43- Eu coloquei um feitiço sobre você.
Vocês não tem a noção do prazer que é estar de volta!
Não possuo muito a dizer. Sei que temos quase um ano sem nos ver, mas eu sei que, quem estava próximo de mim durante esse meio tempo e somente quem já vivenciou o luto sabe o quanto as nossas estruturas simplesmente se desabam dia após dia.
CDC quase foi arrancado de mim por causa disso. Mas aqui estou eu e aqui estão elas. Porque, eu juro, essa história é muito mais forte do que qualquer coisa, inclusive eu.
Obrigada a cada pessoa que se importou em me mandar mensagem não apenas para saber delas, mas para saber de mim também. Obrigada a cada pessoa que não sabe, mas me salvou imensamente durante esse ano lendo e relendo os capítulos antigos e me fazendo ter a certeza de que estava tudo bem tomar o meu tempo, porque vocês sempre estão aqui.
Dedico esse capítulo a todas as meninas que estão por trás de suas telas e ainda acreditam no amor, e usam do amor tão puro aos poucos construído por nós aqui como um dos exemplos para ter propriedade em continuar acreditando. Vocês fazem os meus dias valerem a pena. Sempre.
Abram um vinho (o meu já está na taça), preparem as cobertas, o brigadeiro e alguns lencinhos (dessa vez, não são para os olhos) e desfrutem de cada uma das quase 50k de palavras desse capítulo. Espero que elas possam servir de abrigo para vocês como serviram para mim esse ano.
Eu tenho as minhas convicções de que esse será o capítulo mais comentado dessa fanfic, me deixem estar certa, por favor, e soquem os dedos nesses comentários! Sinto muito a falta de vocês.
Obrigada por tudo, eu amo vocês na mesma intensidade do amor que contém esse capítulo.
PS: O capítulo possui uma playlist que vocês NÃO podem deixar de ouvir. Irei copiar e colar no meu mural e, por favor, salvem para ouvir durante a leitura, ok?
...
Addison Montgomery;
— O que você está fazendo aqui? — Indago, um pouco surpresa, ao me deparar com a figura parada diante da porta do meu quarto, vestindo apenas uma bermuda ridícula quadriculada para dormir, e me encarando com um sorriso nada usual, que me fizera franzir veementemente o meu cenho.
— Boa madrugada para você também — Ele exclamou em um tom de voz entediado, após revirar os olhos, erguendo uma garrafa de whisky lacrada. Uma das mais caras que eu possuía na minha adega.
— E o que está fazendo com o whisky alemão mais caro que eu possuo? Sabe quantos meses de salário seu isso custa? — Pergunto, cruzando os meus braços e o observando, ousadamente, adentrar o meu quarto sem ser convidado.
— Feliz aniversário, pé no saco. Por favor, pare de ser chata uma vez na vida e me diga, eu não fui o primeiro, não é? — Suspiro, me lembrando, pela segunda vez naquela madrugada, o motivo pelo qual eu desejava simplesmente pular esse dia e passar para o próximo.
— Obviamente não, e eu me pergunto o que há com você, Amélia e Mark com essa competição idiota de quem me faz dormir menos todos os anos. — Respondo no tom de voz mais azedo que eu possuía.
— Desde quando você dorme de óculos? E relógio digital? — Alex me indagou, caminhando até a varanda do meu quarto e se sentou no chão, me encarando sugestivamente para que eu fizesse o mesmo. — Então? Vai continuar com a cabeça enfiada em trabalho sendo uma sem graça ou vai beber o seu primeiro shot com trinta e um anos ao lado do seu melhor amigo?
Bufei irritada, revirando os meus olhos e fechando a porta, caminhando até ele e me sentando no chão ao seu lado.
— Me dê isso — Falei em um tom de falsa irritação, pegando a garrafa das suas mãos e a abrindo, tomando um bom primeiro gole, sem me preocupar com copos, sentindo o conteúdo descer queimando por toda a minha garganta. O ofereço a garrafa e ele imita o meu ato, em um gole tão ousado quanto o meu. — E desde quando você é o meu melhor amigo?
Ele emitiu uma risada fraca.
— Corta essa, Addison. Você mente mal para um caralho.
Reviro os meus olhos, socando o seu ombro, o fazendo rir mais intensamente.
Ele ergueu a garrafa, com um sorriso fraco no rosto:
— Um brinde ao seu belíssimo gosto para whiskys — Declarou, tomando um bom gole e me entregando a garrafa logo em seguida. Eu imitei o seu gesto.
Por mais que eu não estivesse exatamente esperando-o aparecer àquela hora diante da porta do meu quarto vestido apenas com um short de pijama horrível e em posse de uma das minhas melhores bebidas, eu já esperava ter Alex como única companhia nesse dia, pois assim tem sido nos últimos seis anos.
Desde os meus vinte e cinco anos, quando o contratei, ele tem a irritante mania de não desejar "que o meu dia passe como outro qualquer", e, por isso, sempre nos sentamos para beber antes que o dia acabe.
Antes, em boates, pubs e lugares os quais eu prefiro não lembrar que já frequentei.
Hoje, sentados no chão da minha varanda, às duas da manhã, vestidos apenas de pijamas, bebendo diretamente do gargalo.
— Então, quem perdeu esse ano? — Ele me indagou.
— Mark, como sempre — Murmuro, pegando a garrafa novamente e dando outro bom gole.
— Estou atrasado quantas horas?
Suspiro, encarando o relógio digital ao meu pulso.
— Uma hora e cinquenta e nove minutos. — Respondo, após me lembrar de ter sido acordada de um cochilo breve por Amélia à meia noite, com um grito de feliz aniversário alto demais para me fazer ficar surda por alguns segundos.
— Mais que o ano passado, droga! Mas ela roubou!
Reviro os meus olhos diante daquela idiotice que Amelia e Mark possuíam, e que Alex, apenas por pura implicância para comigo, havia adotado nos últimos cinco anos: uma competição idiota para ver quem me daria feliz aniversário primeiro, com a única regra de que não poderia ser pela madrugada, e muito menos à meia noite.
Regra, essa, que fora minuciosamente elaborada por Mark, e que Amélia dava um jeito de burlar de uma forma diferente todos os anos.
Esse ano, foi o seu fuso horário. Afinal, no horário em que ela me ligou, às exatas meia noite, já eram nove horas da manhã em Luanda.
— Tecnicamente, não. São exatamente onze da manhã em Luanda agora.
— Ela é uma baixinha irritante! — Ele revirou os olhos, bufando e me entregando a garrafa novamente.
Bebo mais uma boa quantidade do líquido de teor alcóolico mais do que forte, sentindo-me momentaneamente tonta logo após, fechando os meus olhos logo em seguida para dissipar aquela sensação.
Recostando a minha cabeça na parede atrás de mim, respiro profundamente, enquanto sentia a ventania agradável do mar passear todo o meu corpo coberto apenas por um conjunto de babydoll de seda preto, fazendo-me arrepiar de forma prazerosa.
E, diante daquele momento de pouquíssimo descanso mental, o primeiro dentro de um perímetro de quatro dias, tenho a sensação de que havia carregado todo o mundo nas minhas costas nesse meio tempo.
Sentia a tensão em meus ombros e a dor misturada com o ardor nos meus glóbulos oculares me alarmar, mais uma vez, que eu precisava, como um inferno, descansar por mais do que duas ínfimas horas.
Quatro dias sem dormir mais do que duas horas. Sem sequer conseguir me deitar sobre os edredons da minha cama, que estavam da mesma forma desde que eu havia chegado.
— Você está um caco — Alex comentou, o seu ombro tocando o meu. Abri os meus olhos, observando-o, de soslaio, encarar concentradamente o mar abaixo de nós.
— Você não está diferente. — Rebati, voltando o meu olhar para o mesmo ponto que ele encarava, relembrando, rapidamente, a última vez que eu havia parado para observar calmamente o mar, ao lado da única pessoa capaz de me fazer desacelerar o bastante para performar aquele ato.
— Tenho tido quatro horas de sono por noite. E você?
Suspiro, dando de ombros.
— Ganhei — Ele respondeu, me empurrando levemente com o seu ombro. — Está acontecendo alguma coisa? Você tem estado... Distante nos últimos dias. Diferente.
— Apenas estou focada demais nessa audiência. — Murmuro, sabendo que aquela resposta não era uma mentira, mas também não era a completa verdade.
— Entendi — Ele respondeu apenas. Continuando a encarar a paisagem abaixo de nós. — Quer discorrer sobre o caso?
— Em algum momento — Murmuro, fechando os meus olhos novamente.
— Ou você bem que poderia deitar naquela cama tão arrumada que está me dando nos nervos e descansar um pouco para conseguir parecer apresentável amanhã sem essas olheiras.
— Em que mundo você vive que desconhece a existência de cafeína e maquiagem? — Indago, após tomar outro gole do whisky.
Ele riu e eu apenas suspirei, apreciando a brisa diante do meu rosto.
— Achei que Meredith viria com você.
— Por que? — Indago, fingindo não entender a sua afirmação.
— Ela parece gostar de comemorar aniversários. Ela não sabe da competição, não é? Porque, se soubesse, tenho certeza que ela iria desejar participar.
Dou de ombros, sem saber, ao certo, o que responder.
Afinal, Meredith não havia, sequer, tocado no assunto sobre aquela data em específico. O que, eu sabia, deveria ser o motivo para que eu ficasse mais do que satisfeita, afinal, eu sempre odiei esse dia e todos os holofotes que ele carrega consigo. Mas, apesar de saber que eu deveria agradecer pelo seu estranho silêncio, eu não sabia o porquê, mas eu não estava sentindo aquilo.
Algo dentro de mim se retorcia sutilmente de maneira nada boa diante daquilo. Eu apenas não sabia, exatamente, o que eu estava sentindo.
E nem desejava descobrir.
Por isso, desejando parar de pensar naquilo, abri os meus olhos, tomando a garrafa das mãos de Alex e bebendo mais um bom gole.
— Preciso trabalhar — Murmuro, me levantando e voltando a me sentar diante da mesa da sacada, retomando o meu olhar para toda a papelada diante de mim.
— Tudo bem, vamos discorrer sobre o caso agora?
Apenas assinto, enquanto o observo caminhar até o frigobar do meu quarto e pegar dois copos de whisky, trazendo-os até a mesa e nos servindo.
Após tomar um bom gole, passo a explicá-lo exatamente o caso político que estava nas minhas mãos naquele momento, e que eu daria a sentença final nesta manhã, após três longos e cansativos dias de audiência. Vinte quatro horas totais de audiência. Muitas testemunhas e muitos holofotes sobre o réu e, consequentemente, sobre mim.
— Então estaremos voltando para NY hoje?
— Provavelmente amanhã à noite, ainda preciso resolver alguns assuntos da empresa aqui.
— Meredith sabe disso?
Massageio o meu pescoço e a tensão formada nos meus ombros vagarosamente, enquanto relia toda a sentença que eu havia terminado de escrever essa noite. Cento e vinte e quatro páginas que haviam me mantido acordada desde a minha primeira noite em Los Angeles.
— Não nos falamos direito ontem, ela está ocupada com os ensaios para as competições — Respondo apenas, enquanto tentava me concentrar em finalizar a revisão daquele documento para, enfim, o enviar para o Supremo Tribunal.
Desde o dia em que cheguei, eu e Meredith estivemos mantendo contato por mensagens casuais durante as pausas do nosso dia, após ela ter instalado um aplicativo insuportavelmente irritante no meu celular, que apitava de hora em hora para me mandar beber água, ou comer, ou parar para respirar.
Mas o que era ridículo e ao mesmo tempo cômico, era o fato de eu, Addison Montgomery, realmente obedecer aquela porcaria. Mas apenas porque eu sabia que, por trás de tudo aquilo, havia uma loira de menos de um metro e sessenta extremamente preocupada comigo.
E eu realmente não conseguia imaginar algo nesse mundo que aquela mulher poderia me pedir que eu não fosse capaz de fazer.
Patético.
— Ah, então vocês estão se falando? Enquanto estão distantes? — Alex me indagou, parecendo curioso e eu o encarei por trás dos meus óculos, sem entender o seu tom de voz e a pequena elevação na sua sobrancelha direita.
— Somos um casal. Suponho que seja isso que casais normais fazem. — Murmuro, franzindo o meu cenho.
— O que, exatamente? — Ele indagou com ironia.
— Alex, qual é a sua? — Indago, já sem paciência.
— Nada — Ele deu de ombros — Apenas... Não sei, vocês estão... Diferentes do início.
— E...? — Respondo, como um estímulo para fazê-lo me explicar o que estava por trás daquela sobrancelha irritantemente erguida.
— Nada, apenas estou curioso. Só isso. Vocês me parecem próximas.
— Devo repetir que somos um casal? Ou você por um acaso não sabe o significado dessa palavra?
Ele sorriu, dando de ombros.
— Talvez eu não saiba, a senhora poderia fazer o favor de me explicar, Meritíssima?
— Vai se foder, e cale a boca, ainda tenho mais setenta páginas de revisão para fazer até mais tarde — Murmuro, retomando a minha atenção para o meu computador e ele apenas riu, assentindo e continuando ali sentado comigo até que os raios de sol começassem a sair e ele precisasse ir treinar, desta vez, sem a minha companhia, pois eu ainda possuía muitas páginas pela frente.
...
— Bom dia, senhora Montgomery! — Kepner me cumprimentou, parada diante do meu gabinete no tribunal, com um sorriso tão grande no rosto que me doeu os olhos apenas em ver.
Respondo aquele cumprimento com um aceno de cabeça e adentro a minha sala, colocando a minha bolsa sobre a mesa e me sentando diante dela.
— O promotor já chegou? — Indago, enquanto ligava o meu computador.
— Não, ainda não, senhora. A senhorita Spencer pediu para avisar que ele enviou toda a parte dele para o seu e-mail. Eu acabei de checar e está tudo lá. Devo colocá-la junto com a sua cópia?
— Não, eu quero lê-la primeiro. Providencie uma cópia impressa para mim. E mande me trazerem um café.
Ela assentiu, indo até o telefone da sala e fazendo o meu pedido.
— Que belo dia, não? — Ela comentou, encarando o mar pela imensa janela do meu gabinete, para, logo após, começar a se aproximar — Digo... O sol está lindo e o tempo está uma delícia! Vinte graus, não é uma maravilha de dia? Como a senhora se sente? Feliz? Animada?
— Me sinto normal, Kepner — Murmuro, em um fio de paciência, que eu sequer sabia de onde havia saído, mas, ao contrário disso, eu sabia bem onde ela desejava chegar e o motivo pelo qual ela não ter tirado aquele sorriso de tantos dentes da cara desde que eu cheguei.
— Ah, sim, entendo. A senhora... Bem... Eu... Eu... Ah, me desculpe, me desculpe mesmo, mesmo, senhora! Mas eu não consigo! Feliz aniversário, senhora Montgomery! — Ela praticamente gritou a última frase, em uma voz tão fina e carregada de uma animação tão grande que me fizera perder, pelo menos, cinco anos de vida em apenas ouvir.
Suspirei, massageando as minhas têmporas, sentindo-me mais estressada com aquele dia do que eu normalmente me sentia. Encarei a tela do meu celular, que acendeu e chequei rapidamente as mensagens.
Oito da manhã.
Nada.
— Ok, Kepner, agora me deixe sozinha. Confirme a reunião com o conselho da empresa amanhã, às nove.
— Sim, senhora. Com licença.
A ruiva deixou o meu escritório e, no mesmo instante, o meu celular tocou sobre a minha mesa. Eu rapidamente desviei o meu olhar dos documentos nas minhas mãos e o encarei, sentindo, por um segundo, o meu peito pulsar um pouco mais fortemente. Mas apenas por um segundo.
Assim que o nome de Mark apareceu na tela, eu revirei veementemente os meus olhos, desejando fazer aquele celular explodir naquele exato momento.
Atendi a ligação, esperando me livrar logo de toda aquela chatice.
— Parabéns pra você, nessa data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida! Com quem será, com quem será, com quem será que a minha irmãzinha vai casar, vai depender, vai depender, vai depender se a Mer vai querer... Digo... — Ele gargalhou — Ok, essa foi inc...
— Mark, cale a boca! — Murmuro, afastando o celular do meu ouvido para deixar de ouvir aquela idiotice de canção que ele havia aprendido no Brasil e nunca mais deixou de cantar, em todos os aniversários da família.
— Feliz aniversário, Belzebu! Eu te amo! Então, eu fui o primeiro?
— Não, não foi. Amélia me ligou à meia noite. E nem adianta dizer que ela roubou, porque ela está em Luanda e o fuso-horário é diferente.
Ele bufou irritado por trás da linha.
— Idiotas! É isso que vocês são! Você não merece todo o meu amor. E muito menos aquela tampinha de garrafa de tamanho reduzido.
— Pela primeira vez nas nossas vidas eu concordo plenamente com você. Eu realmente não mereço isso. Agora, se já acabou com o seu espetáculo, eu preciso trabalhar.
— Blá, blá, blá. Não me incomodo mais, se você morrer depois de um burnout aos plenos trinta e um anos, e você irá, eu viro o CEO.
— Nem se você fosse a única pessoa restante no mundo, idiota.
Ele riu e eu desliguei, encarando a tela do meu celular cheio de notificações.
Suspirando, após voltar a sentir aquela estranha sensação de desapontamento esquisita me rondando, abro o meu aplicativo de mensagens e, apenas por curiosidade, abro o contato de Meredith, vendo-a online, mas, no mesmo instante, vejo a informação desaparecer, me sentindo ainda mais decepcionada quando percebo que ela sequer havia me mandado bom dia hoje, como fazia todos os dias assim que acordava.
Puxo a minha franja para trás, abrindo a sua foto de perfil apenas por costume e me perdendo um pouco ao observá-la, pois ela havia mudado nos últimos dias.
Ela estava na sacada da casa da minha sogra, e apenas o seu busto para cima aparecia na foto. A minha mulher usava um vestido branco de alcinhas que eu bem conhecia, os cabelos soltos e caindo ao redor dos seus ombros, com o óculos de sol em cima da sua cabeça e um sorriso... De tirar o fôlego estampado nos seus lábios pintados de um batom vermelho.
Me dando conta da minha rápida introversão, afasto toda a linha de raciocínio que estava começando a ser formada dentro da minha cabeça sobre o fascínio que me era a minha mulher, e desligo o meu celular, retomando a minha atenção para a papelada diante de mim, ainda sentindo aquela sensação estranha pairar ao meu redor, e continuo ali até às 10:00, o horário em que a minha audiência iria iniciar.
Obedecendo o ritual de sempre, retirei o meu blazer, ficando apenas com uma camisa social preta e vesti a minha toga por cima dela, colocando os meus óculos pendurados no meu pescoço e alcancei a pasta que continha todas as duzentas páginas que retratavam todo o caso, maioria delas escritas por mim, mas com uma pequena parte realizada pelo promotor.
Saí da minha sala, sendo acompanhada por Kepner, que me entregou um copo de expresso que, nos últimos dias, tem sido o meu maior aliado naquelas vinte e quatro horas de audiência. E continuaria sendo durante esse dia inteiro.
Aguardei a minha anunciação no tribunal e adentrei a sala, sendo recebida da maneira reverencial de sempre. Organizei as minhas coisas sobre o meu púlpito, sendo cumprimentada pelo promotor.
— Sentados. Declaro a sessão final do caso de protocolo DF230980-2 iniciada. Hoje, dia treze de outubro de dois mil e vinte e um, a audiência, que ocorre no Tribunal Superior Federal dos Estados Unidos, sob sede da cidade de Los Angeles, em subjugação da autoridade suprema da magistrada aqui presente, Excelentíssima juíza Addison Montgomery, e do promotor de justiça, Excelência Javier García, terá o seu veredito final homologado no dia de hoje. Réu de pé. Promotor, a palavra é sua.
E, assim, após um breve resumo do caso realizado pelo promotor, foi que a audiência realmente tomou o rumo devido.
Após três horas de duração e um veredito final de inocência, eu declarei o caso como encerrado e, ao soar do martelo, me levantei, sendo seguida por todos presentes no tribunal em um ritual de respeito e caminhei junto a Kepner até o meu gabinete, sendo ajudada por ela para retirar a minha toga.
— Senhora, devo reservar um restaurante para que possa almoçar?
— Não, Kepner. Me peça uma salada de salmão daquele restaurante para entregar na empresa daqui há trinta minutos. E avise a Alex que estaremos saindo em dez minutos. Preciso de alguns minutos com o promotor, mande chamá-lo — Murmuro, massageando as minhas têmporas mais do que doloridas. — E me traga um café com whisky. Alguma ligação enquanto eu estava em audiência? — Indago, disfarçando a minha ansiedade por trás de um tom de voz indiferente.
— Sim, senhora. A sua mãe ligou enquanto a senhora estava em audiência. E a sua sogra, a senhora Miller.
Uma pontada de decepção mínima me atingiu, mas eu apenas assenti.
— Me lembre de retorná-las mais tarde.
Ela apenas assentiu, pedindo licença e se retirando da sala.
Alcancei o meu celular sobre a minha mesa e o liguei novamente, recebendo uma enxurrada de notificações no momento em que o fiz. Mas, após alguns segundos de verificação, percebi não serem de ninguém importante.
Deixei o aparelho de lado no momento em que ouvi batidas na porta e autorizei a entrada, observando a figura do promotor adentrar a minha sala, após pedir licença.
Nos últimos dez minutos, nós organizamos alguns últimos detalhes da audiência e ele tomou a responsabilidade de encerrar por completo as burocracias por si só, e prometeu me enviar tudo para avaliação amanhã.
Desci junto a ele e a Kepner e adentrei o meu carro, sendo levada por Alex até a empresa em poucos minutos.
Ao chegar, subi sendo acompanhada por Kepner e Alex no elevador até a cobertura, onde ficava a sala da diretoria, que antes pertencia a minha irmã.
— Kepner, remarque a minha reunião com o desembargador para amanhã pela manhã. E avise ao piloto que estarei voltando para NY amanhã a noite.
— Sim, senhora. Claro. E a sua... Bem, a sua reunião com os diretores da empresa no domingo?
Suspiro, puxando os meus cabelos para trás ao me lembrar daquilo apenas naquele momento. As portas do elevador se abriram e eu saí dele junto a Kepner.
— Às 8:00, fale com...
— Oh, não... Não... — Ouço a minha secretária murmurar ao meu lado e desvio o meu olhar do meu celular, a encarando e vendo-a fazer um bando de sinais que eu não entendi para algo a nossa frente.
E, ao encarar o que tanto poderia ter roubado a sua atenção, me surpreendi.
Eu não poderia acreditar no que eu estava vendo.
Um barulho alto me assustou por completo quando um monte de confetes estouraram pelo ar acima deles e eu fiz questão de dar um passo para trás, evitando ser sujada por aquela coisa terrivelmente colorida.
— Surpresa!
Ouvi o bando de funcionários que eu sequer conhecia direito gritarem em uníssono, reunidos diante da recepção, com um bando de balões coloridos, chapéus ridículos de festa e um bolo ridiculamente grande e decorado com um monte de coisas que sequer me dei o trabalho de ver.
— Feliz aniversário, senhora Montgomery! — O vice-diretor da empresa se aproximou, usando um chapéu de festa ridículo na cabeça e um sorriso ainda pior no rosto.
— Ah, pelo amor de Deus! — Murmurei terrivelmente amaldiçoando toda aquela ideia ridícula, revirando os meus olhos e, sem sequer os encarar, me dirigi até a minha sala, os ignorando por completo.
— É... Bem, a senhora Montgomery agora tem... Coisas... Coisas importantes par... — Kepner tentou, eu imaginei, os salvar daquele constrangimento ridículo, mas eu fiz questão de cortá-la.
— Kepner!
— Sim, sim senhora! Com licença... Ela realmente está muito ocupada hoje, mas obrigada... Obrigada pela festa e pelo... Pelo carinh...
— Kepner, cinco segundos ou você e todos eles estarão na porra do olho da rua!
Adentrei a sala da minha irmã, fechando a porta com força, sentindo uma raiva ainda maior me atingir naquele momento.
Como eu odiava aquele dia com todas as minhas forças!
— Sim... Sim senhora! — Ela adentrou a sala segundos depois de mim — Eu juro que não sabia de nada, senhora. Juro juradinho, eu juro pelo meu paizinho do céu que... Na verdade, eu não posso jurar pelo meu paizinho porque... Bem... É usar o nome dele em vão mas... Mas... Eu juro, senhora...
— Kepner, calada! — Esbravejo, irritada, jogando a minha bolsa sobre a minha cadeira — Faça o favor de acabar com esse teatrinho ridículo aí fora. Não quero ver... Nada... Nada de cores e... E alegria e... Confetes? Sei lá que porra era aquela! Nada disso! Mande-os voltar ao trabalho!
— Claro, claro senhora, fique tranquila! Nada de cores, nem alegria. Pode deixar, entendido. Completamente entendido. Com licença, senhora.
Respirei fundo, me sentando sobre a minha cadeira e coloquei os meus óculos, ligando o meu computador e começando a organizar tudo que eu precisaria finalizar a tempo até a minha volta à NY.
Comi a minha salada acompanhada de um vinho enquanto lia alguns documentos da equipe jurídica da empresa e assinava outros deles. Após finalizar o meu almoço, tomei os meus vinte minutos antes da minha reunião seguinte para ligar, primeiramente, para a minha mãe.
Ela era, definitivamente, a única pessoa que eu permitia comemorar esse dia. Pelos motivos mais do que óbvios.
— Ah, meu amor! Queria tanto que estivesse na cidade hoje... — Ela comentou, após alguns minutos de conversa.
— Eu sei, mamãe. Mas estarei de volta amanhã à noite.
— Ótimo! Venha jantar aqui comigo no domingo, por favor? Prometo não fazer nenhuma gracinha. Vou convidar apenas a nossa família, ok? Flora, Lisa, Ellis, Ella, o seu irmão... E o seu tio Richard estará na cidade. Pode ser?
— Ok, mãe. Como quiser.
— Certo, filha. Vou organizar tudo com a Mer.
— Você... Falou com ela hoje? — Pergunto, tentando disfarçar a minha tamanha curiosidade.
— Não, ainda não. Mas falei com Flora. Elas estão tendo um dia cheio hoje, não é?
— Sim, estão — Minto, afinal, eu não sabia de nada. Não tinha como saber.
Após alguns outros minutos de conversa, a minha mãe alegou ter que ir, pois teria a sua aula de pilates em poucos minutos. Me desejou um bom dia e desligou.
No mesmo momento, o meu celular tocou e o nome da minha sogra brilhou na tela.
— Oi, sogra — Atendo a chamada, com um pingo de expectativa dentro de mim em saber algo sobre Meredith.
— Oi, meu amor! Liguei mais cedo, mas a sua secretária disse que você estava em audiência.
— Sim, estava. Mas ela me deixou o recado, estava prestes a ligar para você.
— Sei que não gosta de aniversários, mas não poderia deixar de oferecê-la meu carinho hoje. A desejo as melhores coisas desse mundo, minha nora. Bem, além da minha filha, é claro — Ela falou rindo, eu sorri.
— Obrigada, sogra. Como estão as coisas na academia hoje?
— Ah, um caos! Não paramos nem para almoçar ainda, acredita? Estamos trabalhando com as avaliações finais e todos os professores estão a beira de um colapso nervoso.
— Imagino... Meredith também?
— Ela é a que está mais atarefada. Você sabe como a nossa pequena é... Quer ajudar a todos e acaba se sobrecarregando. Não a vi hoje, acredita? Mas a Lis estará arrastando-a para o almoço daqui a pouco.
— Por favor — Comento, me levantando e pegando as minhas coisas, ao ver que já estava quase na hora da minha reunião.
— Ah, calma! A Lis quer desejá-la um feliz aniversário.
E assim a esposa da minha sogra o fez. E, estranhamente, eu não me senti absolutamente nada desconfortável ou enojada, como normalmente me sentia.
Agradeci de maneira sincera e adiantei o convite da minha mãe para o jantar no domingo.
— Estaremos lá, meu amor! Ah, Addie, preciso conversar com você. Está ocupada agora?
— Estarei entrando em reunião em alguns minutos sogra, é algo urgente?
— Um pouco.
— Pode falar.
— Bem, preciso da sua ajuda. Por favor, não surte. Mas Luísa me ligou ontem e ela e Alfredo estarão em Nova York depois de amanhã.
O quê?
Os avós de Meredith? Na cidade? Em dois dias?
— Merda! Digo... — Limpo a minha garganta, me amaldiçoando intensamente após deixar escapar aquele praguejo. Puxo os meus cabelos para trás, após respirar fundo. — Bem... Eu devo supor que Meredith não sabe disso.
— Não, e nem pode saber. Eles querem fazer uma surpresa. Por isso preciso que autorize a entrada deles no condomínio.
— Claro, não é um problema. Passe para a minha secretária os dados deles e ela irá enviar para os meus seguranças.
— Obrigada, minha nora! E por favor, não surte por causa disso, ok? Eles irão adorar você! Não irei mais atrapalhá-la. Nos vemos no domingo, certo? Irei avisar a sua mãe que Luísa e Alfredo estarão no jantar também.
— Claro, sogra. Tenha um bom dia.
— Igualmente, meu amor! Feliz aniversário!
— Obrigada.
Desligo a ligação e respiro fundo, me dando conta de que eu estava prestes a conhecer as pessoas mais importantes da vida de Meredith em dois dias. E não fazia ideia de como agir.
Digo... Eles são avós, certo? E, pelo que me foi informado, avós tradicionais e extremamente apaixonados pela minha mulher.
Portanto, eu teria que mudar, pelo menos, parte da minha personalidade para, quem sabe, não decepcioná-los, pelo menos um pouco.
Isso seria realmente quase impossível. Mas eu precisaria fazer isso.
Por Meredith.
Ótimo dia, Addison!
Adentrei a sala de reuniões, observando todos os membros da equipe jurídica da empresa sentados ao redor da mesa. Eles se levantaram e o presidente me cumprimentou.
Eu me sentei na minha cadeira de sempre e tomei um gole do café servido por Kepner.
O presidente do setor jurídico começou a reunião e eu tentei ao máximo me concentrar em cada coisa mais do que importante que saía da sua boca. Números, estatísticas, tabelas... Mas nada daquilo estava entrando realmente na minha cabeça.
Porque eu apenas conseguia verificar o meu celular a cada dez minutos e me deparar com tantas notificações, mas nenhuma delas pertencia à pessoa que eu esperava.
Tudo bem, ela estava realmente ocupada. Eu sabia disso. E me sentia uma filha da puta egoísta por estar minimamente decepcionada com aquilo.
Mas a cada novo minuto que eu voltava a me indagar por aquilo, eu me dava a mesma desculpa de sempre: ela iria ligar, a qualquer momento.
E, conforme o tempo passava, e o meu funcionário continuava depositando sobre mim mais dados e mais estatísticas, menos eu prestava atenção em tudo que ele falava.
Até que a reunião chegou ao fim e eu solicitei que todas as informações citadas por toda a equipe e todos aqueles dados me fossem enviados por e-mail, e afirmei que daria a minha resposta final ao projeto no dia seguinte, após ler tudo.
Por fim, me dirigi até a outra sala de reuniões, onde eu teria mais três horas de encontro com a equipe da empresa para ser atualizada de absolutamente tudo que tem acontecido em todos os setores da Montgomery's em LA.
Somente durante a metade da reunião eu consegui desligar o meu celular e me forçar a prestar atenção em tudo que me era dito. O sol já havia se posto e a noite já começava a surgir, e, a esse ponto, eu já não sabia mais em qual xícara de café eu estava.
Eu realmente precisaria de uma grandessíssima dose de whisky assim que chegasse em casa.
O setor de tecnologia finalizou a sua sessão na reunião e, enfim, o último setor, o financeiro, entrou em ação. O chefe do setor, Preston Burke, começou a sua apresentação com a arrogância e prepotência de sempre, a qual eu fiz a mais absoluta questão de ir quebrando aos poucos com comentários pontuais e críticos sobre cada coisa que ele falava.
Eu não suportava aquele homem. E até hoje não conseguia entender o porquê Amélia havia o escolhido para assumir a chefia do financeiro. Ele era bom, mas a sua prepotência fazia isso parecer nada.
— Bem, eu acredito que poderemos fazer um ótimo negócio aumentando um pouco as taxas de exportação e...
— Isso não é uma opção. — Respondo aquela sua ideia esdrúxula sem sequer me dar o trabalho de ouvi-la por inteiro.
— Se me permite... Posso saber o porque não, senhora Montgomery?
— Porque estou dizendo que não — Respondo, me recostando na minha cadeira e cruzando as minhas pernas. — Algum problema com a minha decisão?
— Na verdade, sim, senhora. Acredito que esteja sendo irracional. Com todo respeito, é claro.
O meu sangue ferveu ao ouvir aquilo. Quem diabos ele pensava que era?
— Irracional? — Murmuro, em um rosnado incrédulo, entre dentes.
— Sim — Ele respondeu, parecendo, ao meu julgar, nada afetado com o meu tom de voz.
— Bem, me diga, senhor Burke, porque eu estaria sendo irracional?
— Acredito que esteja jogando fora uma oportunidade de aumentar o capital da empresa em níveis exponenciais apenas porque quer continuar sendo bem vista pela população. E eu entendo, mas...
Eu ri, um riso nada divertido e nada convidativo para que qualquer pessoa ao meu redor fizesse o mesmo.
— Claro. E você, como dono de uma das maiores multinacionais do mundo, e que possui anos de experiência liderando mais de duzentas filiais está altamente certo, não é?
Ele pareceu ser arrancado da sua bolha de arrogância naquele mesmo instante, mas eu ainda não estava satisfeita.
— Me diga, quantas empresas você gerencia? Quantas economias no mundo você faz girar? Quantas milhares de pessoas você emprega? Vende para quantos milhões? É possuidor de quantas centenas de holdings?
— Não foi isso que eu quis...
— Esse é exatamente o problema de pessoas como você, Preston. Você tem um cargo minimamente superior de merda, ganha um salário minimamente superior de merda e se acha a porra do chefe de tudo. Não se esqueça de que eu sou a dona dessa empresa. E eu sei exatamente o que estou fazendo quando digo que as taxas de exportação continuarão no valor que elas estão. E não vai ser um subordinado meu com síndrome de prepotência e exclusivismo que irá me convencer do contrário.
— Sim, senhora. Me... Bem... Me desculpe. Eu realmente não sei onde... Onde estava com a cabeça.
Senti os olhares de todos na sala se voltarem para ele, e pude jurar vê-lo empalidecer.
— Hann, levante-se. — Ordenei à subchefe do setor, Erica Hann, e ela prontamente obedeceu, se levantando e tomando o lugar dele, que se sentou, tão encolhido quanto um rato.
— Sim, senhora?
— Me explique o que acha da proposta estúpida do seu chefe.
— Com todo o respeito ao senhor Preston, eu não concordo, senhora.
— E pode me dizer o porquê?
— Em primeiro lugar, porque metade do capital da empresa é realizado com base na sua boa impressão nas mídias e o seu bom relacionamento com as outras holdings. Em segundo lugar, porque isso afetaria fortemente a economia de outros países subdesenvolvidos os quais a Montgomery's possui sedes. Como a Angola, ou a Bolívia, por exemplo. O que causaria uma grande crise, se me permite o exagero, de cunho mundial. Pode parecer pequeno, mas afetaria desde as grandes, até às pequenas economias.
— Sim, senhorita Hann, é exatamente isso. É ótimo que pelo menos a senhorita seja capacitada o suficiente para entender o óbvio que se deve saber de economia para estar ridiculamente apto, sob o mínimo necessário, para gerir um dos setores financeiros de uma das maiores multinacionais do mundo. Continue com a apresentação e se dirija ao RH amanhã, no primeiro horário.
Ela assentiu e realizou o que restava da apresentação de maneira satisfatória o bastante para ser a mais nova chefe do setor.
Ao fim da reunião, ela me cumprimentou com a assertividade e confiança, ao meu ver, existentes de maneira balanceada e eu a informei sobre o seu novo posto, reafirmando a minha ordem sobre a sua passagem no RH. Ela me agradeceu com a polidez devida e eu solicitei toda a papelada daquela reunião ao meu e-mail.
Verifiquei a hora no meu celular e me surpreendi com esta. Oito e meia da noite. Eu estava exausta, mas ainda possuía muita coisa para resolver.
Ouço o meu celular tocar entre a minha mão e sinto um sopro de ansiedade invadir o meu peito, virando-o para observar a tela. Mas aquela sensação não dura, pois o nome da mãe de Alex brilhou na tela.
Atendi a chamada, ouvindo a voz característica animada do meu garoto por trás dela.
— Oi, tia Addie! Feliz aniversário, eu amo muito você! — Sorrio, sentindo o meu coração se aquecer com aquela frase.
— Oi, pestinha. Obrigada. Como você está?
— Ah, eu tô ótimo! Com saudades de você e do papai. Que dia a gente vai se ver?
— No domingo, pode ser?
— Tá bem, aproveito e te dou o seu presente. Cadê a Mer?
Suspiro, sentindo-me incomodada com aquela pergunta, pois eu sequer sabia a resposta para ela.
— Em casa, tampinha. Estou no trabalho ainda.
— Nossa, que vida mais chata! Nem no seu aniversário você se dá um descanso, tia Addie? Cuidado, hein?! Você tá ficando velhota!
Eu sorri, negando com a cabeça pela tamanha prepotência daquela criança.
