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28- Um bom time, juntas.

Olhem quem está de volta?! Em menos de um mês?

Esse capítulo fora escrito com muito amor e carinho em comemoração á maratona de leitura que algumas leitoras fizeram, para que chegasse a 60K mais rápido.

Obrigada por tudo, do fundo do meu coração.

Vocês mudam a minha vida de forma inexplicável.

Nos vemos agora nesse fim de mês ou em outubro, certo? As minhas férias infelizmente acabaram, e eu preciso me organizar e limpar a minha cabeça um pouquinho <3

Não se esqueçam do nosso trato de sempre: votem e comentem bastante, ok?

Obrigada por tudo, nos vemos logo, Kisses from Luz, fiquem bem <3

PS: gostaram da repaginada na capa?

...

Meredith Montgomery,
Dois dias depois;

- Bom dia, senhora Montgomery. Seja bem-vinda. - O piloto cumprimentou-me sorridente, gentilmente abrindo a porta do carro para mim, assim que Warren parou á frente do jatinho.

- Bom dia, James, como está? - o cumprimento devolvendo o gesto.

- Ótimo, senhora. E a senhora?

- Igualmente - respondi sorrindo e desci do carro, ajeitando os meus óculos de sol.

- Bom dia, senhora!

- Bom dia, Mary - cumprimentei a aeromoça com um sorriso no rosto - Como está?

- Muito bem, senhora, obrigada. E a senhora?

- Também, querida. Minha mulher já chegou?

- Sim, senhora. Ela está a sua espera.

Assenti, subindo as escadas e tirando os meus óculos de sol.

Eu não havia visto Addison no dia anterior, segunda. Pois a mesma estava atolada de trabalho na empresa. Se a minha mínima memória fotográfica fazia-me o favor de lembrar-me, pela sua agenda, ela havia tido inúmeras reuniões no dia anterior. Era o dia mais cheio da sua semana.

Dei de cara com a mesma no fundo da aeronave, conversando com Karev.

A ruiva usava uma calça social preta, de cintura alta, minimamente mais apertada do que normalmente costumava usar, a qual realçava perfeitamente as suas curvas, e, principalmente, os seus quadris.

Na parte de cima, uma camisa social branca e, nos pés, scarpins pretos de verniz. O seu habitual.

Seus cabelos estavam soltos e caíam minimamente ondulados ao redor dos seus ombros.

Me sentei na poltrona de sempre e guardei os meus óculos na minha caixinha, alcançando o meu Kindle e os meus óculos de grau.

Os coloquei e, imediatamente, senti o cheiro da ruiva fazer-se presente, conforme os seus saltos batiam abafados contra o carpete do avião.

- Bom dia - a mesma me cumprimentou, se esticando e deixando um selinho em meus lábios, e, logo após, se sentando ao meu lado.

- Bom dia - respondi a observando, seu olhar parecia cansado - Tudo bem?

Ela assentiu, alcançando o seu MacBook e o abrindo, colocando-o apoiado na bandeja própria para o mesmo.

Suspirei, voltando a minha atenção para o meu Kindle e, rapidamente, lembrei-me que precisava ler os livros que Beatriz havia me indicado. Harry Potter.

E, além disso, eu precisava terminar o primeiro livro de Addison.

Os dias estavam tão cheios, que, quando chegava a noite, o horário que eu normalmente costumava ler, eu só queria me jogar na cama e dormir, o máximo que eu pudesse.

Após alguns minutos de leitura, vi as portas do avião serem fechadas e o piloto vir até nós.

- Com licença, senhoras, me perdoem atrapalhar.

Addison o encarou.

- Queria saber que horas iremos para Los Angeles hoje.

Eu havia me esquecido completamente hoje de que iríamos para Los Angeles.

Addison havia me avisado no dia anterior, por ligação. A mesma havia, também, algumas coisas para resolver lá, relacionadas ao tribunal.

A ruiva suspirou.

- Trabalho até às 22:00 hoje. - ela me encarou - Tudo bem para você viajarmos pela madrugada? - ela me perguntou e eu prontamente assenti.

- Sairemos às 00:00.

Ele assentiu.

- Se estiver tudo certo, iremos decolar.

Addison assentiu.

- Tenham uma boa viagem, senhoras, com licença.

Sorrio para o mesmo e volto a minha atenção para o meu livro, sentindo-me completamente exausta.

Eu não havia conseguido dormir quase nada pela madrugada.

Addison chegara após o jantar e passara o tempo inteiro no seu escritório lá embaixo, quando ela subiu, eu já dormia, e, com certeza, já se passavam das 2:00 da manhã.

Acordei novamente às 5:50, sem tê-la dormindo ao meu lado, mas me mantive deitada.

Quando desci, às 6:40, ela já havia tomado seu café e saído para o trabalho.

Seus dias estavam realmente exaustivos. Até para mim, somente em acompanhar a sua rotina, mesmo que de longe.

Por isso, a minha leitura deixou de ser produtiva, em função do meu cansaço.

Então eu deixei o aparelho de lado e tirei os meus óculos, encostando a minha cabeça, dolorida, na poltrona.

Ajeitei a mesma e suspirei, fechando os meus olhos.

Cochilei por uma hora, e, assim que acordei, a minha cabeça parecia querer explodir a qualquer momento.

Addison ainda estava concentrada na tela a sua frente.

- Senhoras, com licença - Mary viera até nós. - As senhoras desejam almoçar agora?

Suspirei, vendo Addison assentir.

- Você se importa de almoçar sozinha? Não estou com fome - na verdade, eu não seria capaz de conseguir comer com aquela dor.

Addison me encarou e assentiu, voltando o seu olhar para o seu MacBook.

- Tem certeza, senhora? Há a torta de chocolate que a senhora tanto gosta.

Sorrio fraco para a aeromoça chefe.

- Irei comer apenas a torta, querida.

Ela assentiu sorrindo e se retirou.

Tirei o meu cinto e consertei os meus cabelos, me afastando da poltrona e tirando o meu blazer.

Vi, de soslaio, Addison fechar a tampa do seu MacBook e o deixar encima da mesinha de centro á frente das nossas poltronas.

Me levantei, fechando os meus olhos instantaneamente ao me sentir momentaneamente tonta.

Respirei fundo, os abrindo novamente e caminhando, sendo seguida por Addison, até a pequena sala de jantar.

Me sentei de frente para a ruiva e beberiquei a minha água.

A mesma se concentrou no seu celular e, dentro de poucos minutos Mary a serviu, fazendo o mesmo comigo.

Senti o olhar da ruiva sobre mim e a encarei.

- Você irá comer... - ela encarou a minha torta com desdém - Isso, ao invés de comida?

Assinto, sentindo as minhas bochechas corarem.

- Não estou com fome... Tomei café um pouco tarde. - respondi um pouco envergonhada.

A mesma nada respondeu.

Comemos em silêncio, e, obviamente, eu terminei primeiro.

Sentindo a minha cabeça latejar de dor, respirei fundo, encarando a tela do meu celular.

