no último mês. Suspirou se lembrando de todos os seus problemas.
Problemas, estes, que nem teriam começado se não fossem os vícios em jóquei do seu pai.
Sebastian Hornet, empreiteiro famoso, dono de umas das mais renomadas construtoras do país. Mas a ConstruHornet entrara em decadência por causa dos gastos exacerbados, dos desvios de dinheiro, dos inúmeros caixas-dois de Sebastian para realizar suas apostas nos cavalos.
À longo prazo, a empresa foi perdendo destaque no meio da construção civil, os clientes migraram para a concorrência, ex-funcionários exigiam seus direitos na justiça, e, quando a família Hornet deu por si, começavam a falir.
A solução mais fácil para o patriarca da família foi oferecer a própria filha em casamento, como se ainda vivessem no século XVII, ao segundo nome mais conhecido: Luiz Guimarães de Orleans.
O acordo nada mais era que, com o casamento, e com a promessa de tirá-lo da falência, Luiz e Sebastian seriam sócios, o Guimarães obtendo, nada mais nada menos, a bagatela de setenta por cento de toda a empresa.
Ainda que a ConstruHornet estivesse falindo, continuava a ser uma das melhores companhias no ramo, e sua valorização no mercado, apesar de tudo, ainda era lucrativa. Além do mais, ponderou Luiz, com os investimentos certos, o renome dos Hornet seria facilmente reerguido – e tão logo ele estaria lucrando. O casamento entre Sophia e Miguel de Orleans garantiria que tudo ficasse em família, afinal. E em caso de divórcio, mais uma parcela das ações da ConstruHornet cairia nas mãos dos Guimarães.
No entanto, Sophia nunca concordou com tal decisão. Seu pai não poderia simplesmente oferecê-la em casamento, mesmo a Miguel, um homem a quem conhecia desde sua infância, e que até chegaram a namorar em algum momento de suas vidas. Mas com persuasão, e um pouco de drama e chantagem, seu pai conseguiu convencê-la e o casamento fora planejado alguns meses depois.
Eis que o dia chega e Sophia sente seu coração pesado, sente que não é o correto a se fazer. Diferente dela, Miguel não se opõe à união. Ao contrário. Ele apoia tal loucura, cego de paixão por ela desde que pode se lembrar.
Decidida a não dar continuidade ao matrimônio, pensando que encontraria outra maneira de ajudar a sua família e a decadência iminente, ela desiste da união.
Miguel é abandonado no altar.
E desde que tomara tal atitude, Sophia vivia de um lado a outro, mudando constantemente, vivendo aqui e ali em hotéis, fugindo de um ex-noivo insistente e de um pai furioso. Semanas atrás, até quis voltar para casa, mas soube que Sebastian persistia na união arranjada.
Assim sendo, permaneceu vagando pela cidade, dormindo em quarto de hotéis, comendo em fast-food. Sua reserva de dinheiro começava a se esgotar e ela não sabia mais o que fazer. Não queria retornar para a casa e ter que encarar Sebastian Hornet e ser forçada a se casar com Miguel de Orleans.
Olhou para cima deixando a água molhá-la o rosto, procurando como solucionar seus problemas. Lembrou-se de como sua atitude em abandonar o noivo fora amplamente divulgada na mídia. Chegou a ver a própria foto estampada em jornais do momento em que saía às pressas da igreja. E não era para menos. O casamento entre ela e Miguel seria o casamento do ano, a junção de duas famílias poderosas que uniriam duas das maiores construtoras do país.
Mas Sophia estragou tudo quando quebrou o contrato e desfez o matrimônio.
E que culpa, afinal, ela tinha? Fora submetida a um casamento forçado, sem amor – tudo para salvar a família da ruína, esta causada pelo seu próprio pai. Seria muito injusto que pagasse por um erro alheio.
Desligou o chuveiro, enrolou-se na toalha e vestiu-se em seguida. Com a toalha envolvida como um turbante em seus cabelos, pegou o jornal e abriu na página dos classificados, passou os olhos rapidamente, mordendo a tampa da caneta que segurava na outra mão.
"Preciso de um emprego" era a única frase que ecoava em sua cabeça. Com a família à beira da falência, Sophia não teria mais as regalias que tinha antes de abandonar tudo. E mesmo se tivesse, depois de sua atitude, provavelmente seria deserdada.
Ela não queria muito, apenas o suficiente para se manter. Pensava em alugar um quarto ou uma casa pequena, quem sabe até dividir o aluguel com alguém. Circulou duas vagas. Recepcionista e Assistente administrativa: as que mais lhe agradou, tanto pelo ofício quanto pelo salário. Se não desse certo, então aceitaria qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo.