— Velhota é o seu pai, moleque! Onde está o seu respeito?
— Ah, desculpe, é verdade, senhora da terceira idade.
Reviro os olhos, segurando um sorriso. Luke era realmente a única pessoa capaz de me divertir nesse dia.
— Você conseguiu fazer as equações que te enviei ontem?
— Consegui duas e acabei de começar a terceira, tia Addie. Posso mostrar pra você no domingo?
— Pode, quero ver qual abordagem você seguiu. Comprei um livro novo sobre a teoria da relatividade, escrito por um físico norueguês. É muito bom, você irá gostar.
— Vou poder ler, né?
— Vai. Estou grifando à lápis as minhas observações para você.
— Tá bem, pode terminar de ler até o domingo? Tô ansioso.
— Posso. Vou terminar hoje.
— Ah, esqueci de te contar, tia Addie! Comprei "Homem-aranha Um" no PlayStation. Tô te esperando chegar pra jogar, tá?
— Ok, tampinha. Não jogue sem mim. Viu que irá lançar o dois?
— Vi sim, por isso quero jogar logo o um! E não posso levar nenhum spoiler, tá?
— Certo. Vamos jogar no domingo. A minha mãe fará um jantar na casa dela e você irá com o seu pai. Vamos estraçalhar o seu tio Mark com Fórmula Um, como sempre.
Ele riu.
— High-five virtual, tia Addie!
— High-five virtual, tampinha. Agora eu preciso ir, está bem? Nos vemos no domingo.
— Tá bem, tia Addie. Feliz aniversário de novo!
— Obrigada, Luke.
Desliguei a chamada, sentindo-me ser tomada por uma sensação boa. Eu adorava aquela criança como, ouso dizer, não conseguiria adorar qualquer outra no mundo.
Luke era e para sempre seria o meu garoto, e saber que ele estava se tornando uma mini cópia minha, com todos os meus gostos — seja para bandas de rock, pelo interesse em jogos de super heróis ou, até mesmo, pela obsessão por teorias matemáticas e físicas —, me trazia uma sensação de completude inexplicável.
Isso me enchia de um orgulho que, ouso dizer, nunca experimentei na vida.
Me dirigi novamente até a sala da presidência e me sentei diante da antiga mesa da minha irmã, recebendo uma dose de whisky de Kepner, sem precisar solicitar. Além de uma salada idêntica à que eu havia comido no almoço.
— Me desculpe pela ousadia, senhora. Mas achei que poderia estar com fome. E sei que irá ficar até mais tarde hoje.
— Obrigada, Kepner — Sinto a estranha necessidade de agradecer, me arrependendo no momento em que vejo-a sorrir de maneira irritante.
— Bem... Não precisa agradecer, senhora. Sabe... Eu realmente me importo com a senhora. Não somente como chefe, mas como pessoa. E... Bem... Estou feliz que meu paizinho do céu tenha a presenteado com mais um ano de vida! Ele é mesmo maravilhoso em tudo que tem feito com a senhora. E... Bem, se a senhora quer saber, eu realmente estou felicíssima pela leveza que a senhora tem aparentado nos últimos meses.
Reviro os meus olhos levemente com toda aquela conversa petencostal ridícula. E apenas aceno com a cabeça. Mas, no mesmo instante, me sinto curiosa com uma parte daquele falatório todo em específico.
— O que quer dizer com isso? Que leveza?
— Ah, a senhora tem estado mais... Comunicativa. Leve. Não sei explicar. Mas a senhora com certeza está mais feliz do que... Bem... Aparentava ser antigamente.
Franzi veementemente o meu cenho, sem entender absolutamente nada daquilo.
— A senhora Montgomery tem feito a senhora muito feliz, senhora. Fico feliz que esteja vivendo... Tão bem ao lado do amor da sua vida. Espero que a senhora saiba que eu sempre torci muito pela sua felicidade. Meu paizinho do céu é testemunha de o quanto eu já orei pela sua felicidade!
Reviro os olhos disfarçadamente com a última parte.
— Aprecio a sua preocupação. Você pode ir. E esteja aqui às sete. Tenho uma reunião importante com o Desembargador.
— Tudo bem, senhora. Até amanhã! Tenha uma boa noite.
Assenti, observando-a sair, enquanto ainda me sentia intrigada com tudo que ela havia dito.
Eu realmente parecia mais... Feliz?
Que porra era essa?
Bem, provavelmente alguma loucura de Kepner. Afinal, como eu poderia confiar no juízo de uma pessoa tão... Elétrica quanto ela?
Besteira!
Me vendo completamente sozinha, encarei a janela imensa que tomava toda a parede do lado direito da sala que havia sido minuciosamente planejada pela minha irmã.
Me levantei, caminhando até ela e observando todo o fluxo de carros lá fora, além da praia nada movimentada naquele horário. O mar estava calmo, e a brisa tranquila.
O tempo estava... Agradável. Eu acho. Pela primeira vez na vida eu havia parado para perceber como o tempo se comportava em Los Angeles. O ar era realmente menos seco e a brisa mais quente, mas, mesmo assim, refrescante.
Com um suspiro fundo, continuo parada ali por alguns minutos, sentindo-me estranhamente incomodada com o silêncio ensurdecedor que se reverberava pela minha sala. Estranhamente, estar completamente sozinha naquele dia em específico não estava sendo um alívio.
Bem longe disso, na verdade.
Afinal, eu realmente não esperava que fosse me sentir... Diferente do que me sentia todos os anos diante daquele dia.
A ausência de algo, na verdade de alguém, pela primeira vez, não me era convidativa.
Estranhamente eu estava desejando ser minimamente... Importante ao ponto de não estar sozinha agora.
Resolvendo parar de pensar naquilo, retorno até a minha mesa e alcanço o meu celular. Abro o meu aplicativo de mensagens, completamente lotado e, pela enésima vez ao dia, vejo o contato de Meredith destacado pelo fixar sobre todos os outros — ato o qual eu havia realizado essa semana, com o objetivo de encontrar as suas mensagens mais facilmente sobre tantas outras — completamente vazio de notificações.
Revirando os meus olhos veementemente, bloqueio a tela do meu celular, me sentindo a pessoa mais patética do mundo.
Afinal, eu odiava aniversários, sempre odiei. E havia realmente passado um dia inteiro à mercê do meu celular feito uma perseguidora maluca à espera de uma mensagem em função daquele mesmo dia que eu odiava por... Sei lá, desde que eu era uma criança?
Patético.
Mas tão patético ao ponto de me fazer sentir raiva.
Raiva porque, de certa forma, eu me sentia... Desprezada?
Aquilo era ridículo.
Ridículo ao extremo de me fazer sentir envergonhada somente em estar pensando naquilo.
Idiota.
Era isso que eu era.
Uma grandessissima idiota.
Após um respirar profundo, seco o meu copo de whisky e retorno ao meu computador, com o objetivo de finalizar a minha leitura de um relatório do financeiro do mês de setembro em Los Angeles.
Coloco os meus óculos novamente e me concentro em terminar as dez páginas restantes de planilhas, dados e contas. E, após realizar algumas delas em uma folha de rascunho do que deveria ser a meta do mês de outubro, fecho todos aqueles documentos, me dedicando, novamente, a parar de pensar.
Abro a minha bolsa, tirando dela o livro de um físico norueguês que estava lendo no momento. Alcanço uma folha de papel e retorno a leitura enquanto utilizava da folha para fazer as contas contidas no livro.
Após alguns minutos seguindo aquele ritmo, paro um pouco ao sentir as minhas têmporas arderem, observando que já havia se passado uma hora de que eu estava ali.
Eu realmente precisava de um banho. E de mais uma garrafa de whisky. E de, provavelmente, alguns poucos minutos de cochilo na minha cama. Mesmo que isso fosse quase impossível, pelo simples fato de... Ela me parecer tão vazia.
Patética.
Era isso que eu era. Além de uma completa idiota.
Ouvi o meu celular tocar sobre a minha mesa e o peguei rapidamente, enquanto sentia o meu peito pulsar.
Mas, pela enésima vez naquele dia, aquela sensação não durou muito, pois o nome de Alex na tela fizera o completo trabalho de fazê-la ir embora o tão rápido quanto havia chegado.
— Diga, Karev.
— Que horas estaremos indo?
— Agora. Estou descendo e não vou dirigir.
— Certo.
Desliguei a chamada e, ainda mais irritada comigo mesma, desliguei o meu computador e guardei toda a papelada já lida, o meu livro e as contas na bolsa, deixando a mesa absolutamente limpa. Peguei as pastas que eu precisaria ler ainda hoje, a minha bolsa e o meu blazer.
Desliguei as luzes e saí da sala, sem me deixar perceber muito a quietude que pairava pela empresa.
— Boa noite, senhora. Posso limpar a sua sala? — Uma funcionária da limpeza me cumprimentou e eu respondi afirmativamente, continuando a caminhar até o elevador.
Desci até a entrada principal da empresa e tive a porta da Mercedes aberta por Alex.
— Surpresa! — Ele esboçou um gritinho ridículo, seguido de uma risada sincera. — Como foi a sua festa? Comeu muito bolo? E os chapéus? Trouxe um docinho pra mim? Você realmente ignorou a sua própria festa surpresa preparada com tanto carinho pela sua amada equipe e passou direto para a sua sala? E ainda os ameaçou de demissão? Esse foi o tópico do dia na empresa, você foi chamada de megera e satã por todos os funcionários.
— Vai se foder — Murmuro, socando o seu ombro e adentrando o carro. Ele riu, fazendo o mesmo e realizou o caminho até o condomínio enchendo o meu saco sobre aquela festa surpresa ridícula.
— Vamos lutar — Falo, assim que ele fecha a porta do carro após a minha saída, realmente sentindo a necessidade gigantesca de descontar a raiva que eu sentia de mim mesma em algo. Ou melhor, alguém.
— Agora? — Ele pareceu surpreso. Eu assenti.
— Tudo bem. Te espero na academia?
— Não, vamos agora, vou apenas deixar essas coisas no escritório.
— Você não vai trocar de roupa?
— Não estou desconfortável.
— Vai querer mesmo suar as suas roupas de dondoca? — Ele falou rindo — Sério, Addison, suba primeiro... Toma um banho, relaxa e estarei esperando, ok?
— Estou bem, obrigada, Karev. Irei tomar banho depois da...
— Addison, você precisa de um banho. — Ele insistiu, cruzando os seus braços.
Franzi o cenho, sem entender aquela sua frase esquisita.
— Para relaxar, é claro. Kepner me contou sobre todo o estresse do seu dia. Suba. Tome banho. E, de qualquer forma, preciso fazer a ligação da noite para Luke antes que ele vá dormir. Nos encontramos em trinta minutos?
Assinto, estranhando a veia um pouco saltada da sua testa, mas não conseguindo entender um motivo por trás dela.
— Ele está bem, certo?
— Sim, passou o dia bem, apenas estou com saudades. E ele também. Ele ligou para você?
— Sim, mais cedo. A minha mãe fará um daqueles jantares de sempre no domingo. Você já sabe: leve-o.
— Ok, ele estará lá. Suba e estarei aqui esperando, ok?
Assinto, pegando a minha pasta dentro do carro e subindo as escadarias de entrada da casa.
Estranho um pouco que Sarah não estivesse de prontidão diante da porta para abri-la, como sempre fazia, mas não me atento o bastante àquilo.
Adentro a minha sala, observando-a completamente vazia. Encaro o meu relógio. Ainda eram dez e meia da noite.
— Sarah! — Chamo pela empregada para pedir pelo whisky, mas não ouço nenhuma resposta.
Reviro os olhos, desistindo daquilo por enquanto, pois eu sabia que ela poderia estar ocupada com algum afazer na cozinha.
Me dirijo ao escritório e deixo as pastas sobre a mesa, ligando o abajur e me sentando brevemente sobre a minha cadeira, apenas para ligar o meu computador e verificar o meu e-mail rapidamente.
Marco algumas mensagens importantes para serem respondidas após o meu treino com Alex e pego a minha bolsa, me dirigindo para fora do escritório.
— Sarah! — Chamo a empregada novamente, estranhando, mais uma vez, não ser prontamente respondida. — Que diabos?
Me dirijo até a sala de jantar, observando-a completamente vazia e, então, vou até a cozinha, me surpreendendo ao dar de cara com as luzes apagadas e a ausência de qualquer empregada ali.
Elas haviam, em conjunto, se autodeclarado em um dia de folga?
Que porra era aquela?!
Resolvendo não me estressar com aquilo naquele momento, e apenas indagar a Alex na hora da nossa luta, retorno até a sala de estar e subo as escadas, sentindo as minhas pernas arderem em dor sobre aqueles saltos.
Paro diante da porta do meu quarto no momento em que o meu celular toca. Bufo irritada, sem qualquer ânimo para tirá-lo da minha bolsa e me deparar com mais uma decepção sobre a tela, e, por isso, deixo-o tocar dentro da minha bolsa, abrindo a porta do quarto completamente escuro.
Me dirijo até a poltrona de canto do quarto e ligo o abajur, depositando a minha bolsa sobre o apoio de pés da poltrona.
Soltando um suspiro fundo, tiro os meus saltos e abro os botões de pulso da minha camisa, arregaçando as mangas.
Prendo os meus cabelos em um coque bagunçado, enquanto ouvia o meu celular parar de tocar dentro da bolsa.
Fechando brevemente os meus olhos, apoio as minhas mãos no meu pescoço, massageando-o de maneira firme, ao sentir tantos pontos de tensão espalhados sobre ele, enquanto um palavrão baixo escapava dos meus lábios ao fazê-lo.
Dia dos infernos!
Eu precisava mesmo encarar aquela cama vazia hoje e dormir por, pelo menos, duas horas.
Inspiro profundamente, fazendo menção de me sentar sobre a poltrona, mas, no mesmo instante, sinto um cheiro característico que eu bem conhecia adentrar sutilmente as minhas narinas.
Mas, sem possuir tempo para processar direito aquela informação, me levanto de supetão em um susto intenso ao ouvir o som da voz da última pessoa a qual eu esperava, atrás de mim.
— Posso saber onde estava à essa hora?
— Porra! — Exclamo, completamente assustada, me virando e me deparando com o outro lado escuro do quarto, de onde a voz da minha mulher foi direcionada e quase me matou do coração. — Meredith? — Indago, confusa, sendo capaz de visualizar apenas a silhueta da minha mulher sentada sobre uma das duas poltronas no outro canto do quarto.
O meu coração saltou sob o meu peito, enquanto a minha garganta se fechava completamente com o susto.
— Responda, Addison.
— O que você...
A luz do abajur se acendeu e eu senti o meu coração, literalmente, pular dentro do meu peito, novamente. Pulsando de maneira enérgica diante daquela visão.
Meredith estava ali.
Sentada sobre a poltrona robusta, usando um vestido vermelho que, de longe, julguei familiar, com as pernas perfeitamente cruzadas e scarpins mais altos do que o seu natural, vermelhos, nos pés. Com os cabelos presos em um coque arrumado.
Perfeitamente posturada. Enlouquecedora e ridiculamente linda.
— O que... O que está fazendo aqui? — Indago, sem conseguir deixar de expressar o meu susto e a minha surpresa, enquanto o meu coração batia fortemente no meu peito.
Ela estava ali. Após os quatro dias mais fodidamente vazios sem a sua presença. Ela estava ali.
— Aqui onde? Na minha casa? — Ela respondeu com ironia e possessividade que me fizeram arrepiar, em um tom de voz autoritário e... Sexy?
Autoritário. Rouco. E sexy.
— Não, aqui em Los Angeles.
— Bem... A minha mulher está aqui, não está? — Senti algo dentro de mim estremecer no momento em que a ouvi me chamar de forma tão possessiva, sob um tom de voz ainda mais rouco, que ela quase nunca possuía.
Onde estava a voz que eu conhecia? A voz doce e aveludada que eu tanto estava acostumada?
— Meredith, o que aconteceu? — Indago, preocupada e curiosa ao mesmo tempo.
— Eu que deveria fazer essa pergunta. Estou esperando você desde às oito.
— Bem, eu não sabia que você estava aqui. Como você... Como você veio? O jatinho está aqui e...
— E eu mandei que estivesse lá. E eles obedeceram. Simples.
Assinto, estranhando aquela sua tamanha... Deus, eu não sabia exatamente o que era, mas ela realmente parecia... Outra pessoa.
Sem contar que eu ainda não havia recebido um sorriso sequer.
Meredith, a minha Meredith, estava diante de mim por mais de um minuto e ainda não havia me dado um sorriso sequer!
Algo estava muito errado.
— Bem, você ainda não me disse o que aconteceu para que estivesse aqui a essa hora. — Retomo a minha pergunta não respondida.
— E você ainda não me deu satisfações sobre onde estava até essa hora, e porquê. — Ela rebateu rapidamente, se recostando na poltrona.
— Tenho outro lugar para estar além do meu trabalho? — Indago, um pouco incomodada com o seu rebate quase que automático. E nada doce. Nada aveludado.
O que diabos estava acontecendo?
— Sim, você tem. A sua casa.
— Não havia nada de interessante na minha casa para que eu quisesse estar aqui. — Rebato friamente.
— Ah, é mesmo? — Ela murmurou e eu senti o meu estômago se retrair no momento em que ela, devagar, descruzou as suas malditas pernas gostosas e se levantou.
Cruzei os meus braços, tentando manter uma postura intacta. Mas eu sabia, mais do que qualquer coisa, que eu não estava nem perto de estar intacta. Desde que eu havia ouvido a sua voz atrás de mim e me deparado com ela.
Assim que a loira começou a caminhar, a passos vagarosos, até mim, eu me permiti passear o meu olhar por todo o seu corpo.
Além do vestido e dos saltos, Meredith usava uma meia-calça preta. O que me surpreendeu, afinal, eu nunca havia a visto usar aquela peça.
Me surpreendi ainda mais no momento em que subi o meu olhar pelo vestido e rapidamente o reconheci, sentindo o meu peito se aquecer, distribuindo essa sensação para todo o meu corpo logo em seguida.
O mesmo vestido que ela usava na noite em que nos conhecemos.
O mesmo decote contido sobre os seus seios fartos, perfeitamente redondos e sem sutiã, as mesmas marcações perfeitas sobre a sua cintura perfeita. As mesmas alças sobre os ombros brancos e desnudos. O mesmo caimento até os joelhos. A mesma fenda ousada ao lado. E a mesma marcação nas coxas deliciosamente torneadas.
E o mesmo tecido de seda que emoldurava o seu corpo mais perfeitamente do que qualquer outro poderia.
Descaradamente comportado. Assim como ela.
— E agora, vossa excelência, há algo interessante na sua casa para que queira estar aqui? — Ela murmurou de maneira rouca e lenta, caminhando até mim.
— Me diga você. Aliás, prefiro que me diga o que faz aqui, Meredith?
— Eu faço as perguntas aqui — Ela respondeu, parando há poucos centímetros diante de mim, mas sem invadir o meu espaço pessoal.
Franzi o cenho, diante da sua resposta tão ousada. E encarei profundamente os seus olhos, sentindo as minhas pernas ameaçarem falhar sobre o chão ao me deparar com o azul dilatado das suas pupilas.
Eu conhecia aquele olhar...
E como conhecia!
Era o olhar mais descarado que Meredith possuía.
O olhar que ela me reservava apenas enquanto eu estava em cima dela ou com a cabeça enfiada ao meio das suas pernas.
— Responda. — Ela ordenou. Eu, estranhamente, estremeci. E o meu corpo inteiro se retesou.
— Não sei. — Respondo, trêmula, a única coisa capaz de sair da minha boca.
Que porra ela estava fazendo comigo?
— Não sabe!? — Ela me indagou em um tom de repreensão e incredulidade. Eu engoli em seco, me perguntando, pela primeira vez desde que havia quase morrido de susto ao ouvir a sua voz no quarto escuro, se eu não estava sonhando ou vivendo algum tipo de delírio.
— Sim... Não sei. Por que? Não gostou da resposta? — Tento mascarar o meu completo nervosismo com aquela provocação.
Mas ela não pareceu cair. A sua postura continuou firme. E a sua voz, ainda mais.
— Não, não gostei.
— Por que?
— Porque acredito que o motivo pelo qual estou aqui é muito mais do que interessante.
— Pode me dizer qual? Ou estou proibida de perguntar também? — A desafio, como mais uma tentativa de esconder o pulsar forte do meu coração e o arrepiar do meu corpo diante da sua presença tão... Firme.
— Addison... Não me teste. Posso saber o porquê você estava ignorando a minha chamada? — Ela parecia realmente incomodada com aquilo.
— Porque não possuía nada de importante para olhar no celular.
— Ah, é mesmo?
— É, é mesmo — Respondo um pouco mais amarga do que eu gostaria, no momento em que sinto-me, novamente, uma idiota por ter esperado uma mísera mensagem de bom dia sua ou a porra do apito daquele aplicativo idiota, o dia inteiro.
Ela se aproximou perigosamente de mim, mas eu continuei parada, fingindo não me importar com aquela aproximação, enquanto, por dentro, sentia como se inúmeras formigas tivessem resolvido passear pelo meu corpo inteiro, de uma vez só.
A loira invadiu por completo o meu espaço pessoal e eu lutei contra a vontade de fechar os meus olhos e inspirar profundamente o cheiro dos seus cabelos, ao senti-lo invadir as minhas narinas de forma suave, e me permito sentir a satisfação causada por estar sentindo aquele cheiro depois de quatro dias fodidamente insuportáveis longe dela.
Rosas e morango. Definitivamente o meu cheiro favorito no mundo todo.
No mesmo instante, sinto o meu peito esquentar em uma sensação inenarrável de conforto e tranquilidade que apenas aquele perfume, ou melhor, a dona dele, era capaz de me proporcionar.
Quatro dias ansiando, como um inferno, por sentir aquele cheiro.
Senti a sua boca encostar no meu ouvido e soltei o meu ar que nem sabia que segurava, de forma trêmula, engolindo fielmente em seco e tendo os meus pensamentos completamente interrompidos por aquele ato.
— Pois aprenda, de uma vez por todas, que, quando o seu celular toca, você olha para saber quem está ligando. E que, se essa pessoa for ninguém mais, ninguém menos que a sua mulher, você atende, sem sequer pensar uma, quem dirá duas vezes, entendeu, Addison Montgomery? — Ela sussurrou em um fio de voz rouco ao meu ouvido, mordendo o nódulo da minha orelha logo em seguida.
Os músculos das minhas pernas tremeram tanto, que eu senti que poderia desabar sobre o chão ali mesmo.
A saliva fugiu instantaneamente dos meus lábios e eu não possuía uma resposta clara para aquela porra de provocação dos infernos.
O que diabos estava acontecendo?
Porra!
O que estava acontecendo? O que ela estava fazendo?
— Meredith... — Murmuro, tentando, de maneira falha, controlar a minha respiração — O que você está fazendo aqui?
— Vim entregar o meu presente pessoalmente. Mas realmente estou reconsiderando, nesse momento, o seu merecimento.
Suspirei, observando-a se afastar como se não houvesse acabado de molhar a minha calcinha por completo, em um único ato, com um único sussurro.
— Presente de quê? — A testo, após engolir em seco para controlar a minha voz, enquanto observava a sua bunda tão profanamente bem desenhada e apertada naquele vestido, mas não durando muito tempo, pois ela logo se virou para me encarar.
— Do dia dos idiotas — Ela murmurou, revirando os olhos. — Um dia exclusivamente seu, não é incrível? — Ela completou em ironia, apoiando as mãos na cintura.
Senti vontade de rir, e, por isso, um sorriso se formou levemente sobre os meus lábios.
Ela não havia desdenhado daquele dia, como eu imaginei.
Apenas estava planejando, da sua forma, como me surpreender. Como sempre fazia.
E conseguiu.
Eu definitivamente estava casada com uma caixa de surpresas.
— Bem, obrigada pelo elogio gratuito, é uma honra vindo de você.
Ela sorriu. E eu sorri um sorriso maior.
Era aquilo que eu estava esperando. Era por aquele sorriso que eu havia ansiado o dia inteiro tanto quanto o ar em meus pulmões, feito a idiota que sei que sou, e que ela, no fundo, também sabe.
— Você está muito rebelde para o meu gosto.
— E o que você irá fazer sobre isso? Mandar a minha mãe me punir? — Murmuro em completo deboche, elevando uma das minhas sobrancelhas ao observar o sorriso da loira morrer, e o seu olhar cerrar-se.
Mas aquela sensação boa de estar por cima foi completamente embora no momento em que um sorriso diferente surgiu em seus lábios.
Aquele era... Desafiador, descarado e fodidamente sexy!
O meu centro se contraiu imediatamente diante daquele ato.
Porra!
— Ah, não, não mesmo. A minha sogra é, definitivamente, a última pessoa indicada para isso.
— Ah, é? — Indago, sem conseguir manter a minha postura impassível diante daquele sorriso descarado que enfeitava os seus lábios pintados de um batom tão vermelho quanto o seu vestido.
— Humrum. Somente uma pessoa é capaz de puni-la por estar sendo uma esposa tão, mas tão má, meritíssima.
Deus! Que porra de conversa era aquela? E onde ela iria parar?
O que estava acontecendo com a minha mulher?
— Posso saber quem seria o pobre desafortunado que não fará isso?
Ela se aproximou novamente e eu prendi a respiração, sentindo o seu corpo se encostar levemente ao meu, conforme o seu rosto fazia o mesmo. Desvio o meu olhar dos seus olhos que estavam me matando com aquela intensidade de azul e os concentro na sua boca.
Gostosa!
A loira me sorriu um sorriso ainda mais descarado, mordendo o seu lábio inferior e eu senti o meu centro doer em resposta. E pulsar no mesmo momento em que ela aproximou os seus lábios dos meus, os abrindo vagarosamente, fazendo menção de me beijar, mas não realizando o ato, me causando uma frustração imensa com aquilo.
Puta que pariu!
— Eu serei essa pessoa, vossa excelência. E acredite, meu bem, eu irei fazer isso.
E, assim, ela se afastou. Me deixando completamente estática e incapaz de produzir qualquer som ou pensamento coerente.
Porra!
O que estava acontecendo comigo? Por que eu a deixei se afastar? Por que não a beijei? Por que fiquei esperando por essa iniciativa partir dela?
Porque estava tão hipnotizada por ela e por toda aquela sua ousadia tão desconhecida por mim, que não era capaz de, sequer, respirar.
Não que eu conseguisse fazer isso normalmente sempre que estava perto dela.
Mas agora... A sensação de taquicardia que eu sempre sentia perto de Meredith parecia ter triplicado de intensidade.
A loira me deu as costas e se dirigiu até a poltrona onde, anteriormente, estava sentada. A observei pegar algo na mesa de centro. O controle das luzes do nosso quarto.
Meredith acendeu apenas as duas pequenas luzes amareladas ao lado do quarto em que ela estava, que mal iluminavam aquele pedaço, e muito menos seriam capazes de iluminar o quarto inteiro.
O ambiente parecia mais confortável, entretanto.
— Então... Como foi o seu dia? — Ela me indagou, caminhando tranquilamente até o painel da TV, me surpreendendo no momento em que uma música familiar começou a tocar no quarto.
Curiosa diante de toda aquela sua movimentação, eu me mantive parada onde estava, não deixando de observar cada movimento tão leve e tão calmo seu.
— Estressante, como sempre.
— Humm, e a audiência? Qual foi o veredito?
— Inocência — Murmurei, me surpreendendo ainda mais ao vê-la acender duas velas sobre o painel da TV.
— Isso é uma surpresa. E sobre a empresa? Tudo bem lá?
— Sim, tudo bem. Tive uma discussão idiota com um dos funcionários hoje que me tirou do sério, mas, num geral, tudo bem.
A vi assentir, parecendo curiosa, mas se manteve calada.
A loira caminhou até a poltrona novamente, acendendo mais duas velas ali ao lado, e, então, até as mesas de cabeceira da nossa cama, acendendo três ao seu lado e mais quatro ao meu.
Continuei calada, aguardando uma explicação plausível para aquela ambientação mais do que confortável.
Paro um pouco para ouvir a música mais famosa do Sinatra que ela havia escolhido, e, no mesmo momento em que raciocino que música exatamente era aquela, sou tomada por uma onda de calor bom e completamente bem-vindo.
The way you look tonight.
Na versão com piano como único instrumental.
Foi a primeira música que dançamos juntas. Na festa onde nos conhecemos.
Um sorriso contido, mas genuíno, invadiu o meu rosto ao perceber que, assim como eu, Meredith também se lembrava dos pequenos detalhes daquela noite.
E, curiosa, eu a encarei novamente, observando-a, calmamente, acender mais velas por todo o quarto.
— Posso perguntar o que está fazendo?
Ela não respondeu.
— Você almoçou? — Ela me indagou, concentrada em acender outra vela.
— Sim. E você? — Indago, preocupada.
— Humrum, eu também. E o jantar?
— Jantei na empresa. E você?
— Comi quando cheguei. Sarah estava aguardando-a para o jantar.
— Não a encontrei quando cheguei. Na verdade, não encontrei nem um empregado.
— Eu os dispensei. Todos eles.
Me surpreendo com aquilo, vendo-a se virar para mim e me oferecer um sorriso contido. Doce.
— Posso saber o porquê? — Indago, curiosa, adentrando, com as mãos, os bolsos frontais da minha calça de alfaiataria.
— Porque quero a nossa casa completamente livre para nós — Ela murmurou, me surpreendendo ao caminhar até a sacada e trazer de lá uma cadeira, caminhando tranquilamente com ela sobre os seus saltos mais do que normalmente altos e a colocando ao centro do quarto.
— Posso perguntar o porquê, novamente?
A música acabou.
E Meredith sorriu.
Um sorriso satisfeito. O qual eu realmente não entendi, até ouvir outra música, também lenta, mas de ritmo mais acentuado, começar a tocar. Um blues, talvez jazz. Eu não sabia ao certo, mas havia gostado do ritmo inicial.
Sendo arrancada da minha breve apreciação de um ou dois segundos da música, senti o meu estômago esfriar ao observar a loira caminhar, lentamente, até mim, sobre os scarpins vermelhos de verniz.
Engoli em seco ao observá-la parar diante de mim e estender a sua mão vagarosamente, acariciando a minha bochecha.
O afago me foi bem aceito. O meu peito se aqueceu, e o meu corpo se arrepiou por inteiro diante daquela breve carícia, como sempre ocorria quando ela a realizava. Os seus dedos quentes e macios. O cheiro incrivelmente delicioso que a sua mão sempre possuía.
E os arrepios que ela sempre me causava ao realizar aquele pequeno ato carinhoso.
A loira esticou o seu rosto até o meu brevemente, beijando, calmamente, o canto dos meus lábios. Os meus olhos se fecharam brevemente, enquanto as minhas mãos encontravam a sua cintura, mas logo se abriram, trêmulos, assim como a respiração falha entre os meus pulmões.
— Feliz aniversário, meu bem — Ela sussurrou em um timbre baixo, rouco e tão, mas tão doce, que me fez fechar os olhos novamente para apreciar mais daquela carícia realizada pela sua voz delicada e o seu hálito delicioso de vinho misturado com morango acariciando a minha face — Sente-se.
Eu o fiz, de maneira quase que robótica, sem sequer raciocinar aquela ação.
O tecido macio da poltrona-cadeira contra o meu corpo foi o que me fez abrir os olhos e direcioná-los para cima. Onde a minha mulher se inclinou vagarosamente para mais perto do meu rosto, apoiando uma das suas mãos no braço da poltrona e me lançando um sorriso largo, doce e levemente ousado, perfeitamente delineado pelo batom vermelho sangue que entornava os seus lábios.
— Aproveite o seu show — Ela sussurrou, me lançou uma piscadela e se afastou, caminhando vagarosamente, ainda no ritmo calmo da música, até a cadeira no centro do quarto.
Franzi o cenho, confusa, e me ajeitei sobre a poltrona, sem conseguir desgrudar o meu olhar de todo o seu corpo enquanto ela caminhava de costas para mim. E sentindo o meu cérebro completamente enevoado sem qualquer pensamento que fosse além da indagação do que ela faria.
Uma mulher começou a cantar e Meredith, ainda de costas para mim, levantou vagarosamente um dos seus braços, levando-o até o seu coque firme e puxou, em um único movimento, o utensílio que o prendia.
Seus cabelos caíram como cascatas onduladas ao redor das suas costas e da sua cintura, quase tocando a base da sua coluna.
Ela se virou para mim, com o rosto novamente sério e a feição carregada de uma... Sombra de sensualidade e... Luxúria ainda maiores.
Me remexi contra a cadeira, sentindo, novamente, aquela dor incômoda entre as minhas pernas diante daquele olhar.
Se ela me encarasse daquela forma por mais um minuto, eu tinha certeza que poderia gozar ali mesmo.
Apenas entendi o que estava acontecendo quando o meu coração saltou do peito, ao observá-la começar a rebolar vagarosamente no ritmo, agora, fodidamente sensual da música, enquanto levava as mãos calmamente até os seus cabelos, segurando-os firmemente entre os seus dedos e fechando os seus olhos, ficando de costas para mim.
Meredith rebolou lentamente, descendo minimamente a sua bunda em movimentos lentos, enquanto descia as mãos pelos quadris.
— O... O qu... Meu Deus... — Um sussurro disfarçado por um engasgo atropelou os meus lábios antes que eu pudesse formular qualquer pensamento coerente no monte de névoa que infestava o meu cérebro como um maldito jato de gás lacrimogêneo.
O meu centro apertou-se dolorosamente diante daquela visão. E eu senti os meus lábios vagarosamente se abrirem em um completo choque quando a observei as suas mãos descerem, devagar, pelos seus quadris, até as suas coxas e adentrarem o seu vestido da maneira mais fácil do mundo pelo tecido maleável e fazer menção de puxar para baixo a sua calcinha, ainda de costas para mim.
Engasgo novamente, sentindo o meu coração parecer desejar esmagar a minha caixa torácica enquanto batia tão fortemente, se sobressaindo, diante da música baixa, aos meus ouvidos.
Puta merda!
Aperto firmemente os braços de madeira da poltrona e engulo em seco, sentindo como se toda a saliva tivesse desaparecido magicamente da minha boca.
Eu poderia jurar estar sonhando naquele momento, mas eu sabia que, nem nas minhas melhores fantasias sobre a minha mulher, eu não havia imaginado o que eu estava visualizando no momento.
Meredith estava dançando de maneira fodidamente sensual para mim.
Pude jurar sentir a minha pressão cair no momento em que ela se virou, ainda com as mãos, eu imaginei, na barra da sua calcinha e engoli em seco, sentindo a minha visão escurecer brevemente, conforme os meus lábios se abriam ainda mais.
O seu olhar se encontrou ao meu no mesmo instante, ela sorriu de maneira contida, e com as bochechas avermelhadas, enquanto rebolava vagarosamente para se sentar de maneira ereta e comportada sobre a cadeira, como se não estivesse realizando o ato mais profano do mundo naquele momento.
Ela desviou o olhar para o chão, enquanto os seus cabelos caíam tentadoramente lindos pelo seu rosto.
Eu ofeguei ao observar, em movimentos tão lentos, a sua calcinha aparecer deslizando pela fenda do vestido sobre as suas coxas tão definidas e brancas cobertas pela meia calça, e deslizar, ainda mais lentamente, pelas suas pernas. A loira acompanhou a peça com o olhar, e eu fiz o mesmo.
A sua perna direita, que continha a fenda, suspendeu-se sutilmente e eu engasguei ao ver, pela fenda, o que realmente era aquela meia-calça.
Apertei com força os apoios da poltrona, sentindo o meu coração esmurrar a minha caixa torácica com força.
A porra de uma cinta-liga.
Eu estremeci.
— Puta... que... pariu... — Sussurrei, estarrecida, enquanto engasgava com a saliva que eu sequer possuía mais.
Senti o meu centro doer como nunca havia sentido antes, conforme o suor descia vagarosamente pelas minhas costas por debaixo da minha camisa e eu sentia, mais do que nunca, como se estivesse em chamas.
As formigas voltaram. Tomando o meu corpo inteiro com ainda mais intensidade, enquanto eu tentava me remexer levemente sobre a poltrona, em uma tentativa falha de aplacar todas aquelas muitas sensações que me assolavam.
A falta de saliva na boca. A taquicardia. O suor se esvaindo por cada mínimo poro do meu corpo. O descontrole respiratório. O formigamento. As vistas turvas e a minha tentativa fodida em mantê-las abertas.
E, é claro, a minha calcinha.
A porra da minha calcinha. Que estaria no lixo na manhã seguinte, pois de nada mais me serviria após o estrago que já havia se formado nela desde o primeiro olhar descarado que aquela mulher havia me cedido.
E a minha calça. Porra! O caralho da minha calça, já encharcada pelo conteúdo que mais do que perpassava a minha calcinha, jorrava dela.
Aquela mulher me mataria nessa noite.
Pude ter certeza daquilo no momento em que ela libertou o primeiro lado da calcinha de renda, minúscula, vermelha. A outra perna se levantou da mesma forma, não me permitindo ver nada por debaixo do vestido, e ela libertou o outro lado.
A loira sorriu descaradamente, ainda sem me encarar e se levantou, segurando a calcinha com apenas uma mão e acariciando as suas curvas com a outra, enquanto rebolava, descendo a outra mão para a sua bunda.
A porra da sua bunda gostosa para um caralho!
Cruzei as minhas pernas, inutilmente, com o único objetivo de aplacar, pelo menos um pouco, a dor da excitação tão grande que eu sentia diante daquela cena.