Esperei Addison terminar de comer, enquanto organizava algumas coisas pendentes do jantar de noivado de George.

Assim que a ruiva acabou, nós voltamos para os nossos assentos.

Duas horas depois, estávamos em NY novamente. Agradeci aos céus por estar em terra firme, pois aquele enjôo estava tornando-se insuportável.

Os funcionários foram os primeiros a sair, e, então, Addison guiou-me para fora do jatinho.

- Faça a nossa mala - ela falou me guiando até um dos carros - Voltaremos na quinta, pela madrugada. Iremos para uma festa na quinta-feira, antes de virmos. Portanto, escolha uma roupa apropriada para mim.

- Mais alguma roupa especial? - pergunto.

- Não, pegue o meu livro e o meu carregador, no meu móvel de cabeceira.

Assinto e, no mesmo momento, sinto a sua mão tocar o meu queixo rapidamente e os seus lábios se encontrarem aos meus.

- Esteja aqui às 00:00.

- Ok. Tenha um bom dia.

Ela assentiu e eu entrei no carro, vendo-a caminhar até a sua própria fileira de carros e entrar nos fundos do primeiro deles.

- Warren, vamos para o orfanato. - falo para o meu motorista.

- Sim, senhora. - o mesmo assentiu, dando partida no carro.

Eu estava com saudades das crianças, e estava fora de questão passar o resto do meu dia trancada dentro de casa.

Eu queria dissipar por completo a sensação de solidão insuportável que senti em Washington. E, para isso, nada melhor do que ir ver as crianças.

Ouço o meu celular apitar em uma mensagem e o desbloqueio, vendo ser uma mensagem privada de George.

"Mer, você pode fazer um favorzinho pra mim?"

"Oi, George. Claro, se eu puder."

Suspiro, assim que vejo a resposta.

"Preciso saber se os meus pais irão. Faltam apenas três dias e eles ainda não confirmaram. Será que você poderia ligar para eles? Por favorzinho?"

Reviro os meus olhos levemente e saio do aplicativo, abrindo os meus contatos.

Acho o da mãe de George rapidamente e realizo a chamada, esperando-a atender.

- Quem fala? - a mesma atendeu com um tom de voz extremamente rude.

- Senhora O'Malley?

- Sim, quem é?

- Meredith Montgomery, a melhor amiga de George. Estou organizando pessoalmente o casamento dele. Liguei para saber se a senhora e o senhor O'Malley comparecerão ao jantar de noivado, que ocorrerá nessa sexta. - tentei ser direta.

A ouvi suspirar por trás da linha.

- Passe-me o endereço.

O faço.

- Será às 20:00.

- Humrum, era só isso?

- Sim, muito obrigada, tenha um bom dia. - respondo desligando a chamada e passando uma mensagem rápida para George, avisando que havia o feito. Recebi uma série de mensagens dele me agradecendo e sorri, negando com a cabeça. Ele realmente fazia questão da presença dos seus pais, mesmo depois de tudo que eles fizeram contra o seu casamento, e, até mesmo, contra a nossa amizade.

Eu não era o tipo de pessoa que guardava rancor. Sequer ligava para o fato de eles terem sido os principais responsáveis pelo afastamento de George comigo.

Afinal, o que importava, era que agora nós estávamos juntos. Novamente. Os três. Como sempre foi, e como sempre será.

Porém, era o fato eles desprezarem o seu filho pela sua sexualidade que me fazia não gostar deles. Os seus inúmeros discursos sobre o inferno e as leis de Deus, os quais eu já havia memorizado por completo, eram o motivo principal da minha antipatia.

Mas, mesmo assim, eu não conseguia guardar rancor, ou, sequer, qualquer sentimento ruim pelos dois dentro de mim.

E eu torcia para que Cristina, que era o completo oposto de mim, se comportasse diante deles.

Aproveitei para organizar, pessoalmente, alguns detalhes sobre a festa de aniversário dele, que ocorrerá em setembro.

A barra de chamadas do meu celular desceu, dando-me a visualização do nome de Amélia na tela. Sorri imediatamente, atendendo a ligação.

- Oi, golpista - ela me cumprimentou e eu ri.

- Oi, perdedora, já voltou a me amar, certo?

- Você é tão convencida!

Sorrio.

- Você e a ranzinza já chegaram?

- Já sim. Addison foi para o trabalho e eu estou indo para o orfanato.

- Humrum, a lista de convidados já está pronta. Você já tem o cardápio?

- Miranda provavelmente já organizou isso. Passarei para você assim que eu puder.

- Certo. O que você irá fazer amanhã?

- Estarei em LA com Addison.

Ela bufou irritada.

- Eu vou precisar sequestrar você? Ou marcar um horário?

- Só aceito ser sequestrada se você me der o algodão doce que me deve.

Ela riu.

- Pelo amor de Deus, você parece uma criança birrenta.

- Não sou birrenta! Apenas não gosto que me prometam doces e não me dêem. Isso é pecado, sabia?

- Você terá o seu algodão doce, sua chata.

- Obrigada. Você sempre foi a minha cunhada favorita.

- Considerando que você tem somente uma cunhada, do sexo feminino, é, eu realmente sou. Mas modificarei essa frase e me farei acreditar que você, assim como a minha irmã, me prefere, ao invés do Mark.

Eu apenas ri, negando com a cabeça.

- Preciso ir, tenho algumas coisas para organizar. Que dia vocês voltam mesmo?

- Na sexta, Amy. Sexta pela madrugada. Na sexta á noite será o jantar de noivado do meu melhor amigo. Se você estiver livre, está pessoalmente convidada.

- Vou pensar no seu caso.

Rio.

- Okay, você e a ranzinza estarão fora, a casa é minha então. Vou achar seu esconderijo de doces!

- Ei! Não vai mesmo! - falo indignada.

- Então você tem um? Senhora Montgomery... Isso é realmente algo nada delicado para a tão poderosa esposa da Meretíssima.

- Amelia! Não mexa nos meus doces! - murmuro fazendo um bico.

Ela apenas riu maliciosamente e desligou a chamada.

Sorri, negando com a cabeça e a encostando na janela do carro, suspirando.

Estar dentro desse contrato com Addison não estava sendo nada do que pensei que seria.

Obviamente, a sensação de solidão que eu sentia anteriormente ainda perpetuava-se dentro de mim, um pouco mais intensa. Mas eu havia conhecido pessoas incríveis, que queria levar para a vida inteira.

Amélia era uma delas.

Em pouquíssimo tempo, a mesma já havia ganhado um enorme espaço no meu coração.

Eu realmente já a amava. Não havia como não a amar. A sua doçura havia me conquistado por completo.

Sorrio, suspirando e fechando os meus olhos.

Rapidamente lembro-me de Beatrice e resolvo ligar para a mesma, com o objetivo de saber o que ela estava fazendo, e se desejava ir ao orfanato comigo.

Após chamar algumas vezes seguidas, quando eu já estava perdendo as esperanças de que ela atenderia, ouvi a sua voz doce e que me parecia um pouco triste por trás da ligação.

- Oi, Mer.