Arrumou seu cabelo com uma escova que lhe ondulou as mechas, desamassou a roupa e saiu pela cidade, em busca das vagas nos classificados.
Sophia passou pelas duas primeiras empresas, mas não obteve sucesso. A primeira, a vaga de recepcionista, já havia sido preenchida horas antes; a segunda, de assistente administrativa, exigia experiência profissional de dois anos comprovado em carteira. E ela não tinha tudo isso. Na verdade, cursara Ciências Contábeis e Administração para ajudar o pai na empresa. Mas não teve chances, já que os negócios iam de mal a pior.
Voltou frustrada para o quarto de hotel, começava a ficar sem opções e o desespero aflorava em sua pele. Sem emprego não teria dinheiro, sem dinheiro não teria como se manter, e se não pudesse se sustentar, seria obrigada a se sujeitar a um casamento.
Arrancou os saltos e massageou os pés que doíam, enquanto verificava outra sessão de classificados de outro jornal. Topou-se com uma vaga de secretária para uma empresa chamada Swiss Chocolate. A candidatura à vaga deveria ser feita pelo site da empresa. Prontamente puxou o notebook da mochila e o conectou à rede sem fio do quarto. Fez sua pesquisa sobre a empresa, já que tinha a vaga impressão de conhecer a marca de algum lugar.
No próprio site da companhia, descobriu ser uma corporação de reputação, com mais de quatrocentas lojas e franquias espalhadas por toda a América Latina, além das fábricas no Brasil, México, Estados Unidos, Espanha e Suíça, esta última sendo sua sede e tendo, também por lá, alguns pontos de lojas e franquias. Segundo a nota que leu, a empresa foi fundada em 1900 na Suíça pela família Müller, chegou ao Brasil há cerca de oitenta anos, e foi com sua sede em terras brasileiras que a marca ganhou status e se expandiu desde à América do Sul até alcançar cidades canadenses. Sophia, então, reconheceu a firma. Já comera algumas trufas Delicious e realmente tinha adorado.
Pensou em desistir. Uma empresa tão grande como a Swiss Chocolate, com filiais e franquias espalhadas pelo Brasil e mundo a fora, exigiria uma pessoa mais experiente e capacitada para o cargo. Mas ela tentaria mesmo assim. Quem sabe a sorte não estaria ao seu lado?
Ainda no sítio eletrônico, fez um rápido cadastro, preencheu um currículo e enviou.
Três dias depois, Sophia recebeu um e-mail informando-a que seu currículo tinha sido selecionado para participar do processo seletivo para o cargo que se candidatara. A etapa ocorreria no dia seguinte, às quatorze horas, no prédio administrativo da empresa.
Sophia compareceria com certeza. Tomando a decisão que traçaria seu destino.
♦♦♦
Sophia chegara a empresa muito bem vestida. O tempo em que tinha regalias propiciou a ela comprar roupas novas sempre que precisava, ou queria. Agora, seu terno feminino, antes usado para a empresa ConstruHornet, caía-lhe bem para a entrevista.
A loura chegou às 13h30min no edifício endereçado no e-mail que lhe enviaram, e aguardava ansiosamente. Quando o relógio marcou 14h00min, uma jovem moça uniformizada veio até as candidatas, deveria ter umas 30 mulheres ali, e empeçou a lhes explicar como funcionaria o processo de seleção. Primeiramente todas participariam de uma dinâmica de grupo, o processo seria acompanhado pelo supervisor geral e serviria, para o profissional, conhecer melhor o perfil de cada uma. Depois, ainda naquele dia, cada uma passaria por uma breve entrevista individual. As candidatas aprovadas seguiriam para a segunda etapa: uma pequena prova de conhecimentos gerais, simples, nada muito dificultoso. Coisas como lógica, atualidade e idioma (inglês e espanhol). As que conseguissem passar por esta segunda etapa, então, seriam entrevistadas pelo presidente do grupo, Daniel Müller. Este, por sua vez, selecionaria os três currículos que mais lhe agradou, e auxiliado pelos supervisores da área, decidiria a melhor candidata a ocupar a vaga.
A mulher ainda informou que as duas primeiras etapas seriam feitas naquele mesmo dia.
Meu Deus, quantas etapas! Não sei se conseguirei! Questionava-se após ouvir a faladeira da mulher.
O grupo de mulheres se reuniu em uma sala e fizeram o primeiro processo. O supervisor apresentou o cargo, salário, benefícios e jornada de trabalho. Falou da empresa e da sua história — partes que até Sophia já lera em sua pesquisa no dia anterior. Depois fizeram uma rápida dinâmica e então foram dispensadas. O pequeno grupo aguardou na sala de espera, enquanto as concorrentes realizavam as entrevistas individuais – que não demoravam mais que cinco minutos. Após cumprir a primeira etapa, Sophia esperava ansiosamente o resultado.