Eu sentia que poderia, facilmente, chegar ao meu ápice diante de toda aquela visão dos infernos. E a música ainda parecia estar no início.
Eu estava tão fodida!
Meredith me encarou. E eu poderia ser capaz de gozar apenas com o olhar quase profano que ela me lançou, antes de me surpreender ao jogar a calcinha para mim.
O pano caiu sobre o meu colo e eu rapidamente o peguei entre os meus dedos.
Minúscula. Vermelha. De renda. Transparente. E molhada.
Fodidamente molhada.
A levei até as minhas narinas e inspirei, profundamente, o cheiro doce o qual eu tanto era obcecada, desde a primeira vez que senti, estando com a cabeça religiosamente enfiada no meio das suas pernas.
Porra!
Um grunhido nada planejado escapou dos meus lábios quando voltei o meu olhar para a loira e a observei rodear a cadeira, parando ao lado do móvel. A sua perna esquerda esticou-se e ela circulou, com aquele pé, uma pequena meia-lua ao chão, subindo a perna vagarosamente e a apoiando sobre a cadeira, enquanto jogava todo o seu cabelo para o outro lado da maneira mais sexy do mundo, deixando o seu pescoço delicioso completamente à mostra para mim.
A minha respiração sequer existia. O meu peito ardia de forma desesperada buscando pelo ar que se negava a adentrar os meus pulmões.
Aquele seria, definitivamente, o meu último aniversário.
A loira acariciou, com uma das suas mãos, a coxa elevada pela cadeira, enquanto rebolava vagarosamente e puxava o tecido do vestido para cima, me dando uma visão privilegiada do que me esperava abaixo dele, enquanto me encarava intensamente, com um mínimo sorriso descarado enfeitando os seus lábios.
A porra da cinta que ligava a sua meia-calça a algo que eu não conseguia ver, e o fato de não conseguir visualizar me fazia estremecer ainda mais diante daquela cena, pois eu desejava desesperadamente descobrir.
Vagarosamente, ela abaixou a perna, ainda me encarando intensamente, enquanto flexionava as suas pernas alternadamente no ritmo da música, recostando uma das suas mãos nas costas da cadeira, e a outra na borda do estofado, apoiando os seus joelhos lentamente nela. A minha respiração falhou ao observá-la ficar de quatro naquela cadeira, de maneira tão fácil e provocativa e movimentar os seus quadris para frente e para trás, vagarosamente e me encarar com aquele olhar descarado que eu sabia exatamente o que significava, enquanto mordia o seu lábio inferior e me oferecia um sorriso ainda mais descarado que me fizera, pela enésima vez, apertar as minhas pernas com intensidade uma contra a outra, enquanto eu literalmente engasgava com a tentativa falha de respirar.
Meredith se desfez daquela posição e deu a volta na cadeira, ficando de frente para mim e atrás dela, e eu engasguei no momento em que ela se abaixou minimamente para acariciar o corpo do móvel de forma mais do que provocativa, passando as suas unhas da mesma maneira que sempre fazia com as minhas costas, me fazendo grunhir ao me imaginar no lugar daquela maldita cadeira e enlouquecer por completo ao receber um sorriso completamente descarado seu.
Meu Deus!
A loira girou a cadeira, de maneira que as costas do móvel ficassem de frente para a minha visão, e se apoiou nela, de costas para mim.
Eu engasguei no momento em que observei-a rebolar devagar até o chão, se ajoelhando brevemente nele, de pernas abertas, enquanto passava as suas mãos de forma mais do que enlouquecedora pelas suas coxas para, logo após, subir uma delas — eu imaginei, ao observar os seus movimentos — por todo o seu tronco, até os seus cabelos, os puxando da forma provocativa que apenas ela sabia fazer, para um só lado, deixando o seu pescoço livre.
De maneira deliciosamente torturante, Meredith apoiou as suas mãos sobre o chão, empinando a sua bunda e a movimentou em um ritmo lento contra o chão, me fazendo, novamente, apertar com força os apoios da poltrona ao imaginar aquela cena se realizando exatamente em cima de mim.
O pensamento que se sucedeu no meu consciente logo após aquele foi o motivo para que meu estômago se retraísse em uma sensação que eu bem conhecia, conforme o meu centro realizava simultaneamente aquela ação, no momento em que, ao apertar com força os braços da poltrona, eu senti as minhas mãos formigarem pela intensidade do meu aperto.
Ela estava fazendo tudo aquilo sem calcinha.
Puta merda, caralho!
Diante daquela porra de pensamento, o meu rosto se contraiu em uma expressão de completa dor e prazer.
Como ela deveria estar por baixo daquele vestido?
Mas, principalmente, entre as pernas?
Aquela mulher iria, definitivamente, me matar.
Devagar, a loira se desfez daquela posição, erguendo primeiramente o seu quadril, para, logo após, erguer o seu tronco, jogando os seus cabelos para trás.
Meredith, vagarosamente, deu a volta na cadeira, girando-a novamente para se sentar de frente para mim, da maneira mais recatada do mundo.
Para, logo após, se recostar nela e começar a acariciar o seu corpo inteiro com as suas mãos, até chegar aos seus seios.
Senti o meu estômago se retrair no momento em que ela tomou-os entre as mãos, ainda por cima do vestido e os apertou, fechando os olhos e me oferecendo um sorriso tão sacana, que me fizera soltar o ar de maneira trêmula e cravar as minhas unhas na madeira do apoio da poltrona.
As suas mãos desceram novamente, até que ela encontrasse as suas coxas e começasse a subi-las, revelando ainda mais o tecido da meia calça, mas ela parou na metade do caminho, mantendo as mãos ali.
Seu olhar não desgrudava do meu. A sua boca estava entornada em um sorriso tão, mas tão descarado, que eu estava custando a acreditar que aquela mulher era a minha Meredith.
Ela piscou para mim, mordendo o seu lábio inferior, ainda com as mãos apoiadas nas coxas e sorriu, quando as suas pernas começaram a se abrir lentamente, para, poucos segundos depois, estarem completamente abertas para mim.
Com o auxílio de uma das suas mãos, ela jogou os seus cabelos novamente inteiramente para um só lado, de maneira ainda mais sexy do que o seu normal para aquele ato, finalmente me encarando com o olhar mais... Apelante do mundo e me oferecendo um sorriso tão descarado, que me fez, literalmente, tremer. Me fazendo dar conta do fim da música e do fato de que eu queria, não, eu precisava me colocar entre aquelas pernas e descobrir, por mim mesma, quantas vezes ela conseguiria gozar contra a minha boca até que eu sentisse os meus lábios dormentes.
Porque eu não iria parar no primeiro, e muito menos no que viria a seguir, ou no próximo do próximo.
Eu queria fazê-la gozar na minha boca tantas vezes até que eu não pudesse mais respirar. Queria fazê-la apertar a minha cabeça contra as suas pernas e gritar o meu nome como sempre fazia, puxando os meus cabelos da forma mais descarada do mundo até que me fizesse também gozar para ela, enquanto realizava aquilo.
Como sempre acontecia.
Meredith nunca precisou me tocar para me fazer gozar. Nunca precisou de esforço nenhum para me fazer chegar ao meu ápice enquanto rebolava contra o meu rosto, ou pedia, da forma mais descarada do mundo, para que eu a fodesse com mais força, sussurrando as coisas mais profanas banhadas pela sua inconsciência ao meu ouvido, que eu tinha certeza que ela sequer se lembrava depois, enquanto arranhava as minhas costas deliciosamente com as suas unhas curtas, mas afiadas, e me fazia, literalmente, enlouquecer ao ponto de chegar ao meu ápice de prazer com apenas aquilo.
E isso havia passado de ser a coisa mais assustadora do mundo para mim — porque eu nunca havia, pelos infernos, sequer chegado perto de ter um orgasmo sem sequer ser tocada por qualquer outra mulher, pelo menos não antes dela —, para a coisa mais incrível do mundo, porque ela, apenas ela, a porra da mulher mais gostosa do mundo, possuía aquele tamanho poder sobre mim.
O poder de me ter desmanchando completamente para si, sem sequer precisar me tocar ou fazer o mínimo de esforço para aquilo. E sim apenas pela minha tamanha fascinação alucinante por ela.
No momento em que me levantei em um único impulso, sentindo uma mistura de loucura, tesão e raiva, sim, muita raiva, pelo fato daquela porra de luz mínima do quarto não me dar qualquer visão que fosse para além das suas pernas completamente abertas para mim, a loira proferiu, com uma voz mais do que rouca, sexy e autoritária:
— Não mandei você se levantar. Sente-se, agora!
Eu estagnei, ainda em pé, sentindo o meu coração pulsar tão forte no meu peito, que estava se tornando irritante.
— Sente-se, Addison.
O meu corpo obedeceu aquele comando de imediato, e eu me sentei sobre a poltrona, sem sequer calcular aquela ação.
Nesse mesmo segundo, um pensamento mais do que desesperador me tomou.
Ela havia descoberto o que eu tanto havia me segurado, por todos esses meses, para não deixar transparecer.
Meredith descobriu o fato de que ela me tinha nas palmas das suas mãos. E que eu seria capaz de qualquer coisa que ela me mandasse fazer, apenas pelo simples e único fato de ela estar mandando. Até mesmo de abrir mão do meu controle.
Eu estava, literalmente, fodida.
Mas aquele pensamento se tornou uma névoa gigante a ser dissipada no meu cérebro no momento em que ela me lançou outro sorriso descarado.
Apertei, novamente, o apoio daquela maldita poltrona com força, sem conseguir sequer imaginar o que ela faria agora.
Meredith se levantou da cadeira e deu a volta nela, apoiando o seu pé sobre a superfície do móvel novamente.
A loira jogou os seus cabelos para o lado oposto ao meu e sorriu, me oferecendo um piscar de olhos que me fizera estremecer.
Utilizando de uma lentidão deliciosamente torturante, ela levou a sua mão esquerda até a sua coxa e traçou o caminho por cima do tecido da meia calça, afastando levemente o vestido e, novamente, me oferecendo a visão dos infernos daquela porra de cinta-liga, enquanto rebolava a sua bunda deliciosa lentamente.
— Qual parte a senhora deseja ver primeiro, Vossa Excelência? — Ela murmurou para mim, em um tom de voz tão manhoso e sexy que me fez estremecer novamente, sem desviar o seu olhar tão descarado do meu, mordendo o seu lábio inferior.
Eu senti o meu corpo gelar diante do seu tom de voz tão, mas tão fodidamente sexy!
E engasguei, abrindo e fechando os meus lábios em completo choque, sem sequer conseguir pensar em produzir uma resposta para aquela pergunta dos infernos.
Qual parte eu queria ver primeiro? Porra!
— Humm, já que a senhora está tão calada... Acho melhor que eu faça essa escolha, concorda? — Pela puta que pariu, que voz era aquela?
Fechei os meus olhos brevemente, ao perceber que era o mesmo tom de voz fodidamente delicioso que ela sempre me ofertava ao meu ouvido quando estava prestes a gozar contra os meus dedos. O tom de voz manhoso, rouco e desgraçadamente sexy.
Eu continuei estática, ainda apertando, com força, aquela maldita poltrona dos infernos, desejando, como a porra de um inferno, me levantar dali e ir até ela e acabar com aquela sensação de impotência causada pelo fato de que ela estava no comando.
E, pelos infernos, como diabos eu estava deixando isso acontecer?
— Responda, Addison! — Ela me assustou brevemente, com um tom de voz autoritário, desfazendo por completo a névoa que havia se formado no lugar do meu cérebro.
— S...Sim. Porra... Meredith... Sim! — Aquela frase foi a única coisa patética que o meu cérebro conseguiu expressar, e eu me senti o ser humano mais ridículo do mundo no momento em que os meus lábios se fecharam. Meredith sorriu. E meu corpo inteiro se contraiu. Outra música começou a soar e eu engoli em seco, evitando, sequer, piscar, para não perder um movimento seu sequer.
— Ótimo — Ela sussurrou, afastando a sua perna da cadeira e caminhando lentamente, no ritmo do piano, para mais perto de mim, porém nem tanto.
Uma mulher começou a cantar, e eu engoli novamente em seco, ao ouvir, mesmo que de forma completamente passiva, a letra da música, tentando filtrá-la.
I put a spell on you,
(Eu joguei um feitiço sobre você)
Because you're mine
(Porque você é minha)
You better stop the things you do
(Você deveria parar com as coisas que você faz)
I tell you I ain't lying
(Eu não estou mentindo)
Mas aquela tentativa não durou mais do que a primeira estrofe, porque, no momento em que a loira ficou de costas para mim e levou a sua mão direita até às suas costas, onde iniciava a abertura do zíper do seu vestido, eu me senti incapaz de conseguir ornar a minha respiração, com a visão e a audição.
Apenas um daqueles sentidos era capaz de funcionar naquele momento. E eu obviamente havia optado por visualizar o que eu achava que veria.
E... Porra! Era exatamente aquilo.
Meredith abriu o zíper da peça, me fazendo engasgar novamente ao me deparar com um tecido de renda vermelha cobrindo parte das suas costas brancas no que me parecia... Pela puta que pariu, a porra de um corset.
— Meu... Deus... Porra! — Sussurro, puxando veementemente os meus cabelos para trás, em uma tentativa inútil de tentar me manter no controle.
Engasgo, pela enésima vez, assim que o meu consciente processou aquela informação, enquanto a loira se virava vagarosamente para mim, ainda usando o vestido, tendo apenas o zíper aberto.
Ela me lançou o sorriso mais descarado do mundo, me oferecendo um olhar que, imediatamente, me fizera pulsar no meio das minhas pernas para ela. Os olhos tão azuis e tão, mas tão descarados que sempre foram capazes de me fazer gozar em apenas os encarar daquela maneira.
A loira mordeu levemente o seu lábio inferior e, com uma das mãos, começou a acariciar o outro braço até os ombros, onde a alça do vestido jazia já folgada, como se implorasse, junto comigo, para sair do seu corpo.
Meredith tomou a alça entre os seus dedos e, vagarosamente, foi deslizando-a contra o seu braço, enquanto rebolava ao ritmo da música e sorria, até que ela estivesse completamente solta.
Eu soltei a respiração que sequer sabia estar prendendo no momento em que visualizei o tecido de renda e transparente daquele corset, sentindo todo o meu corpo formigar por inteiro diante da ânsia em observar exatamente como ele se comportava no seu corpo com aquela cinta-liga vermelha e as meias pretas.
A loira sorriu ainda mais e eu estremeci no momento em que a outra alça começou a deixar o seu braço no mesmo ritmo em que a anterior, até que estivesse completamente livre dela e a parte de cima do vestido caísse, por inteiro, sobre a sua cintura.
No momento em que os meus olhos se encontraram à peça quase que completamente à mostra, os meus lábios se abriram em completa estupefação, e eu senti o meu coração pular do peito, enquanto todo o meu corpo estremecia em calafrios ao observar aquela peça por completo.
Meredith vestia um corset vermelho, de renda e transparente, me dando a bela visão dos seus mamilos rosados por trás da renda. A peça era apertada da forma mais perfeita do mundo, fazendo os seus seios perfeitamente redondos e fartos quase pularem para fora dele, em um decote insuportavelmente delicioso.
— Meredith... — Sussurrei o seu nome, sem sequer me dar conta daquilo, ainda completamente estupefata diante daquela visão, sentindo a minha respiração falhar por completo.
Ela riu.
— Para você é senhora Montgomery — Ela murmurou, caminhando para mais perto de mim, no ritmo da música e eu engasguei no momento em que, à cinco passos de mim, ela parou e se virou de costas, começando a rebolar vagarosamente no ritmo do piano da música.
— Puta... Que... Puta merda!
Sendo incapaz de produzir um raciocínio coerente, eu observei o vestido descer, vagarosamente, pela sua bunda conforme ela o abaixava da maneira mais lenta e torturante do mundo, e eu me dava conta, pouco a pouco, do que ela vestia por baixo.
A porra do corset era completamente conectado à cinta-liga, que marcava deliciosamente as suas coxas definidas por um pequeno laço vermelho em um lado, e, em outro, apenas a renda idêntica à parte dos seios.
A minha respiração se tornou descompassada e o meu corpo passou a tremer de maneira insuportável no momento em que o vestido caiu ao chão e ela abaixou o seu tronco vagarosamente, empinando a sua bunda tão fodidamente gostosa para mim e o pegou.
A porra da bunda mais gostosa do mundo. Puta que pariu!
Eu engasguei novamente ao imaginar, diante daquela visão, aquela bunda branca completamente vermelha e com as marcas dos meus dedos após ela me implorar pelos meus tapas, de quatro para mim na cama, enquanto eu a fodia com força.
A imaginação me fizera soltar o ar de maneira dolorosa entre os meus pulmões.
A loira se levantou, carregando o vestido entre os dedos e, finalmente, se virou para mim.
Eu ofeguei em um gemido de dor após outro pulsar doloroso entre as minhas pernas no momento em que pude visualizar, por completo, aquela lingerie dos infernos.
O corset ligado à cinta-liga, que também se ligava a uma espécie de calcinha profana dos infernos, que não era nada além de uma mínima fita de renda que apenas demarcava o seu sexo e, na bunda, sequer aparecia.
Meredith jogou o vestido para perto de mim e eu sequer pensei em pegá-lo, pois sequer conseguia respirar ao me indagar sobre o que ela faria agora.
A loira soltou um riso fraco, parecendo satisfeita com a expressão de possível dor e estupefação no meu rosto e, vagarosamente, se aproximou mais de mim.
A minha respiração estremeceu, enquanto eu não sabia se a segurava ou a prendia, e, em um completo momento de desespero, resolvi prendê-la, enquanto ela caminhava até mim e parava diante de mim.
O meu olhar passou por todo o seu corpo de maneira assustada, mas ansiosa, ela soltou um riso fraco e se inclinou sobre a poltrona, apoiando as suas mãos sobre as minhas, me fazendo sentir um terrível choque com apenas aquele contato, enquanto aproximava o seu rosto do meu.
Eu parecia a porra de uma virgem dos infernos. Mas eu não me importava. Não me importava nem um pouco de estar literalmente sem ar diante daquele corpo, daquela mulher, da minha mulher.
E, pela puta que pariu, eu era a mulher mais filha da puta e sortuda do mundo por estar diante dela desse jeito.
A minha mulher. A porra da mulher mais gostosa do mundo inteiro!
Minha.
Completamente minha.
Minha mulher.
Desde o seu primeiro fio de cabelo, percorrendo os seus vinte e oito sinais espalhados pelos lugares mais inusitados do seu corpo, até o vigésimo nono, na ponta do seu último dedo do pé direito.
Inteiramente minha.
Pela puta que pariu!
— Você me parece tão... Afetada com o que vê, meu amor.
Eu estremeci, fechando os meus olhos ao ouvir aquela última palavra.
Ela não parecia estar sendo irônica, e aquela percepção me fez estremecer ainda mais no momento em que eu também percebi que aquela expressão direcionada a mim sem qualquer tipo de ironia ou performance me agradava.
Abri os meus olhos, observando-a, no mesmo instante, sorrir descaradamente para mim, afastando o seu rosto do meu até o meu pescoço, encostando a sua boca deliciosa ao meu ouvido.
Eu engasguei ao sentir o seu hálito quente contra a minha pele, sentindo-me arrepiar no mesmo instante, conforme a minha respiração falhava e estremecia após eu não conseguir mais segurá-la.
Fechei os meus olhos automaticamente, sentindo o cheiro viciante do seu perfume me entorpecer como se estivesse, literalmente, bêbada.
E estava. Estava completa e fodidamente bêbada de Meredith Montgomery. A droga mais deliciosa e mais enlouquecedora do mundo, do meu mundo.
— Eu coloquei um feitiço sobre você — Ela sussurrou, tão baixo que eu precisei apertar os meus olhos para me concentrar em entender o seu tom de voz rouco cantarolar a estrofe da música — Porque você é minha.
Eu jurava poder ser capaz de, literalmente, me fundir aquela poltrona no momento em que ouvi aquele pronome possessivo sair de maneira tão forte e tão carregada da sua boca.
Eu era sua.
Porra, caralho, era claro que eu pertencia a ela, como não seria capaz de pertencer nem a mim mesma.
Meredith me possuía de tal maneira que nem eu mesma me possuía. Eu não era minha, e muito menos de qualquer outra pessoa que não fosse ela. Apenas ela.
— Diga — Ela sussurrou em um fio de voz, ao pé do meu ouvido.
Eu abri os meus olhos, os fechando novamente ao sentir a sua língua fodidamente quente tocar o meu pescoço e traçar vagarosamente o caminho até a minha orelha, mordiscando-a da maneira mais descarada logo em seguida.
Um gemido nada planejado escapou dos meus lábios diante daquele combo de provocações enquanto eu apertava os apoios da poltrona com força, sentindo a situação entre as minhas pernas desastrosa demais para que eu conseguisse pensar em alguma coisa.
— Diga, Addison! — Ela murmurou novamente, dessa vez, de maneira mais firme, me fazendo realmente prestar atenção no que ela dizia.
— Meredith... — Sussurro, tentando afastar uma das suas mãos da minha para tocá-la, mas ela me impediu.
Ela afastou o seu rosto do meu pescoço e eu me mantive de olhos fechados, até senti-la segurar o meu queixo, elevando o meu rosto.
— Abra os seus olhos — Ela ordenou e eu prontamente obedeci, me deparando com as suas íris ainda mais azuis me encarando como se eu estivesse completamente nua. Senti o meu corpo estremecer por completo diante da sensação inexplicável que era me sentir tão... Comida com os olhos por aquela mulher.
Puta que pariu, aquele olhar ainda iria acabar comigo!
— Agora diga.
— O que... O que você quer que... Eu diga? — Profiro em uma fala tão entrecortada e afetada que sequer me reconheço ao fechar os meus lábios.
Ela sorriu, mordendo o seu lábio inferior de forma tão descarada que me fez pulsar de maneira nada boa para ela.
— Quero que diga... — Ela aproximou o seu rosto do meu, quase tocando os nossos lábios, me fazendo encarar os seus pintados de vermelho no mesmo instante em que ela encarou os meus. — Que você é minha, Meritíssima.
Fechei os meus olhos ao ouvir aquele adjetivo tão banalmente me direcionado todos os dias durante os quase cinco anos que ocupo este ofício, ser pronunciado por ela da maneira mais descarada e mais sexy do mundo, ao ponto de me fazer, literalmente, estremecer, enquanto o meu coração esmurrava a minha caixa torácica com a força que eu não sabia poder ser possível.
— Mere...
— Diga, Addison! — Ela sussurrou de maneira ainda mais firme, entornando o desenho dos meus lábios com o seu polegar. — Apenas diga, meu amor. — Ela proferiu delicadamente logo após, me fazendo estremecer diante da falta de ironia ou de inveracidade daquele tratamento.
O que diabos estava acontecendo?
Porra!
Eu soltei o ar preso em meus pulmões, incapaz de conseguir pensar em qualquer outra coisa que não fosse aquela frase e abri os meus olhos, encarando os seus azuis brilhando para mim de forma intensa.
Ela sorriu de maneira delicada e eu, sem obter qualquer tipo de controle sobre os meus atos, sorri de volta, da maneira mais trêmula e fraca possível.
— Acredito que... — Engoli em seco, ao sentir a minha garganta subitamente menor do que o seu normal — Você já sabe disso.
Ela sorriu ainda mais, mordendo o seu lábio inferior e, vagarosamente, afastou as suas mãos das minhas sobre o apoio da poltrona, levando-as para as minhas pernas e delicadamente as descruzou.
O seu joelho direito se ergueu e ela o apoiou entre as minhas pernas, perto para que eu sentisse o seu calor, mas não o bastante para me tocar onde, desastrosamente, ela havia me fodido por completo sem sequer ter se dado o trabalho de me tocar.
Como sempre.
Ela se aproximou mais de mim, tocando os nossos narizes e sussurrou, em um fio de voz:
— Sim, eu sei, mas eu quero ouvir isso de você.
Ela sabia que eu faria isso.
Assim como eu achava que ela sabia que eu faria qualquer coisa que ela me mandasse fazer, não somente hoje, mas sempre.
Eu era, prazerosamente, comandada por aquela mulher. Mesmo que, na maioria das vezes, ela sequer precisasse abrir a boca para me dar alguma ordem.
Era algo automático, mas que me assustava como a porra de um inferno porque, se eu acreditasse em qualquer tipo de magia ou bruxaria, poderia facilmente categorizar aquilo como uma delas.
Eu me sentia terrível e deliciosamente enfeitiçada por aquela mulher. Em todos os sentidos. Todos eles.
Por isso, mesmo antes de abrir os meus lábios para pronunciar o que ela tanto almejava ouvir, eu já tinha a mais absoluta certeza de que eu estava infinitamente fodida não somente aquela noite, mas por muito mais tempo. Talvez, por uma vida inteira.
Meredith sabia do poder que ela detinha sobre mim.
Aquilo era o bastante para que ela me tivesse, conscientemente, nas palmas das suas mãos. Mesmo que eu já esteja habitando esse local desde que ela me conquistou completamente para si.
— Diga, meu bem — Ela sussurrou novamente e eu engoli em seco, abrindo os meus lábios e, enfim, decretando a minha própria sentença de submissão completa. Da minha submissão completa aquela mulher tão incrivelmente perfeita que, naquele momento, não parecia nada com a mulher doce e angelical a qual eu já tanto estava acostumada a proteger. Não. Meredith parecia... a própria personificação do profano. Parecia ter vindo diretamente dos infernos para foder comigo em todos os sentidos essa noite.
Fechei os meus olhos, levando os meus lábios até o seu ouvido, sentindo-a arfar contra o meu pescoço, e, então, sussurro aquela sentença como a maior promessa de uma vida inteira saída dos meus lábios, de veracidade completamente genuína para ela, e unicamente para ela:
— Eu sou sua, Meredith Montgomery. Eu pertenço a você.
Após fechar os meus lábios ao fim da frase, sinto uma estranha sensação de alívio me tomar de forma intensa, como se eu estivesse guardando aquela frase por uma vida inteira e, finalmente, tivesse tido a oportunidade de despejá-la sobre a única pessoa que fazia sentido diante de todo o vazio que anteriormente era a minha vida.
Aquela frase, dirigida a ela, agora, fazia o sentido de uma vida inteira.
Era mais verídica do que dois e dois são quatro. E eu gostava dessa veracidade dilacerante.
— Eu também sou sua — Ela sussurrou ao meu ouvido, depositando um beijo sutil sobre o meu pescoço — Como nunca fui de alguém. E como nunca conseguirei ser.
Sentindo o meu estômago arder de maneira insuportável diante daquela frase, as minhas mãos suarem sobre a madeira da poltrona e a minha boca secar com a ausência de saliva, enquanto o meu coração batia tão forte que eu tinha a mais absoluta certeza que ela poderia ouvir, sinto emergir de um local tão profundo dentro de mim o medo do que aquele combo de palavras poderia significar tanto de mim, quanto dela, surgir como uma névoa no meu cérebro tão fodidamente bagunçado.
Mas instantaneamente sou arrancada daquela sensação o quão rápido ela chegou.
A loira se afastou, me encarando ainda com o olhar profano que ela carregava desde que a vi, mas, agora, combinado com outra coisa que não consegui, ao certo, entender.
Era um brilho... Diferente. Um brilho que eu nunca havia presenciado em seus olhos em momento algum, não naquela intensidade e não diante daquele olhar.
Por um segundo, me sinto o ser humano mais sortudo do mundo por estar recebendo aquele olhar apenas e unicamente destinado a mim, enquanto me dava conta do assustador anseio de ser a única pessoa para quem ela seria capaz de olhar daquela maneira, com aquela chama de carinho, desejo e fascínio.
Eu queria ser a única e última mulher a receber aquele olhar. E aquilo me assustou ainda mais do que qualquer outra coisa essa noite.
O que isso significava?
Pela puta que pariu, que diabos isso significava?
Mas, é claro, Meredith não me deixou alimentar aquela linha de loucura que começava a se desencadear pela minha cabeça. Como sempre, ela moveu todas as minhas atenções para si, ao rodear a poltrona e parar atrás de mim.
Eu engoli em seco, imaginando o que se passava pela sua cabeça naquele momento. E senti uma raiva estranhamente boa com o fato de eu não possuir qualquer mínimo controle sobre qualquer coisa naquele momento.
Eu estava tão, mas tão fodida!
E me senti ainda mais fodida quando os seus lábios se encostaram ao meu pescoço e ela traçou, de maneira lenta, uma linha invisível até o nódulo da minha orelha, mordendo-o logo em seguida e me surpreendendo ao envolver o meu pescoço com uma das suas mãos, puxando a minha cabeça de maneira um pouco indelicada para trás, me fazendo gemer inconscientemente para si no momento em que ela apertou, me fazendo perder o ar por alguns milésimos de segundos.
— Essa noite... Você vai fazer o que eu mandar, entendeu?
Engulo em seco, sem conseguir projetar uma resposta para tamanha... Ousadia.
— Comece me respondendo quando faço perguntas, meu bem.
— Por... Que... Eu faria isso? — Sussurro, de olhos fechados, me sentindo à beira de um precipício, mas ainda não o suficiente para deixar o meu controle de lado.
— Porque eu estou mandando.
Senti os nós dos meus dedos arderem no momento em que apertei os braços da poltrona com força, assim que ela chupou determinado local do meu pescoço e me fez estremecer de maneira insuportavelmente patética para si, me fazendo gemer de maneira ridiculamente descontrolada novamente.
— Quero que deixe o seu controle de lado, meu bem. Quero que me permita fazer tudo que eu sempre quis com você.
— Mere...
— Quero que confie em mim.
— Eu con... — Tentei inútilmente responder, mas ela me cortou novamente após a minha primeira tentativa de argumentação.
— Não, Addie. Eu quero que realmente confie em mim, como não confia em ninguém.
Respiro fundo, ouvindo, no mesmo instante, uma outra música começar a soar.
— Confie em mim, meu bem...
Engoli em seco, sentindo uma parte de mim esbravejar da maneira mais enraivecida o possível para que eu não fosse idiota aquele ponto, para que eu não me deixasse ser comandada por qualquer pessoa que fosse, principalmente uma mulher.
Porque essa parte, hoje quase que completamente desconhecida por mim, sabia exatamente onde eu estava me metendo.
Mas a quem eu estava querendo enganar?
Eu já havia, há muito tempo, cruzado essa linha. Eu apenas não sabia quando, e nem sabia se havia um quando.
Mas eu já tinha a mais completa certeza de que eu já havia me deixado ser comandada por essa mulher, tão, mas tão aos poucos, que eu apenas passei a entender o nível de toda essa minha submissão nesse momento.
Portanto, a quem eu estava querendo enganar?
Eu já havia adentrado o caminho de via única daquele precipício, e não me restavam alternativas a não ser me jogar completamente nele, mesmo que eu ainda não entendesse exatamente o que ele era.
O que poderia significar a minha aceitação quanto a minha submissão àquela mulher — em todos os sentidos?
E, sendo completamente sincera comigo mesma, ignorando por completo aquela parte indefinidamente desconhecida por mim, eu realmente me importava com essas consequências?
Porra, foda-se esses infernos de consequências! A porra da mulher mais gostosa do mundo inteiro estava atrás de mim, beijando descaradamente o meu pescoço, vestida apenas de um corset com uma cinta-liga fodidamente deliciosos e eu realmente estava me indagando sobre me submeter ou não a ela?
Que fosse para a porra do inferno aquela parte idiota que gritava ao meu subconsciente o fato de eu estar me submetendo a uma mulher, não somente na cama, mas em todas as áreas da minha vida. Porque, pela puta que pariu, essa mulher era Meredith!
Porra!
Eu seria capaz de me ajoelhar diante dela por todos os dias da minha vida e para o resto dela. Porque Meredith valia a pena. E absolutamente nada nesse mundo mudaria isso.
— No que está pensando? — Ela me indagou delicadamente, e, somente naquele momento, eu percebi que ela havia retornado para a minha frente e havia voltado as suas mãos sobre as minhas, nos braços da cadeira.
— Em você — Respondo com sinceridade. Ela sorriu, parecendo gostar da resposta, seus olhos brilharam ainda mais.
— Você não precisa pensar em mim, meu bem, eu estou aqui — Ela sussurrou, plantando um beijo terno na minha bochecha. — Estou sempre aqui.
Fechei os meus olhos, entendendo o peso daquelas palavras, enquanto sentia as suas mãos acariciarem o meu rosto.
— Eu confio em você — Sussurro aquela frase sem me dar o trabalho de processar o seu significado para essa noite e abro os meus olhos, dando de cara com os seus brilhando ainda mais em expectativa, a tempo de conseguir observar um sorriso doce e genuíno brotar em seus lábios.
Ela aproximou os seus lábios dos meus e automaticamente eu encarei os seus, sentindo pulsar a expectativa dentro de mim por um beijo seu, mas não aconteceu.
A minha loira apenas sorriu mais, depositando um beijo terno no canto dos meus lábios e afastou o seu rosto do meu.
Meu estômago se retraiu ao encarar os seus olhos que, como um passe de mágica, haviam mudado do olhar doce e carinhoso para o mesmo olhar descarado e banhado pelo azul escuro e dilatado das suas pupilas.
A sua mão novamente encontrou o meu pescoço, onde ela apertou, me enforcando com um toque de delicadeza e brutalidade. Eu a encarei surpresa, no momento em que os meus lábios se entreabriram em um misto de estupefação e deleite a sensação... Nova e deliciosa que aquele ato repercutiu entre as minhas pernas, enquanto um gemido nada delicado escapava dos meus lábios, no momento em que senti o seu joelho tocar levemente o meu sexo por cima da calça.
O seu sorriso acompanhou aquela mudança repentina, se tornando completamente descarado e eu franzi o cenho, tentando entender o que diabos aquela mulher estava fazendo.
Eu estava me permitindo ser... Enforcada por uma mulher. Estar por baixo. Com as mãos completamente atadas por apenas uma única ordem sua.
Submissa.
Completamente submissa.
Porra!
Os lábios da loira novamente se aproximaram dos meus e, vagarosamente, ela sussurrou, sem tirar o seu olhar do meu:
— Quero ouvir você me implorar para parar, vossa excelência.
Eu sorri de forma trêmula, ao sentir cada palavra naquele tom de voz sexy e manhoso repercutir diretamente em outro pulsar do meu sexo, dessa vez, mais intensamente.
— Eu duvido — Sussurrei de volta, apenas para a provocar e vi uma chama se acender aos seus olhos, os tornando ainda mais escuros.
— Isso é uma nova aposta? — Ela me desafiou, com um sorriso perigoso nos lábios.
— Sim — Respondo apenas, me surpreendendo ao senti-la apertar o meu pescoço com ainda mais força, me deixando realmente sem ar, e o recostar nada delicadamente contra a poltrona, aproximando os seus lábios ainda mais perigosamente dos meus, enquanto o meu coração errava completamente as suas batidas ao meu peito.
— Então se eu ganhar... — Ela fechou brevemente os olhos, me oferecendo um sorriso sacana, como se já soubesse, há muito tempo, exatamente o que ela queria — Quero você de quatro para mim, Meritíssima.
Fecho brevemente os meus olhos, sorrindo ironicamente ao não conseguir, nem em mil vidas, me imaginar de quatro em uma cama, completamente submissa, me deixando ser fodida por uma mulher.
Nem morta.
Seguro a sua mão com a minha livre, vendo-a abrir os seus olhos e me encarar da maneira mais descarada do mundo, mordendo o seu lábio inferior e elevando o seu queixo, apertando ainda mais o meu pescoço.
Ela fazia questão de me mostrar que ela mandava perfeitamente em mim. E o pior: que ela sabia que eu sabia disso.
Porra!
— Nem nos seus maiores sonhos, querida. — Sorrio, mordendo o meu lábio inferior — Mas se eu ganhar...E Eu irei... — Sussurro com dificuldade, apertando o seu pulso, mas não sentindo-o relaxar o seu aperto ao meu pescoço. — Eu vou foder você em todos os cômodos dessa casa.
Ela riu, soltando a carne deliciosa do seu lábio entre os seus dentes.
— Por que acha que eu dispensei todas as nossas funcionárias?
— Ah, é? — Murmuro, fechando os meus olhos ao senti-la pressionar o meu centro com o seu joelho, não conseguindo deixar de gemer baixo com aquela provocação dos infernos.
— Humrum... Mas eu vou foder você em todos os cômodos dessa casa, meu amor.
Puta que pariu!
Sinto aquela sua frase despertar algo completamente desconhecido em mim, conforme o meu estômago se retraía de maneira ainda mais intensa após ouvi-la.
Que porra de vocabulário era aquele? Desde quando Meredith, a minha Meredith, possuía um vocabulário tão baixo?
— Agora eu vou entregar o seu real presente, Vossa Excelência — Ela murmurou, sorrindo, ao soltar o meu pescoço, enfim me deixando respirar por um milésimo de segundo, antes de senti-la descer a sua mão até o decote da minha camisa. — Mas preciso ter certeza de que você será obediente.
— Não posso prometer isso — Murmuro, encarando-a intensamente.
— Ah, é? Mas você irá, meu amor. — Ela sussurrou, contendo um sorriso — Você irá.
Ela se afastou, dando alguns passos para trás e, somente nesse momento, eu me dei conta da música que já estava tocando.