- Oi, Biz, atrapalho?

- De forma alguma! Eu estava no banho, me perdoe pela demora.

- Sem problemas, meu amor.

- Você e a Addie já chegaram?

- Chegamos há poucos minutos. Liguei para saber o que você está fazendo.

- Nada demais - ela suspirou - Na verdade eu estava realmente buscando o que fazer. Acho que Marina já está um pouco cansada de me ver na sua cozinha o tempo inteiro.

Sinto o meu coração se apertar de forma insuportável.

- Bom... Eu estou, nesse momento, a caminho do orfanato. Você não gostaria de me encontrar lá?

- Oh, é claro! - sorri, ao ouvir a sua voz ficar um pouco mais animada - Vou apenas terminar de me arrumar e a encontro lá, pode ser?

- Claro.

- Oh! Nós poderíamos fazer algo especial hoje para as crianças, não é? Talvez... Sorvetes, doces...

Fecho os meus olhos, sentindo a minha barriga roncar e a minha boca encher-se d'água.

- Eu apoio totalmente essa idéia.

- Ótimo! Pedirei para um dos meus seguranças comprar. A encontro daqui a pouco, minha nora.

- Ok, sogra.

Desliguei a ligação e sorri, suspirando.

Eu não fazia idéia de como a minha sogra sentia-se. Mas eu tinha a mínima noção da sua solidão, afinal, eu também me sentia quase completamente sozinha, se não fosse por Miranda.

O que mais doía-me era o fato de Addison parecer não ter noção de nada daquilo, já que sua mãe não havia a dito nada.

Eu não tinha noção de como era a relação de Mark e Amélia com ela, mas sabia que eles também não eram tão presentes, porque nenhum dos dois moravam em NY.

Amélia me dissera que Mark havia assumido a diretoria da empresa em San Francisco, o que, provavelmente, o afastou ainda mais da sua mãe.

Amélia em Luanda.

O Capitão parecia viver para o trabalho, assim como a filha mais nova.

Eu tinha a mínima noção de como Bizzy se sentia, e aquilo me partia o coração.

Mas eu faria o que estivesse ao meu alcance para tentar resolver aquilo. Ou, pelo menos, para a fazer se sentir menos solitária.

Nem que para isso eu estivesse que visitá-la todos os dias.

Chegamos ao orfanato alguns minutos depois e Warren estacionou em frente a casa.

Desci do carro e ajeitei os meus óculos de sol, tocando a campainha.

- Meredith! Que surpresa maravilhosa - Mary me cumprimentou com dois beijos no rosto, abrindo espaço para que eu entrasse.

- Tomei a ousadia de vir sem avisar, Mary, me perdoe.

Ela riu.

- Sem problemas, querida. Algumas crianças estão na escola agora, mas daqui a pouco elas chegam. Hoje os pequenos tem aula até às 15:00.

Sorrio.

- Estou com saudades deles.

- Você anda um pouco ocupada, certo? Algumas meninas perguntam bastante por você.

- Eu e minha mulher estamos viajando bastante nos últimos dias.

- Posso imaginar.

- TIA MER! - sorrio, ao ser surpreendida com um abraço forte de Isabella, que fizera-me tombar um pouco para trás.

- Oi, minha princesa. Que abraço gostoso! - falo beijando seus cabelos. - Como você está?

- Eu tô bem, e você? Eu tô com muitas saudades, sabia? Você sumiu!

Me abaixo, ficando do seu tamanho e aperto suas bochechas, vendo-a sorrir com a língua entre os dentes.

- Me desculpe, meu amor. A tia Mer anda viajando demais. Coisas de adulto. Mas eu prometo que tentarei vir mais vezes, está bem?

Ela assentiu, me abraçando novamente.

- Por que a senhorita não está na escola, posso saber?

- É que eu tô cuidando da Joana. Ela tá dodói.

- Ah, é mesmo? - sinto meu coração se apertar - O que ela tem?

- Uma virose - Mary respondeu - Febre, vômito e está tão molinha. Dá dó de ver.

- Posso vê-la? - pergunto e a mais velha assente.

- Eu preciso resolver algumas coisas no escritório, qualquer coisa me chame, ok, Isa? Meredith, você se importa?

- Não, claro que não. Pode ir, meu bem.

Ela sorriu, encaminhando-se para um dos corredores.

- Então, meu anjinho, você pode me levar para ver a Joana?

- Claro, titia, vem - ela pegou a minha mão e me guiou para subir as escadas, entrando em um dos quartos.

O mesmo seguia o mesmo modelo dos adolescentes. Seis camas e três guarda-roupas pequenos. Era um quarto relativamente pequeno, para caber tanta gente. Mas aconchegante.

Vejo, em uma das camas, cabelos lisos e castanhos esparramados pelo travesseiro branco, e um pequeno corpinho enrolado em um edredom.

- Olha, jojo, quem veio ver você.

A pequena se virou e eu a vi sorrir.

- Oi, titia. - sua voz estava extremamente rouca e arrastada, senti o meu coração se aquecer e apertar-se ao mesmo tempo.

- Oi, minha princesa - me aproximei, ficando sentada na cama - O que aconteceu?

- Eu tô dodói.

Toco a sua testa, sentindo-a queimar em febre.

- O que você está sentindo? - pergunto acariciando seu rostinho angelical.

- A minha barriguinha tá dodói, eu não consigo levantar que tudo gira. O médico disse que eu tô com cirrose.

Rio, acariciando seus cabelos.

- Não é cirrose, meu anjo, é virose.

- Ah, desculpa, tia.

- Não tem problema, meu amor, você está aprendendo.

Ela sorriu.

- Por que você sumiu?

- Lembra que a tia Mer disse que iria para a África? - pergunto.

- Ah, é mesmo! E como foi lá, titia?

Sorrio.

- Foi muito legal, amor. Lá as coisas são... Bem diferentes daqui.

- Cadê a sua mulher? - Isabella perguntou se sentando ao meu lado.

Joana deitou a sua cabeça no meu colo e eu sorri, acariciando os seus cabelos.

- A minha mulher está trabalhando.

- Com o que ela trabalha mesmo? - Joana perguntou.

- Ela é juíza e empresária.

- Eu não entendi nada.

Rio, deixando um beijo na sua testa quente.

- Como posso explicar? Ela... É dona de um monte de empresas, sabe? E aí ela precisa administrar todas elas. E ela também é juíza, o que quer dizer que ela coloca bandidos na cadeia.

- Ahhh, agora sim! Nossa, ela deve trabalhar muito muito.

- É, ela trabalha bastante mesmo - falo suspirando. - Mas e vocês? Quais são as novidades?

Elas sorriram, começando a me contar algumas coisas sobre a escola.

- Titia, sabia que eu sei fazer ballet? - Isabella perguntou sorrindo com a língua entre os dentes e a sua cabeça encostada em meu peito.

Sorrio, um pouco surpresa, acariciando seus cabelos.

- Ah é, meu amor? Mostre para a titia então.

- Ah, mas eu tô despreparada.

Rio.