O supervisor surgiu na porta com uma lista nas mãos e começou, em ordem alfabética, a fazer uma chamada.
— E por fim, Sophia Hornet — o homem terminara a listagem. — Todas estas a qual chamei, por favor, aguardem na empresa, as senhoras e senhoritas foram selecionadas para a próxima etapa. Uma das assistentes as acompanhará até um pequeno buffet para que se alimentem. Estejam preparadas para a segunda parte em uma hora — dito isso se retirou, deixando Sophia com o coração enorme de alegria.
Após o pequeno coffe break, Sophia conduziu-se para a segunda etapa. Realizou a prova e ficou feliz por ela não ser mesmo muito difícil. Após terminar, foi informada que estava liberada para ir embora e que as candidatas que passassem para a última etapa seriam contatadas em até dois dias.
Ela saiu do escritório da Swiss Chocolate com o coração na mão. Havia conseguido passar por uma etapa e rezava para chegar a terceira e passar por esta também.
Os dois próximos dias demoraram a chegar e ela constantemente olhava no relógio. A manhã do segundo dia amanheceu e Sophia não recebera nenhum e-mail positivo ou negativo sobre o cargo. A cada minuto, desanimava e perdia as esperanças de ser chamada para a entrevista com Daniel Müller. Mas Sophia ainda tinha até fim do dia para aguardar, ocupou-se, então, em ler sobre a empresa.
Às 11h35 recebe um e-mail. Sente uma felicidade imensa quando da notícia de que ela fora uma das candidatas a passar pela segunda etapa da triagem. Daniel receberia as concorrentes para a entrevista a partir das 15h00min do dia seguinte, e Sophia fora convocada a aparecer.
♦♦♦
Daniel Müller encerrou mais uma entrevista. No dia anterior tinha sido informado que dez candidatas à vaga de secretária executiva foram selecionadas para a entrevista pessoal.
De olhos claros e indefinidos — dependendo do ângulo, ou era verde ou era azul —, já quase na casa dos trinta anos, o presidente do grupo Swiss Chocolate era um homem sério para sua idade tão jovem. Sua postura ereta ao andar pelos corredores do edifício, os cumprimentos rápidos para os funcionários, seu semblante inexpressivo durante as reuniões e o fato de sorrir tão pouco, denunciavam uma personalidade mais conservadora e discreta. Pelo menos diante aos seus funcionários e acionistas.
Na ocasião, trajava um terno sob medida preto, camisa branca e gravata rosa claro. Apertou educadamente a mão da moça e a acompanhou até a porta. Desejou boa sorte e a viu se afastando. A sala da recepção estava vazia. Olhou no relógio. Cinco da tarde. Sua assistente, Anabelle, analisava alguns papéis quando Daniel lhe tirou a atenção.
— Encerre os horários para as entrevistas, por favor — e já se virava para voltar à sala quando ela o interrompeu.
— Ainda há uma última candidata, senhor Müller.
Ele virou-se, encarando-a. Mirou o relógio mais uma vez e bufou.
— E onde ela está? — Quis saber
— No toilet. Em um minuto estará em sua sala.
Daniel acena e volta para dentro, senta-se em sua cadeira giratória de couro, movimentando-a de um lado a outro, com o indicador nos lábios, olhando fixamente para a porta, esperando que a tal candidata entrasse.
A porta se abre e dela surge uma loura de cabelos ondulados, muito bem vestida com uma camisa social branca e um jogo de saia e paletó na cor preta, se equilibrando muito bem nos saltos. A maquiagem leve apenas ressalta sua beleza natural sem vulgaridade. Nas mãos, traz somente uma pasta. Anabelle a encaminha até Daniel, mostrando uma cadeira frente a ele. Deixou-os a sós enquanto Sophia se sentava e tirava seu currículo da pasta que tinhas em mãos, a entregando a seu entrevistador.
Daniel Müller passou os olhos pelo currículo e puxou uma segunda ficha da gaveta, entregue a ele pelo supervisor um dia antes, que continha mais informações de Sophia e seu desempenho nas etapas anteriores.
— Sophia Hornet — disse lendo o nome dela no papel. Pegou uma caneta e analisou seu currículo. Ao terminar, levantou os olhos a ela, que permanecera quieta. — Então, senhorita Hornet, seu currículo é muito bom, o supervisor me deu uma visão bem positiva de você, mas vejo que não tem a experiência necessária que estou exigindo para o cargo. Está há quanto tempo trabalhando na área administrativa ou similares?