Meredith sorriu, acariciando o seu corpo e eu gelei ao observar as suas mãos subirem para os seus seios, segurando-os entre elas. Ela mordeu o seu lábio inferior, fechando os olhos e ficou de costas, começando a rebolar. Eu gemi baixo, ao observar a sua bunda deliciosamente branca se mover conforme o ritmo da música para, logo em seguida, as suas mãos pousarem exatamente naquele local, o apertando com força o bastante para deixar marcado.
Exatamente da forma a qual eu estava enlouquecida para fazer.
— Mer... Meredith... — Murmuro, incapaz de aguentar aquela provocação dos infernos por mais tempo, vendo-a se virar para mim e me lançar um sorriso delicioso.
— O que, meu amor? Quer que eu vá mais perto?
Assinto, sem conseguir esboçar uma palavra sequer.
Ela se aproximou, dando a volta na minha poltrona e ficando por trás de mim. Eu estremeci ao sentir a sua mão tocar o meu ombro e descer, vagarosamente, pelo meu busto, até o meu abdômen, me fazendo gemer baixo, ansiando para que a sua mão descesse um pouco mais, mas não aconteceu. No mesmo momento, em uma lentidão insuportavelmente deliciosa, ela subiu, arranhando o meu abdômen por cima da minha camisa com as suas unhas, me fazendo estremecer e parando no meu pescoço.
— Você é a mulher mais incrível do mundo — Ela sussurrou para mim, mordendo o nódulo da minha orelha.
— Meredith...
Ela deu a volta novamente na poltrona e sorriu para mim, erguendo a sua perna e apoiando um dos seus joelhos ao lado do meu quadril.
— Sim, você é, Addie... Você é a mulher mais incrível do mundo.
Engoli em seco, sentindo o meu estômago se retrair com o olhar completamente encantado e cheio de carinho que ela possuía ao dizer aquilo.
Mas aquela sensação triplicou de intensidade no momento em que o seu outro joelho se apoiou na poltrona, me deixando entre as suas pernas.
Eu encarei o seu corpo inteiro deliciosamente quase sobre o meu e parei o meu olhar sobre os seus seios fartos diante de mim, ansiando pelo momento em que eu poderia tê-los na minha boca, enquanto a tinha sobre os meus dedos.
— Quero que me diga... — Ela se aproximou mais, mordendo o seu lábio inferior, e eu a encarei nos olhos novamente — Você já fantasiou alguma coisa entre nós, meu bem? — Ela sussurrou tão baixo, que eu precisei me esforçar para entender.
Engoli em seco diante daquela pergunta, porque era óbvio que, desde a primeira vez que o meu olhar havia pousado sobre ela, não houve um dia sequer em que eu não cultivasse fantasias sobre ela.
Encarei os seus lábios, fazendo menção de tocar a sua cintura, mas ela segurou as minhas mãos sobre os apoios da poltrona.
— Responda, Addie — Ela mordeu o nódulo da minha orelha, descendo os seus lábios para passar a sua língua deliciosamente pelo meu pescoço.
— Si... Sim — Sussurro, fechando intensamente os meus olhos.
— Eu também. Muitas — Ela sussurrou de volta, subindo as suas mãos pelos meus braços, até os meus ombros — Uma delas... — Ela riu baixo, mordendo o meu pescoço novamente — Você quer saber, meu bem?
Assinto, segurando a minha respiração trêmula ao senti-la tão perto e o meu peito arder pelas batidas enérgicas do meu coração.
— Eu sempre quis dançar para você... Apenas para você... No seu colo. — Ela me segredou baixo, em um sussurro quase inaudível, enquanto acariciava um lado do meu pescoço com as unhas e o outro com a sua língua.
Aperto os meus olhos, abrindo os meus lábios em completa estupefação, sentindo o meu corpo inteiro arder em chamas ao ouvir aquilo.
— Sim... Assim...
Um gemido baixo escapou dos meus lábios no momento em que ela se sentou sobre o meu colo, e outro nada planejado saiu assim que ela começou a rebolar, no ritmo da música, sentada em cima de mim.
— Mere...dith.. Puta que... — Solto o meu ar de maneira dolorosa, sentindo o meu sexo se contrair de maneira insuportável ao senti-la rebolar sobre mim da maneira mais descarada do mundo.
— Sim, amor. Exatamente assim. Abra os seus olhos, Addie.
Eu o fiz, de maneira trêmula, para vê-la sentada diante de mim, rebolando sobre o meu colo, enquanto as suas mãos subiam pelo seu tronco, o acariciando por completo. Os cabelos jogados para um só lado, os olhos completamente fundidos em um azul escuro dilacerante, a boca inchada pelos beijos e mordidas depositados no meu pescoço, e o sorriso descarado enfeitando os seus lábios.
— Meu... Deus — Sussurro inconscientemente, após um gemido de dor insuportável escapar dos meus lábios no momento em que senti o meu sexo se contrair com aquela visão, enquanto o meu corpo estremecia e eu me sentia desesperadamente perto.
Uma das suas mãos alcançou o meu pescoço, o envolvendo e ela aproximou o seu rosto do meu, sorrindo ainda mais.
— Você pode me tocar, eu sou sua. — Ela sussurrou, apertando levemente o meu pescoço e continuando a se movimentar em cima de mim, subindo, descendo e rebolando da maneira mais fácil do mundo a sua bunda deliciosa contra as minhas pernas, enquanto os seus cabelos ameaçavam cair pelo seu rosto e ela passou a me encarar com o olhar mais descarado do mundo, gemendo baixo, vez ou outra, pelo atrito contra as minhas pernas.
Apertei os meus olhos com força, gemendo incontroladamente a cada vez que sentia a ânsia, exatamente ao meio das minhas pernas, em senti-la rebolar daquela forma enlouquecedora para mim.
Porra!
Ela afastou as suas pernas, se levantando e, antes que eu conseguisse processar o que estava acontecendo, ela ficou de costas e começou a rebolar a sua bunda deliciosa diante de mim.
Eu gemi, me sentindo incapaz de afastar as minhas mãos do apoio da cadeira para tocá-la, até que ela se sentasse, ainda de costas, sobre o meu colo e continuasse a sua dança rebolando sobre mim e, finalmente, me fazendo realmente sentir o seu contato contra mim.
Como se eu estivesse realizando o maior esforço do mundo, levei as minhas mãos até a sua bunda e, no mesmo instante, senti o meu corpo inteiro responder aquele ato, ao estremecer e se arrepiar por completo assim que senti a maciez da sua pele contra as palmas das minhas mãos e apertei, ouvindo-a gemer baixo e rebolar com mais intensidade contra o tecido da minha calça, em uma fricção insuportável contra o meu sexo.
— Meredith... Porra... — Gemi o seu nome completamente bêbada pela sensação desesperadora que me atingiu diante daquele ato, sentindo o meu centro pulsar desesperadamente por ela, diante da necessidade de tê-la mais intensamente, enquanto fechava os meus olhos com força e sentia a minha respiração engasgar no meu peito, me sentindo fodidamente perto de gozar sem sequer ter sido verdadeiramente tocada por ela.
Segurei firmemente a sua cintura, mandando o meu senso para a puta que pariu e a guiando para mais perto, gemendo novamente ao sentir, de maneira ainda mais intensa, a sua bunda roçando contra a minha intimidade.
— Meredith...
Ela virou o seu rosto, depositando um beijo terno sobre o canto da minha boca e se levantou, virando-se de frente para mim.
— Sim, meu amor... O que você quer? — Ela se sentou sobre o meu colo novamente, continuando com os seus movimentos lentos, enquanto desabotoava a minha camisa vagarosamente. — Adoro quando deixa três botões abertos — Ela sussurrou contra os meus lábios — Mas não sei se gosto de ter a minha mulher andando por aí com um decote tão... Profano, para que todos vejam. Abra os olhos.
Eu o fiz, encarando os seus completamente azuis.
— Não gosto de imaginar outras pessoas por aí admirando o que é meu. — Ela murmurou, afastando a minha camisa com uma certa brutalidade do meu corpo, tirando-a sem precisar da minha ajuda.
— Vou usá-los... Todos fechados... A partir de agora — Sussurro de maneira entrecortada, apertando firmemente a sua cintura contra mim.
— Não... Não precisa. Gosto de imaginar todas aquelas... — Ela suspirou, omitindo um possível palavrão que eu tinha certeza que ela não conseguiria falar — Mulheres olhando pedaços do que elas nunca poderão ter. Enquanto eu... Apenas eu posso olhar a vista inteira. E prová-la. Porque você é minha, meu bem. Completamente minha.
Ela sorriu de maneira descarada, encarando os meus seios cobertos por um sutiã de renda preto, e mordeu o seu lábio inferior, me encarando intensamente logo depois.
— Me diz, meu amor... — Ela murmurou, rebolando contra o meu abdômen e eu fechei os meus olhos com força, jogando a minha cabeça para trás e soltando o ar com dificuldade, ao sentir o seu calor tão, mas tão fodidamente próximo. — Você gosta disso, Addie?
Aperto os meus olhos com força quando ela repete o ato, mordendo os meus lábios e engolindo um gemido. Cravo as minhas unhas com força sobre a sua bunda, guiando-a para repetir o seu ato. Ela riu.
— Me diz, Addie... — A sua mão tocou o meu pescoço novamente com indelicadeza, o puxando para que o meu rosto estivesse, novamente, diante do seu. — Se eu descer um pouco mais... — Ela sussurrou, enquanto a sua mão descia até o meu abdômen e parava sobre o cós da minha calça. Apertei os meus lábios com força, suprimindo um gemido de dor e ansiedade. — O que eu vou encontrar?
Engulo em seco, soltando o meu ar diante de um tremor, ao apenas imaginar o que ela faria após constatar o que havia feito ao meio das minhas pernas sem precisar, sequer, me tocar.
Eu estava fodida, definitivamente fodida.
— Hum?! — Ela insistiu, e eu abri os meus lábios, sussurrando baixo:
— Não... Não sei.
Ela sorriu. Eu sabia que ela havia emitido um sorriso, apenas pelo calor esquisito que me tomou após o fechar dos meus lábios.
Por isso, abri os meus olhos apenas para constatar que eu estava certa, ao vê-la me encarar com um sorriso descarado e divertido nos lábios.
— Vamos descobrir então, meu amor.
Ela mordeu o seu lábio descaradamente entre o sorriso, abrindo o botão da minha calça, enquanto eu me forcei a segurar por completo a minha respiração trêmula, no momento em que senti que iria entrar em um estado ainda pior do que o que eu já estava.
— Me diga que está usando aquela calcinha preta.
— Você vai... — Engoli em seco, após estremecer novamente diante do seu toque quente no meu abdômen — Precisar ser mais espe... específica.
— A menor de todas, a minha favorita.
Ela desceu o seu olhar lentamente pelo meu corpo, parando sobre a minha calça aberta e desceu o zíper vagarosamente, sorrindo de maneira vitoriosa quando o pouquíssimo pano da maldita menor calcinha que eu possuía foi revelado.
— Você é a mulher mais gostosa do mundo, meu amor — Ela sussurrou, mordendo o seu lábio inferior e aproximando o seu rosto do meu.
Encarei os seus lábios, sentindo o meu coração pulsar tão forte no meu peito que estava se tornando doloroso e mordi o meu próprio lábio, sentindo a necessidade excruciante de beijá-la.
Ela pareceu perceber essa necessidade, pois aproximou o seu rosto ainda mais do meu, tocando os nossos narizes.
Fechei os meus olhos, entreabrindo os meus lábios, completamente bêbada pela sensação inebriante de necessidade que me envolvia com uma urgência dilacerante.
Senti o seu hálito quente e fresco de vinho misturado com morango e, utilizando de muito mais forças do que normalmente precisava para realizar aquele ato, encostei os nossos lábios, sentindo o meu corpo inteiro estremecer diante daquele mínimo toque e a minha respiração falhar, enquanto um gemido mais do que audível escapava da minha garganta.
No mesmo instante, senti a sua mão pousada sobre o meu abdômen adentrar, inesperadamente, a minha calça, me fazendo gemer e separar os nossos lábios, apertando com força a sua cintura, estremecendo novamente e mais intensamente diante daquele contato, e, no mesmo instante, ela soltar o seu ar de maneira intensa, arfando contra os meus lábios.
— Meu Deus, Addie... — Ela gemeu, de maneira manhosa, encostando a sua testa na minha e eu apertei os meus olhos intensamente, tentando me controlar diante da sensação quente e tão, mas tão próxima da sua mão sobre a minha calcinha mais do que encharcada — Isso... Isso é tudo para mim? — Ela parecia realmente assustada.
— Sempre — Sussurro, com a respiração mais ridiculamente ofegante do que eu gostaria.
— Você... Você está encharcada para mim, Addie... Completamente... Encharcada... Para mim... Abra os olhos, por favor, meu bem.
Eu o fiz, encarando os seus ainda mais nublados em um ar de luxúria e poder deliciosos.
Eu entendi exatamente o que aquele olhar significava.
Meredith havia, pela primeira vez, entendido, talvez não por completo, mas quase, o quão fascinada por ela eu era.
O quanto de mim ela possuía. O poder que ela tinha sobre mim. Em todos os sentidos.
— A sua... A sua calça...
— Sim... — Sussurro, sem conseguir deixar de encarar aquele olhar de completa estupefação e deleite.
Eu adorava aquela mulher.
Pela puta que pariu, como eu adorava aquela mulher!
— Eu queria... Tanto... Tanto... Falar um palavrão agora. — Ela me surpreendeu.
Sorrio de maneira trêmula, erguendo a minha mão igualmente trêmula e tocando o seu rosto quente. As suas bochechas rosadas.
— Qual, querida?
— O seu favorito.
O meu sorriso aumentou ainda mais e ela o acompanhou, sorrindo de maneira doce, como se não estivesse me enlouquecendo por completo naquele momento. Por um segundo, ela era novamente a minha Meredith, a figura pequena dona de uma doçura quase infantil. Mas apenas por um segundo.
— Diga, meu bem.
Ela me encarou intensamente, parecendo balançada com aquilo, e eu devolvi a intensidade do seu olhar, dando-a coragem para fazer aquilo.
— Po...rra. — Ela cobriu os seus lábios instantaneamente com a sua mão livre, sorrindo de maneira travessa para mim por detrás dela.
Eu sorri de volta, afastando a sua mão delicadamente.
— Diga novamente.
Ela encostou a sua testa na minha, fechando os seus olhos e me surpreendendo ao adentrar a minha calcinha, me fazendo fechar os olhos com força e jogar a minha cabeça para trás, gemendo mais alto do que eu gostaria para ela.
— Porra! — Ela sussurrou novamente, me fazendo contrair de maneira dolorosa para si, ao ouvir aquele palavrão sair dos seus lábios da maneira mais rouca, sexy e necessitada o possível.
A sua mão se afastou e eu, confusa, abri os meus olhos, apenas para, então, vê-la encarar de maneira intensa e com os olhos brilhantes os seus dedos completamente melados pela minha excitação.
Ela sorriu e, sem que eu pudesse prever o que ela faria, ela os levou até os seus lábios, abrindo-os e me fazendo tremer ao ver a ponta da sua língua lamber o conteúdo ali da maneira mais descarada do mundo, enquanto os seus olhos me encaravam como se pudessem me foder por completo.
Eu senti a minha garganta arder, enquanto o meu coração batia fortemente contra o meu peito e a minha boca secava diante daquela visão dos infernos. E eu imaginava a sua língua realizando aquele mesmo movimento entre as minhas pernas.
— Meredith... Não... Não faça isso. — O meu tom de voz soou mais vulnerável do que eu esperava.
— Você é tão gostosa, meu amor — Ela sussurrou, aproximando o seu rosto do meu — Prove.
Antes que eu pudesse pensar, os seus dedos estavam sobre os meus lábios e a minha boca se abriu automaticamente diante da sua ordem, e eu senti o meu gosto sobre a minha própria língua. Fechei os meus olhos, diante da sensação diferente que me tomou ao sentir aquilo e chupei-os, sentindo ainda mais intensamente o meu próprio gosto. Porém, me surpreendendo por completo, senti a loira afastar o tecido de renda do meu sutiã e abocanhar um dos meus seios com intensidade.
A minha cabeça pendeu para trás novamente, enquanto um gemido audível escapava dos meus lábios junto com um engasgo, e eu apertava a sua bunda com força.
A sua língua quente passeou o meu mamilo uma, duas e três vezes, e, em todas elas, o meu corpo estremeceu com mais intensidade, conforme eu sentia aquele ato repercutir exatamente ao meio das minhas pernas.
Ela tirou os seus dedos da minha boca, os levando até o fecho do meu sutiã, abrindo-o e tirando-o com uma destreza e rapidez que me surpreenderiam, se eu não estivesse completamente ensandecida pela sensação deliciosa dos seus lábios na minha pele quente.
No momento em que a loira envolveu o meu mamilo entre os dentes e puxou, soltando-o vagarosamente entre os dentes, eu gemi alto, subindo uma das minhas mãos para os seus cabelos, os puxando com força.
Que porra era aquela?!
Como diabos eu poderia ser tão sensível naquele local ao ponto de sentir exatamente aquilo ao meio das minhas pernas, e sequer saber disso, até agora?
A loira gemeu baixo entre o meu seio e o assoprou, lambeu e novamente tomou-o entre os seus dentes, apertando o outro entre os seus dedos.
Apertei a sua bunda com força, sentindo o meu centro se contrair de maneira intensa, enquanto a minha respiração se tornava cada vez mais falha.
Quando a sua boca passou para o meu outro seio, eu gemi ainda mais alto, ao senti-la mordiscar o meu mamilo com maestria. O meu corpo estremeceu em um primeiro espasmo, enquanto as minhas pernas estremeciam e o meu estômago ansiava por liberar aquela tensão ao pé da minha barriga, enquanto eu tentava, como um inferno, me segurar para não gozar tão rápido e sem sequer ser tocada por ela.
Mas isso estava se tornando a missão mais impossível do mundo, tendo em vista o estado deplorável em que eu me encontrava, e a pulsação tão forte ao meio das minhas pernas.
— Meredith... — Sussurro, afundando as minhas unhas com força na sua bunda, enquanto respirava com dificuldade, sentindo o meu peito desejar explodir, enquanto estremecia em indícios mais do que claros do que estava prestes a acontecer.
Puta que pariu!
Senti a sua boca se afastar e a sua mão rodear o meu pescoço novamente. Abri os meus olhos, dando de cara com os seus, completamente inebriados de luxúria e surpresa.
— Meu Deus, Addie... Você... Você está... Está quase...?
Mordo o meu lábio inferior, fechando os meus olhos novamente e jogando a minha cabeça para trás, ao senti-la envolver os meus seios com as suas mãos.
— Responda, Addison!
— O... O que..
— Você está... Quase gozando para mim e... E eu sequer toquei você. É isso?
Solto o meu ar com dificuldade, sentindo o meu corpo estremecer e o meu centro, novamente, contrair-se, implorando para liberar aquela porra de sensação dos infernos.
— Responda, meu amor. — Ela sussurrou de forma delicada e eu, derrotada, apenas assenti, sentindo as minhas bochechas queimarem em uma sensação completamente nova.
Vergonha.
Puta que pariu!
Desde quando eu sentia aquilo?
— Meu Deus, Addie — Ela sussurrou, parecendo estarrecida, mas o seu tom de voz suave não durou por muito mais tempo, antes que eu pudesse computar, ela já havia o mudado para a rouquidão firme, autoritária e sexy, me fazendo, novamente, arrepiar ao ouvi-la sussurrar ao meu ouvido — Você só vai gozar na minha boca, Vossa Excelência.
Apertei os meus olhos com força, completamente incrédula da posição tão fodidamente submissa em que eu estava em todo aquele cenário.
Caralho!
— Me prometa.
Assinto, sem sequer entender direito o que eu estava prometendo.
— Você só vai gozar quando eu quiser. E quantas vezes eu quiser.
Porra!
Puta que pariu!
Nem em mil anos eu poderia imaginar que estaria, no dia do meu aniversário, ouvindo aquelas palavras da boca tão deliciosa da minha mulher.
Eu parecia estar em uma espécie de alucinação extremamente maluca, irreal e intangível. E, se estivesse, eu gostaria de nunca mais me elucidar dela, porque, a cada nova provocação saída da boca daquela mulher, eu sentia o medo excruciante de estar apenas sonhando com tudo aquilo e abruptamente acordar e me ver novamente sozinha naquele quarto e cama gigantes, sem o seu cheiro e o seu calor.
Por isso, devagar, abri os meus olhos, encarando os azuis brilhantes mais lindos do mundo e sentindo-me, estranhamente, arrepiar com o olhar tão... Intenso, delicado e fascinado que ela me ofertava.
Seus olhos nos meus.
O que se passava pela sua cabeça?
— No que está pensando? — Sussurro, acariciando a sua boca levemente.
— No quanto você é... Linda. E no quanto eu sou... — Ela suspirou, fechando brevemente os seus olhos, para os abrir novamente ainda mais brilhantes — Fascinada por você — Ela sussurrou, acariciando a minha bochecha de maneira terna e eu suspirei em completo encantamento, observando-a me encarar com aquele brilho em misto de desejo, carinho e admiração. — Tudo em você é lindo, Addie — Ela completou, com um sorriso brotando devagar em seus lábios — Do seu corpo à sua alma. Eu... Acho que... Te adoro bem aí, no meio dessa linha tênue. — Ela sorriu mais, aproximando o seu rosto ainda mais do meu e fechando brevemente os seus olhos — Não sei se quero que você tenha a noção do quanto...
Sinto o meu peito parecer se afogar ainda mais na tempestade que acontecia dentro de mim naquele momento ao ouvir aquelas palavras, como se já soubesse o real significado delas, antes do meu cérebro.
E sinto algo diferente, irreconhecível, me aplacar naquele momento.
Eu nunca havia sido tratada com tanta... admiração além do meu físico.
Acho que essa era a coisa que mais me tocava sobre Meredith. Ela não sentia apenas desejo por mim. Ela parecia... Realmente gostar de mim. Como um todo. O combo inteiro completamente bagunçado e errado que eu chamava de eu.
Meredith gostava de mim, exatamente na linha tênue de quem eu era.
E isso era irreal para mim.
Como, diabos, o ser humano mais incrível e mais puro do mundo poderia gostar de mim por quem eu era?
Isso ainda me era um mistério, e estranhamente um mistério que eu gostaria de entender.
— Eu quero — Sussurro, acariciando a sua bochecha.
Ela pareceu perder a órbita por alguns segundos, e eu acariciei o contorno da sua boca como sempre apreciava fazer, simplesmente porque adorava o formato tão único e tão lindo dela.
Senti o meu estômago se revirar mais uma vez com o brilho mais acentuado do seu olhar, e com o sorriso que brotou em seus lábios no mesmo instante.
Ela negou com a cabeça, aproximando o seu rosto ainda mais do meu, até encostar as nossas testas e começou a acariciar a minha boca, assim como eu fazia com a sua. Seu olhar caiu sobre os meus lábios e eu ofeguei, ao observar os seus olhos se tornarem mais escuros no mesmo segundo.
— Me beije — Ela sussurrou, fechando os seus olhos. O seu hálito de morango misturado com vinho tocando suavemente o meu rosto.
Eu fechei os meus e toquei os seus lábios com os meus, não conseguindo conter o som satisfeito que escapou da minha garganta no momento em que ela abriu os seus lábios, me dando passagem com a língua.
E eu o fiz, como fazia todos os dias e como em todos os dias sentia a mesma coisa, e como em todos os dias ansiava para sentir a mesma coisa.
A mesma sensação eufórica, nova e intensa que me acometia ao pé do estômago, ao peito, às pernas, aos braços e à garganta. A sensação de estar viva.
No momento em que a sua língua doce, quente, molhada e tão delicada se enroscou à minha, eu senti, pela enésima vez, a sensação estranhamente satisfatória de como se todos os meus órgãos houvessem derretido e virado uma água quente, intensa e agora reconfortante ao pé da minha barriga.
Eu não sabia de que aquela sensação era feita, e de que poderia nomeá-la, que não fosse um sossego inquietantemente calmo.
Beijar Meredith era como um lembrete a mim mesma de que eu estava viva. Poderosamente viva.
E eu realmente demorei para entender aquela sensação tão... Fora da minha zona de conforto ao ponto de me deixar maluca, em alguns momentos, como a minha nova realidade. O meu mais novo conforto desconfortável.
Estar com Meredith era estar confortável fora da minha zona de conforto, fora de tudo que eu era desde que me entendia como mulher.
E, no momento em que as suas unhas tocam levemente o meu pescoço, no carinho inconsciente de sempre, eu sei que essa zona de conforto não existe mais.
Eu não era mais a Addison que a habitava anteriormente.
Eu me sentia tão... Viva ao lado de Meredith, que abrir mão de quem eu anteriormente era antes dela não era um sacrifício, e sim uma necessidade, uma obviedade.
Aquele eu já não mais existia, pelo menos não em dominância dentro de mim, ele havia se tornado tão, mas tão pequeno em relação aquela nova linha de conforto inquietante, que eu não conseguia mais discernir um espaço para que ele coubesse em algum lugar dentro de mim.
Porque ele não mais me cabia.
Apenas ela me cabia.
Meredith.
Ela era o nome, a razão e linha que delimita essa sensação.
Ela é a sensação.
Eu nunca poderia ser capaz de sentir absolutamente nada minimamente parecido com o que sentia com ela, com o que ela era.
Nada nesse mundo poderia ter uma força tão poderosa quanto ela.
A minha cabeça apenas retornou ao mundo físico quando eu senti a loira se ajeitar sobre o meu colo e, devagar, rebolar contra mim, no ritmo ainda lento e intenso do nosso beijo.
Uma das minhas mãos, no mesmo instante, desceu para as suas nádegas, e eu as apertei com força contra mim, sentindo a carne quente, definida e macia contra os meus dedos me fazer desejar intensamente substituí-los pela minha boca.
A outra encontrou o seu caminho de praxe ao pescoço quente e macio, e eu enrosquei os meus dedos nos seus cabelos sedosos, sentindo-a se arrepiar no mesmo momento, enquanto descia as suas unhas pelo meu tronco e até os meus seios, os acariciando com um misto de ternura e ânsia contida, eu gemi pela sensibilidade e pela ansiedade em tê-la de forma mais intensa.
O ar começou a se fazer necessário entre nós, e ela afastou a sua boca da minha apenas para respirar fundo, me dando a oportunidade de fazer o mesmo, mas logo atacou os meus lábios com uma ânsia ainda maior, adentrando a minha boca autoritariamente com a sua língua em um beijo intenso, violento e rápido, que me fizera ofegar contra os seus lábios e apertá-la ainda mais de encontro a mim, ainda surpresa pelo fato de as nossas bocas se encaixarem tão bem naquela intensidade.
Suas mãos subiram para o meu rosto, segurando-me com intensidade contra o seu.
As minhas mãos subiram da sua bunda à sua cintura, e, então, aos seus seios, que as preencheram, ainda por cima do decote, por completo.
A ouvi gemer contra os meus lábios e senti, novamente, o meu centro pulsar, arder e implorar para liberar aquela sensação presa.
Mas eu não o faria.
Porque ela decidia quando.
Ela me puxou de forma mais intensa para si e as minhas costas se afastaram da poltrona, e, quase que automaticamente, as suas mãos rumaram para aquele local, arranhando intensamente com as suas unhas.
Um gemido nada delicado escapou dos meus lábios, enquanto eu me segurava, como um inferno, para não me deixar sucumbir à sensação já incômoda ao pé da minha barriga.
Meredith separou os seus lábios dos meus na mesma intensidade em que, anteriormente, os tomou e me encarou com lascívia. Eu estremeci.
Os seus dentes mordiscaram o meu lábio inferior sem qualquer tipo de delicadeza, enquanto as suas unhas arranhavam, novamente, os músculos das minhas costas.
— Você não pretendia dormir essa noite, pretendia? — Ela sussurrou contra os meus lábios, enquanto os seus se curvavam lentamente em um sorriso completamente descarado. — Porque se sim... Podemos adia...
— Meredith... — o seu nome escapou dos meus lábios em um sussurro que demonstrava, por completo, toda a minha ânsia e a minha impaciência.
— Sim, meu bem? Você sabe exatamente qual é a palavra mágica.
— Por favor — Murmuro, sem conseguir encarar os seus olhos por muito tempo, após vê-la morder deliciosamente o seu lábio inferior e, no mesmo momento, me ofertar um sorriso malicioso.
— Muito bem, agora restam seis línguas — Ela sussurrou contra os meus lábios, sem fazer questão de inibir o sorriso completamente descarado que invadia os seus lábios, para, logo em seguida, morder levemente o meu queixo.
— Meredith... — Murmuro o seu nome, incrédula com o que eu achava que ela estava me pedindo.
— Agora, em português. — Seus lábios mordiscaram sutilmente o meu lábio inferior, me fazendo fechar os olhos brevemente.
Suspirei, tentando fazer o meu cérebro funcionar para acatar ao seu pedido.
— Por favor — Sussurrei contra o seu rosto, vendo-o, no mesmo instante, tensionar, enquanto os seus olhos se tornavam ainda mais escuros.
— Sim... Agora... Em francês.
Engoli em seco, sentindo a sensação incômoda e fria ao meu estômago se misturar com a sensação quente e desesperada ao pé dele.
— S'il vous plait.
Seus olhos se fecharam e um grunhido quase inaudível escapou da sua garganta, enquanto a sua boca se encontrava ao meu pescoço, me fazendo, no mesmo instante, fechar os olhos com força, ao sentir a sua língua passear naquele local.
— Espanhol.
Engoli em seco, ao sentir a sua boca descer para o meu colo e as suas pernas se afastarem da minha cintura lentamente.
Abri os olhos apenas para vê-la sair do meu colo e se ajoelhar diante de mim, com os olhos fechados e a boca quase indo de encontro aos meus seios.
— Por... Favor. — Murmuro, levando a minha mão ao seu pescoço e, então, aos seus cabelos.
— Sim... — Ela sussurrou em um fio de voz, parecendo realmente estar gostando daquilo — Alemão.
Engoli em seco, tentando fazer o meu cérebro funcionar ao sentir a sua boca descer até o meu abdômen.
— Meredith...
— Em alemão, Addison — Ela respondeu ao meu murmuro, mordendo levemente a minha barriga, enquanto as suas mãos se encontravam ao cós da minha calça e faziam pressão para que a alfaiataria deixasse o meu corpo.
Automaticamente o meu quadril se levantou, enquanto o meu cérebro colapsava por completo ao se ver sem resposta para uma frase simples em uma língua que o habitava por mais de vinte e dois anos.
A loira me encarou com lascívia após tirar por completo a minha calça e sorriu, encarando a minha calcinha. Eu estremeci, vendo-a abrir as minhas pernas e se colocar completamente entre elas.
— Estou esperando.
Fecho os meus olhos, me concentrando a forçar o meu cérebro que mal conseguia pensar em qualquer coisa na minha língua materna, e muito menos conseguiria em qualquer uma das outras seis.
Até que, enfim, no momento em que os seus lábios se afastaram do meu abdômen, o meu cérebro conseguiu formar um pensamento coerente.
— Bitte schön.
Ela sorriu descaradamente, fechando os olhos e mordiscando, novamente, o meu abdômen.
— Russo.
— Puta... Que pariu! — Murmuro, completamente incrédula de que ela realmente estava fazendo isso. E de que eu realmente havia perdido completamente todas as minhas habilidades de fala em sete caralhos de línguas diferentes!
— Então é assim que se fala por favor em russo? Estranho porque... Se for assim... Você vive pedindo por favor. — Ela riu e eu revirei os olhos, tentando pensar.
— Isso... não é engraçado — Murmuro, sentindo-me estremecer no momento em que as suas unhas passam a acariciar as minhas coxas descaradamente.
— Ver você sem palavras em sete línguas? É um pouco — Ela murmurou com um sorriso descarado nos lábios.
Suspiro, enfim, conseguindo sussurrar aquele pedido em russo, enquanto fechava os meus olhos.
Ela sorriu, eu sabia que havia sorrido, mesmo estando de olhos fechados.
Os abri, dando de cara com um imenso sorriso em seus lábios.
— Agora... A minha favorita... Italiano, mi amore. — Sinto-me estremecer ao ouvir aquele apelido sair dos seus lábios tão carregado de lascívia e carinho ao mesmo tempo, de uma maneira em que apenas ela era capaz de me ofertar.
A minha mão em seus cabelos desceu para o seu rosto e eu segurei-o entre ela, acariciando o seu lábio inferior com o meu polegar trêmulo e fazendo um esforço muito além do normal para conseguir sussurrar, olhando em seus olhos:
— Per favore, signora Montgomery.
Seus olhos se fecharam brevemente, enquanto ela soltava o seu ar de maneira trêmula contra o meu polegar e um grunhido baixo escapava dos seus lábios vagarosamente.
Meredith abriu os olhos e me encarou intensamente, me fazendo, também, estremecer ao vê-la se levantar e se sentar ao meu colo novamente com urgência. Suas mãos se encontraram ao meu rosto e ela aproximou a sua boca da minha, me encarando intensamente.
— Gostaria de ter mais paciência para ouvi-la implorar um pouco mais.
Suspiro, fechando brevemente os meus olhos ao imaginar mais incontáveis minutos daquela tortura.
— Mas eu acho que sete línguas são o suficiente, vossa excelência.
Os meus olhos se abriram novamente apenas para observá-la me lançar um sorriso descarado e atacar os meus lábios com os seus em um beijo intenso e desesperado.
Senti o meu corpo sair de órbita no momento em que a sua mão me tocou, ainda por cima da minha calcinha, e um gemido involuntário escapou dos meus lábios. Antes que eu pudesse pensar com clareza, a minha mão entornou o seu pulso em um pedido desesperado para que ela fosse em frente.
Pude senti-la sorrir entre o nosso beijo e acariciar, devagar, o meu centro por cima da calcinha.
Separei as nossas línguas e, ainda com os meus lábios juntos aos seus, murmurei, completamente ensandecida por toda aquela provocação, sentindo-me incapaz de suportá-la por mais tempo:
— Me foda.
A sua respiração engasgou e ela suspirou contra mim, mordiscando o meu lábio inferior.
Fazendo exatamente o que eu desejava, mas, ainda sim, me surpreendendo, senti a loira afastar a minha calcinha para o lado e, inesperadamente, adentrar-me com dois dos seus dedos, me fazendo gemer contra os seus lábios e apertar o seu pulso mais fortemente, enquanto a minha outra mão se enrolava aos seus cabelos.
— Porra! — Murmurei logo após, sentindo o meu corpo estremecer por completo.
Abri os meus olhos, dando de cara com os seus me encarando intensamente e mordi o meu lábio inferior, sentindo a minha cabeça completamente turva e vazia de quaisquer pensamentos além do único possível:
Eu estava infinitamente enfeitiçada por aquela mulher!
Porém, assim que os seus dedos se movimentam lenta e deliciosamente dentro de mim, aquele pensamento pareceu virar fumaça, enquanto eu sentia o meu interior apertar os seus dedos intensamente, implorando por mais daquele estímulo para, enfim, liberar aquela sensação.
Ela sorriu, me encarando intensamente enquanto entrava e saía de mim com facilidade e o meu corpo tensionava cada vez mais, a cada movimento deliciosamente lento que ela realizava dentro de mim.
Porra!
Aquela mulher sabia exatamente como eu gostava de ser fodida!
Coisa que eu, antes dela, sequer imaginava saber.
Eu sempre acreditei, antes de Meredith, que gostava de um sexo rápido e forte, que apenas me fizesse gozar pela rapidez e agilidade dos movimentos, ou pelo simples fato de estar sendo fodida por uma qualquer que, no passado, eu poderia considerar gostosa.
Mas absolutamente nada se comparava ao fato de eu estar sendo fodida pela mulher mais gostosa que eu já havia conhecido na vida, e de senti-la entrar e sair de mim vagarosamente e quase que torturantemente, prolongando ainda mais a sensação mais fodidamente deliciosa que eu já senti:
A sensação de gozar para ela.
Apenas para ela.
A minha mulher.
Porra!
Todos aqueles pensamentos viraram fumaça quando senti a sua boca mordiscar o meu pescoço e descer para os meus seios.
E, no instante em que os seus lábios rodearam o meu mamilo extremamente rígido, eu senti o meu corpo estremecer em um primeiro espasmo, enquanto um gemido nada discreto escapava dos meus lábios.
— Meredith... — Sussurro o seu nome, segurando firme os seus cabelos e fazendo-a me encarar.
— Sim, meu amor? — Ela murmurou, com a boca ainda encostada ao meu seio.
Fecho os meus olhos com força no momento em que sinto-a massagear o meu clitóris com o seu polegar, sorrindo descaradamente para mim e deixo um palavrão escapar.
A minha mão ao seu pulso desceu para a sua bunda e, sem conseguir me conter, cravei as minhas unhas sobre ela.
Ela foi mais fundo e menos lentamente, enquanto os seus lábios mordiscavam e brincavam com os meus seios fodidamente sensíveis e eu me sentia ainda mais perto de liberar aquela sensação.
Os seus lábios voltaram para os meus e ela me beijou intensamente, enquanto a minha mão à sua nádega a apertava ainda mais fortemente, em uma tentativa completamente nula de controle.
O meu corpo estremeceu em mais um espasmo e eu gemi ofegante contra os seus lábios, sentindo-me fodidamente sem ar e fodidamente perto.
— Meredith... Mere... Porra! Meredith... Ah.. Porra. Porra. Porra.
Mas, então, ela parou. E novamente interrompeu aquela sensação fodidamente perto.