- Não tem problema, princesa, eu não sou exigente.

Ela sorriu, se levantando e ficando na ponta dos pés, girando perfeitamente bem.

- Uau! - murmuro realmente impressionada - Onde você aprendeu?

- Uma coleguinha minha da escola me ensinou. Ela estuda numa academia de ginástica, sabia?

- Ah é? Qual o nome dessa academia? - pergunto curiosa.

- Eu não sei - ela coçou o pescoço - Mas o nome da professora dela é tia Paula.

Sorrio, assentindo.

- Ela estuda na Miller's Academy.

- Como você sabe? - ela perguntou com o cenho franzido.

- Porque 1) Eu conheço a professora dela; 2) Eu já estudei lá; 3) A dona é... Como se fosse a minha mãe.

- VOCÊ JÁ ESTUDOU LÁ? - as duas perguntaram perplexas.

Rio, assentindo.

- Dos meus quatro anos aos dezoito.

- Então você sabe fazer ballet?

Sorrio.

- Ballet não é o meu forte, digamos que eu sou mais... Da ginástica.

- Uau, você é dançarina então? O que você faz mesmo, tia Mer?

Sorrio fraco.

- Não, amor, a tia Mer não é dançarina. E... Bem... Eu... Ainda não tenho um emprego definido.

- Entendi. O meu sonho é ser bailarina um dia. E a Jojo também. - Isa falou se sentando ao meu lado novamente e deitando a sua cabeça no meu ombro - Mas a Gabi disse que eu nunca vou conseguir, porque a gente não tem dinheiro.

Suspiro, acariciando seus cabelos.

- Dinheiro não é tudo nesse mundo, minha pequena - deixo um beijo em seus cabelos extremamente sedosos - E... Se você continuar sonhando, você consegue realizar, sabia? Vocês duas. O que irá determinar isso, será a sua força de vontade.

- Tá bom. Vou continuar sonhando então - Isabella falou sorrindo.

Vejo que Joana havia fechado seus olhos.

A pequena virou-se, abraçando a minha cintura e suspirando.

Ela havia cochilado.

Ouço batidas leves na porta e Isabella se levanta, indo a abrir.

- Titia Bizzy! - a mesma abraçou a minha sogra com força, fazendo-a rir imediatamente.

- Oi, meu anjo. Como você está?

- Eu tô bem, e você? Você tá muito linda!

A morena riu.

- Concordo, Isa. - falo sorrindo.

Beatrice usava um vestido tubinho de alcinhas preto, que caíra perfeitamente em seu corpo completamente em forma. E, nos pés, um par de sandálias de salto grosso brancas.

Seus cabelos longos caíam minimamente ondulados ao redor das suas costas.

A mesma viera até mim e me deixou um beijo carinhoso nos meus cabelos, encarando Joana.

- O que aconteceu?

- Ela está um pouco doentinha - sussurro acariciando os cabelos da pequena, que havia realmente pegado no sono.

- Já a levaram ao médico?

Assinto.

- Uma virose.

Ela suspirou, deixando um beijo terno na testa de Joana.

- As outras crianças estão na escola, mas chegam daqui a pouco.

Ela assentiu.

Nós decidimos descer para começar a organizar a tarde de filmes que faríamos com as crianças.

Ajudei Beatrice a tirar os inúmeros doces das sacolas e, obviamente, comi alguns, enquanto os colocava nas vasilhas.

Às 15:30 a porta de entrada fora aberta e, por ela, passaram as inúmeras crianças, correndo eufóricas pela sala.

- Crianças! Modos! Não viram que temos visita? - uma mulher, a qual eu já havia visto pelo orfanato, mas não conhecia direito, as repreendeu.

- Desculpa, tia Vera. - elas murmuraram juntas, ficando paradas - TIA BIZZY! TIA MEREDITH!

Sorrio, recebendo algumas delas em meus braços, enquanto Beatrice fazia o mesmo.

- Como está, meu príncipe? - pergunto beijando os cabelos cacheados de Pedro.

- Eu tô bem, tia. Bem cansado, sabe? Hoje tive treino de basebol. Mas fica tranquila porque eu tô cheiroso, porque tomei banho na escola, olha, cheira aqui meu pescocinho - rio, o fazendo e sentindo o cheirinho delicioso do seu sabonete infantil.

- Você é realmente um homenzinho muito cheiroso!

Ele sorriu, deixando as suas covinhas á mostra.

- Como foi na África, tia?

- Humm, foi bem legal, pequeno. É uma cultura completamente diferente da nossa.

Ele assentiu.

- Vou deixar minha mochila lá encima, eu já volto, tá bom? Me espera.

- Não sairei daqui - falei sorrindo.

- Como você tá, titia Meredith? - outra menina perguntou sorrindo.

- Eu estou ótima, meu amor. E você? Uau! Quem pintou essas unhas? - pergunto observando o tom lindo de rosa que enfeitava suas unhas.

Ela sorriu.

- Foi a Isa. Ela pintou bem bonito, né? Você gostou?

- Eu amei, minha princesa, estão lindas. Rosa realmente combina muito bem com você.

Ela riu, me abraçando e eu beijei seus cabelos, a vendo subir as escadas correndo com a sua mochila.

Todas as outras crianças fizeram o mesmo. Eu e Beatrice levamos as vasilhas até a sala e as colocamos na mesinha de centro.

Dentro de segundos, ouvi as crianças correrem pelas escadas e, pouco a pouco, elas se sentaram no carpete.

Beatrice sorriu, se levantando e tirando as suas sandálias, sentando-se novamente junto a elas.

- Irei ver se a Joana quer ver o filme, já volto, ok? - falo para Isabella, que assentiu.

Me levantei do sofá, passei com cuidado, por todas as crianças e subi as escadas, indo até o quarto da pequena.

A mesma ainda estava dormindo.

- Meu amor? - a acordei calmamente e vi seus olhos se abrirem. Ela sorriu fraco e bocejou. - Nós vamos ver um filme bem legal lá embaixo, a tia Bizzy está aí e trouxe sabe o quê?

Ela deu de ombros.

- Doces - sussurrei de volta, a vendo sorrir abertamente.

- Então? Você irá perder?

Ela negou com a cabeça, um pouco mais animada e eu tirei a coberta do seu corpo, a ajudando a vestir um moletom.

A peguei no meu colo e senti a mesma envolver o meu pescoço com seus braços e fazer o mesmo com as suas perninhas na minha cintura, deitando a sua cabeça em meu ombro.

Desci as escadas devagar e me sentei no sofá com ela, enquanto as crianças estavam sentadas, todas, no carpete.

Tirei os meus saltos e me encostei no sofá.

Joana tirou as suas pernas da minha cintura e ficou sentada de lado no meu colo, deitando a sua cabeça em meu peito.

Acariciei os seus cabelos, deixando um beijo na sua testa quente e vi a sua pequena mãozinha vir até o meu rosto, onde ela acariciou-o brevemente. Sorri, sentindo o meu coração se aquecer.

- Tia, eu posso ficar aí com você? - Isa perguntou fazendo um bico.