— Na verdade, eu tenho pouquíssima experiência, já que eu não tive muitas oportunidades. Serei franca, senhor Müller, eu estudei e me preparei para trabalhar na minha própria empresa, mas meus planos não saíram muito bem como planejei.
Ele arqueou a sobrancelha. Baixou o olhar.
— Pretendia abrir uma empresa, senhorita Hornet? — Seguiu inquirindo, sem desgrudar os olhos do currículo
Ele não reconhece meu sobrenome?, pensou ela para si mesma.
— Meu pai. Ele é sócio majoritário de uma das mais renomadas construtoras do país.
Daniel riu levemente pelo canto da boca. Ergueu o olhar.
— Você é filha de Sebastian Hornet, devo supor — ele reconheceu o sobrenome, enfim.
Sophia confirmou com um aceno de cabeça.
— Desculpe pela intromissão, mas o que faz uma das maiores herdeiras procurar um emprego?
Sophia precisava ser cautelosa, ninguém sabia, além dela, dos irmãos, dos pais e de Luiz Guimarães sobre a falência da família. Apesar das especulações da mídia nos meios de comunicação, Sebastian pagou um preço muito alto para manter, pelo menos por um tempo, a falência da ConstruHornet longe dos holofotes da mídia sensacionalista. Por isso, todas as notícias sobre a falência da empresa nada mais eram do que somente especulações.
— Fui deserdada. — Mentiu. — Perdão, senhor Müller — ela logo tratou de desviar o assunto —, mas acredito que estamos partindo mais para o lado pessoal da minha vida do que o profissional.
Daniel não se importou com a resposta afiada de Sophia.
— A senhorita tem razão — tornou a olhar o currículo dela. — Já ouviu falar da nossa empresa, senhorita Hornet?
— Claro, senhor Müller. — Confirmou prontamente e prosseguiu: — A Swiss Chocolate é uma das maiores companhias da América, tendo filais e franquias, a maioria no continente Americano, em diversos países. Foi fundada em 1900 pela família Müller na Suíça, e no Brasil está há cerca de 80 anos. Existem vários sócios, mas 60% das ações ainda estão em poder da família fundadora. Os chocolates da empresa já foram considerados várias vezes o melhor do mundo, e em quatro países, inclusive na Suíça, é a segunda marca mais consumida. A Swiss ainda se empenha em projetos e ações que ajudam a erradicar o trabalho escravo nos países africanos por outras companhias de chocolate mundialmente conhecidas. Também podemos considerar os índices... — Sophia teria continuado, mas fora interrompida.
— Estou impressionado, senhorita Hornet. Como sabe tanto a respeito da empresa?
Daniel se desencostou de sua cadeira, impressionado com a moça a sua frente. Levou as mãos ao queixo e apoiou os cotovelos na mesa.
— Eu fiz uma pesquisa na internet. Existem vários artigos, inclusive estrangeiros.
— E por que fez essa pesquisa? — Perguntou e anotou alguma coisa no currículo dela.
— Eu considerei interessante conhecer a história de uma empresa grande e famosa, com anos de reconhecimento no mercado nacional e internacional. Caso eu conseguisse o cargo eu pouparia o meu chefe desse trabalho.
Daniel terminou sua anotação e ergueu os olhos para a entrevistada.
— Sobre o que mais pesquisou da empresa?
— De tudo um pouco. Índice de crescimento, produção e lucro anual, busca e demanda, satisfação de cliente... — ela sorri fraco e o olha — A internet é uma arma poderosa. Um pouco da minha pesquisa encontrei no próprio site da empresa.
Daniel torna a se recostar a cadeira com o currículo em mãos. O analisa uma última vez e faz mais anotações nos espaços em branco.
— Certo. Consta aqui que você fala inglês e espanhol fluentemente. Isso é bom. Como adquiriu fluência?
— Sim, senhor Müller. Adquiri fluência através de cursos, ambos foram feitos em escolas particulares renomadas e com professores nativos. Tenho diploma, caso precise. Para ajudar, residi na Inglaterra e nos Estados Unidos, um ano cada, e na Espanha por dois anos. Também sou intermediária em Italiano, mas como não completei o semestre do curso não peguei o diploma. Morei em Roma por 6 meses.
Daniel Müller faz mais anotações.
— Correto — ele guarda o currículo em uma gaveta e a olha. — O processo de entrevistas está sendo encerrado hoje. Estaremos analisando os currículos entregues, e dentro de uma semana iremos ligar para a candidata mais capacitada. — Ele estica a mão. — Lhe desejo boa sorte, senhorita Hornet.
Sophia aperta sua mão, agradece com um sorriso e se retira, mal sabendo que depois dessa entrevista seu destino estaria sendo traçado.
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