Abri os meus olhos, preparada para xingar todos os palavrões que eu conhecia, apenas para vê-la sorrir para mim e se levantar do meu colo, segurei a sua bunda com força, puxando-a novamente para mim com mais brutalidade do que gostaria em um lapso de raiva, tesão e necessidade.
Mas, antes que eu pudesse dizer algo, ela puxou a minha mão, me fazendo levantar da poltrona.
Eu o fiz, sentindo as minhas pernas estremecerem.
— Me...
— Shhh... Sou mais romântica do que isso. Quero você na nossa cama, Addie.
E, então, ela me puxou junto a si até o pé da nossa cama e, sem que eu esperasse, me jogou nela com força.
As minhas pernas se abriram imediatamente enquanto a minha cabeça se nublava novamente ao observá-la se deitar por cima de mim. Afastei os seus cabelos do seu rosto, os enrolando no meu braço e ela sorriu para mim, me beijando novamente.
Assim que a sua língua se entrelaçou à minha eu senti, novamente, o meu corpo estremecer, enquanto os seus lábios se moviam vagarosamente sobre os meus. Antes que eu pudesse aprofundar o nosso beijo ela separou os seus lábios dos meus, os descendo para o meu pescoço.
Senti os seus lábios mordiscarem a minha pele, agora, com urgência, enquanto iam descendo para os meus seios. Apertei os seus cabelos contra as minhas mãos com ainda mais força e ela gemeu, mordiscando cada um deles e, sem mais conseguir me controlar, empurrei a sua cabeça para a minha barriga, ela riu, acatando o meu pedido desesperado, antes, deixando um beijo leve sobre o meu abdômen.
Assim que o seu rosto chegou ao meio das minhas pernas e ela me encarou, eu estremeci ao apenas imaginar a sua boca exatamente ali.
Ela sorriu, fechando os seus olhos e puxou a minha calcinha para fora do meu corpo, levando-a até as suas narinas. Estremeci ao observá-la cheirar com intensidade e sorrir, mordiscando o seu lábio inferior com força.
— Gostosa — Ela sussurrou, abrindo os olhos e me encarando com o brilho dos azuis escuros que eu tanto era fascinada.
Minha mulher.
Puxei os seus cabelos com força e ela sorriu, desviando o seu olhar para onde eu desejava a sua boca como necessitava de ar.
Os seus braços abraçaram as minhas coxas e os seus lábios beijaram, com urgência, o meu abdômen até o interior completamente molhado da minha coxa esquerda. A sua língua passeou aquele local, me fazendo fechar os olhos com força e puxar ainda mais fortemente os seus cabelos, sem sequer conseguir me preocupar em estar a machucando, ela gemeu baixo, desviando os seus lábios dali.
— Meredith...
Ela me encarou, assentindo ao meu pedido ainda não verbalizado.
— Acho que posso deixar o romantismo para depois, certo?
Assinto em completo desespero, descendo a minha outra mão para o seu pescoço.
E, então, ela me beijou com intensidade exatamente onde eu desejava. A sua língua percorreu a minha entrada molhada até o meu clitóris e eu estremeci em um espasmo forte.
Eu gemi alto, o meu peito descendo e subindo sem parar, a minha pele suada, arrepiada e fodidamente quente, a minha cabeça turva e as pernas trêmulas.
Os seus dedos me adentraram novamente e aquele foi o meu estopim, as minhas unhas se cravaram ao seu pescoço com medo de que ela parasse novamente, mas não aconteceu. A sua boca tomou o meu nervo inchado entre os dentes, enquanto os seus dedos se movimentavam vagarosamente dentro de mim e as minhas pernas estremeciam contra o seu corpo.
O seu nome atravessou os meus lábios incontáveis vezes enquanto eu gemia como nunca havia feito, em toda a minha vida.
— Goze, Addie — Ela sussurrou contra mim e eu apertei os meus olhos com força, sentindo a minha cabeça pesada demais para mantê-la ereta, jogando-a para trás, enquanto o meu corpo inteiro tremia intensamente abaixo de si e gozava violentamente contra os seus dedos, enquanto o seu nome saía dos meus lábios feito a porra de um mantra.
— Meredith... Meredith... Mer... Meredith... Porra... Porra... Meredith...
Ela não parou de me estocar por um segundo sequer, prolongando aquela sensação por muito mais tempo, enquanto eu sentia uma sensação infinitas vezes mais intensa me tomar, conforme os meus lábios se abriram em completo espanto.
Os seus dedos saíram de dentro de mim e deram lugar aos seus lábios. Ela me puxou para mais perto pelas minhas coxas com uma força que eu sequer sabia que ela poderia possuir e continuou a me chupar com intensidade, enquanto eu estremecia intensamente sobre a nossa cama e gemia tão alto que eu tinha a mais absoluta certeza de que poderia ser ouvida para fora do nosso quarto. Até sentir os seus dentes me mordiscarem com delicadeza, me assustando ainda mais ao sentir-me, literalmente, jorrar contra o seu rosto, pela primeira vez na vida, conforme sentia aquela sensação novamente, enquanto a minha cabeça doía e o meu cérebro desligava-se por completo por alguns, poucos, segundos.
Afastei, com o resto de forças que me restavam, a sua cabeça das minhas pernas e puxei-a para mim, sentindo a necessidade de tê-la mais perto. De beijá-la, acariciá-la, de me fundir a ela e, ainda sim, não seria o suficiente.
Os seus lábios me beijaram com voracidade, enquanto eu ainda lutava para recuperar o meu ar. Afastei-os dos meus, sentindo-a beijar o meu pescoço e chupá-lo com intensidade.
— De novo — Ela sussurrou contra o meu ouvido, mordiscando a minha orelha descaradamente.
Antes que eu pudesse entender o significado daquela frase, senti os seus dedos me invadirem de novo, dessa vez, mais fortemente e sem qualquer tipo de delicadeza.
Agarrei as suas costas suadas contra mim e cravei as minhas unhas sobre elas, gemendo contra o seu pescoço.
Ela entrava e saía de mim rápido, com força e intensamente, ignorando por completo o ofegar da minha respiração e o estremecer do meu corpo.
Os seus lábios mordiscaram o meu pescoço novamente e eu senti uma pressão e ardor diferente contra ele, mas sequer consegui focar naquela sensação, pois o meu corpo já começava a estremecer mais intensamente abaixo do seu.
A sua outra mão rodeou, com intensidade, o meu pescoço, me fazendo a encarar e ela sorriu, mordendo o seu lábio inferior enquanto os meus se entreabriam em completo torpor.
— Meredith... Puta que... Porra! Meredith... — Sussurrei contra a sua boca fodidamente deliciosa, sentindo-a morder o meu queixo e apertar ainda mais o meu pescoço, me fazendo gemer mais intensamente contra si. Os meus lábios se fundiram ao seu pescoço pálido e, sem sequer pensar no que eu estava fazendo, o beijei com mais intensidade do que sempre fazia, ouvindo-a gemer contra o meu pescoço e estremecer contra mim.
— Goze de novo. — Eu estremeci, arranhando a sua bunda com força e chupando, com força igual, o seu pescoço, ela gemeu de forma manhosa ao meu ouvido. E isso me enlouqueceu ainda mais. Sem sequer calcular as minhas ações, a palma da minha mão acertou, com força, a sua bunda, fazendo-a gemer surpresa ao meu ouvido — Addie... Isso... Isso, meu amor.
Apertei a sua bunda com ainda mais força ao sentir o meu clímax chegar, acompanhado de todas as porras de xingamentos que eu consegui externar.
O meu corpo se derramou contra o seu novamente, enquanto ela me fodia com ainda mais intensidade e eu gemia intensamente contra o seu ouvido, gozando, intensamente, pela terceira vez em menos de cinco minutos para ela.
A minha outra mão se enrolou aos seus cabelos novamente e eu os puxei com força, ouvindo-a gemer logo após e arranhar com força a minha coxa contra si.
Sob um esforço ainda maior, abri os meus olhos, dando de cara com os seus e percebendo o ar orgulhoso e completamente satisfeito que eles exalavam.
Ela sorriu, mordiscando os seus lábios e inevitavelmente levando o meu olhar até eles.
Tentando, inutilmente, controlar a minha respiração, acariciei a sua bochecha, beijando-a intensamente.
Ela gemeu contra o beijo, quando uma das minhas coxas envolveu a sua cintura e arranhou a minha bunda com força, mordiscando os meus lábios entre o beijo.
Apenas nesse momento me dei conta do molhado sobre a parte de cima da minha coxa, onde, anteriormente, ela estava sobre. Por isso, um sorriso descarado escapou dos meus lábios, ao somente imaginar a quantidade de vezes que eu a faria gozar para mim essa noite.
Tirando-me daquela linha de raciocínio, ela afastou os seus lábios dos meus e sorriu, mordiscando o seu lábio inferior ao se sentar sobre a minha cintura.
Segurei a sua com força contra mim e um gemido involuntário me escapou ao senti-la rebolar contra mim.
Ela estava tão fodidamente molhada. Porra!
— Quero você sentada.
E, então, ela se afastou, estendendo a sua mão para que eu me levantasse.
Eu o fiz com dificuldade, sentindo as minhas pernas completamente inúteis naquele momento e me sentei na ponta da nossa cama, observando-a me encarar como se desejasse memorizar cada centímetro do meu corpo.
— Eu sou definitivamente a mulher mais sortuda do mundo — Ela sussurrou, se sentando no meu colo.
— Depois de mim — Murmurei roucamente contra os seus lábios, abraçando a sua cintura. Ela sorriu mais intensamente.
— Como você consegue ficar ainda mais gostosa tão vermelha, tão suada e tão bagunçada?
— É um dom — Sussurro sorrindo, ainda ofegante, mordiscando o seu lábio inferior — Mas não mais gostosa do que você.
— Mil vezes mais gostosa do que eu.
— Nunca — Eu rebati automaticamente.
— Sempre. Gostosa e minha.
— Inteiramente sua.
— Inteiramente minha.
— Sua. — Sussurrei, antes de beijá-la intensamente e acariciar os seus cabelos completamente bagunçados por mim, os enrolando no meu pulso e sentindo-a rebolar sobre o meu colo.
— Tenho algo pra você — Ela sussurrou contra a minha boca, passando a sua língua pelos meus lábios.
— Mais?
Ela riu, assentindo.
— Você não faz ideia de quanto mais, Meritíssima. Espere aqui.
Ela se afastou e eu a observei deliciosa dentro daquele corset e daquela cinta-liga, os cabelos caindo ondulados e naturais sobre as suas costas, quase alcançando a sua bunda, completamente bagunçados por mim.
— Feche os olhos.
Eu sorri, negando com a cabeça, apenas ao imaginar o que ela estaria aprontando, mas o fiz.
Em poucos segundos, senti-a se aproximar pelo cheiro desgraçadamente delicioso do seu perfume e se sentar ao meu colo novamente.
— Não abra ainda.
Assinto, para, então, sentir uma venda ser amarrada diante dos meus olhos.
— O que...
— Shhh, apenas abra a boca para gemer para mim, Excelência.
Engoli em seco, abrindo os meus olhos por trás da venda, sem conseguir enxergar absolutamente nada.
A loira se levantou e se sentou novamente sobre o meu colo, e, tendo um sentido á menos funcionando, consequentemente, os outros quatro se intensificaram ainda mais.
Senti o aroma delicioso de um dos meus vinhos favoritos e, sem que eu esperasse, os lábios da loira, os responsáveis por aquele aroma, se encontrarem aos meus.
Me surpreendendo por completo, senti pouquíssimo do líquido quente invadir a minha boca e se misturar aos seus lábios junto aos meus, quando a sua língua quente e banhada ao gosto da uva se entrelaçou a minha.
Meredith me beijou com necessidade, enquanto as suas mãos percorriam o meu corpo intensamente e o gosto do vinho intensificava ainda mais a sensação quente da sua língua sobre a minha.
A sua boca desceu para o meu pescoço e os seus lábios molhados percorreram uma linha invisível até a minha orelha, onde ela mordiscou e desceu, ainda mais, até o meu ombro, repetindo o seu ato.
Logo, os seus lábios quentes rodearam o meu seio, enquanto a sua mão acariciava descaradamente o outro e eu sentia, novamente, o meu centro se contrair em desejo por ela.
Gemi ofegante com o contato dos seus lábios nos meus seios, agora, tão sensíveis e puxei os seus cabelos com certa força, sentindo-a mordiscar o meu mamilo descaradamente contra os seus dentes. Um outro gemido escapou dos meus lábios e, sentindo-me estremecer em equilíbrio, apoiei ambas as minhas mãos na cama atrás de mim, sustentando o meu corpo já trêmulo.
Senti a boca da minha loira se afastar, enquanto o meu coração batia tão fortemente sob o meu peito que eu conseguia sentir o pulsar aos meus ouvidos.
Me surpreendendo, senti algo gélido ser depositado ao redor de um dos meus mamilos e um dos seus dedos circular aquele líquido sobre a minha pele quente. Estremeci, mordendo o meu lábio inferior.
Ela repetiu o ato com o meu outro seio e eu franzi o cenho, sem entender o que ela estava fazendo.
Até sentir, subitamente, o gélido começar a esquentar para, então, parecer dar pequenos choques extremamente quentes sobre a minha pele.
Eu me assustei, estremecendo sobre a cama e gemendo baixo, alcançando os seus cabelos dificilmente com os meus dedos pela visão me tirada.
— Meredith... — Um choque mais forte e mais quente me fez gemer alto, revirando os meus olhos com o intenso prazer que me causou exatamente ao meio das minhas pernas.
Caralho! Que porra era aquela?
Senti a sua boca rodear um dos meus mamilos e, novamente, os meus olhos se reviraram, enquanto a sensação quente e eletrizante se intensificava a cada passar da sua língua por ali.
Segurei a sua cabeça com força, jogando a minha para trás ao senti-la rebolar vagarosamente contra a minha barriga, enquanto arranhava as minhas costas com força.
Pela puta que pariu!
Um gemido nada delicado escapou dos meus lábios assim eu senti os meus seios esquentarem ainda mais, conforme a sua língua os passeava vagarosamente, tomando o meu mamilo sensível entre os dentes, chupando e mordendo tão deliciosamente ao ponto de me ter estremecendo para si a cada passar da sua língua molhada e quente sobre a minha pele que quase queimava com a sensação deliciosamente fervente e gélida daquela... Coisa.
Senti o meu centro arder igualmente em resposta àquele estímulo e senti os seus dedos se enrolarem aos meus cabelos, puxando a minha cabeça para trás e, sem que eu esperasse, devorando o meu pescoço com os seus lábios.
— Gostosa! — Ela sussurrou contra a minha pele quente, chupando e mordiscando o meu pescoço sem parecer se preocupar em não deixar marcas, enquanto eu sentia cada movimento da sua língua estremecer o meu corpo inteiro.
E, então, ela fez questão de me foder ainda mais ao começar a rebolar vagarosamente contra o pé da minha barriga, gemendo baixo ao meu ouvido e me enlouquecendo ao senti-la extremamente molhada contra mim.
Eu precisava, como um inferno, fodê-la com todas as forças que me restavam e ouvi-la gritar o meu nome após gozar por infinitas vezes na minha boca, nos meus dedos e junto a mim.
Inferno!
A sua boca se encostou deliciosamente à minha e eu senti fortemente um gosto de morango azedo e artificial sobre os meus lábios, assim que ela os rodeou com a sua língua.
Segurei firmemente a sua bunda, enquanto ela rebolava contra mim e puxava os meus cabelos, arranhando o meu couro cabeludo com as suas unhas curtas.
Devorei a sua boca contra a minha da mesma forma desesperada, feroz e meio desajeitada pela rapidez dos nossos lábios. Ela gemeu, arranhando a minha cintura com a sua outra mão livre e eu repeti o seu ato, ao sentir os meus seios queimarem ainda mais intensamente sob o efeito daquele gel.
A loira mordiscou o meu lábio inferior com os seus dentes, beijando intensamente o meu maxilar até chegar ao meu pescoço novamente.
Eu estremeci em susto e surpresa ao sentir a sua mão, inesperadamente, tocar o meu centro extremamente molhado. Gemi desesperada contra os seus lábios, me sentindo ao ponto de enlouquecer por desejar, mais uma vez, gozar intensamente para ela.
A sua mão se afastou e, arranhando as minhas costas, ela me beijou novamente e mais intensamente, me jogando com força sobre a cama.
No mesmo instante, senti o mesmo gélido anterior sobre os meus seios exatamente lá embaixo e estremeci abaixo de si, gemendo ao simplesmente imaginar o estrago que aquilo faria ali.
As suas mãos alcançaram os meus seios novamente, e o gélido novamente se fez presente ao redor deles, mas, sem que eu sequer conseguisse computar aquilo direito, aquela sensação apareceu. Exatamente lá embaixo.
Pela puta que pariu, caralho!
A minha cabeça tombou para trás, e um gemido inacreditavelmente manhoso escapou da minha garganta, enquanto eu sentia o meu centro quase que literalmente queimar.
Porra!
Meredith gemeu baixo contra o meu pescoço, enquanto chupava intensamente a minha pele fodidamente quente e descia os seus lábios para os meus seios.
No momento em que ela chupou intensamente e, sem qualquer cerimônia soltou com força, eu senti o meu corpo inteiro estremecer em um primeiro espasmo, enquanto os meus dedos dos pés se enrolavam ao edredom abaixo de mim, em uma tentativa completamente vã de controlar o estremecer intenso do meu corpo.
— Mere... Ah... Puta que... Pariu... Que... Que porra... Porra... É... Es... Porra!
Apertei com força a sua bunda sobre mim, enquanto uma quantidade imensurável de gemidos vergonhosamente... escandalosos escapavam dos meus lábios a cada tentativa inútil de fechar as minhas pernas contra si, diante da tamanha sensação... Desesperadora que me ocorria naquele momento.
As minhas costas se afastaram do colchão. O meu coração passou a estremecer contra a minha caixa torácica, ameaçando explodir sob ela a qualquer momento. As minhas mãos apertaram-na com força contra mim. A minha cabeça se arqueou contra os nossos edredons e as minhas unhas se cravaram contra as suas costas, gemendo intensamente enquanto o meu corpo inteiro se estremecia abaixo de si e eu gozava intensamente contra... Nada.
As batidas desesperadas do meu peito pararam naquele último segundo para dar lugar a um pinçar forte sobre o meu coração para, somente então, voltar a bater ainda intensamente.
Pela puta que pariu, que porra havia sido aquela?
Que. Porra. Havia. Sido. Aquela.
Caralho.
Puta. Que. Pariu.
Após alguns segundos sob os espasmos incontroláveis do meu corpo e a sensação de pairar sobre o nada que me assolava, respirei fundo, em uma tentativa vã de tentar controlar a minha respiração quase nula e os batimentos desesperados do meu coração.
Senti como se todo o meu corpo tivesse derretido sobre aquela cama e se derramado sobre ela da maneira mais pura e deliciosa do mundo.
Sorri, assim que senti os beijos delicados e deliciosos da minha loira ao meu pescoço e, utilizando de mais dificuldade do que achei que poderia, acariciei as suas costas e os seus cabelos com as minhas mãos ainda trêmulas, sentindo o lençol sob as minhas pernas completamente molhado.
Puta que pariu!
A loira afastou a venda dos meus olhos e eu os abri, sentindo-os doer pela intensidade que eu havia os revirado e apertado anteriormente.
Ela sorriu e eu senti absolutamente tudo dentro de mim se derreter.
Sorri de volta o meu melhor sorriso e ela sorriu mais, mordendo o seu lábio inferior.
— Sonno pazzo di te — Ela sussurrou contra os meus lábios, fazendo o meu coração bater ainda mais forte sobre a minha caixa torácica, enquanto acariciava a minha bochecha da maneira carinhosa que sempre me tirava da órbita.
Sou louca por você.
Meu Deus.
Eu poderia morrer sendo a mulher mais ridiculamente... Feliz do mundo naquele momento.
Encaro os seus olhos ainda mais azuis diante dos meus, que brilhavam completamente cheios de carinho e um desejo manhoso para mim.
Minha mulher.
— Sonno follemente pazzo di te, meu anjo.
Ela sorriu mais, as suas bochechas se tornando ainda mais avermelhadas.
Eu sorri, acariciando o seu rosto e ela mordeu o seu lábio inferior, selando os seus lábios com os meus lentamente para, logo em seguida, me encarar com o olhar mais doce do mundo, acompanhado de um sorriso preguiçoso.
— Preparada para me pedir para parar?
Me senti estremecer ao entender que ela realmente queria fazer aquilo.
— Nunca — Respondo em um fio de voz, ela sorriu ainda mais. — Quero que você goze comigo.
Seu olhar mudou, ela suspirou, se sentando sobre a minha cintura e jogando os seus cabelos todos para o lado esquerdo do seu rosto, antes de novamente abaixar o seu rosto até o meu e mordiscar levemente o meu lábio inferior, me fazendo fechar os olhos no mesmo instante.
— Não ainda... — Ela sussurrou contra os meus lábios, acariciando a minha bochecha levemente. Eu abri novamente os meus olhos, dando de cara com os azuis mais lindos e intensos do mundo que me fizeram, secretamente, ter o azul escuro como a minha cor favorita no mundo inteiro. Secretamente, é claro. Ela sorriu, mordendo o seu lábio inferior. — Adoro o jeito como você me olha. Como se... — Ela sorriu ainda mais, suas bochechas ficando vermelhas.
— Como se..?
— Nada, é bobo.
Levei a minha mão até a sua boca, acariciando o contorno do seu sorriso.
— Diga. — Ela negou com a cabeça, sorrindo mais. — Por favor.
Ela suspirou, desviando o seu olhar.
— Como se... Eu fosse única. Como se... Não sei... Você estivesse realmente aqui.
— Você é. Eu estou sempre aqui. — sussurro, acariciando a sua bochecha e encarando intensamente os seus olhos. — Aqui é a única coisa que me importa no mundo.
Ela sorriu, tirando uma mecha de cabelo do meu rosto, para acariciar a minha bochecha logo em seguida.
— Eu adoro o seu aniversário.
— Por quê? — Indago, curiosa.
— Porque você existe.
Sorrio, negando com a cabeça.
— Não me diga, Sherlock.
Ela riu, batendo levemente no meu braço.
— Adoro que você exista. Principalmente comigo.
Sorrio ainda mais, afastando a sua franja do seu rosto.
— Adoro existir com você, senhora Montgomery.
Ela me devolveu um sorriso angelical e findou a distância entre os nossos lábios, me beijando com calma e delicadeza.
Entrelacei os meus dedos aos seus cabelos, os envolvendo no meu pulso para afastá-los do seu rosto e o acariciei, sentindo a sua língua envolver a minha da forma mais delicada e deliciosa do mundo, enquanto as suas mãos acariciavam o meu pescoço de maneira terna.
Senti-me, pela enésima vez naquela noite, me derreter naquela cama como se tudo em mim houvesse se transformado em um líquido quente, pegajoso e extremamente vulnerável àquela mulher.
Ela sorriu entre o beijo, afastando as suas pernas da minha cintura e abrindo as minhas para se colocar entre elas, eu desci a minha mão livre para a sua bunda, a ajeitando ao meio delas e estremeci ao senti-la acariciar a minha coxa com delicadeza, enquanto continuava a me beijar da mesma forma.
Assim que senti o ar me faltar, afastei os nossos lábios, depositando selinhos demorados contra a sua boca e a sua bochecha, sentindo-a sorrir contra os meus lábios e abrir os seus olhos, sorrindo ainda mais para mim ao selar os seus lábios aos meus uma, duas, três vezes, me fazendo, também, sorrir.
Ela mordiscou o seu lábio inferior, contendo um sorriso maior e negou com a cabeça, eu selei os nossos lábios novamente, afastando a minha mão dos seus cabelos para acariciar o seu rosto.
— O que aconteceu? — Indago, também sorrindo, ao vê-la sorrir mais intensamente do que nunca para mim, enquanto os seus olhos brilhavam tanto, que estavam fazendo o meu peito quase explodir.
Ela acariciou o meu rosto, enquanto eu afastava os seus cabelos dos seus olhos novamente.
— Você aconteceu.
Eu sorri, sentindo as minhas bochechas, inesperadamente, arderem.
Ela não me deu espaço para sequer pensar em uma resposta, pois me beijou intensamente logo em seguida, descendo a sua mão livre por todo o meu corpo em carícias que me faziam sentir ainda mais derretida sobre aquela cama.
Até que a sua mão chegou à minha bunda e as suas unhas me arranharam delicadamente, abrindo ainda mais as minhas pernas.
O seu toque passou para o interior da minha coxa, onde ela acariciou ternamente, antes de me tocar delicadamente ao meio das pernas, parecendo desejar sentir sem pressa todos os efeitos que ela já havia tido sobre mim esta noite, enquanto eu gemia contra os seus lábios, já sentindo o meu corpo estremecer novamente.
Os seus dedos tocaram a minha entrada e eu elevei o meu quadril de encontro a eles, sentindo-os me adentrar minimamente, antes que ela o fizesse por completo.
Os meus lábios se afastaram dos seus para que eu gemesse baixo, já entorpecida contra si, franzindo o meu cenho e soltando o ar que eu sequer sabia ter prendido, tendo perdido, novamente, o controle da minha respiração.
Ela beijou o canto dos meus lábios ternamente, repetindo o ato com a minha bochecha e trilhando o caminho de sempre para o meu pescoço, mas, dessa vez, sem parecer possuir qualquer tipo de pressa.
Do jeito em que ela sabia que eu adorava.
Os seus dedos começaram a se movimentar vagarosamente dentro de mim, enquanto os seus lábios me beijavam delicadamente e as minhas mãos acariciavam o seu corpo da mesma maneira terna em que ela o fazia.
Senti o meu corpo inteiro começar a se retesar pela... Eu realmente já havia perdido as contas.
Senti o seu rosto se afastar do meu pescoço e, no mesmo instante, senti o seu olhar quente pousar sobre mim. Abri os meus olhos, dando de cara com os seus que me encaravam da forma mais doce e descarada do mundo.
— Meredith... — Sussurrei o seu nome, puxando-a para mais perto, já me sentindo extremamente vulnerável para ela.
O seu rosto voltou a ficar a poucos centímetros do meu e, antes que eu pudesse beijá-la da forma em que eu desejava, senti os seus dedos se curvarem dentro de mim e alcançarem um ponto, até agora, desconhecido em mim mesma.
Um gemido nada delicado e nada baixo escapou dos meus lábios, enquanto as minhas costas se retesaram e a minha cabeça pareceu, momentaneamente, pesada demais para se manter ereta.
Afastei as minhas mãos do seu pescoço e apertei a sua bunda com força, sentindo todo o meu corpo já começar a estremecer.
— Mere... Oh, porra! Isso! Porra... Mere... Ah!
Ela beijou o canto dos meus lábios e passou a massagear o meu clitóris enquanto mantinha os seus movimentos lentos dentro de mim e sobre aquele novo ponto.
Abri os meus olhos, encarando os seus, enquanto o meu cenho se franzia por completo e os meus lábios tremiam.
— Não... Pare.
Ela assentiu, mordiscando o meu lábio inferior e acariciando o meu nariz com a ponta do seu, enquanto me encarava intensamente.
Senti o meu clímax se aproximar, enquanto o meu corpo inteiro passava a estremecer naquela cama e os meus lábios se abriam em um completo êxtase, mas os meus olhos não conseguiam se fechar e quebrar o contato com os seus.
Ela sorriu, mordiscando o meu lábio novamente, enquanto os seus lábios se abriam e sussurravam contra os meus:
— Adoro você. Mais do que sorvete de morango.
Cravei as minhas unhas sobre as suas costas, a puxando para ainda mais perto e, sem conseguir responder aquela frase tão... Fodidamente deliciosa, senti o meu corpo inteiro estremecer em um primeiro espasmo sob ela, que sorriu, me encarando com lascívia ainda maior.
Ela se afastou, enquanto o meu corpo se estremecia numa porra de orgasmo forte, violento e delicioso. Observei-a engatinhando até as minhas pernas e, antes que eu pudesse pensar, a sua língua deu lugar aos seus dedos, enquanto os seus braços me agarravam com vontade contra si.
Eu gemi alto, fechando os meus olhos com força ao senti-la me chupar sem qualquer tipo de delicadeza, me fazendo jorrar contra a sua boca em poucos segundos sentindo a sua língua macia me chupar com maestria, enquanto eu eliminava todos os palavrões mais sujos que eu conhecia e gritava o seu nome, pendendo a minha cabeça entre os inúmeros travesseiros atrás de mim.
Ela continuou a me chupar, mesmo que as minhas mãos tentassem afastar o seu rosto do meu centro tão sensível, tão quente e tão pegajoso.
Os seus lábios apenas se afastaram quando as minhas pernas apertaram a sua cabeça entre elas, ela subiu e eu abri os meus olhos, encarando os seus lábios molhados pelo meu segundo gozo e a sua boca inteiramente vermelha, carregando o sorriso mais descarado do mundo.
— Eu poderia morar ao meio das suas pernas.
— Eu poderia... morrer... se você o fizesse.
Ela riu, me surpreendendo com um beijo lento, mas firme e delicioso.
A sua língua ainda mais molhada enroscou-se com a minha e me fez, novamente, gemer. Ela repetiu o meu ato, assim que a minha coxa tocou brevemente o seu centro encharcado. Seus lábios se separaram abruptamente dos meus e ela sorriu descaradamente para mim.
Porra! Eu precisava tanto enfiar a minha cabeça ao meio das suas pernas e apenas sair quando ela me puxasse da maneira dolorosamente deliciosa em que ela adorava fazer pelos meus cabelos.
— Eu amo ser romântica com você, mas sou mil vezes mais fã do anti-romantismo, você sabe disso.
Eu sorri ainda trêmula, sentindo a minha garganta arder e gotas de suor caírem por inúmeras partes do meu corpo.
Ela mordiscou o meu lábio inferior e me surpreendeu ao acariciar a minha bunda e, logo em seguida, a apertar com força contra si, cravando as suas unhas um pouco menos curtas do que as minhas ali.
Eu sabia que ficariam marcas, e sabia que ela simplesmente adorava me marcar.
Na bunda, nas costas, nos ombros, nos braços, no pescoço.
Com a boca, as unhas ou os dentes.
Ela simplesmente adorava.
Eu obviamente já havia deixado de usar certas roupas que marcassem o pequeno estrago em que ela sempre fazia questão de fazer em qualquer parte do meu corpo, e adorava ter que optar por uma camisa social de mangas longas ao invés de uma blusa de alcinhas porque a gostosa e incontrolável da minha mulher havia marcado os meus braços, mais uma vez, com as suas unhas.
Eu adorava isso. Adorava ser marcada por ela. Ser propriedade dela.
Porra!
Meredith estava longe, muito longe, de ser uma espécie de romântica na nossa cama, por isso, o azul malicioso dos seus olhos não me surpreendia mais. Apenas me trazia a porra da sensação mais incrível do mundo de que ela era a mulher mais fodidamente perfeita do universo.
E eu era a mulher mais sortuda dessa porra desse mundo por poder presenciar aquele olhar descarado, doce e sutilmente carregado de uma superioridade que ela sabia que possuía sobre mim.
Minha mulher.
Inacreditável.
Diabos!
— Adoro ser romântica com você, mas realmente prefiro a ideia de fazê-la me implorar para parar.
Eu ri, negando com a cabeça, achando graça naquela sua ideia ridícula.
— Esqueça isso. Não vai acontecer, querida. — murmurei no meu tom de voz mais irônico e ela sorriu travessa.
Ela mordeu o seu lábio inferior e elevou o seu queixo, me encarando com o ar prepotente que ela adorava possuir, e que, quando adotava, era, literalmente, a mulher mais gostosa e mandona do mundo.
Meredith nada disse, mas se afastou do meio das minhas pernas e se sentou ao meu lado, me encarando intensamente.
A sua mão alcançou o meu rosto e envolveu o meu maxilar, apertando as minhas bochechas e trazendo os meus lábios para mais perto dela.
— Quero senti-la mais perto.
— Estou perto — Murmurei com dificuldade, fazendo menção de grudar os nossos corpos ao levar o meu braço até a sua cintura, até ser parada por ela.
— Não. Não assim.
Franzi o cenho, tentando ler em seu olhar o que ela desejava, enquanto sentia o meu coração bater fortemente contra a minha caixa torácica.
— Quero você... — Ela mordiscou o meu lábio inferior, beijando o canto dos meus lábios logo em seguida, ainda me encarando intensamente — Gozando na minha boca.
Fechei brevemente os meus olhos ao ouvir aquele palavreado sujo sair da sua boca e sorri, mordendo o meu lábio.
— Acredito que eu já tenha feito isso algumas vezes hoje.
— Quero você sentada no meu rosto, Addison.
Os meus lábios se abriram no mesmo instante em completa estupefação.
O quê?
Caralho, porra!
— Mere... Meredith — Engasgo por completo, sentindo o meu centro se retrair ao sequer imaginar aquilo.
Ela sorriu travessa com a minha reação tão desgraçadamente submissa.
— Isso não foi um pedido.
Os meus lábios se abriram mais quando ela se deitou e me encarou intensamente.
— Agora.
Soltei o meu ar com dificuldade, estremecendo mais do que qualquer coisa nesse mundo no momento em que me sento na cama, mal possuindo qualquer tipo de controle sobre o meu corpo.
— Mere... Eu não...
— Vou precisar amarrar você?
Engoli em seco, sentindo as minhas mãos e pernas trêmulas, e passei uma das minhas pernas pelo seu busto, observando-a me encarar abaixo de mim com o olhar mais descarado do mundo.
Antes que eu pudesse argumentar novamente, no momento em que os meus lábios se abriram para isso, ela agarrou as minhas coxas e deslizou para baixo, abocanhando-me com força, vontade e sem qualquer tipo de delicadeza.
Pela puta que pariu, caralho!
— Meu... Meu De... Porra!
A minha cabeça pendeu-se para trás no momento em que aquela sensação diferente, gostosa e fodidamente intensa me tomou diante daquela posição.
A sua boca macia me devorando com necessidade, enquanto eu me segurava, como um inferno, para não rebolar contra o seu rosto e acabar machucando-a.
Cravei as minhas unhas no estofado da cabeceira da cama e gemi alto, fechando os meus olhos com força ao sentir a sua língua traçar o caminho da minha entrada ao meu clitóris, pressionando-o com a ponta dela.
Os seus braços envolveram a minha cintura e me apertaram mais contra si, enquanto eu me segurava, como um inferno, para não me mexer e apenas conseguia pensar como diabos ela estava conseguindo respirar ali.
Puxei os meus cabelos para trás com força, estremecendo e quase perdendo o meu equilíbrio ao ser pega de surpresa e sentir os seus dentes me mordiscarem.
Um grito extremamente ridículo, rouco e abafado escapou dos meus lábios.
Minhas bochechas arderam.
— Meredith... Porra... Meredith...
As suas mãos, enfim, agarraram a minha bunda contra si e, sem parecer se importar em respirar, ela passou a forçar o meu quadril contra os seus lábios, me fazendo gemer e apertar ainda mais os meus olhos, sentindo as minhas pernas tremerem com a sensação deliciosa da combinação dos seus lábios e da sua língua me chupando com tanta intensidade que me fizera perder o ar.
Senti a minha sensibilidade fazer o meu corpo inteiro se arrepiar e, sem mais conseguir me manter lúcida diante da sensação mais deliciosa que já senti na vida, segurei os seus cabelos com uma mão e a cabeceira da cama com outra, passando a rebolar sobre o seu rosto vagarosamente.
Ela gemeu. Eu repeti o seu ato uma, duas, trinta vezes, sendo incapaz de manter a minha boca fechada.
As suas mãos subiram para os meus seios, os apertando com força contra si e me fazendo gemer de maneira descontrolada para ela. Envolvi as minhas mãos sobre as suas, ignorando por completo o estremecer do meu corpo e o pulsar forte do meu coração aos meus ouvidos.
As suas unhas desceram sobre o meu abdômen, sem qualquer tipo de cerimônias, fazendo a minha pele arder ao sentir a fricção do arranhar nada delicado. Ela obviamente deixaria marcas. Muitas delas.
A sua boca se afastou brevemente do meu centro para abrir as minhas pernas com mais intensidade e me surpreender ao chupar, sem receios, o interior da minha coxa com força.
Eu gemi alto, mordendo o meu lábio com força, sentindo o meu coração pulsar com força aos meus ouvidos.
Ela voltou os seus lábios para mim e, se é que isso fosse possível, de maneira ainda mais intensa.
Apertei os meus olhos com força, sentindo as minhas pernas estremecerem ao redor do seu pescoço e o meu centro arder em uma sensação extremamente desconhecida que beirava, mesmo que pouco, o desespero.
Porra, eu precisava gozar.
Parecendo ler a porra do meu pensamento, ela cravou as suas unhas sobre a minha bunda e me chupou com mais intensidade.
Isso me fizera mandar a minha sensatez para a puta que pariu e começar a rebolar intensamente sobre a sua boca, enquanto me sentia vergonhosamente já perto.
Ela gemeu contra mim da forma manhosa e desgraçadamente deliciosa que eu tanto era fascinada, me fazendo estremecer ainda mais sobre ela ao sentir o meu abdômen arder em ânsia para liberar aquela sensação.
As suas mãos subiram novamente para apertar os meus seios e eu abri os meus olhos apenas para revirá-los diante do queimar da minha pele com aquele ato.