- Claro que sim, meu amor, sente aqui ao meu lado. - apontei para o espaço livre e ela se levantou rapidamente do chão, se sentando no sofá e deitando a sua cabeça no meu peito. A abracei pelos ombros e acariciei o seu rostinho.

- Ei! Não, eu que ia ficar aí com a Meredith, sua chata! - Pedro, que voltava da cozinha com um balde de pipoca em mãos, o colocou encima da mesa de centro e cruzou seus braços, irritado.

- Eu cheguei primeiro, e chato é você! - Isabella respondeu de volta.

- Ei! Sem briga. - murmurei para os dois - Há espaço para todo mundo aqui. Pedro, sente-se aqui, perto de mim - falei apontando para o carpete.

Ele se sentou e deitou a sua cabeça na minha perna.

Isabella deixou a sua cabeça novamente no meu peito e eu sorri, sentindo o meu coração inundar-se de amor por aqueles três.

Ao longo do filme, as crianças foram se acalmando, ambas entretidas de forma enérgica na história. Joana havia dormido novamente em meus braços, e sequer havia conseguido terminar de chupar seu pirulito. A mesma estava completamente sem energia e mal conseguia, também, manter os seus olhinhos abertos.

Eu também me sentia um pouco cansada e ainda enjoada. Provavelmente por não ter almoçado e, para completar, ter me enchido de doces com eles.

- Tia, agora a gente pode brincar de alguma coisa? - Isabella perguntou, assim que o filme acabou.

- Claro, minha princesa. Eu vou só colocar a Joana na cama, ok?

Ela assentiu e eu ajeitei a pequena no meu colo, me levantando com cuidado e subindo as escadas.

A coloquei deitada na sua cama novamente e deixei um beijo terno em seus cabelos, os tirando do seu rosto e a cobrindo.

Desci as escadas novamente e fui até o jardim com Pedro, Isabella, Carol e Maria.

Primeiramente, realizei o desejo de Pedro, que queria brincar um pouco de baseball.

Mas, assim que ele percebeu que eu era péssima naquilo, me deu permissão para brincar com as meninas.

- Vem titia Mer! A gente tá conversando sobre assuntos de mocinhas - Isabella me puxou para um dos bancos, onde todas elas estavam sentadas.

A mesma se sentou entre as minhas pernas e eu sorri, acariciando os seus cabelos longos.

- Você pode fazer um penteado bem bonito pra mim?

- Claro que sim. Somente não sei se sou tão boa neles o quanto você é.

Ela riu, acariciando a minha coxa.

- Então, sobre o que vocês, mocinhas, estão falando? - pergunto penteando os cabelos minimamente ondulados de Isa para trás.

- Sobre amor, tia. - Carol respondeu sorrindo. - E sobre a vida de casados.

Assinto, sorrindo.

- Como é tá casada, titia? - Isa perguntou.

- É... - suspiro - Diferente, amor. Eu convivo com Addison todos os dias. É como... - pensei melhor, tentando as explicar como era aquilo - Vocês - Falo sorrindo - Você convivem entre família todos os dias, se vêem todos os dias, fazem programas juntas, comem juntas, dormem juntas...

- Eca! Então nós somos casadas? - Carol perguntou. - Eu não quero ser casada com a Maria. Ela ronca!

Gargalho, negando com a cabeça e beliscando o seu nariz.

- Não, meu anjinho, você não é casada com a Maria. A titia Mer só está tentando explicar como é, sabe? Foi só um exemplo.

Ela assentiu, parecendo entender.

- A sua mulher é muito muito muito linda, tia, sabia? - Maria falou sorrindo.

- Sei sim, meu amor. Ela realmente é. - respondo sorrindo para a mesma.

- O que você mais ama nela, titia? - Carol perguntou apoiando sua mão em seu queixo, me encarando com um olhar inquisidor.

- Humm, eu... Não sei, amor. Acho que... - suspiro, tentando pensar no que eu mais gostava em Addison - A bondade dela. A forma com a qual ela se importa com as pessoas que mais precisam de alguém que se importe. Isso é o que eu mais... Amo nela.

Elas sorriram.

- E por fora? - Isa perguntou.

Sorrio.

- Os cabelos dela - elas assentiram, concordando comigo - E dos olhos.

- Qual é a cor deles?

- Verdes - respondo fazendo uma trança nos cabelos de Isabella.

- Na TV parecia azul - Maria comentou confusa. Rio, pela cara que a mesma fez.

- De longe, e sob a luz, eles realmente parecem azuis. Mas são verdes.

Elas assentiram.

- A gente quer saber como é tá apaixonada por alguém. Mas alguém que seja o amor da sua vida. Tipo o seu tchan, sabe? Como é, titia? - Carol perguntou.

Rio.

- O meu tchan? - pergunto curiosa. Eu nunca havia ouvido falar naquilo.

- Sim, titia. Você nunca viu Hotel Transilvânia?

- Nunca vi, meu anjinho. Mas prometo que verei, ok?

- Tá bom. Mas deixa eu explicar. O seu tchan é tipo o amor da sua vida, sabe? Não é qualquer paixão. - Isa falou.

Suspiro, acariciando os seus cabelos.

Eu ainda não havia me apaixonado por alguém que me fizesse sentir daquela forma. Não daquela forma, a qual as pessoas que já a sentiram, ou sentem, fazem questão de ressaltar o quão incríveis são as sensações. O quão elas se divergem da paixão boba e natural que toda pessoa sente por quaisquer outras pessoas na vida. O quão individualmente único aquele sentimento era.

Por nunca ter o sentido, eu não conseguiria o explicá-las com clareza.

Portanto, eu precisaria dar o meu melhor.

- Bom... É... - mordo o meu lábio inferior, sem saber, ao certo, o que responder. Eu não queria as decepcionar. - É incrível. - sorrio fraco - É uma das melhores sensações que vocês irão sentir na vida. Quando estiverem apaixonadas pela pessoa certa. É... - respiro fundo - Uma sensação única. Quando... Ocorrer o seu tchan - falo sorrindo para Carol - Você não sentirá isso por mais ninguém. Somente essa pessoa terá o poder de a fazer sentir... Todas as sensações que você sentirá. É único.

Ela sorriu.

- A sua mulher é o seu tchan, né? - Maria perguntou sorrindo.

Sinto o meu coração se apertar.

- Claro que ela é, Maria. Você não viu como a tia Mer fica toda bobinha falando dela? Os olhinhos dela ficam brilhando e até mais azuis.

Nego com a cabeça, suspirando e sentindo o meu coração se apertar de forma quase sufocante.

Eu não estava gostando daquela conversa.

- Pronto, meu amor, seu penteado está pronto - falei sorrindo para Isa.

- Tô bonita, tia? - ela se virou para mim, sorrindo abertamente e colocando uma de suas mãos na sua cintura.

- Você está mais que bonita, meu amor, está perfeita - falo a puxando para mim e distribuindo beijos pelo seu rosto, a fazendo rir.