O meu olhar mirou-se para baixo e eu estremeci ao vê-la me encarar com o olhar mais descarado do mundo, enquanto me devorava com a boca e possuía as bochechas extremamente molhadas.
Caralho.
No mesmo momento, o meu abdômen estremeceu em uma sensação de desespero mil vezes mais intensa, enquanto o meu corpo começava a estremecer diante daquela onda de prazer ainda presa em meu abdômen, implorando para ser liberada.
No instante em que as minhas costas se arquearam e eu senti um espasmo mil vezes mais forte me tomar, agarrei com força as bordas da cabeceira da cama, sentindo os nós dos meus dedos arderem e tive a certeza de que eu nunca havia sentido aquilo.
Apertei os meus olhos com força, rebolando com ainda mais força contra os seus lábios, enquanto sentia a minha garganta arder e implorar por um grito, conforme aquela sensação infinitas vezes mais intensa tomava conta de mim e me fazia sequer conseguir me manter sentada naquela posição.
A minha cabeça tombou para frente e eu gritei no momento em que os seus dentes me me mordiscaram com força e nada de delicadeza.
Nesse mesmo instante, a última parte pouco sã de mim me alertou de que, além de poder machucá-la com a violência dos meus movimentos, o estrago que eu faria no seu rosto seria vergonhoso.
Por isso, ao invés de outro gemido vergonhosamente alto, uma espécie de sussurro em um tom ridiculamente rouco e manhoso escapou da minha garganta:
— Mer... Mere... Porra! Caralho! Meredi... Pare. Pare. Porr... Meu Deus... Meu... Oh, porra, Meredith... Mer... Oh, Deu...s... Porr... Oh, caralho!
Apertei os meus olhos com força, enquanto o meu corpo começava a convulsionar sobre o seu rosto sem que eu conseguisse controlar aquela sensação.
Em uma tentativa completamente vã, tentei afastar as minhas pernas da sua boca faminta, enquanto encostava a minha própria testa na parede, sentindo os meus olhos arderem. Em resposta, ela agarrou com força a minha bunda contra si e, sem que eu esperasse, acertou em cheio as palmas das suas mãos sobre a minha carne, me fazendo gritar o seu nome enquanto sentia as minhas bochechas arderem, as minhas pernas tremerem e convulsionarem junto a todo o meu corpo acima dela. O barulho da minha carne sendo acertada me assustou e me fizera arranhar com força o tecido da cabeceira da cama, apertando as minhas pernas ao redor do seu pescoço.
Antes que o meu corpo inteiro se entregasse a tortura daquela sensação, senti-me, literalmente, jorrar contra o seu rosto, enquanto ela parecia ainda mais ávida a engolir absolutamente tudo que jorrava sobre a sua boca.
Eu gritei mais uma, duas, três vezes o seu nome, enquanto ela arranhava a minha bunda com força, a ardência me fazendo gritar, novamente, gemidos incompreensíveis, conforme o meu corpo estremecia em um orgasmo violento e se desligava sobre o seu.
Ela continuou a me chupar, e eu estremeci com a sensação de sentir o meu corpo chegar ao seu limite e do medo da possibilidade de desmaiar sobre o seu rosto.
Gemi baixo e sentindo a minha garganta arder, implorei, mais uma vez, o que eu nunca acreditei que faria:
— Mer... Pare... Meredit... Pare... Por... Ah, meu... De... Porra! Por... Favo...
Em um último fio de consciência, antes de me entregar por completo ao vazio no qual o meu corpo adentrava, ouvi gemer contra mim e estremecer junto a mim, mas não consegui, naquele momento, formular qualquer pensamento coerente sobre aquilo.
A minha cabeça pendeu para trás e eu já não possuía qualquer mínimo controle sobre os movimentos do meu corpo, que também ameaçou se derramar sobre ela. Ela me segurou com força e eu me surpreendi ao sentir o líquido quente rolar pelas minhas bochechas, mesmo de olhos fechados. Os apertei com força. Ela apenas parou no momento em que a minha consciência se esvaiu por completo em um segundo convulsionar dos meus músculos, mesmo que por poucos segundos.
No momento em que isso aconteceu, senti o meu corpo deitado sobre a cama e o meu coração bater tão forte sobre o meu peito, que a respiração se engasgava entre os meus pulmões.
Senti um peso característico sobre mim e, aos poucos, como se cada parte do meu corpo estivesse ligando de uma vez, senti os seus dedos acariciarem os meus cabelos ternamente.
Apenas continuei ali por muitos minutos, completamente inútil, deitada sobre os nossos lençóis, sentindo a minha garganta arder, o meu peito parecer ter vida própria e o meu corpo inteiro arrepiado.
Eu estava uma bagunça. Eu sabia disso.
No momento em que senti a minha respiração menos irregular, me atrevi a abrir os meus olhos, sentindo-os doer e arder no mesmo momento. Os fechei novamente, abrindo-os e dando de cara com o teto.
Meredith estava deitada em cima de mim, o seu rosto enterrado no meu pescoço, e apenas nesse momento, senti que ela depositava beijos leves sobre a minha pele suada.
— Estou viva? — Sussurrei de maneira rouca e quase inaudível contra os seus cabelos completamente bagunçados que se enroscavam ao meu rosto suado.
Ela riu contra o meu pescoço, assentindo.
— Completamente viva.
— Não parece.
Ela afastou a sua cabeça do meu pescoço e um sorriso genuíno de muito mais dentes do que eu estava acostumada surgiu no meu rosto assim que o meu olhar cruzou com o seu.
Ela, assim como eu, estava completamente suada, com a boca inteiramente inchada e vermelha, os cabelos grudados na testa e o principal: o olhar preguiçoso pós sexo que ela sempre carregava depois de gozar para mim.
O que me fizera pensar...
— Você...?
Ela franziu o cenho, parecendo não entender a minha pergunta e afastou uma mecha de cabelo da minha testa molhada.
— Você... Gozou?
Suas bochechas, no mesmo instante, tomaram o tom avermelhado que eu tanto adorava, o que me dera a resposta automática: sim, ela havia.
Sem que eu sequer a tocasse.
Porra.
— Pare de ser tão indelicada.
Eu sorri, selando os meus lábios demoradamente com os seus e chupando o seu lábio inferior contra os meus logo após.
— Mas você sim. Oito vezes.
Senti as minhas bochechas arderem e mordi o meu lábio inferior, enrolando os meus dedos nos seus cabelos e fazendo uma pequena conta mental.
Orgasmos duplos, é claro. Os quais ela e apenas ela fora capaz de me ofertar em toda a minha vida.
— Sete.
— Oito. — Ela rebateu, apoiando o seu braço ao lado da minha cabeça para me encarar melhor com o olhar mais prepotente que já conheci na vida, os seus olhos cerrados, a boca avermelhada e um sorriso tão descarado nas lábios que me fizera tremer.
— Sete com os últimos.
— E quem disse que terminamos?
Engoli em seco, me sentindo completamente incapaz de, mais uma vez, me desmanchar sobre ela.
As minhas coxas já demonstravam uma ardência além do normal.
— Mere...
Ela sorriu, me beijando e segurou em uma das minhas mãos, levando-a para o seu corset que eu já havia tirado as alças e despido os seus seios.
— Tire — Ela sussurrou contra os meus lábios, enroscando a sua língua com a minha e eu obedeci rapidamente, levando as minhas mãos trêmulas até as suas costas e desabotoando cada mínimo botão que havia ali, até livrá-la por completo daquela peça e jogá-la para longe.
Ela sorriu contra o beijo, se afastando minimamente do meu corpo e, novamente, separou a sua língua da minha para sussurrar contra os meus lábios:
— Abra as suas pernas.
Eu obedeci, mesmo sentindo-me estremecer por completo em apenas imaginar o que ela faria.
Ela me beijou com mais intensidade, enroscando a sua língua com a minha e chupando os meus lábios com força e brutalidade, somente nesse momento entendi o que ela desejava.
Meredith estava desesperada para gozar junto a mim.
E eu nunca seria capaz de negar isso a ela.
Abri ainda mais as minhas pernas, segurando a sua bunda com força. Ela entendeu o que eu queria dizer e afastou os seus lábios dos meus, agora, com pressa e volúpia.
As suas mãos afastaram os seus próprios cabelos do seu rosto e ela os enrolou em um coque improvisado, que fizera vários fios caírem sobre o seu pescoço e o seu rosto. Porra, como ela conseguia ser a mulher mais deliciosa do mundo apenas prendendo os cabelos.
Suas mãos seguraram firmemente os meus ombros e os seus olhos me encararam com desejo.
Ela parecia faminta.
Ela ajeitou da forma mais fácil do mundo uma das suas pernas flexionadas de um lado do meu corpo e a outra por cima de uma das minhas, se sentando sobre o meu centro logo em seguida, soltando um gemido manhoso ao fazê-lo.
E... Porra! Ela estava tão fodidamente encharcada!
Eu estremeci ao me sentir tão fodidamente sensível e segurei com força a sua cintura. Ela franziu o seu cenho, entreabrindo os seus lábios e me encarando da forma mais vulnerável e descarada do mundo e, sem qualquer tipo de preliminares, parecendo realmente ter esperado tempo demais por isso, ela passou a se movimentar com intensidade contra mim, sem parecer se importar em começar de maneira lenta.
A sua cabeça pendeu para trás, deixando o seu pescoço inteiramente livre e suado à mostra, onde já se formava, mesmo que minimamente, o vermelho de algo que, mais tarde, poderia tomar uma coloração mais forte. Eu sequer me lembrava do momento em que eu havia feito aquilo.
Eu agarrei a sua bunda, a ajudando a se movimentar contra mim e me forcei a manter os meus olhos abertos para encarar a imagem mais linda do mundo: os seus seios se movimentando conforme ela o fazia, os seus mamilos rosados completamente enrijecidos, implorando pela minha boca, o suor caindo pelo seu colo, a sua boca se abrindo e os gemidos altos, manhosos e nada sutis que ela deixava escapar.
As suas unhas se cravaram aos meus ombros com força, conforme ela aumentava a sua velocidade e eu gemia junto a si, me sentindo já vergonhosamente perto, enquanto o meu corpo já começava a estremecer abaixo dela.
Como diabos eu poderia durar tão pouco estando abaixo daquela mulher?
Controlei a vontade de fechar os meus olhos no momento em que a ouvi murmurar frases incompreensíveis enquanto ela rebolava da forma mais deliciosa e mais perfeita do mundo sobre mim, os seus quadris se movimentando em círculos, enquanto a sua cabeça pendia ainda mais para trás e ela mordia o seu lábio inferior, controlando a quantidade exorbitante de gemidos que escapavam dos seus lábios.
— Addie... Ah, Addiso... Addison... Eu... Addie...
As minhas costas se descolaram dos lençóis úmidos de suor abaixo de mim, conforme o meu corpo já começava a estremecer e eu gemia junto a ela. Enrolei uma das minhas pernas na sua cintura, sentindo-a fraca demais para se manter naquela posição e, no mesmo momento, ela gemeu alto com o maior contato, rebolando ainda mais intensamente sobre mim.
— Addie... Meu... Bem... Addi... Addison... Eu... Eu vou... Addie...
Segurei firme os seus cabelos que haviam acabado de cair do seu coque, enquanto fechava os meus olhos com força e estremecia em um orgasmo violento abaixo dela ao ouvi-la me chamar daquela maneira.
Enrolei os seus cabelos ao meu pulso assim que senti ela descer as suas unhas pelo meu tórax, me arranhando com força enquanto estremecia e o seu corpo convulsionava intensamente em cima de mim.
Ela abriu os seus olhos, me encarando com o olhar que eu conhecia ser o seu quase e envolveu a sua mão com força ao redor do meu pescoço, me fazendo engasgar e sentir aquele ato exatamente ao meio das minhas pernas, o apertando e gemendo o meu nome.
Reunindo todas as forças que eu possuía, acertei a sua bunda com ambas das minhas mãos, fazendo-a gritar e fechar os seus olhos com força, em um misto de surpresa e prazer, até que as suas pernas estremeceram ao redor das minhas e, sem mais conseguir aguentar, ela se deitou contra mim, ainda se movimentando com força e eu agarrei as suas costas, sentindo-a chupar e mordiscar o meu pescoço de maneira que me fizera gemer pelo ardor incômodo daquele ato.
A minha cabeça tombou para trás assim que eu senti a sensibilidade insuportável ao meio das minhas pernas e ela, finalmente, estremeceu intensamente sobre mim, gritando o meu nome contra o meu pescoço e a bagunça dos meus cabelos. Seu corpo, enfim, convulsionou completamente sobre o meu e ela se deitou ainda mais sobre mim, se desfazendo por completo em um gemido abafado contra o meu pescoço.
Agarrei as suas costas suadas com uma mão e apertei os meus olhos, acariciando os seus cabelos bagunçados contra os meus dedos com a outra, ouvindo-a gemer baixo contra o meu pescoço ao se movimentar para descruzar as nossas pernas.
Ela se deitou completamente sobre mim e enterrou a sua cabeça contra o meu pescoço, tentando recuperar a sua respiração engasgada junto a mim.
Sem sequer perceber, os meus olhos se fecharam e eu cochilei por um tempo que não soube discernir.
Quando abri novamente os meus olhos, Meredith ainda estava com a cabeça enterrada ao meu pescoço, mas a sua mão acariciava com ternura a minha nuca, enquanto ela depositava beijos sutis sobre a minha pele, me fazendo sorrir no mesmo instante.
Senti os meus olhos arderem no momento em que os abri e vi o sol começar a nascer lá fora.
Envolvi a sua cintura com os meus braços e ela afastou o seu rosto do meu pescoço, me encarando.
Eu sorri pelo seu olhar preguiçoso e o azul claro estampado deliciosamente em seus olhos.
Céus! Como eu adorava ser fascinada por ela como nunca fui por absolutamente nada e nem ninguém em toda a minha vida.
— Humm, não gosto desse lado da cama — Ela murmurou de maneira manhosa, em um fio de voz e, apenas naquele momento eu percebi que estávamos do lado oposto da cama.
Juntando o resto de forças que me possuíam, agarrei a sua cintura e rolei com ela, ficando por cima.
Ela sorriu, acariciando o meu rosto e me beijou com calma, sem utilizar a sua língua.
— Você me deve algo.
— O quê? — Indaguei, curiosa.
— Foi impressão minha ou eu ouvi, em alto e bom som, você me implorar por algo anteriormente?
Senti as minhas bochechas novamente arderem, ela gargalhou.
— Adoro como você consegue ficar ainda mais fofa com vergonha.
Franzo o cenho.
— Eu não sou... Fofa. — Murmuro, fazendo uma careta.
Ela sorriu mais, os seus olhos brilhando e fazendo o meu estômago arder deliciosamente em uma euforia que nada, nesse mundo, poderia me causar igual.
— Você é, e você sabe disso.
Selei os meus lábios aos seus inúmeras vezes, desejando fundir o meu corpo ao seu para tê-la mais perto, ela sorriu entre os meus inúmeros beijos, bocejando logo em seguida.
— Estou com sono, meu bem. — Ela murmurou manhosa contra os meus lábios, beijando o canto da minha boca.
Eu me levantei o bastante apenas para me deitar do outro lado da cama, sobre os nossos travesseiros e estendi a minha mão para impulsioná-la a fazer o mesmo. Ela o fez. A puxei para mim e ela se aninhou da mesma forma em que estava antes: o seu corpo entre as minhas pernas e a cabeça encostada ao meu peito.
Eu respirei aliviada e abracei-a contra mim, apertando-a o bastante para que ela não fosse para lugar algum daquela cama que não fossem os meus braços.
Ela aninhou a sua cabeça contra o meu pescoço e suspirou pesado, acariciando o meu peito e depositando beijos calmos e preguiçosos contra a minha pele.
— Feliz aniversário, meu bem. — Ela sussurrou de forma arrastada, mordiscando a minha orelha preguiçosamente.
— Obrigada, meu anjo. — Respondi, acariciando as suas costas nuas.
Os meus dedos subiram para os seus cabelos e eu os afastei do seu rosto, deixando um beijo suave sobre o topo da sua cabeça, antes de fechar os meus olhos e os acariciar, me derramando, poucos segundos depois, em um sono pesado, tranquilo e deliciosamente longo com o sentimento de não haver nenhum compromisso mais importante do que o de estar com a minha mulher adormecida, pela primeira vez, completamente aos meus braços.
...
Meredith Montgomery;
No momento em que sinto as mãos da minha ruiva pararem de acariciar os meus cabelos e as minhas costas nuas, eu suspiro aliviada por perceber que ela havia dormido em pouquíssimos minutos sem oferecer qualquer resistência a isso.
Fecho os meus olhos, inspirando o cheiro delicioso do seu perfume misturado com suor em seu pescoço e deposito um beijo calmo sobre a sua pele quente. Ela suspira, me abraçando com mais força contra si e voltando a respirar pesado contra os meus cabelos, eu sorrio, sem conseguir acreditar que eu realmente estava aninhada em seus braços porque ela havia me puxado para tal ato, e que eu passaria o resto da noite dessa maneira, sem temer tocá-la da forma em que eu desejava, ou simplesmente me aninhar ao seu corpo e dormir sentindo o seu cheiro e o calor da sua pele tão próximos de mim.
Eu estava no céu.
Me ajeitei sobre o seu corpo com um pouco de dificuldade pela forma tão apertada e tão segura na qual ela me segurava e deitei o meu rosto ao seu peito, ouvindo as batidas leves e calmas do seu coração contra os meus ouvidos.
Elevei o meu rosto, dando de cara com o seu adormecido. As bochechas levemente rosadas, os cílios perfeitamente arrumados caídos sobre as maçãs do seu rosto, o mínimo bico enfeitando os seus lábios finos e rosados, e os cabelos perfeitamente bagunçados esparramados pelos nossos travesseiros, também caindo ao redor do seu rosto, alguns fios grudados à sua testa.
Sorrio, acariciando a sua face levemente, com receio de acordá-la e planto um beijo leve sobre o canto da sua boca, me sentindo o ser humano mais... ridiculamente feliz do mundo por tudo que ela se permitiu viver comigo esta noite.
Eu havia conhecido uma versão de Addison que nunca imaginei que poderia existir.
A forma a qual ela havia se entregado a mim, ao nosso momento, a nós... havia mexido muito mais comigo do que eu poderia confessar.
Havia me feito ter a mais absoluta certeza de que... meu Deus, como eu amava essa mulher!
Acaricio o contorno da sua boca, plantando, novamente, um selinho leve sobre ela e sussurro, ainda com os meus lábios colados aos seus, em um ato de coragem e impulso os quais eu mal consegui calcular:
— Eu te amo.
Fechei os meus olhos, processando, ainda, aquelas palavras dentro de mim e sorri, sentindo as minhas pálpebras pesadas e os meus olhos arderem com o acúmulo de água que se formou neles.
Meu Deus!
Respirei fundo, recostando, novamente, a minha cabeça sobre o seu peito e sorri, ainda de olhos fechados, porque eu simplesmente não consegui, nesse momento, me sentir triste, decepcionada ou desesperada por aquelas palavras.
O que eu e Addison havíamos acabado de compartilhar era puro, sincero e verdadeiro demais para que eu nutrisse qualquer sentimento ruim pelo simples fato de amá-la e ter tido a coragem de dizer isso em um sussurro, enquanto ela dormia.
Eu a amava.
Meu Deus, como eu a amava!
E, por mais que desde que eu houvesse tido essa certeza eu cultivasse, dentro de mim, a certeza de que não havia como amá-la mais, eu estava errada.
Porque, após essa noite, eu a amo infinitas vezes mais.
Deus, eu a amo com cada contração involuntária dos meus pulmões.
E, mesmo se eu não quisesse amá-la, eu não teria essa opção.
Eu fui ridiculamente feita para amar cada pedaço e cada traço daquela ruiva.
Não havia como correr disso.
Sentindo o meu corpo ainda mais pesado do que o normal, aos poucos, essa linha de raciocínio foi se tornando longe, conforme os únicos sons que eu ouvia eram os da respiração pesada e das batidas leves do coração da minha ruiva, em compasso com as minhas.
Em poucos segundos, sem que eu sequer precisasse me forçar um pouco mais para aquilo, o sono me tomou de maneira suave e pesada ao mesmo tempo, devido ao cansaço e a ansiedade de um dia inteiro.
E, após quatro dias de sonos conturbados e nada confortáveis, eu teria, pela primeira vez, a melhor noite de sono da minha vida.
...
O meu sono leve preenchido de morangos em um campo na Itália com Addison ao meu lado foi completamente interrompido pelo soar insuportável de um celular tocando, ao qual, na primeira ligação, eu ignorei por completo.
Porém, na quinta vez, eu abri os meus olhos, bufando, irritada, ao senti-los doer pela claridade demasiada e suspirei, soltando um grunhido alto.
Addison gemeu baixo sob mim e me abraçou com mais força, enterrando a sua cabeça ao meu pescoço, parecendo nada incomodada com o barulho.
Eu bufei irritada novamente, no momento em que o barulho pareceu se tornar mais alto.
— Addison! — Murmurei contra o seu pescoço, grunhindo contra ele logo após.
Ela apenas suspirou, me abraçando ainda mais fortemente contra si e continuou a dormir, em um sono tão pesado que, se eu não estivesse tão insanamente irritada, eu teria me surpreendido.
Irritada, afastei os braços da ruiva ao redor de mim e me levantei, marchando até a porcaria da sua bolsa, de onde vinha aquele som irritante. Desliguei a chamada sem sequer me dar o trabalho de visualizar o nome na tela do celular e voltei até a nossa cama, jogando-o entre os lençois.
Me deitei novamente sobre a ruiva, que me abraçou novamente com força e aninhou o seu rosto contra os meus cabelos. Repeti o seu ato contra o seu pescoço e suspirei, fechando os meus olhos e voltando a dormir.
No momento em que estava prestes a cair, novamente, em um cochilo, ouço o telefone tocar mais uma vez, dessa vez, ainda mais alto por estar, literalmente, ao meu lado.
— ARGH! — gritei, irritada, sentindo a ruiva se mexer assustada abaixo de mim.
— O que...
Antes que ela pudesse terminar de dizer algo, sem sequer me mover direito, estiquei o meu braço, pegando o celular e atendendo a ligação.
— Alô! — Murmurei, irritada, contra o pescoço de Addison.
— Senhora Mont... Oh, eu liguei errado? Não, eu não liguei, tenho certeza ter discado o "Juíza Montgomery" e não "Madame Montgomery", mas o quão burra eu sou! É claro que eu provavelmente li errado, eu deveria ter ligado para a meritíssima, e não para... Calma, mas é o celular da meritíssima, será que eu estou ficando malu...
Revirei os olhos, me culpando no mesmo instante por estar tão irritada com a pessoa que menos merecia isso no mundo, mas não conseguindo deixar de ficar irritada.
— Não, Kepner, não está. O que aconteceu?
— A senhora... A sua esposa está atrasadíssima para a reunião com o desembargador! Ele e dois responsáveis pelo parlamento estão esperando há mais de uma hora!
— Desmarque. — Murmurei, sem sequer me importar se aquele era ou não um compromisso importante. Addison estava de folga, eu havia acabado de decidir isso. Respirei fundo, sentindo-a se virar de lado, me abraçando com força e enterrando o seu nariz no meu pescoço.
— O... O quê? Senhora Montgomery, isso é muito importante! É basicamente a razão principal para a nossa vinda à LA. A senhora pode falar com...
Revirei os meus olhos.
— Addison! — Cutuquei a sua barriga, ouvindo-a gemer baixo a contragosto e murmurar um "o que foi?" ao meu pescoço. — Reunião. Desembargador. Uma hora de atraso.
— Foda-se. — Ela murmurou de volta, me puxando para ainda mais perto de si pela cintura, colocando uma das suas pernas por dentro das minhas e se aninhando ao meu corpo. Eu sorri, mesmo me sentindo o ser humano mais mal humorado do mundo naquele momento.
— Desmarque, Kepner. Invente uma desculpa qualquer. Diga que ela está doente. E limpe a agenda dela para o resto do dia. Por favor, sem telefonemas, a não ser que alguém da nossa família esteja morrendo. Tire o dia de folga, vá a um SPA ou algo assim, pode usar o nosso cartão.
E, sem esperar por uma resposta, desliguei a chamada, desligando o celular e colocando-o sobre a mesa de cabeceira.
— O que tem o nosso cartão? — Ela murmurou sonolenta contra o meu pescoço.
— Eu disse a Kepner que ela pode usá-lo para ir ao SPA.
— Humm, desligue essa luz. — Eu sorri diante da voz rouca tão arrastada e tão sexy de sono que ela carregava.
— Esquecemos de fechar as cortinas. Onde está o controle?
Ela apenas murmurou algo inaudível e se aninhou ainda mais contra o meu pescoço, o seu braço envolta da minha cintura me apertando ainda mais contra si.
Estiquei o meu braço, alcançando o controle das persianas e as fechei. Deitei a minha cabeça sobre o travesseiro novamente, enrolando uma das minhas pernas na sua cintura, enquanto a sua outra se enroscava a minha. A ruiva já dormia um sono tranquilo deitada sobre o meu ombro e me abraçando tão forte que quase me fizera perder o ar.
Eu sorri, fechando os meus olhos e me concentrando em dormir novamente, sendo bem sucedida pouquíssimos minutos depois.
...
Addison Montgomery,
algumas horas depois;
Desperto de um sono intenso, sentindo o meu corpo inteiro parecer pesar toneladas sobre a minha cama e, como primeiro instinto, estico o meu braço, buscando sentir a pele quente de Meredith entre os meus dedos, falhando completamente ao me deparar apenas com o frio dos lençois.
Abro os meus olhos, encarando o teto do quarto e estranhando por completo ao ouvir o cômodo completamente silencioso.
Fecho os meus olhos, sem ter a mínima noção de que horas eram e por quantas horas eu havia dormido. Mas eu sentia, intensamente, que aquela noite tão bem dormida havia sido única em uns, chutando por alto, quatro anos.
Eu nunca havia dormido tanto e sem sequer me preocupar com o horário.
Abro os meus olhos novamente e os coço, tomando coragem para me levantar. Me sento na cama, indagando a mim mesma onde estava Meredith e o porquê ela não estava ao meu lado.
Revirei os meus olhos, sentindo a falta da sua presença e prendi os meus cabelos em um coque bagunçado, afastando o edredom do meu corpo nu.
Me levantei, acendendo as luzes e observando a pequena bagunça que nós havíamos feito no nosso quarto na noite anterior, sem conseguir deixar de sorrir ao relembrar tudo que Meredith havia feito.
Ainda sorrindo, sem conseguir controlar os flashes da noite anterior que passavam pela minha cabeça, me dirigi até o banheiro, vendo-o completamente vazio da presença da minha loira.
Me sentindo suja e grudenta demais, resolvi tomar um banho rápido antes de descer para procurá-la. Por isso, me joguei debaixo do jato frio do chuveiro, sem muita paciência para lavar os meus cabelos.
Saí e vesti apenas uma calcinha e uma camisola preta, prendendo os meus cabelos secos e embaraçados em um coque mais firme.
Calcei as minhas sandálias e saí do quarto, observando a casa quieta demais para o meu gosto.
Desci as escadas, chamando por Sarah, até me dar conta de que Meredith havia, realmente, dispensado não só ela, como todas as outras funcionárias.
Franzi o meu cenho, sem ter a mínima noção de onde a minha adorada esposa havia se metido, até ouvir uma música soar da cozinha.
Sorri, fazendo o caminho inusual até lá e, no momento em que adentrei o grande cômodo, senti o meu sorriso aumentar ainda mais.
Meredith estava de costas para mim, vestindo a minha camisa social do dia anterior que cobria a sua bunda desnuda, com os cabelos mal presos em um coque alto e cheio, com vários fios escapando dele, parada diante do fogão enquanto se remexia levemente ao som da música que passava.
Eu já havia ouvido aquela música, especialmente porque ela havia conectado o seu aplicativo de músicas no meu carro e eu passei a, curiosamente, ouvir durante o meu trajeto todas as músicas que ela mais gostava.
Era uma forma de a ter comigo quando ela não estava comigo.
Além de conhecê-la mais do que eu já conhecia.
Céus, como eu era patética!
Me recostei ao batente da porta, cruzando os meus braços, sem conseguir deixar de sorrir com a visão que me era ofertada.
Meredith. Pura e simplesmente sendo ela mesma.
— Oh, please don't drop me home, because it's not my home, it's their home and I'm welcome no more.
Ela se virou, ainda pulando levemente contra o piso e utilizando de uma espátula como microfone imaginário, para pegar algo na bancada atrás de si, mas se espantou completamente ao me ver parada ali.
— Oh, meu Deus, Addie! Se você soubesse o quanto eu desprezo essa sua mania de sempre chegar de fininho e me assustar! Qualquer dia desses eu vou parar durinha no chão e você vai ficar viúva!
Eu sorri, revirando levemente os meus olhos e me desencostando da porta, me surpreendendo ao vê-la erguer a espátula até a linha da sua boca e continuar a cantar a letra da música, me encarando com um sorriso lindo nos lábios, enquanto estendia a sua mão para mim.
— And if a double-decker bus crashes into us... To die by your side is such a heavenly way to die.
Eu me aproximei, sentindo o meu peito se inundar de uma sensação deliciosa ao vê-la tão leve, tão confortável e tão linda perto de mim. Os olhos apertados, o rosto livre de qualquer maquiagem, os cabelos bagunçados.
Ela estava confortável em ser ela mesma comigo. E isso era o maior presente que eu poderia receber.
Eu nunca a adoraria tanto, o quanto a adorava completamente livre de quaisquer outros adornos que não fossem a sua beleza natural e a sua personalidade.
Céus, como eu a adorava!
A agarrei levemente pela cintura, vendo-a sorrir e apoiar as duas mãos na espátula, ainda cantando com o sorriso mais lindo do mundo nos lábios, enquanto se movimentava levemente no ritmo da música.
— And if a ten-ton truck kills the both of us, to die by your side, well the pleasure, the privilege is mine!
— Eu mal fiz 31 anos e você já está me oferecendo duas opções tentadoras de morte? Deixe-me ver... Um ônibus de dois andares ou um caminhão de dez toneladas?
Ela riu, mordendo o seu lábio inferior e negou com a cabeça, se esticando e deixando um selinho leve aos meus lábios.
— A cada dia que passa você fica ainda mais ranzinza.
— E você adora — Sussurro contra os seus lábios, acariciando o seu rosto.
— Mal posso esperar pelos seus 90 anos.
— Se eu já não tiver incinerado a Terra daqui até lá, será um dia memorável.
Ela riu, batendo levemente ao meu ombro e eu, sem mais conseguir aguentar mais um segundo longe dela, beijei os seus lábios, sentindo a sua língua macia de encontrar com a minha e mergulhar a minha boca com um gosto delicioso e forte de morango, enquanto acariciava o meu pescoço com as suas unhas.
Acariciei o seu rosto, colocando uma mecha do seu cabelo para trás da sua orelha e mordisquei o seu lábio inferior, separando as nossas bocas no momento em que ela gemeu baixo contra os meus lábios.
— Posso saber o que está fazendo nessa cozinha ao invés de estar comigo na nossa cama? — Murmurei contra os seus lábios, depositando inúmeros selinhos ao longo da sua pele deliciosamente cheirosa, enquanto ela acariciava as minhas bochechas.
— Acordei morrendo de fome e descobri que, talvez, não tenha sido a melhor ideia do mundo ter dispensado as nossas funcionárias pelo resto do fim de semana.
Suspirei pesado, fechando levemente os meus olhos ao sentir a minha barriga roncar.
— Não foi uma das suas melhores ideias.
— Por isso decidi fazer alguma coisa de verdade para comermos, mas... Faz tanto tempo que eu não cozinho, que estou um pouco perdida.
Eu sorri, franzindo o meu cenho, sentindo uma real dificuldade em visualizar aquela cena.
— Você? Cozinhando? Eu realmente não quero o corpo de bombeiros acompanhado da imprensa na nossa casa justo hoje.
Ela acertou um soco forte no meu ombro desnudo, fazendo um bico lindo nos lábios.
— Para a sua informação eu fui muito bem criada pelo meu avô, ok? Ele é o melhor cozinheiro desse mundo, depois da nonna, é claro.
— Ah sim, eu vejo que você é realmente uma chefe e tanto, e como vejo, Madame Montgomery — murmuro, apontando com o meu queixo para a panela cheia de fumaça no fogão, ela se afastou de mim rapidamente e foi até lá, tirando-a do fogão e colocando-a debaixo da água corrente na pia, sussurrando alguns pequenos praguejos durante o processo.
Eu ri, cruzando os meus braços ao encarar a carranca que ela carregava no rosto.
— Mas que porcaria! — Eu sorri ainda mais pela sua tentativa de xingamento completamente falha — Antes de você chegar eu estava arrasando! Agora tudo que me sobrou foi um risoto queimado e um sorvete derretido. Obrigada, Addison Montgomery!
Eu ri, me aproximando novamente dela e a abraçando pela cintura.
— Podemos sair para comer.
Ela revirou os olhos, apoiando a sua testa preguiçosamente no meu ombro.
— Não, estou com preguiça de me arrumar. Os meus planos envolviam passar o dia deitada com você assistindo filmes e me empanturrando de doces.
— Podemos pedir um delivery.
Ela afastou a sua cabeça do meu ombro rapidamente, com o sorriso mais lindo do mundo no rosto.
— Pizza? Eu estou morrendo de vontade de comer pizza. Por favor, Addie, por favorzinho, vai! Uma pizza! Duas! Duas pizzas de marguerita e pepperoni, por favor, por favor, por favoooooooor! — Ela mordeu o seu lábio inferior sabendo exatamente que eu não poderia negar aquele pedido. Eu nunca negaria a nada que ela me pedisse. E ela saber disso era ter a capacidade de me possuir na palma das suas mãos.
Revirei os meus olhos, assentindo.
— Mas com uma condição.
Ela assentiu, depositando inúmeros selinhos nos meus lábios, me impedindo de segurar o meu sorriso por mais tempo diante daquele ato.
— Não me importo, faço o que você quiser, meu bem.
— Ótimo. Pode fazer o pedido pelo seu celular? Não sei onde está o meu. — Estranho, no mesmo momento, aquela frase aos meus lábios. Eu realmente não sabia onde estava o meu celular, ou que horas eram, ou os compromissos que eu possuía naquele dia.
E, estranhamente, aquilo parecia... Tentadoramente libertador.
Apenas estar com Meredith me importava naquele momento, após quatro dias insuportáveis longe dela.
— Claro. Pode fazer, ok? Vou cortar alguns morangos para comermos mais tarde com sorvete.
Assinto, indo até a bancada e pegando o seu celular, parando, um pouco, para pensar se eu deveria fingir que não lembrava a senha.
— Você sabe a senha, Addie.
Eu revirei os meus olhos ao me dar conta de o quão bem ela me conhecia e o liguei, me assustando no mesmo momento com o horário.
Uma e meia da tarde.
E eu definitivamente não poderia me importar menos.
Desbloqueei o celular, observando, na sua foto de tela, três das suas alunas abraçadas com ela, sorrindo mais do que qualquer criança poderia. E, sem conseguir conter um sorriso, eu me deixei observar o quanto ela brilhava naquela foto.
A minha mulher havia nascido para aquilo, e eu para me orgulhar de cada passo que ela dava dentro da sua profissão recém descoberta.
Me sentei sobre um dos bancos da bancada e busquei no seu celular tão organizado o aplicativo de delivery, o abrindo.
— Tem uma pizzaria italiana aqui que Amélia sempre gostou de pedir, pode ser?
Ela assentiu e eu escolhi os sabores, colocando o nosso endereço e fazendo o pedido.
— Você lembra dos três dígitos do nosso cartão?
— 567, eu acho. Tem sorvete de pistache, você quer experimentar?
— Não agora. Chegou uma mensagem da sua mãe.
— Pode ler pra mim?
Um pouco receosa de estar invadindo a sua privacidade, demorei um pouco para abrir o seu aplicativo de mensagens e me concentrei apenas em olhar a sua conversa com a sua mãe, não conseguindo não me surpreender e não segurar a minha risada no momento em que li a mensagem.
— Ela quer saber se você trouxe o vibrador.
Meredith se virou rapidamente, correndo até mim e pegando o seu celular rapidamente das minhas mãos, enquanto o seu rosto se tornava a cada segundo mais vermelho.
— Ela... Provavelmente... Ah, ela provavelmente digitou errado... Ela... Ela... Deve querer saber se eu trouxe o... O... O... Liquidi... Não... o secador. Isso. O secador.
Eu gargalhei, sem conseguir mais segurar a minha risada pela sua feição tão desesperada e o seu rosto tão vermelho.
— Desde quando nós temos um vibrador? E por que você não me disse isso?
— Não existe vi... Essa... Essa coisa! Minha mãe está... Está apenas maluca. Isso. Minha mãe está maluca. Isso faz tão mais sentido do que o secador, droga! — Ela sussurrou para si mesma a última parte, batendo com a sua própria mão na testa.
Eu me levantei, caminhando até ela.
— Sim, claro, a minha sogra está maluca. Mas, em uma situação completamente hipotética, qual seria a cor dele? Rosa chock?
Ela estava a ponto de se tornar um camarão, de tão vermelha. Seus olhos se fecharam e eu ri, abraçando-a por trás pela cintura e fazendo cócegas naquele local.
Ela gargalhou, se debatendo contra mim.
— Idiota! Para, Addie!