- Você pode fazer um em mim também, tia Mer? Eu também quero ficar perfeita. - Maria falou fazendo um bico.

Rio.

- Ah, mas você já é, minha princesa. Vocês todas são. Mas é claro que eu faço, venha aqui. - apontei para onde Isa estava sentada anteriormente e ela sorriu, se levantando e se sentando entre as minhas pernas.

Desamarrei os seus cabelos cacheados e, na última hora, fiz o seu penteado e o de Carol, que também havia pedido por um.

Nós continuamos a conversar sobre amenidades em suas escolas. Elas me contaram sobre suas aulas, seus trabalhos, seus projetos...

E eu me atentei a as ouvir de forma concentrada, e me interessei por cada coisa que elas diziam.

Elas eram crianças extremamente inteligentes, educadas e doces. O que havia me cativado por completo.

Às 18:00, os adolescentes chegaram, e, junto com eles, Beatriz.

A mesma usava o uniforme da escola, o qual, originalmente, não era nada parecido com seu estilo. Uma saia preta e a camisa social. Mas ela havia dado um jeito de parecer mais consigo mesma.

Meia-calça preta, um all star da mesma cor e um moletom preto amarrado na sua cintura.

Ela e mais dois estudavam em uma escola privada. Eu havia percebido isso pelo uniforme. Era uma escola, se eu lembrava-me bem, perto do centro.

Assim que a mesma percebeu a minha presença, eu sorri para ela, que devolveu o gesto minimamente. Era uma vitória.

Terminei de conversar com as meninas e as pedi licença, subindo as escadas e indo até o quarto de Beatriz.

Bati na porta e a ouvi autorizar a minha entrada.

- Oi - a cumprimentei, cruzando meus braços e a vendo já jogada na cama, lendo O Velho e O Mar. O outro livro favorito de Addison.

- Oi - ela me cumprimentou de volta, me encarando.

- Está gostando? - perguntei me sentando em uma das cadeiras que havia ali.

- É a terceira vez que o leio.

Rio, negando com a cabeça.

- Entendeu algo?

- Acho que sim. Não é tão difícil. Você ainda não leu?

Nego com a cabeça.

- Estou um pouco... - suspiro - Cheia demais esses dias. Sem tempo para leitura.

Ela assentiu, se levantando e indo até a sua mochila. A vi pegar um caderno e o abrir, arrancando três folhas dele, e, logo após, mais quatro.

Ela veio até mim e eu me afastei da sua mesa, a vendo tirar as rebarbas das folhas e as grampear.

- Esse é de Memórias Póstumas - ela me entregou o conjunto de quatro papéis, frente e verso. - E esse de O velho e O Mar. Escrevi hoje, na aula.

- Humm, teve bastante considerações, pelo que vejo.

Ela assentiu.

- Machado de Assis é genial.

Sorrio, assentindo.

- Precisarei terminar de ler Memórias Póstumas para ter isso firmado por completo em mim. Mas ele realmente é.

- Você não conseguiu terminar ainda?

Nego com a cabeça.

- Muitos compromissos.

Ela assentiu.

- Você está bem? - ela perguntou se sentando na cama. Franzi o cenho, mas assenti.

- Por que a pergunta?

- Porque você parcece cansada.

Suspiro.

- É, eu realmente estou. A rotina de Addison está... Uma bagunça. Estamos viajando demais.

Ela pareceu interessada.

- Para onde?

- Fomos para África na semana retrasada - ela assentiu.

- Vi fotos de vocês lá.

Assenti.

- Acabo de voltar de Washington e voaremos para Los Angeles hoje pela madrugada.

Ela suspirou.

- Ela deve estar exausta.

- É, ela realmente está. Mas não há nada nesse mundo que a faça descansar - falo dando de ombros.

- Você está preocupada, não é?

- É, de certa forma. Ela sabe se cuidar, mas... Enfim.

Ficamos em silêncio por algum tempo.

- O que você está lendo? - pergunto curiosa. - Além de O Velho e o Mar.

- Crime e Castigo - ela abriu a sua mochila e me mostrou - Estou no início ainda, a narrativa é um pouco...

- É, eu sei. Mas você tira de letra, sei disso.

Ela assentiu.

- Quando você acha que conseguirá terminar? - pergunto curiosa.

- No máximo até semana que vem. Mas... O relatório que você quer... Eu só irei fazer depois de ler pela segunda vez.

Rio, assentindo.

- Sem problemas. Semana que vem irei pedir para um dos meus seguranças vir trazer os dois próximos. Talvez você queira deixar Guerra e Paz por último. É o mais longo deles.

- Você manda - ela falou dando de ombros.

- Ok então, me ligue quando acabar Crime e Castigo.

- Pode me dizer quais serão os dois próximos?

Sorrio.

- Ainda irei decidir.

- Ok. Você não começou a ler Harry Potter, né?

- Não, ainda não. Mas irei ao shopping comprar as edições assim que puder, prometo.

Ela assentiu.

- Estou em dúvida em qual seja a sua casa.

A encaro, sem entender.

Ela suspirou.

- Você irá entender quando ler.

Assinto.

- Como foi seu dia? Na escola?

- Chato.

- Por quê?

- Irá ter um concurso de redação interestadual mês que vem. E a minha professora de literatura quer que eu participe.

Franzo o cenho.

- E por que você não me parece feliz com isso?

Ela suspirou.

- Sei lá - a mesma deu de ombros - Não gosto de ser pressionada a fazer algo. E não estou a fim de ser acusada pela escola toda depois de perder.

- Humm, entendi. Mas você deveria tentar - falo me levantando - Ninguém garante que você irá perder.

Ela revirou os olhos.

- Eu iria competir com inúmeras outras escolas, muito mais bem sucedidas que a minha.

- E daí?

Ela me encarou, franzindo o cenho.

Suspirei.

- Eu e Addison, ambas de nós duas, estudamos em Havard.

A vi se surpreender.

- É, pois é. Mas o desempenho dela na faculdade é mil vezes melhor que o meu. Ela é uma das ex-aulas estrela de lá. Nós duas fizemos o mesmo curso, em anos diferentes, é claro.

- Onde você quer chegar com isso?

- Ambas estudamos em Havard, Beatriz. E ela se ressaiu bem melhor do que eu. Você acha que foi porque ela estudou em Havard?

- Claro que não, é porque ela é Addison Montgomery - ela respondeu dando de ombros. - E porque... Você não é da área do direito.

- Então - dou de ombros - Um brasão de uma instituição não diz absolutamente nada sobre ela. Os alunos que estão lá, esses sim, dizem tudo sobre ela.

Ela suspirou.

- Você é insistente.

Rio.

- Eu sei o quão já me privei de fazer coisas na vida por simplesmente temer falhar. O quanto mais eu puder incentivar as pessoas a não cometerem o mesmo erro que eu, eu farei.

Ela franziu seu cenho, mas assentiu.

- Irei pensar.

- Ok. Preciso ir - falei colocando a sua cadeira de volta no lugar e pegando as folhas.

- Ok. Addison não irá ler, não é? Temos um combinado, certo?

Dou de ombros.

- Meredith!

- Não prometo nada - falo levantando as minha mãos em sinal de rendição e saindo do quarto, antes sorrindo para a mesma.

Desci as escadas e encontrei Beatrice brincando com algumas crianças na sala.

- Você já vai, minha nora? - ela perguntou me observando.

- Acho que sim, Bizzy. Quero descansar um pouco antes de viajar.

- Viajar? Para onde? - a mesma perguntou surpresa.

- Los Angeles.

A mesma assentiu, parecendo entender.

- O que acha de jantarmos juntas? - pergunto - Se você não houver algum compromisso, é claro.

Ela sorriu, seus olhos se iluminaram e, novamente, eu senti o meu coração se apertar.

- Claro, meu amor. Eu irei adorar. Há um restaurante aqui perto que serve uma comida divina!

- Portanto vamos logo, porque estou com fome - respondi sorrindo e ela me devolveu o gesto.

Juntas, nos despedimos das crianças e eu prometi voltar o mais rápido que conseguisse.

Subi rapidamente até o quarto de Joana, que ainda dormia, e deixei um beijo em seus cabelos, acariciando o seu rostinho.

- Fique bem, meu anjinho - sussurrei para a mesma e saí, descendo as escadas.

Eu e Beatrice saímos juntas e entramos nos fundos do carro que vim.

A mesma deu o endereço para Warren e nós começamos a conversar sobre amenidades.

- Então, Mer, como está a convivência com a Addie?

Sorrio fraco para a mesma.

- Estamos bem, sogra. Addison só tem... Trabalhado demais. Não estamos nos vendo com tanta frequência assim.

Ela suspirou.

- Ela é idêntica ao pai. Isso me assusta. Harry vive para o trabalho.

- Ele não irá jantar em casa hoje? - pergunto curiosa.

- Quase nunca janta - ela deu de ombros e sorriu triste para mim - Ele vive para o trabalho - ela deu de ombros.

Suspiro, acariciando a sua mão.

- Sinto muito por isso, Bizzy.

Ela suspirou.

- É a vida, meu amor. Já estou acostumada, não precisa sentir.

Sorrio triste, assentindo.

- Se eu puder a dar um conselho... Como alguém que tem uma cópia de Addison dormindo comigo todos os dias... Ou quase todos... É: a faça descansar. Os Forbes Montgomery são um pouco... Intensos demais. E a Addie então... É a definição propriamente dita de intensidade. - sorrio, assentindo. - Tanto ela como o pai têm hiperfoco, ambos. Quando ela era pequena... Até cheguei a levá-la a um médico, porque, por muito tempo, realmente achei que ela tinha alguma mutação em seu cérebro, ou... Alguma doença. Mas é somente a personalidade dela. Addison é focada. Extremamente focada. E, ás vezes, em intensidade tão imensa, que seu próprio corpo não sente. E, quando sente... A derruba.

Assinto, suspirando.

- Mas ela precisa descansar. Precisa entender que ela é a dona da empresa e que há inúmeras pessoas competentes para fazer o que ela faz. E acho que você é a pessoa que irá fazer ela entender isso.

Por dentro, eu praticamente ri. Porque aquilo realmente era uma piada.

Mas, assim que me dei conta de que Beatrice não fazia a mínima noção de que aquele casamento era falso, a sua fala fez um pouco de sentido na minha cabeça.

- Eu... - eu estava sem palavras - Não sei bem o que fazer. Mas... Tentarei. - minto.

Ela assentiu, acariciando a minha mão.

Warren estacionou em frente ao restaurante e nós descemos do carro, sendo recebidas pelo Maître, que nos encaminhara até uma mesa no terceiro andar.

O nosso jantar ocorreu de forma harmoniosa. Beatrice era uma mulher incrível, e eu estava descobrindo isso aos poucos.

Assim que encarei a tela do meu celular, percebi, assustada, que já deveria ir. O percurso até em casa seria de uma hora, se o trânsito ajudasse, e já eram 20:00. Ou seja, eu precisaria correr para arrumar as malas e me arrumar.

- Obrigada por essa tarde incrível, minha nora - a mesma me abraçou fortemente e eu sorri, acariciando suas costas.

- Obrigada você, Bizzy. Nos vemos na sexta, certo?

- Certo, meu amor. Diga a Addie que mandei um beijo, ok?

- Pode deixar - respondi deixando um beijo na sua bochecha e me despedindo, entrando no carro logo em seguida.

O percurso até o condomínio durou uma hora e meia, pelo trânsito um pouco engarrafado.

Entrei em casa um pouco corrida, sendo recebida por Miranda.

- Eu estava preocupada, senhora Montgomery. A senhora não apareceu para jantar.

Sinto meu coração se apertar. Eu havia esquecido de a avisar que não viria para o jantar.

- Ah, meu amor, eu deveria ter avisado, me desculpe. É que...

- A senhora não precisa se desculpar. Warren me avisou, fique tranquila.

Assinto sorrindo.

- Preciso subir e arrumar as coisas correndo, Miranda.

- Que horas a senhora irá sair?

- Provavelmente às 23:00. É o tempo exato para que eu esteja no aeroporto às 00:00.

Ela assentiu.

- A senhora quer ajuda?

- Não, meu bem, obrigada. Vá descansar. Tire os próximos dois dias de folga, ok?

Ela sorriu, assentindo.

Subi as escadas correndo e entrei no meu quarto, tirando os meus saltos.

Prendi os meus cabelos em um coque mal feito e tirei o meu blazer, a minha calça e a minha blusa, ficando apenas de calcinha e sutiã.

Alcancei a mala preta média na parte de cima dos armários, e a abri encima do puff no meio do closet.

Fui, primeiramente, até o lado de Addison, e escolhi as suas roupas sociais de sempre, as colocando encima do puff.

Mordi o meu lábio inferior, um pouco indecisa com a sua roupa para a festa.

Um macacão do mesmo modelo que ela havia usado em Luanda, mas preto, ou um conjunto de terno preto, onde o terno em si, possuía um decote em V, o qual deveria ressaltar-se perfeitamente bem nela, sem a camisa.

Lembrando-me do detalhe do decote, escolhi o terno e uma sandália de salto alto e fino, também preta.

Escolhi as suas lingeries, uma camisola e um baby doll.

Guardei-as no saco próprio para elas, e, o resto, as dobrei, colocando ao seu lado.

Assim que lembrei-me que os seus produtos estavam na outra mala, respirei fundo, vestindo um robe de Addison e desci as escadas, vendo Warren conversar com Miranda, enquanto segurava a mala em suas mãos.

- Ah, Warren. É exatamente isso que vim procurar - falei apontando para a mala.

- Me perdoe, senhora, já deveria ter levado.

- Não se desculpe, está tudo bem.

Ele assentiu, subindo as escadas ao meu lado e deixando a mala na porta do meu quarto.

Entrei novamente, a empurrando até o closet.

Peguei apenas a nécessaire de Addison e a minha, as colocando na outra mala.

Escolhi as minhas roupas rapidamente e as guardei na mala.