Eu ri, apertando-a ainda mais contra mim e forçando os meus dedos contra a sua cintura, ouvindo-a gargalhar e tentar, a todo custo, se afastar de mim, enquanto eu beijava o seu pescoço.
Até que, ao senti-la começar a perder o ar, eu parei, ouvindo-a gargalhar de maneira tão gostosa, que senti a imensa vontade de me deitar com ela naquela cozinha para nunca mais sair.
Ela se virou, batendo levemente no meu ombro, completamente vermelha e com os olhos cheios de lágrimas. Eu sorri, acariciando a sua boca.
— Por que você não usou?
Ela revirou os olhos, limpando os cantos deles e afastando os meus braços de si.
— Eu não queria que os nossos seguranças achassem que a patroa deles estava correndo perigo, apesar de quê, no fim, o resultado foi o mesmo — Ela respondeu, enfim, com a maior prepotência do mundo.
Eu mordi o meu lábio inferior, sentindo as minhas bochechas arderem e me aproximei, vendo-a se afastar vagarosamente.
— Ah, é?
— Humrum. Você aguentaria o quê? Cinco segundos?
As minhas sobrancelhas se ergueram em completa surpresa e ela riu, mordendo o seu lábio inferior.
— Ah, não, desculpe, isso é o que você aguenta somente com a minha boca, estou certa?
— Meredith Montgomery... — Cerrei o meu olhar, me aproximando ainda mais dela, que me encarava da forma mais sapeca do mundo — Se eu fosse você, correria.
Ela riu, o fazendo para fora da cozinha e eu imitei o seu ato, me surpreendendo com o quanto ela era surpreendentemente rápida.
Ela gargalhou, enquanto se esquivava de mim pelos móveis da nossa sala e gritava, a cada segundo que eu chegava mais perto.
— Repita o que você disse! — Gritei, enquanto ela corria ainda mais rapidamente até a sala de jantar.
— O que, senhora "não precisa sequer me tocar"? — Ela gritou de volta, sendo seguida de um grito quando eu quase alcancei a sua cintura.
Surpresa com a sua fala, eu corri mais, a seguindo pela sala de estar e agarrei a sua cintura com força contra mim, fazendo-a gritar e gargalhar surpresa.
Ao perder o meu equilíbrio, caímos, ambas, deitadas no tapete da sala, ela por cima de mim.
Agarrei, com força, a sua cintura, impedindo que ela fugisse e, rapidamente, me coloquei por cima, segurando os seus braços com uma só mão acima da sua cabeça, e utilizando a outra para a fazer cócegas na barriga.
Ela gritou, preenchendo a nossa sala com o som lindo, delicado, contagiante e delicioso da sua risada.
Eu sorri, assim que a observei derramar uma lágrima de tanto rir e tentar, inutilmente, falar algo ao meio das suas risadas.
— A... Add... Addie! Pa...re... Ah, meu Deus! Addi... Addison! Meu... Meu be...m... Pare!
Eu sorri ainda mais, parando para que ela pudesse respirar e encarei o seu rosto vermelho, as pequenas rugas ao redor dos seus olhos, o azul escuro e delicioso dos seus olhos, o sorriso gigante em seu rosto e o nariz franzido.
Eu nunca poderia deixar de ser completamente fascinada por aquela mulher. Em todas as suas variações.
Seus cabelos se soltaram do coque frouxo que ela havia feito e se espalharam pelo tapete, ondulados, bagunçados e inacreditavelmente lindos.
Meredith era uma obra de arte. A minha obra de arte favorita no mundo.
— Você é linda — Sussurro contra os seus lábios, sentindo-a acariciar ternamente a minha cintura, envolvendo as suas pernas desnudas ao redor de mim — A mulher mais linda do mundo.
Ela sorriu, negando com a cabeça.
— Sabe que eu ainda não tomei banho, não é?
— Você ainda continua linda, mesmo sendo porca.
Ela gargalhou, jogando a sua cabeça para trás e batendo no meu ombro com força.
— Eu te odeio!
— Não, você não odeia. Você me adora.
Ela me encarou com um sorriso gigante nos lábios e acariciou o meu rosto, plantando um beijo leve sobre os meus lábios.
— Algo por aí. E você também me adora.
— Completa e loucamente.
Ela sorriu da forma em que eu era completamente fascinada, com o nariz franzido, as bochechas rosadas e os olhos no tom de azul escuro que eu tanto... Adorava.
Acariciei o contorno dos seus lábios novamente, sem conseguir conter um sorriso em reação ao seu e beijei os seus lábios com calma, sentindo-a me abraçar mais fortemente contra si, acariciando as minhas costas nuas, enquanto tocava os meus lábios com a sua língua quente.
Abri os meus, adentrando a sua boca com a minha língua e suspirei ao sentir, pela enésima vez, as mesmas sensações que apenas um beijo seu era capaz de me trazer.
O frio na barriga, o calor no peito, o arrepiar da minha pele, o bater forte sob a minha caixa torácica, a confusão deliciosa de ter o meu cérebro completamente desligado e o calor entre as minhas pernas.
Ela. Apenas ela era capaz disso.
Apenas ela era capaz de me fazer desejá-la mais do que qualquer coisa no mundo, e em qualquer lugar do mundo, inclusive, no tapete da nossa sala.
As suas unhas subiram para o meu pescoço e ela suspirou contra os meus lábios, gemendo baixo ao sentir as minhas mãos acariciarem a sua cintura. As suas mãos envolveram os meus cabelos entre os seus dedos, os puxando com uma delicadeza que apenas ela poderia possuir.
As suas pernas se apertaram mais contra a minha cintura e ela suspirou contra os meus lábios novamente, afastando-se minimamente de mim para sussurrar:
— Quantos minutos temos até a pizza chegar?
— Uma hora, talvez.
— Tempo suficiente — Ela assentiu, me beijando ainda mais intensamente novamente.
As suas mãos percorreram as minhas costas nuas, agora, com mais intensidade, enquanto as suas unhas ameaçavam arranhar aquele local já marcado antes e eu começava a ansiar por sentir o ardor sobre a minha pele novamente.
Eu realmente precisava, como um inferno, senti-la se derramar completamente sobre os meus lábios depois da noite anterior. Por isso, afastei a minha boca da sua, observando-a ainda de olhos fechados, carregando a feição mais deliciosa do mundo no seu rosto.
Desci os meus lábios pelo seu pescoço, enquanto desabotoava a minha camisa do seu corpo, me surpreendendo ao observá-la completamente nua sob mim. Senti-me estremecer com aquela visão, enquanto o meu corpo inteiro parecia entrar em chamas.
Me afastei para encará-la completamente nua abaixo de mim, me encarando com a feição mais doce e deliciosa do mundo, com um sorriso começando a se abrir em seus lábios.
— Eu adoro você — Sussurrei baixo, acariciando o contorno dos seus lábios, observando-a sorrir ainda mais intensamente, sentindo a real necessidade em fazê-la entender, de uma vez por todas, aquilo.
Absolutamente nenhum verbo, no mundo, poderia descrever o que eu sentia por aquela mulher, senão o adorar cada célula e cada mínimo poro do seu corpo.
Cada respirar lento e calmo dos seus pulmões, cada risada, cada sorriso, cada olhar e cada toque seu eram adorados por mim como nada, nesse mundo, poderia ser.
Ela definitivamente me tinha na palma das suas mãos.
Puta que pariu.
— Eu adoro você também. — Ela sussurrou de volta, acariciando a minha bochecha da forma mais delicada do mundo. Eu sorri novamente, aproximando os meus lábios dos seus e a beijando com a calma que apenas ela era capaz de fazer surgir em mim.
Desci os meus lábios para o seu pescoço, beijando-o como se eu pudesse me fundir a ele e ao cheiro delicioso que a sua pele sempre possuía. Ela gemeu baixo, acariciando as minhas costas.
Os meus lábios percorreram, vagarosamente, o seu pescoço, a sua clavícula e o seu tórax, até chegar aos seus seios onde, sem qualquer tipo de pressa, eu me demorei com os lábios, sentindo a textura deliciosa da sua pele macia contra a minha língua.
As suas pernas se abriram mais, os seus olhos se fecharam e a expressão em seu rosto mudou por completo no momento em que a sua respiração passou a se tornar acelerada. Os seus dedos se mergulharam entre os meus cabelos, levando a minha cabeça delicadamente mais para baixo. Eu sorri, acatando aquele pedido não verbal como acataria todos os que ela me fizesse, sempre.
Desci os meus lábios para a sua barriga, depositando beijos leves sobre a sua pele arrepiada e, no momento em que os desci mais, me deparando com as suas pernas abertas e o seu centro completamente molhado para mim, me senti, pela enésima vez, a filha da puta mais sortuda do mundo.
Ela gemeu baixo e eu me senti tonta por alguns segundos, como sempre me sentia a cada reação completamente genuína e deliciosa do seu corpo sob os meus toques.
Por isso, sem conseguir mais esperar um segundo sequer, os meus lábios se fundiram ao seu centro quente, molhado e deliciosamente doce com a mesma intensidade de sempre. Ela gemeu alto, passando as suas unhas pelo meu pescoço e eu suspirei, fechando os meus olhos com força ao sentir o meu centro completamente já encharcado por ela.
Segurei firmemente as suas pernas ao redor do meu pescoço e a chupei com a mesma vontade de sempre. A mesma vontade dilacerante que eu sempre sentia em desejar me fundir a ela.
Ela gemeu alto, da forma escandalosa e deliciosa que tanto me enlouquecia e passou a se movimentar intensamente contra os meus lábios, puxando os meus cabelos com força contra os seus dedos.
Assim que eu a senti começar a estremecer contra mim, acertei as minhas mãos com força sobre as suas nádegas, arrancando um gemido fodidamente delicioso dela, sendo seguido de diversas tentativas de frases mais do que descaradas e desconexas.
A adentrei com os meus dedos, sentindo-a os apertar no mesmo instante e gemi contra a sua carne quente e encharcada, me sentindo, como sempre, perto demais de me derramar para ela apenas em vê-la naquele estado.
Seu corpo avermelhado, a expressão descarada, vulnerável e gostosa desenhada em seu rosto tão deliciosamente perfeito, as suas unhas arranhando o meu pescoço, os seus gemidos altos e fodidamente manhosos e... Porra! O gosto delicioso que inundou a minha boca no momento em que ela se desmanchou por completo para mim, gemendo o meu nome e se revirando intensamente contra o nosso tapete.
Fechei os meus olhos, tentando, como um inferno, não me deixar ceder aquela sensação quase liberta ao meu abdômen e subi os meus lábios por todo o seu corpo, encontrando a feição relaxada, calma e descarada no seu rosto após gozar intensamente para mim.
Os meus lábios se encontraram aos seus ofegantes e ela me beijou com ternura, envolvendo as suas pernas ao redor da minha cintura novamente.
— Eu preciso... Muito... De um banho... De banheira... Agora. — Ela murmurou entre beijos aos meus lábios, sorrindo deliciosamente logo depois — Com você, é claro.
— Apenas um banho? — A indago, sem conseguir segurar um sorriso descarado.
— Definitivamente não. Um banho com você nunca vai ser apenas um banho.
— Ótimo, porque eu realmente preciso colocar em prática tudo que você plantou na minha cabeça ontem.
— Muitas ideias? — Ela sussurrou, mordendo o meu lábio inferior descaradamente.
— Você não imagina o quanto, meu bem.
Ela sorriu e eu me levantei, puxando-a junto comigo e surpreendendo-a ao envolver as minhas mãos na sua bunda e impulsioná-la a rodear as suas pernas na minha cintura. Ela riu, rodeando os seus braços ao meu pescoço e encostando a sua boca ao meu ouvido, sussurrando logo em seguida:
— Eu adoro quando você faz isso...
— Nosso quarto? Ou você gostaria de dar início ao nosso plano "Todos os cômodos da casa"? — Sussurro, acariciando a sua cintura com as minhas unhas.
— Nosso quarto. Temos tempo o bastante para executar esse plano em NY, para caso você fique entediada.
— Com você? Acho mais fácil torcer para os Mets.
Ela gargalhou e eu ri, começando a subir as escadas com as suas pernas ao redor de mim. E... Porra! Como eu adorava tê-la daquela maneira. Ela parecia ser ainda mais minha do que costumava ser.
Senti-me estremecer e perder um pouco o meu equilíbrio quando a sua língua traçou o caminho descarado de sempre pelo meu pescoço e ela chupou, lentamente, a minha pele, me fazendo arrepiar ridiculamente para ela e quase soltá-la do meu colo.
— Meredith... Pare.
Ela riu, repetindo o seu ato e eu, ainda estremecendo, fechei os meus olhos por um segundo, continuando a subir as escadas de forma cambaleante com aquela mulher desgraçadamente provocante chupando, mordendo e lambendo o meu pescoço.
Abri a porta do nosso quarto quando, finalmente, a escadaria insuportavelmente longa se findou no segundo andar. Caminhei rapidamente com ela até o nosso banheiro, ignorando o queimar das minhas pernas pelo esforço e, sem qualquer intenção de esperar pela nossa banheira encher, a pressionei contra a parede e a adentrei com os meus dedos, ouvindo-a gemer deliciosamente ao meu ouvido e começar a se movimentar da forma enlouquecedora de sempre contra eles.
Ela gozou contra os meus dedos, naquela posição e gritando o meu nome duas vezes, até que os meus lábios realizassem a terceira e a quarta, tendo-a suada, bagunçada e deliciosamente desconcertada gemendo o meu nome da maneira mais deliciosa do mundo, enquanto estremecia contra o meu rosto de maneira violenta.
Quando a nossa banheira encheu, eu a carreguei novamente e apenas coloquei os sais em que ela, com a voz fraca, me indicou ainda de olhos fechados. Me sentei atrás do seu corpo e o abracei contra mim, entrelaçando os meus dedos aos seus.
— Vamos voltar para NY que horas? — Ela me indagou em um tom de voz preguiçoso.
— Não sei, meu anjo. Você decide.
— Não queria ter que ir direto do aeroporto para a casa da minha sogra. Podemos voltar ainda hoje? Preciso muito dormir umas dez horas seguidas com você na nossa cama. Não que a nossa cama aqui não seja incrível, mas o clima lá está tão gostoso, choveu muito essa semana, acho que estou precisando de um pouco de frio e da nossa cama original com você nela. — Ela murmurou a última frase em um tom de voz manhoso, se aconchegando mais ao meu corpo atrás de si.
Eu sorri, acariciando os seus cabelos.
— Você é quem manda — Murmuro, dando de ombros e fechando os meus olhos, me sentindo estranhamente com sono.
— Voltamos hoje, umas sete então? Chegamos lá mais ou menos meia noite.
Assinto, prendendo os seus cabelos em um coque mais apertado para que não molhasse na água espumada.
— Obrigada por ter vindo — Sussurro ao seu ouvido, de olhos fechados, sentindo-a acariciar levemente as minhas coxas.
— Eu nunca a deixaria passar um aniversário sozinha, mesmo que você quisesse. Estava com medo de que você chutasse a minha bunda daqui — Ela riu e eu não consegui fazer o mesmo, por uma das palavras contida naquela frase.
— Você realmente achou que eu fosse... Brigar com você? — Murmurei um pouco hesitante.
O pensamento de que ela poderia, por qualquer motivo, temer a mim me causava calafrios.
Ela se virou, parecendo surpresa com a minha indagação.
— Essa não seria a palavra certa... Eu apenas estava com medo que você achasse que eu estava... Não sei... Invadindo o seu espaço. — Ela deu de ombros, se ajeitando na banheira para ficar sentada no meu colo, de frente para mim e acariciou ternamente o meu rosto. — Sei que você gosta de ter o seu espaço. Mas não pude suportar a ideia de tê-la passando o seu aniversário sozinha.
Nego com a cabeça, suspirando pesado pelo fato de que ela sequer imaginava que não, eu não queria passar aquele dia sozinha. Assim como não queria passar mais nenhum outro sem ser ao seu lado.
E, mais ainda, que eu não gostava de ter o meu espaço.
Será que ela sequer imaginava que, entre ficar sozinha e ficar com ela, eu sequer precisava pensar para escolher?
Ou, melhor, será que ela sequer imaginava que ela era a dona do meu espaço?
Como diabos eu cheguei aqui?
— Ter vindo para LA foi o melhor presente que você poderia ter me dado. — Sussurrei, acariciando o contorno dos seus lábios.
"Senti a sua falta." Eu quis dizer, mas simplesmente não saiu. Porque, mesmo diante de tudo que eu já havia dito para ela, isso ainda parecia demais.
Mas, parecendo ler os meus pensamentos, ela se aproximou mais e sussurrou:
— Estava com saudades.
Eu sorri, sentindo o meu peito se preencher de uma ansiedade tão fodidamente boa ao ouvir aquelas palavras.
O fato de que ela não possuía o mesmo medo de ser demais em que eu possuía era a melhor coisa sobre Meredith. Ela gostava de ser intensa. Essa era a parte mais bonita da sua personalidade para mim.
Acariciei o seu rosto, me sentindo a pessoa mais fraca e mais impotente do mundo diante dela ao abrir os meus lábios e simplesmente não conseguir dizer o mesmo.
E não porque eu não senti, porque, porra, eu quase enlouqueci nesses quatro dias longe dela, longe do seu cheiro, do seu corpo, da sua presença.
Mas eu simplesmente não conseguia dizer. Parecia ser um nível de fragilidade que eu ainda não me sentia confortável em admitir que eu possuía por ela.
Por isso, me estiquei, beijando os seus lábios com saudades, esperando que pudesse soar como um eu também.
Assim que, muitos segundos depois, os seus lábios se afastaram do nosso beijo intenso para respirar e eu abri os olhos, me deparando com um sorriso imenso enfeitando os seus lábios deliciosamente lindos, eu sorri também, sabendo que sim, ela havia entendido o que eu havia não dito.
Porque ela possuía o superpoder esquisito de sempre saber o que se passava pela minha cabeça, mesmo quando eu não dava brechas para aquilo — ou achava que não dava.
Ela deitou a sua cabeça no meu ombro e respirou fundo, me abraçando com mais força e acariciando as minhas costas com as suas unhas. Eu fechei os meus olhos, fazendo o mesmo em que ela e me recostei na banheira, perdendo por completo a noção do tempo ali.
...
A nossa pizza chegou poucos minutos depois, quando ainda estávamos na banheira e eu me levantei rapidamente, vestindo um roupão e descendo as escadas para receber de Alex.
Ele adentrou a sala com um sorriso ridículo nos lábios e eu revirei os olhos no mesmo instante, já sabendo o que havia ali.
— Então essa é a visão da Excelentíssima Juíza Montgomery... "Tão doente que não foi capaz de se levantar da cama hoje?" digo, foi o que eu ouvi pelos corredores da empresa.
Soquei o seu braço, pegando as duas caixas de pizza das suas mãos e ele riu.
— Estou no meu dia de folga.
A sua risada foi cortada no mesmo instante, enquanto ele me encarava com a feição mais idiota e pálida do mundo.
— Espera... Você está pessoalmente de acordo com isso? Achei que Meredith tinha amarrado você ou algo do tipo.
— Não ainda, você sabe que eu não faço o tipo ser amarrada — Murmurei baixo, vendo-o gargalhar no mesmo instante.
— Até porque Meredith sequer precisa disso para tê-la nas palmas das mãos, não é?
Revirei os meus olhos, socando o seu braço, incomodada com o fato de que até Alex percebia o quanto eu era um fantoche nas mãos da minha mulher.
— Não vou atrapalhar — Ele ergueu as suas mãos em sinal de rendição — Mas temos muito o que conversar.
— Claro, mamãe. Agora dê o fora daqui e por favor tire esse terno ridículo. Vamos sair apenas às 18:00. Avise ao piloto que vamos sair de LÁ às 19:00.
— Sim, senhora. — Ele me dirigiu uma piscadela ridícula e saiu, rindo.
Eu neguei com a cabeça e fui até o sofá, sem saber bem o que fazer ali, peguei algumas almofadas e joguei ao chão, ligando a TV nunca usada por mim naquela casa.
Ouvi passos da escada e, logo em seguida, evoluírem para uma pequena corrida até o sofá.
— Pizza! — Ela exclamou alegre e eu sorri, negando com a cabeça enquanto me divertia com aquele seu lado tão infantil e me encantava, ainda mais, com o quanto ela poderia ser várias em uma só, e no quanto eu poderia ser extremamente fascinada por cada uma das suas formas de ser.
A observei usar um baby doll vermelho, com os cabelos já soltos e penteados, exalando o cheiro delicioso do seu óleo misturado com o seu perfume e o frescor pós banho.
— Vou escolher o vinho — Falei me levantando, deixando um selinho em seus lábios.
— Pegue o sorvete na geladeira e os morangos, por favor, meu bem.
Me dirigi até a adega ao lado da cozinha e escolhi o seu vinho favorito, pegando as taças e todo o resto que ela havia pedido.
Quando voltei até a sala, ela zapeava os streamings de filmes e séries na TV, enquanto estava enrolada em uma manta e já havia colocado as pizzas na mesa de centro.
Eu me sentei e, apenas naquele momento, percebi que havia esquecido os pratos.
— Vou buscar os pratos.
Ela negou com a cabeça, me impedindo de levantar.
— Nem pense nisso. Hoje você me obedece e come pizza do jeito certo!
Revirei os olhos, não acreditando que eu faria aquilo. Ela me encarou mais intensamente, me confirmando que sim, eu faria.
E por que?
Porque ela havia mandado, óbvio.
Não pude deixar de revirar os meus olhos novamente, como se fosse diminuir um pouco o quanto eu era fodidamente mandada por aquela mulher e me sentei novamente ao seu lado, abrindo o vinho e a servindo primeiro. Ela sorriu, me agradecendo e, sem cerimônias, abriu uma das caixas de pizza e se serviu, com as mãos, de um dos pedaços.
Ela gemeu baixo com a primeira mordida, me fazendo arrepiar com o som saído da sua boca e me encarou com a feição mais linda do mundo.
— Isso é divino!
— É tida como a melhor pizza italiana de LA, mas eu ouso dizer que seja dos Estados Unidos.
— E eu concordo com você — Ela murmurou, erguendo a sua taça para brindar com a minha — Aos 31 anos da mulher mais incrível, inteligente, chata e gostosa que eu conheço.
— Você mentiu a sua idade e o seu aniversário para mim esse tempo todo? — Devolvi o seu pequeno insulto, brindando a minha taça com a sua e ela cerrou o seu olhar, chutando o meu pé com o seu.
— Idiota.
Eu me estiquei, deixando um selinho em seus lábios e, sentindo um pouco de nojo, ergui a minha mão, pegando um dos pedaços da pizza morna.
Fiz uma careta e ela riu, deitando a sua cabeça no meu ombro.
— Você é tão dondoca. Deveria me agradecer por não a fazer lavar pratos no seu aniversário.
— Sonhe, querida. E o meu aniversário já passou.
— Eu decidi que o seu aniversário terá uma duração de quatro dias, portanto, apenas terça-feira você poderá se ver livre desse dia. E me agradeça por não fazer durar trinta dias, um para cada dia que você rejeitou nesses trinta anos.
Revirei os meus olhos, alcançando o controle da TV ao seu lado e buscando pelo meu filme favorito.
— Quem disse que é você quem decide o filme? Eu quero ver uma linda mulher.
— Bem, o aniversário ainda é meu e essa é a minha condição pela pizza, e eu me lembro bem de você ter dito qualquer coisa.
Ela revirou os olhos, fazendo um bico como uma criança birrenta que sempre consegue o que quer, mas foi contrariada pela primeira vez.
Assim que o seu olhar pousou sobre a tela ela negou veementemente com a cabeça, tentando tomar o controle da minha mão, mas eu a estiquei para cima, onde ela não conseguia alcançar.
— Eu não vou ver O exorcista! Eu não gosto desse filme!
— Azar o seu, eu decido o filme e vamos ver O exorcista.
— Addie, por favor, eu tenho medo! — Ela murmurou manhosa, quase me fazendo desistir da ideia de assistir ao meu filme favorito.
— Medo de um filme?
— De um filme baseado em fatos, Addison Montgomery!
— Não sei o porque tanto medo, pelo que todas as revistas de fofoca dizem, você dorme com o diabo ao seu lado todas as noites. Alguns espíritos malignos e um exorcismo não deveriam assustá-la.
— Haha, muito engraçada. Addie, vamos ver uma comédia, por favor!
— Não. — Respondo convicta, dando play no filme.
— Um romance.
Faço uma careta.
— Definitivamente não.
— Um thriller. Uma ficção científica? Casos policiais? Addie...
— Shhh, preste atenção — Murmurei, abraçando-a contra mim.
Ela bufou irritada e deitou a sua cabeça no meu ombro, ainda comendo a pizza.
Nos quinze primeiros minutos de filme ela se concentrou em comer e, quando acabou, depositou a sua taça de vinho sobre a mesa de centro e deitou a sua cabeça novamente no meu ombro, acariciando o meu ombro quase desnudo pelo roupão. Eu a abracei contra mim e depositei um beijo leve sobre os seus cabelos cheirosos, me concentrando no filme.
Ela estremeceu em susto contra mim na primeira mudança de música, sem qualquer tipo de cena assustadora e eu ri, acariciando os seus cabelos.
— Não quero ver isso! — Ela exclamou, tampando os olhos.
— Não está acontecendo nada demais, Meredith.
Ela estremeceu quando a música se tornou mais alta em um susto maior e eu ri novamente, levando um tapa bem acertado no ombro.
— Idiota!
Ela me abraçou com mais força e se manteve calada por mais alguns minutos, estremecendo, vez ou outra, diante de qualquer mudança abrupta de cenário do filme.
Até que eu senti os seus lábios depositarem um beijo leve sobre o meu pescoço. Sorri, tirando os meus olhos da tela e a encarando, ela sorriu de volta para mim.
— Me abrace mais forte, por favor.
Eu sorri ainda mais pelo tom de voz manhoso e acariciei o seu rosto.
— Estou aqui, meu anjo — Murmurei, deixando um beijo suave sobre a ponta do seu nariz franzido.
Ela sorriu e se esticou, deixando um selinho demorado nos meus lábios.
— Eu sei... — Ela murmurou, acariciando o meu rosto — Você sempre está.
— Eu sempre estou.
Ela sorriu mais ainda e os seus olhos se moveram para os meus lábios. Eu suspirei, sentindo o meu corpo inteiro estremecer com apenas um olhar tão sugestivo e, como uma resposta automática àquele olhar, eu me aproximei mais, até que os nossos lábios estivessem quase se tocando. Ela mordeu o seu lábio inferior antes de repetir o ato com o meu, me fazendo esquecer completamente do filme.
Seus lábios tomaram os meus em um beijo leve e a sua língua tocou os meus lábios de forma tímida, eu suspirei, puxando-a pela cintura para ainda mais perto de mim e a beijei da mesma forma em que ela requisitava: leve, intensamente e sem qualquer tipo de pressa.
Ela sorriu contra o beijo e a sua mão ao meu pescoço desceu para a minha cintura, apertando-me com um pouco de força, enquanto a sua perna se enroscava na minha, abrindo-a para se colocar ao meio dela.
Eu gemi baixo ao sentir a sua coxa tocar o meu centro já molhado e completamente nu e, ao sentir a sua mão subir para os meus ombros desnudos pelo roupão e descer ainda mais o tecido, eu sabia exatamente o que ela desejava.
A porra do filme foi para a puta que pariu no momento em que ela ficou por cima e a sua coxa se esfregou contra o meu centro quente, pulsante e molhado e eu gemi contra os seus lábios, já enlouquecida e já sentindo o meu coração parecer esmurrar a minha caixa torácica. Ela afastou as nossas bocas e tateou o sofá, e eu apenas percebi a televisão sendo desligada no momento em que o som do filme deixou de existir.
Ela puxou a própria blusa do baby doll para cima, deixando os seus seios fartos e duros completamente nus. Eu os encarei como se estivesse os vendo pela primeira vez, como sempre fazia, porque eu era obcecada por eles como era obcecada por cada parte do seu corpo, desde os vinte e nove sinais até os gemidos deliciosos e escandalosos que saíam da sua boca.
Ela se afastou de mim, se levantando e eu a observei tirar o seu short e a sua calcinha rapidamente, ficando completamente nua diante de mim.
— Puta que pariu.
Ela riu, negando com a cabeça, com a feição mais adorável do mundo em seu rosto.
— Como você consegue sempre me olhar como se fosse a primeira vez?
— Não canso de ser fascinada por você, desde a nossa primeira vez. — Murmuro, completamente bêbada pela visão à minha frente. — Quero você sentada no meu rosto, Meredith Montgomery — Murmurei um dos desejos que eu havia descoberto no dia anterior. Como eu precisava daquela mulher rebolando violentamente no meu rosto, completamente sentada em cima de mim e gritando o meu nome em altos pulmões.
Estremeci somente em imaginar aquilo.
Ela respirou pesado, me encarando com o olhar mais submisso e mais delicioso do mundo.
— Por favor. — Sussurrei, segurando firme na sua cintura e deitando apenas a minha cabeça no sofá.
Ela sequer pareceu pensar e, no mesmo instante, colocou as suas pernas ao redor de cada lado do meu corpo e, sem qualquer tipo de paciência, eu a puxei pela bunda até o meu rosto, devorando-a com a fome e a intensidade de sempre. Ela gemeu surpresa, e começou a rebolar deliciosamente sobre o meu rosto, do jeito em que apenas ela, a porra da bailarina mais gostosa do mundo, era capaz de fazer.
Eu gemi junto a ela, sentindo o seu centro molhado demais e quente demais para que eu pudesse suportar, enquanto o meu parecia desejar explodir em um orgasmo a qualquer momento.
O quão pouco eu conseguia durar com a mulher mais deliciosa do mundo, a minha mulher, sentada na minha cara rebolando da forma mais profana do mundo, sussurrando o meu nome entre os seus gemidos tão manhosos e altos?
Pela puta que me pariu, porra!
— Addie... Isso... Isso... — Acertei um tapa sobre a sua bunda, ouvindo-a gritar e jogar a sua cabeça para trás, os cabelos caindo pelas suas costas onde as minhas mãos alcançavam. — Mais... Rápido... Addie... — Eu obedeci, sugando-a com mais força e mais rápido e ela gemeu alto, se curvando para frente e me encarando com o olhar mais descarado do mundo.
A minha perdição aconteceu quando ela, utilizando do instinto descarado de sempre, mordiscou o seu lábio inferior e, com a sua mão esquerda, puxou os seus cabelos que caíam deliciosamente sobre o seu rosto para um lado só.
Acertei as minhas mãos na sua bunda novamente e ela gemeu alto, rebolando mais intensamente sobre o meu rosto e murmurando frases desconexas, enquanto me encarava com os olhos azuis escuros e as bochechas coradas.
As suas mãos puxaram os seus cabelos em um rabo de cavalo improvisado e ela me encarou com ainda mais lascívia, mas com o olhar que eu tão bem conhecia como o seu quase e eu estremeci com apenas a visão das suas mãos agarrando o seu próprio cabelo, e de o quão ela era a mulher mais fodidamente gostosa do mundo fazendo algo considerado tão banal.
Agarrei as suas pernas ao redor de mim com mais força, ao senti-la perder-se em seus movimentos e mordisquei-a com os meus dentes, sentindo-a estremecer intensamente sobre mim, no início de um orgasmo intenso.
O seu corpo tombou para trás e eu a segurei com força, ouvindo-a gemer em alto e bom som o meu nome enquanto rebolava desesperadamente contra o meu rosto e gozava intensamente contra a minha boca.
Segurei-a com ainda mais força, deitando-a no tapete e a beijei intensamente, sentindo-a envolver a minha cintura com as suas pernas e arranhar as minhas costas com força.
— Addie... — Ela sussurrou manhosa contra os meus lábios — Preciso... De você... Dentro de mim.
Eu assenti, mordiscando o seu pescoço e obedeci rapidamente ao seu pedido, com força.
Ela gemeu alto, apertando as suas pernas ao redor da minha cintura e se movimentando conforme eu o fazia, sequer me importando com o ardor de sempre ao meu braço.
E, após pouquíssimos minutos, ela gozou.
Uma. Duas. Três vezes.
E, em todas elas, me renovando a certeza de que ela, apenas e unicamente, dominava todo o meu espaço e... Puta que pariu... Para sempre dominaria.
Eu me deitei sobre o seu corpo ofegante e me deixei respirar por alguns segundos, ouvindo-a tentar recuperar a sua respiração abaixo de mim.
Dando-me conta do meu próprio peso e tamanho sobre si, eu me deitei no tapete, sentindo-a, no mesmo instante, se virar e me abraçar com força, deitando a sua cabeça no meu peito.
— Podemos assistir ao meu filme agora? — Ela murmurou contra o meu pescoço, me pegando de surpresa.
Que mulher... Desgraçadamente inteligente e manipuladora!
— Você me manipulou a perder o meu filme por sexo só porque não queria se assustar?
Ela deu de ombros.
— Um sexo incrível, por sinal. De nada. Aquela porcaria iria me dar pesadelos e você também não ia conseguir dormir.
— Um sexo incrível, é? — Murmurei, sorrindo convencida.
— Parece que conseguimos nos superar todas as vezes, não é? Deveríamos ganhar um prêmio — Ela sussurrou, beijando os meus lábios.
Eu ri, batendo levemente a minha mão contra a sua bunda, a fazendo rir também.
— Você não existe, Meredith Montgomery.
— Poderíamos chamar o prêmio de "La Montgomery", o que acha?
Eu ri novamente, depositando inúmeros selinhos sobre os seus lábios e as suas bochechas.
— Um prêmio em que as únicas vencedoras possíveis são as idealizadoras? Quem diria que você poderia ser tão nepotista, madame Montgomery.
Ela riu, dando de ombros e envolvendo uma das suas pernas na minha cintura.
— Quando se trata do sexo incrível com a minha mulher, eu sou qualquer coisa.
Sorri, acariciando os seus cabelos, cobri o seu corpo nu com a manta que ela usava anteriormente e a abracei mais fortemente contra mim, beijando delicadamente o topo da sua cabeça e sorrindo alguns minutos depois, no momento em que a ouvi começar a roncar.
Fechei os meus olhos, também me deixando entregar ao súbito sono que havia me atingido.
Acordei um tempo depois, sentindo a loira completamente em cima de mim, roncando alto contra o meu ouvido, enquanto me abraçava com força contra si. Respirei fundo, ouvindo o seu celular tocar em cima do sofá e, temendo acordá-la, eu me estiquei, o pegando e vendo o nome de Alex na tela.
— Diga — Murmurei baixo, acariciando as costas nuas de Meredith inconscientemente.
— Você está sem celular?
— Está descarregado. Diga.
— O piloto sugeriu que fôssemos mais cedo para NY, a previsão do tempo está mostrando uma chuva muito forte e com ventos alguma coisa que eu não entendi bem, ele disse que o melhor horário de voo seria às 16:30, ou, senão, só amanhã pela manhã.
— Mande-o organizar tudo para às 16:30 então, Meredith quer estar em casa ainda hoje.
Ele concordou, desligando a chamada e eu suspirei, vendo o horário na tela: 15:00.
Resolvendo deixar a minha mulher descansar um pouco mais, eu me afastei dela vagarosamente, pegando uma almofada a mais para colocar ao seu lado, a qual ela abraçou, após gemer baixo contragosto para voltar a roncar intensamente.
Amarrei o meu roupão mais firmemente contra o meu corpo e tirei a nossa pequena bagunça ali, levando até a cozinha e deixando sobre a bancada para que as funcionárias limpassem mais tarde.
Subi as escadas e fui até o meu quarto, disposta a fazer algo que, eu sabia, Meredith odiaria:
Arrumar as nossas malas.
Eu comecei pela sua que era apenas uma mala pequena de mão e coloquei as suas poucas roupas ali dentro, me surpreendendo no momento em que tateei um dos bolsos e senti algo... Diferente ali.
O abri, rindo ao ver o objeto em que a minha sogra havia feito questão de perguntar sobre.
Era um vibrador pequeno, preto, que possuía um controle também pequeno grudado a ele.
O coloquei na minha mala e fiz uma nota mental para usá-lo assim que eu pudesse.
Eu nunca imaginei que Meredith poderia sequer cogitar utilizar esse tipo de coisas na cama, mesmo que eu soubesse que aquilo não havia sido ideia dela.
Mas será que não mesmo?
Afinal, a versão completamente sem filtros da minha mulher a qual eu fui apresentada na noite anterior acabou por me fazer começar a duvidar daquela sua personalidade tão... angelical o tempo todo.
Meredith também conseguia ser a própria personificação do profano. E somente imaginar descobrir um pouco mais sobre isso me deixava mais eufórica do que qualquer coisa nesse mundo.
Terminei de arrumar as nossas malas e vesti uma calça de alfaiataria preta justa ao meu corpo e uma camiseta lisa da mesma cor e, por cima, um blazer do mesmo tom, pois, pelo que eu fui informada, NY estava extremamente fria.
Me deixando ser ousada o bastante, separei para Meredith uma das suas calças de tecido leve branca, uma blusa de alcinhas preta e um dos meus blazers pretos para que ela colocasse por cima.
Prendi os meus cabelos em um coque não muito arrumado e coloquei os meus óculos de grau, sentindo as minhas vistas doerem um pouco.
A porta do meu quarto foi aberta por uma loira completamente preguiçosa e mal humorada me encarando com a maior carranca do mundo, já vestida.
— Por que me deixou sozinha lá embaixo?
— Me desculpe, meu anjo — Murmurei, me aproximando e deixando um beijo leve sobre os seus lábios — Alex ligou e disse que precisaremos ir mais cedo, vai acontecer uma tempestade mais tarde e o piloto não se sente confortável em voar nesse horário. Decidi deixar você dormir um pouco mais, enquanto eu me arrumava.
— Tudo bem. Vou arrumar as nossas...
— Eu já arrumei. E já separei a sua roupa. Você só precisa tomar um banho para tirar essa cara de sono e comer mais alguma coisa.
Ela franziu as suas sobrancelhas, fazendo um bico, como eu imaginei, nada satisfeita com aquilo.
— Não gostei dessa inversão de papeis. Você arrumou mesmo as nossas malas? Por Deus, você separou as sujas das limpas? Não, né? Addie!
— Claro que eu separei! Eu me sinto muito nova para morrer e você é muito gostosa para ir para a prisão.
Ela revirou os olhos e eu sorri, depositando um beijo leve sobre os seus lábios.
— Banho, porquinha.
Ela bufou irritada e marchou até o banheiro, saindo de lá poucos minutos depois, parecendo nada feliz com a minha escolha de roupa.
— Eu preferia ir de short.
— Para morrer de frio assim que pisarmos em NY? Esqueça.
Ela revirou os olhos novamente e prendeu os seus cabelos em um coque bagunçado, eu saí do quarto e desci as escadas, indo até o meu escritório e pegando todas as coisas que eu havia trazido de NY comigo, levando-se em uma bolsa até a sala.
Meredith desceu as escadas e eu me surpreendi ao vê-la usando um vestido longo de alcinhas e solto azul marinho, que continha uma fenda na sua coxa direita e emoldurava o seu corpo da maneira mais fácil e mais linda o possível. Seus cabelos ainda estavam presos em um coque bagunçado, enfeitados pelo seu óculos de sol na cabeça.
Ela trazia consigo a minha bolsa e a sua.
— Então quando você escolhe as minhas roupas eu sou obrigada a usar, mas quando eu escolho as suas você simplesmente ignora?
Ela sorriu, se aproximando de mim e espalmando as suas mãos sobre o meu tórax, deixando um selinho em meus lábios.
— Foi por um motivo maior, meu bem. Você gostou, não gostou?
Revirei os olhos, derrotada com o quanto ela possuía um senso de estilo mil vezes maior do que o meu e no quanto ela conseguia ficar extremamente gostosa com aquele vestido, e sabia disso.
— Use pelo menos o blazer, você vai congelar assim que pisarmos em NY.
— Ok, meu bem. Vamos comer mais pizza? Estou com fome.
Eu assenti e nós fomos até a cozinha juntas, nos sentamos diante da bancada e comemos mais alguns pedaços de pizza acompanhados do vinho e, após isso, Alex chegou para buscar as nossas coisas e colocá-las no carro.
Ele me deu as chaves do Audi preto e eu abri a porta do passageiro para Meredith, que me agradeceu com o sorriso de sempre e o adentrou, dei a volta, fazendo o mesmo e dei partida assim que Alex, no carro da frente, o fez.
Meredith ligou o seu aplicativo de músicas no carro e passou a mexer no painel, parecendo procurar por algo.
— Você tem escutado a minha playlist?
Engoli em seco, sentindo as minhas bochechas arderem ao ser tão pega no flagra sem sequer esperar.
Dei de ombros, mordendo o meu lábio inferior, fingindo não ser importante.
— Você tem um ótimo gosto musical. Não tão bom quanto o meu, claro, mas tem.
Ela riu, batendo na minha coxa com força e eu senti aquele seu ato exatamente ao meio das minhas pernas.
Maldição de mulher.
— Posso apresentá-la algumas músicas? — A indaguei e ela assentiu. Parei num sinal e peguei o seu celular, digitando a minha playlist que, para mim, continha todos os melhores cantores brasileiros e coloquei para tocar.
— Isso é português?
Assenti.
— O nome dele é Cazuza. É um dos melhores cantores e compositores do Brasil.
Ela sorriu, fechando os olhos e parecendo tentar entender a música.
— Fala sobre o quê?
— Sobre... exageros... algo por aí. — Respondi apenas, sabendo bem que não era exatamente aquilo.
Mas por que diabos aquela música, agora, parecia ter tanto a ver comigo?
— Não sabia que você gostava de música brasileira.
— Tudo que é cultura brasileira me encanta. Quero levar você lá. — A encarei, acariciando a sua coxa livre, deixando claro uma ideia que sempre tive. Meredith no sol delicioso do Brasil, caminhando pelas ruas do Rio de Janeiro ou dançando sobre as ruas de Salvador.
Eu mal podia esperar.
Ela sorriu, espelhando o meu ato com o meu pescoço.
— Quando?
— Quando voltarmos da África, o que você acha? — Me surpreendo um pouco com a minha fala, pois eu sequer havia feito planos mais elaborados para isso, mas me pareceu uma ótima ideia ao momento.
Porque, com Meredith, eu simplesmente não sabia ser controladora como eu era desde que me conhecia por gente. Ideias como aquela me pareciam tão mais certas com ela.
Ela sorriu ainda mais.
— Mas com uma condição.
Dei de ombros, assentindo, porém curiosa.
— Sem trabalho.
— Me parece a proposta de uma nova lua de mel. — Falei, mordendo o meu lábio inferior.
— Como se você tivesse deixado de trabalhar na nossa — Ela revirou os olhos, entediada — Estou falando sério, Addie. Você precisa descansar.
— Sabe que se eu não for trabalhar, a última coisa que vamos fazer é descansar, não é?
Ela riu, batendo novamente na minha coxa.
— Por que você simplesmente não consegue me levar a sério?
— Porque adoro fazer você rir. Adoro a sua risada, já disse isso, não?
Ela sorriu novamente, com as bochechas coradas e eu senti o meu peito se aquecer da maneira de sempre.
— Sim, já disse.
Assinto, parando novamente em outro sinal e a observando me encarar de maneira intensa, mordendo o seu lábio inferior.
— Tenho uma coisa para te contar.
Eu franzi o cenho, pela sua feição... misteriosa e senti o meu estômago se revirar um pouco ao observar, no fundo do azul escuro dos seus olhos, um mínimo resquício do seu olhar completamente descarado.
— O quê?
Ela sorriu, tocando a minha mão em cima da sua coxa e a acariciando com as pontas dos seus dedos, me fazendo arrepiar com apenas aquele contato.
Até que a sua mão segurou a minha delicadamente por cima, movendo-a sobre a sua coxa vagarosamente. Eu acompanhei o movimento com o meu olhar e estremeci ao vê-la me fazer adentrar o tecido do seu vestido pela fenda e continuar subindo a minha mão.
— Mere...dith... Estamos no sinal.
Ela sorriu ainda mais quando observou os meus lábios se entreabrirem em completa surpresa.
Onde deveria haver o pano da sua suposta calcinha, havia apenas a sua pele quente, próxima demais da sua intimidade para que eu pudesse pensar em alguma coisa naquele momento, além do quanto eu estava infinitamente fodida nas mãos daquela mulher.
— Completamente nua. Surpresa, meu amor. — Ela sussurrou próxima da minha boca, com um sorriso desgraçadamente descarado nos lábios.
Fechei os meus olhos com força, sentindo o meu corpo inteiro parecer entrar em chamas e estremecer, mais uma vez, para aquela mulher terrivelmente descarada.
Meredith Montgomery, a minha mulher, estava sem calcinha sob um vestido que eu conseguiria arrancar em menos de cinco segundos do seu corpo.
Me senti estremecer novamente em uma súbita raiva. Eu precisava chegar naquele caralho de avião o mais rápido possível.
Meu centro se contorceu em dor e eu gemi baixo, me sentindo o ser mais idiota do mundo.
— Você... ainda vai me matar, Meredith Montgomery — Murmurei, abrindo os meus olhos e me deparando com um sorriso completamente diabólico aos seus lábios.
— Tsc, tsc, tsc. Preciso de você completamente viva, meu amor, de preferência com as pernas ao redor do meu pescoço e gritando o meu nome da mesma maneira em que faria os nossos seguranças acharem que estou matando você.
Mordi o meu lábio inferior, sentindo tudo dentro de mim se contorcer com aquela fala carregada de descaração e de dominação.
Ela sabia que me dominava. E como sabia.
Inferno.
— Espero que saiba que estaremos incrivelmente ocupadas durante todas as cinco horas de viagem. — Respondi, apertando, com força, a sua coxa. Deixando a marca das minhas unhas curtas ali. Ela fechou brevemente os olhos, soltando uma arfada fraca de ar.
— Ah, é, Meritíssima? E o que estaremos fazendo durante todo esse tempo? — Estremeci quando a sua voz tomou o tom doce, manhoso e sexy que ela sempre carregava quando estava na nossa cama.
Ela definitivamente iria me matar.
— Eu quero descobrir em quantos segundos eu consigo arrancar esse vestido do seu corpo.
— Acho que na mesma quantidade de tempo em que você consegue durar com a minha bo...
— Meredith... Não me teste.
Ela riu, no momento em que um carro buzinou inúmeras vezes atrás do meu.
— O sinal está aberto há, exatamente, dez segundos, meu bem. Acho que você acaba de ganhar uma multa de presente de aniversário. A sua primeira, eu devo supor, Meritíssima?
Grunhi irritada, pisando no acelerador com força e desejando, como um inferno, chegar logo no diabo do aeroporto.
Em quinze minutos estacionei o carro em frente ao jatinho e desci rapidamente, pegando a minha bolsa e abrindo a porta do passageiro, puxando Meredith pela sua mão para fora dali.
Ela riu, correndo atrás de mim para me acompanhar até o avião e eu simplesmente ignorei por completo toda a tripulação que estava ali em pé, esperando por nós.
— Oi, James! Como está? Boa tarde, pessoal! — Meredith cumprimentou o piloto e a tripulação com a delicadeza de sempre, rindo ao perceber que eu sequer me dei o trabalho de os encarar e me coloquei para subir as escadas, a puxando junto a mim e dando de cara com a última pessoa que eu queria ver na minha frente naquele momento.
— Oh, senhora Montgomery, é tão bom vê-la! A senhora me parece ótima, foi realmente uma surpresa que a senhora tenha pedido folga hoje, na verdade a palavra folga é uma surpresa quando...
— Kepner, saia da minha frente. Conversamos depois.
— Mas... Eu preciso atualizá-la sobre a reuni...
— Foda-se esse caralho de reunião. — Murmurei irritada, tentando passar, com Meredith atrás de mim, pelo corredor até o nosso quarto. — Eu não quero ser perturbada durante essa viagem, entendido? Entendido — Respondi, sem sequer esperar uma resposta sua — Ótimo. Agora saia da minha frente.
Ela o fez, completamente assustada e eu puxei Meredith junto a mim até o nosso quarto, fechando a porta com força logo após entrarmos e trancando-a.
— O seu segundo nome poderia facilmente ser paciência ao invés de Elise. Combina muito mais com você. — Ela comentou com um sorriso descarado os lábios, sabendo exatamente o estrago que ela havia feito na minha calcinha há poucos minutos atrás.
Revirei os meus olhos, tirando o meu blazer rapidamente e a minha blusa, ficando apenas de sutiã. Meredith sorriu, se sentando na cama, me observando arrancar as roupas do meu corpo de forma sedenta, carregando o sorriso mais descarado e divertido do mundo nos seus lábios.
— Você ainda vai me matar, Meredith Montgomery. — Repeti a minha frase anterior, tirando a minha calcinha.
Ela se levantou, vindo até mim e segurando firmemente a minha bunda, grudando o meu corpo ao seu.
Arfei contra os seus lábios, sentindo o ardor das suas unhas cravadas sobre a minha pele.
— Vamos começar a contar os segundos?
Eu bufei irritada, sendo acometida com uma sensação de urgência insuportável.
Me abaixei, puxando a barra do seu vestido e a levando até a sua cabeça, onde ela estendeu os braços para que eu tirasse do seu corpo completamente nu.
— Três segundos. Um recorde.
Mordi o meu lábio inferior, soltando os cabelos dela do coque mal feito.
— Quero você gemendo o meu nome para todos os idiotas aí fora ouvirem.
— Por que quer que eles escutem? Não vai ficar com ciúmes, meu amor?
— Ciúmes de quê, exatamente? Sou eu quem faço você gritar, não eles. Quero que todos eles saibam o quão bem eu fodo a minha mulher.
Ela mordeu o seu lábio inferior, fechando brevemente os seus olhos diante do meu palavreado que, eu sabia, ela adorava.
— Addie... Eu quero que você goze comigo.
— O que você quiser, meu bem, o que você quiser.
Ela me beijou com fúria, trocando de posição comigo e me jogando na nossa cama com força.
— Abra as suas pernas.
Eu o fiz e ela rapidamente montou em cima de mim, com a maior facilidade do mundo ao envolver uma das suas pernas ao redor da minha cintura e a outra abaixo de uma das minhas.
As minhas mãos agarraram a sua bunda com força contra mim e ela começou a se movimentar da maneira violenta de sempre, gemendo alto o meu nome e arranhando todo o meu corpo com força, enquanto rebolava contra mim da maneira mais deliciosa do mundo.
Nós duas gozamos tantas vezes durante aquelas cinco horas que eu perdi completamente as contas.
Apenas me dei conta de que havíamos chegado quando senti o avião literalmente parar. Meredith riu e eu afastei a minha cabeça da sua barriga, onde eu, anteriormente, descansava após fazê-la gozar intensamente sobre a minha boca.
Subi para encontrar a sua boca com a minha e selei os meus lábios aos seus inúmeras vezes, ouvindo-a gemer preguiçosa.
— Preciso muito da nossa cama, Addie.
— Vamos nos vestir para descer?
Ela assentiu e eu me levantei, indo rapidamente até o banheiro para consertar a bagunça que ela havia feito em mim. Voltei, vestindo a minha roupa e, após repetir o meu processo, Meredith entrelaçou a sua mão com a minha e pegamos as nossas bolsas, saindo do quarto.
No mesmo momento, senti o olhar de cada um dos nossos seguranças e de Kepner recaírem sobre nós, a minha secretária, no mesmo instante, se tornou vermelha como um pimentão. Encarei a minha mulher ao meu lado que, incrivelmente, sequer parecia a Meredith que estava gemendo o meu nome o mais alto possível há poucos minutos atrás.
Ela estava extremamente vermelha.
Eu sorri, mordendo o meu lábio inferior e a guiei para nos sentarmos nas poltronas da frente até que o avião fosse aberto.
Quando aconteceu, senti o vento extremamente frio da chuva invadir o veículo e a minha loira estremecer ao meu lado, vestindo o meu blazer.
Alex nos esperava lá embaixo, poucos minutos depois, com dois guarda-chuvas. Eu peguei um deles para nós duas e a guiei até o nosso carro, abrindo a porta do passageiro.
Os trovões indicavam que seria uma noite apenas de chuva.
Adentrei o meu carro e dirigi até a nossa casa, tendo Meredith entre cochilos ao meu lado, acariciando o meu pescoço como sempre fazia.
Assim que chegamos do outro lado de NY, a chuva se intensificou ainda mais e pegamos um trânsito insuportável até o nosso condomínio. Estacionei o carro o mais perto da entrada e saí primeiro, me molhando um pouco para pegar o guarda-chuva e abrir a outra porta para Meredith, que desceu, me abraçando contra si e me acompanhando até a entrada.
A nossa casa estava completamente vazia e eu não me surpreendi que ela tivesse dado folga a todos os nossos funcionários, afinal, a casa estaria vazia o fim de semana inteiro.
Alex levou as nossas malas até o nosso quarto, não deixando de me encarar com o olhar mais descarado do mundo no momento em que parou diante da porta. Eu revirei os meus olhos, o dispensando e adentrando o quarto.
Preparei uma banheira quente para mim e Meredith e pedi um combo de sushi para delivery, pois eu tinha certeza que, em poucos minutos, ela começaria a reclamar de fome.
Nós tomamos banho, vestimos os nossos pijamas e eu fui buscar a nossa comida lá embaixo, arrumando a mesa do nosso quarto para comermos assistindo a nossa série.
Meredith tomou um tempo para responder às nossas mães sobre o nosso breve sumiço durante o dia e eu sequer fiz questão de colocar o meu celular para carregar.
A sensação de liberdade que havia me acometido o dia inteiro fora de qualquer tipo de informação além da minha mulher era estranhamente viciante.
Me deitei na cama, desligando as luzes e ela caminhou até mim poucos segundos depois, se colocando entre as minhas pernas e deitando a sua cabeça no meu peito.
Aquela parecia ser a nossa nova posição favorita.
Acariciei os seus cabelos levemente com as pontas dos meus dedos e, com a minha outra mão, acariciei a sua cintura por baixo da sua camisola vermelha, sentindo-a acariciar o meu rosto e depositar inúmeros beijos sobre o meu ombro e se esticar, deixando um selinho aos meus lábios.
— Boa noite, meu anjo — sussurrei contra os seus lábios, ouvindo-a gemer baixo e sorrir, franzindo o seu nariz.
— Você vai mesmo dormir, não vai?
— Meu celular está desligado e eu não faço ideia do que está acontecendo na empresa agora. Então sim, eu irei.
Ela sorriu ainda mais, assentindo.
— Boa noite, meu bem.
Meus olhos se fecharam logo em seguida e, sem sequer conseguir começar a ouvi-la roncar, eu adentrei a um sono tranquilo e livre de preocupações, quase tão viciante quanto a pessoa que também dormia em meus braços.
...
Acordei inacreditavelmente e pela primeira vez na vida, com um sorriso no rosto, ao sentir os lábios quentes e macios mais gostosos do mundo beijarem levemente o meu pescoço. Respirei fundo, gemendo baixo e a abracei mais forte contra mim, sentindo o meu corpo doer um pouco pelo seu peso, mas sendo incapaz de me desfazer daquela posição.
— Bom dia, bela adormecida. São nove da manhã e parece que há mil mini anões dentro da minha barriga implorando por comida. Podemos pedir delivery?
— Delivery de café da manhã? — Murmuro contra o seu ouvido, sentindo-a se arrepiar no mesmo i.
— Não temos Miranda e eu estou com vontade de comer waffles de morango com chocolate. Ou seja, a não ser que você dê uma de esposa multifunções e me diga que sabe fazer, não temos outra opção.
— Terei que decepcioná-la nesse sentido.
— Ok então, delivery de café da manhã. E já poderíamos ir pensando no almoço, não é? Vamos para a casa da sua mãe mais cedo?
— Você decide.
— Ela vai almoçar com a minha mãe hoje e eu realmente não sei se estou afim de ver a minha mãe hoje.
— Não quer dar um relatório de como foi com o vibra... digo, secador?
Ela socou o meu braço com força e eu ri, a abraçando mais fortemente contra mim.
Ela gemeu baixo, acariciando o meu pescoço.
— Não está com dor? Eu não sou a pessoa mais leve do mundo.
Neguei com a cabeça, mesmo que fosse mentira.
— Estou com sono. Peça o seu delivery e vamos dormir, por favor.
Ela afastou a sua cabeça do meu pescoço, me encarando pela primeira vez nessa manhã. Os olhos ainda apertados e preguiçosos, o rosto meio amassado. Os cabelos meio bagunçados e o sorriso mais lindo do mundo enfeitando os seus lábios.
— Quem diria que você poderia ser tão preguiçosa. Me dê um beijo de bom dia.
Eu revirei os meus olhos, depositando um selinho nos seus lábios e ela sorriu ainda mais, acariciando o meu pescoço e me beijando com mais intensidade.
— Você é a mulher mais linda do mundo, sabia? — Ela murmurou, me encarando intensamente — Principalmente depois de acordar.
— Assim como você — Murmuro, acariciando os seus lábios — Nunca vou entender como você consegue ser tão... Feliz a essa hora da manhã.
Ela riu, negando com a cabeça e eu sorri.
— São quase dez horas, Addie.
— E?
Ela riu mais uma vez, plantando um beijo suave sobre os meus lábios.
— Sabe no que eu estava pensando antes de acordar você como o seu príncipe indo te salvar na torre, bela adormecida?
— Waffles?
Ela negou com a cabeça, sorrindo, enquanto mordia o seu lábio inferior, carregando o olhar descarado de sempre nos olhos.
— Onde quer que esses pensamentos estejam, eu definitivamente estou de acordo com eles.
Ela riu.
— Sexo matinal? Gostaria de ser mais romântica, mas estou com preguiça de preliminares.
Eu ri.
— Adoro esse seu lado não-romântica, não combina nada com você, mas eu adoro.
— Você me adora.
— Qual a sua dúvida sobre isso? — Murmuro, beijando os seus lábios com vontade, já sentindo o meu corpo arrepiar com apenas a ideia de tê-la na nossa cama logo pela manhã.
Eu estava vivendo em um sonho?
A deitei sobre os lençois, ficando por cima e puxei a sua camisola para fora do seu corpo nu, descendo os meus beijos pelo seu pescoço até os seus seios.
Ela gemeu baixo, acariciando os meus cabelos e eu fiz questão de deixar a minha pressa de lado.
Nós tínhamos todo o tempo do mundo, porque eu estava pouco me fodendo para os milhares de compromissos que deveriam haver na minha agenda.
Envolvi os seus seios fartos com os meus lábios e os passeei com a minha língua, observando-a se contorcer abaixo de mim, me abraçando com as suas pernas.
Desci os meus lábios pelo seu abdômen em beijos e mordidas leves e beijei cada uma das suas coxas, até chegar no seu centro completamente molhado para mim.
A beijei com calma, ouvindo-a gemer baixo e acariciar os meus cabelos, se movendo lentamente contra o meu rosto.
A minha língua percorreu da sua entrada lentamente até o seu clitóris, e eu o suguei com intensidade, sentindo o seu gosto doce se espalhar pelos meus lábios e me fazer queimar para senti-lo em maior quantidade.
— Gostosa — Murmurei, descendo os meus beijos para as suas coxas e voltando os meus lábios novamente para o seu centro. Ela gemeu, acariciando o meu rosto.
Segurei as suas mãos contra as minhas e as entrelacei sobre os nossos lençois, as acariciando levemente enquanto a tomava com mais intensidade com os meus lábios.
Os seus gemidos se tornaram mais manhosos e eu sabia que ela estava quase lá. As suas mãos se soltaram das minhas e ela agarrou os meus cabelos com um pouco mais de força, gemendo o meu nome inúmeras vezes.
Levei a minha mão até o seu sexo molhado e acariciei a sua entrada, ouvindo-a gemer mais alto com a expectativa.
Adentrei dois dedos, sentindo-a tão molhada ao ponto de me fazer estremecer ao sentir o meu centro doer com a expectativa. Fechei os meus olhos, voltando a minha língua para o seu nervo inchado e a observando se revirar lentamente na nossa cama, apertando os lençois.
Assim que a senti apertar os meus dedos dentro de si, os tirei, a adentrando mais uma vez, porém, com três. Ela gemeu mais alto, arqueando as suas costas e puxou os meus cabelos com força.
Continuei movimentando os meus dedos em um ritmo forte, observando o seu corpo se tornar ainda mais vermelho a cada segundo, enquanto a sua respiração se descompassava a cada gemido desesperado que escapava dos seus lábios. As suas pernas estremeceram, as suas mãos agarraram os meus cabelos com força e os seus gemidos se tornaram cada vez mais altos, até senti-la se derramar por completo sobre mim, gemendo alto o meu nome e apertando os travesseiros abaixo da sua cabeça.
Afastei os meus dedos, tomando-a por completo com os meus lábios e fazendo-a gozar, poucos segundos depois, uma segunda vez contra a minha boca, jorrando o seu líquido delicioso para mim.
Subi com uma trilha de beijos pelo seu corpo e sorri, beijando os seus lábios.
Ela me abraçou, invertendo as nossas posições e ficando por cima de mim.
Os seus lábios me beijaram com intensidade e eu gemi contra eles, ao senti-la rebolar lentamente sobre o meu colo.
As suas mãos tocaram o tecido da minha camisola e eu a ajudei a tirá-la do meu corpo, observando-a me encarar com o olhar mais... devoto e o sorriso mais avassalador do mundo.
— Quero passar o dia inteiro nessa cama com você. — Ela sussurrou contra os meus lábios — Com a minha boca ao meio das suas pernas, de preferência.
— Você tem as melhores ideias do mundo, querida.
Ela riu, negando com a cabeça e me beijou de novo.
— Me diga o que você quer, Addie — Ela sussurrou contra os meus lábios.
— Quero você... Rebolando para mim.
Ela sorriu, mordendo o seu lábio inferior e assentiu, se afastando de mim.
— Levante-se.
Eu o fiz.
Ela colocou um travesseiro verticalmente exatamente onde eu estava deitada.
— Deite-se.
Eu o fiz, em cima do travesseiro e ela se sentou sobre a minha cintura com mais facilidade. Abri as minhas pernas e ela apenas deslizou ainda mais facilmente para a minha intimidade, nos encaixando com perfeição pela minha maior altura na cama.
Eu gemi, franzindo o meu cenho e a encarando tão poderosa e tão deliciosa sobre mim. Os cabelos soltos e bagunçados. O olhar preguiçoso. O sorriso malicioso.
Minha mulher.
Ela começou a se movimentar lentamente sobre mim e eu fechei os meus olhos com força, jogando a minha cabeça para trás ao senti-la tão quente, tão molhada e tão grudada a mim.
Abri os meus olhos novamente, apenas para observá-la rebolar devagar, gemendo baixo e me encarando como se eu fosse a única coisa que importasse naquele momento.
E eu poderia ser. Eu queria ser.
Segurei a sua cintura com delicadeza, sem forçá-la contra mim, pois eu desejava que ela fizesse aquilo exatamente como estava fazendo.
Pouco a pouco a sua respiração se tornou mais descompassada junto a minha e nós perdemos por completo aquele ritmo lento e cuidadoso.
Em poucos minutos Meredith estava rebolando profanamente sobre mim, com os olhos fechados, os cabelos bagunçados e arranhando-me como sempre fazia, até me ter gemendo em alto e bom som para si.
Enrolei uma das minhas pernas na sua cintura e ela gemeu mais alto com o maior contato, acertando a minha coxa com a palma da sua mão, fazendo a minha pele queimar com o ato completamente inesperado.
Eu gemi, já estremecendo em um quase orgasmo para ela e a puxei para mim, fazendo os seus lábios se encostarem aos meus e a sua língua envolver a minha da maneira mais bagunçada e mais deliciosa do mundo.
Minha mulher.
Segurei os seus cabelos firmemente e os enrolei no meu braço, ouvindo-a gemer mais intensamente e se movimentar com mais rapidez contra mim.
O meu corpo estremeceu em um primeiro espasmo e eu acertei ambas as minhas mãos na sua bunda, ouvindo-a gemer alto o meu nome e se movimentar com mais urgência.
O meu clímax me tomou de forma violenta, enquanto o meu peito explodia em uma sensação deliciosa de desespero e os meus ouvidos se tornavam, por um segundo, completamente surdos. Eu apertei com força a sua carne, sentindo-a se deitar sobre mim e continuar se movimentando, enquanto também gozava intensamente contra mim.
Fechei os meus olhos com força, sentindo as minhas pernas estremecerem com mais intensidade quando um segundo orgasmo me atingiu e eu gritei o seu nome, arranhando as suas costas contra as minhas.
Meredith, enfim, parou de se movimentar, deitando por completo em cima de mim e depositando um beijo terno sobre o meu pescoço.
Nós ficamos em um silêncio confortável por alguns, muitos, minutos, enquanto eu acariciava as suas costas, incapaz de me separar daquele nosso contato tão... íntimo, em todos os sentidos possíveis. A sua pele quente e suada respirando, ainda, ofegante contra a minha, o seu centro molhado e quente em contato com o meu, o carinho único e delicioso que ela fazia ao meu pescoço, enquanto os seus lábios, preguiçosamente, beijavam a minha pele da maneira mais doce do mundo.
Lá fora uma chuva intensa acontecia e eu senti as minhas pálpebras pesarem no mesmo instante, o que me fez, por um segundo, indagar se ela não havia batizado qualquer bebida minha com sonífero.
Mas, a quem eu estava tentando enganar? Ela era o meu sonífero.
O nosso momento de silêncio foi cortado pelo ronco forte da sua barriga contra a minha e eu ri pelo barulho alto, recebendo um tapa forte na bunda.
— Idiota! Eu estou com fome, Addie!
— Não me diga, meu anjo. Eu sequer poderia perceber isso.
Ela me bateu novamente e eu sorri, me esticando até a sua cabeceira e pegando o seu celular.
— Tome, peça.
— Estou com preguiça — Ela murmurou manhosa contra o meu pescoço e eu neguei com a cabeça, o desbloqueando e abrindo o aplicativo de delivery.
Pedi o seu café da manhã e, para mim, apenas um café expresso e algumas torradas, marcando a entrega para daqui há trinta minutos.
— Vamos descer? Eu quero tomar sorvete — Ela murmurou e eu assenti, sentindo-a afastar a sua cabeça dali e deixar um selinho demorado nos meus lábios, afastando as nossas pernas, mas se mantendo sentada em cima de mim.
— Posso me acostumar facilmente a ver você assim — Murmurei, acariciando a sua cintura.
— Acostume-se. Eu sou bem mais flexível do que você. De nada, meu bem.
Revirei os meus olhos, segurando-a pela cintura e jogando-a na cama, fazendo cosquinha na sua barriga, ela gargalhou, me abraçando com as suas pernas e jogando a sua cabeça para trás. Beijei os seus lábios levemente e, então, a sua bochecha, o seu queixo, o seu nariz e a sua testa, repetindo aquele caminho inúmeras vezes, enquanto ela ria.
Ela segurou o meu rosto, afastando do seu apenas para me encarar com os olhos mais brilhantes do mundo e um sorriso que eu nunca havia a visto ofertar para nada e nem ninguém na vida.
Meredith parecia... Brilhar de uma maneira diferente do nosso usual.
E eu me senti o ser humano mais sortudo do mundo por ser a receptora daquele brilho.
— Eu sou... Fascinada por você, Addie.
Subi a minha mão, acariciando o seu rosto levemente e sorri, depositando um beijo terno sobre o canto dos seus lábios.
— Obrigada por me fazer tão feliz — Ela sussurrou novamente e eu senti o meu peito se encher de uma sensação tão boa e tão... Completa, que eu tinha a certeza de que poderia estar sonhando naquele momento.
Eu nunca imaginei sentir tanto e tão deliciosamente o quanto eu estava sentindo com Meredith estando casada comigo.
E nunca imaginei que aquilo poderia ser recíproco.
Como diabos eu poderia deixar essa mulher ir embora daqui a dois anos?
Não entre aí agora, Addison!
— Mais feliz do que com sorvete de morango?
— Mil vezes mais. Adoro você.
Sorrio, beijando os seus lábios de maneira calma, sentindo-a acariciar as minhas costas nuas e se derreter em meus braços, como sempre fazia.
A sua língua se moveu lentamente contra a minha e ela gemeu baixo, subindo as suas mãos para os meus cabelos e os acariciando da forma doce de sempre. A sua boca se afastou da minha no momento em que as suas pernas se apertaram ao redor da minha cintura.
— Vamos ter um dia inteiro para isso, mas estou com muita fome.
Eu sorri, assentindo e me levantei, a puxando junto a mim.
Ela vestiu a sua camisola e foi até o nosso closet, escolhendo um dos meus robes curtos para colocar por cima. Eu vesti novamente a minha preta e, sem me importar muito com o tempo frio e sabendo que eu estaria de volta aos nossos edredons em poucos minutos, deixei o robe de lado e fui até o banheiro, fazendo as minhas higienes junto a ela.
Meredith terminou primeiro e, sem conseguir me esperar terminar de lavar o rosto, me avisou que estava descendo e me pediu para que não demorasse.
Eu assim o fiz e, após terminar de passar os meus cremes, saí do nosso quarto, vestindo apenas uma camisola de seda preta e rendada curta, que cobria pouco menos da metade das minhas coxas e calcei as minhas sandálias.
Desci as escadas, indo até a cozinha e a encontrando sentada sobre o mármore da bancada, devorando um pote do seu sorvete de morango.
— No flagra, madame Montgomery. Onde está a sua etiqueta?
Ela revirou os olhos e me ofereceu o pote, eu tomei um pouco do conteúdo gelado e me coloquei entre as suas pernas, depositando um selinho sobre os seus lábios.
— Preciso muito de um café — Murmurei, indo até a máquina de cápsulas, que eu não era muito fã e, a contragosto, escolhi um café extra forte sem açúcar.
Senti dois pequenos braços me abraçarem por trás e os abracei contra mim, beijando cada uma das suas pequenas mãos e depositando um beijo ainda mais demorado sobre as suas alianças. Ela beijou as minhas costas nuas delicadamente.
— Se você soubesse o quanto a sua bunda fica uma delícia nessa camisola, Meritíssima... — Uma das suas mãos se afastou e ela me surpreendeu ao acertá-la levemente na minha bunda — Beira o profano.
Eu gemi baixo, estremecendo e sentindo aquela sua frase tão descarada acertar em cheio o meio das minhas pernas. Fechei os meus olhos, me sentindo arrepiar por aquele seu lado tão sem filtros e, antes que eu pudesse imaginar o que responder, ouvi a campainha tocar.
Abri os meus olhos, encarando o relógio diante da bancada em que estávamos e me assustando com a rapidez daquele delivery. Quinze minutos.
— Eu vou, termine o seu café. Vamos comer aqui ou no nosso quarto?
— No nosso quarto — Respondi, vendo-a se afastar, mas antes, acertei em cheio a minha mão na sua bunda, vendo-a se assustar por completo e gritar, rindo.
— Descarada!
Eu sorri, observando-a correr até a sala e neguei com a cabeça, encarando a máquina de café e sorrindo feito uma idiota.
Uma idiota com motivos, é claro. O melhor motivo do mundo:
A loira de menos de um e sessenta mais gostosa do mundo que, por sinal, era minha.
Minha mulher.
Eu definitivamente era a mulher mais sortuda da face da porra da Terra.
Mas, quebrando por completo toda a minha linha de raciocínio, senti o meu coração pulsar forte ao ouvir, em alto e bom som, Meredith gritar assustada na nossa sala.
Eu pulei, completamente assustada, sentindo a porra do café quente derramar sobre a minha mão mas, sentindo o meu peito arder e, sem sequer pensar em qualquer outra coisa, eu saí correndo da nossa cozinha, sentindo a minha cabeça doer ao tentar imaginar o que diabos havia acontecido.
Adentrei a nossa sala sentindo a minha respiração cortar os meus pulmões.
— Meredith, o que...
Mas parei, no mesmo instante em que vi a porta da nossa sala aberta e a minha mulher extremamente pálida diante dela.
Volvi os meus olhos para aquele local e me deparei com um homem que parecia beirar os seus cinquenta anos, não mais do que isso, e possuía a mesma altura em que eu, com a barba meio grisalha bem feita, um sorriso imenso nos lábios e carregando os mesmos olhos azuis escuros em seu rosto pelos quais eu tanto era fascinada. O formato, o brilho, a cor. Tudo me lembrava Meredith.
Ele vestia uma calça de alfaiataria branca e uma camisa de botões de linho leve e da mesma cor, com os três primeiros botões abertos e um casaco preto meio molhado por cima. Uma boina preta enfeitava a sua cabeça e apenas mostrava pouco dos seus cabelos castanhos meio grisalhos.
Uma mulher que aparentava ser um pouco mais nova do que ele estava ao seu lado. Ela possuía a mesma altura de Meredith, seus cabelos eram tão loiros quanto os da minha mulher e quase tão longos quanto os dela, porém, também meio grisalhos, e caíam ondulados pelo seu busto, exatamente como os da minha mulher. Ela possuía olhos verdes brilhantes e uma pele tão lisa e com tantas poucas rugas que, no momento em que eu me dei conta de quem eram aquelas pessoas, quase caí para trás.
— Nonna, nonno! — Ela gritou em um tom de voz choroso.
Os avós de Meredith.
Puta que pariu.
Caralho.
Como, caralhos eu havia esquecido daquilo?
Como, diabos, eu havia me deixado passar?
A minha mulher praticamente voou até eles, os abraçando com força e sendo recebida pelos braços dos dois, em um abraço triplo carregado de saudades que a fizera quase sumir diante dos braços deles.
O seu avô beijou o topo da sua cabeça inúmeras vezes, sussurrando algumas palavras em italiano que eu não consegui prestar atenção em entender.
Porque eu estava simplesmente fodida demais no momento em que os olhos, agora frios, do homem recaíram sobre mim, eu senti a minha pele inteira se arrepiar. Os seus olhos percorreram o meu rosto e, vagarosamente desceram para o meu corpo, subindo rapidamente e me encarando com a expressão mais... Fria e decepcionada que eu já recebi na vida.
Somente então eu percebi o porquê, ao descer os meus olhos pelo meu próprio corpo e não encontrar nada além da minha camisola completamente vulgar e ao relembrar do provável bagunçado dos meus cabelos e da minha cara que com certeza denunciava todas as coisas profanas que eu estava fazendo com a sua neta há poucos minutos atrás.
Me senti estremecer e me tornar ainda mais vermelha diante do seu olhar de completo... repúdio.
Ele definitivamente me odiava, isso não era uma novidade para mim.
Mas, agora, possuía ainda mais motivos para isso.
E o seu olhar me fez ter a mais absoluta certeza de que ele faria questão de deixar isso claro por todos os dias da sua estadia.
Eu estava, definitivamente, ainda mais fodida do que imaginei que poderia estar nas suas mãos.
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