Assim que terminei, encarei a tela do meu celular.

22:00.

Tomei um banho demorado e vesti um conjunto de lingerie branco e, sentindo-me exausta e tendo a certeza de que eu dormiria por todo o percurso, escolhi um vestido curto e solto também branco. Calcei um par de sandálias também brancas e mantive os meus cabelos presos, mas arrumei o coque, o deixando um pouco mais apresentável.

Terminei de me arrumar rapidamente e fechei a mala, a pegando e a levando até a porta do quarto.

Peguei rapidamente o livro de Addison e seu carregador e a minha bolsa, saindo do quarto.

Desci as escadas e encontrei Warren ainda conversando com Miranda.

- Senhora? Já está pronta?

- Sim, Warren. A mala está na porta do quarto.

Ele assentiu, subindo as escadas.

- Meu amor, você poderia colocar as roupas da mala anterior para lavar, por favor? - perguntei a Miranda, que prontamente assentiu.

- Claro, senhora. Assim que a senhora sair irei lá. E ah! O cardápio que a senhora pediu. Já volto.

Assenti, a vendo ir até a cozinha.

Me sentei no sofá, sentindo-me exausta. As minhas energias pareciam estar quase no fim. Eu precisava dormir, pelo menos, oito horas de sono essa noite. Para compensar as noites completamente mal dormidas em Washington.

Miranda voltou alguns minutos depois, me trazendo uma folha de papel e eu sorri para a mesma, a agradecendo e vendo Warren descer as escadas com a mala.

- Ligarei para você amanhã para falar melhor do cardápio do jantar, ok, meu amor?

Ela assentiu.

- Tenha uma boa viagem, senhora. Mal posso esperar para a ter de volta. Essa casa tornou-se completamente sem graça sem a senhora.

Sorri, a abraçando.

- Mal posso esperar pela minha torta de morango, em comemoração a minha chegada.

Ela riu, negando com a cabeça e eu me despedi, saindo junto a Warren.

- Você sabe se a minha mulher já saiu, Warren?

- Sim, senhora. Karev acabou de me avisar que ela está ainda em reunião, mas que chegará na hora marcada.

Assinto, suspirando, um pouco preocupada com a mesma. Ela deveria estar exausta.

Eu mal conseguia imaginar o quão seu dia deve ter sido corrido. E o quão ela, no fundo, deveria estar se sentindo esgotada.

Eu estaria, por muito menos.

...

Addison Montgomery;

- Então, Senhora Montgomery? Como devo proceder?

- Kepner! - chamei a atenção da minha secretária, que digitava freneticamente no MacBook á sua frente.

- Sim, senhora?

- Avise á Karev que iremos sair daqui trinta minutos.

- Sim, senhora. Com licença, senhora, senhor. - ela se levantou, pegando o seu celular.

Suspirei, encarando o homem alto á minha frente, o qual era chefe da equipe financeira da empresa.

- Você deveria me dizer isso. - respondo-o sem a mínima paciência.

Ele assentiu, nervoso.

- Eu sugiro que a senhora aceite a proposta. Será uma ótima jogada de Marketing para a Montgomery's aqui em NYC.

- Não preciso de mais marketing aqui em NYC. Quero a sua opinião quanto a Ásia.

- A senhora aprecia expandir os seus negócios. Sei disso. Mas sugiro que, primeiro, visite o local. Veja... Se é... Adequado para a sua empresa. Se a senhora, a proprietária, achar que sim, não há porque não.

Suspiro, massageando as minhas têmporas completamente doloridas.

- Não sei se tenho tempo para viajar, a essa altura do campeonato, para Ásia.

- Bom... É sempre mais aconselhável que a senhora faça isso, porque... A senhora está integralmente interligada a todas as sedes da empresa, a todos os setores... E... A senhora é a dona. Mas se a senhora não puder, sugiro que mande alguém de confiança. Um de seus irmãos. O senhor Mark, quem sabe?

Isso estava fora de questão.

Mark não era a pessoa certa para isso. Não para isso. Ele não saberia ver com os meus olhos.

- Pensarei na sua opinião. O prazo de assinatura do contrato é até dezembro, temos tempo o bastante. Mas quero que você reúna a equipe de TI e me passe absolutamente tudo que eles encontrarem sobre Lin Chau. Quero toda a ficha dele em minhas mãos. Não só dele, mas de todos próximos dele, entendeu?

Ele assentiu.

- Estará no seu e-mail em, no máximo, duas semanas, senhora.

- Você está dispensado - falei me levantando e pegando o meu iPad e o meu celular.

- Tenha uma boa noite, senhora.

Apenas o dei as costas e saí da sala, dando de cara com Kepner.

- Arrume as suas coisas e vamos.

Ela assentiu e eu peguei o elevador, indo até a minha sala.

Desliguei o meu computador e peguei o meu MacBook, o guardando na bolsa. Arrumei a minha mesa e guardei as minhas coisas.

Suspirei, tirando os meus óculos e sentindo a minha cabeça latejar de dor.

Fui até o meu frigobar e peguei uma garrafa de água. Abri a minha bolsa e encontrei a minha cartela de remédios, quase vazia, tomando um deles.

Nos últimos dias eu havia conseguido acabar com, praticamente, a cartela inteira. Porque a minha enxaqueca persistia em não me deixar.

Eu estava exausta, mas descansar estava fora de questão. Cada hora a mais de sono que eu me desse ao luxo de ter, era uma hora a menos para resolver tudo que eu precisava.

Guardei a cartela novamente e desliguei tudo, saindo da minha sala.

Liguei para Karev, avisando que já estava descendo e, assim que cheguei ao térreo, vi Kepner já a minha espera, junto aos outros seguranças.

- A sua esposa já está á caminho do aeroporto, senhora. Provavelmente já está chegando lá. - Alex falou abrindo a porta de um dos carros para mim.

Assenti, entrando no mesmo e suspirando, deixando a minha bolsa de lado.

Passei todo o percurso de olhos fechados, tentando limpar a minha cabeça das informações desnecessárias daquele dia, e a deixar novamente pronta para que eu pudesse trabalhar com os papéis do tribunal de NYC e de LA.

Assim que Alex parou em frente ao meu jatinho, abri os meus olhos e desci do carro, pegando a minha bolsa.

- Boa noite, Meretíssima, seja bem-vinda novamente. - James me cumprimentou polidamente, e, sem muita paciência, apenas acenei com a cabeça e subi as escadas, entrando no avião.

Dei de cara com Meredith, já sentada na sua poltrona, encarando o lado de fora pela janela. O seu olhar pousou sobre mim e eu me aproximei, me esticando e deixando um beijo rápido em seus lábios.

- Boa noite - a cumprimentei, me sentando ao seu lado.

- Boa noite - ela respondeu de volta.

Franzi o meu cenho ao perceber o seu tom de voz um pouco rouco. De soslaio, a encarei, ela estava exausta.

A sua feição, mesmo de perfil, disse-me isso instantaneamente.

Se eu não precisasse estar no tribunal amanhã cedo, essa viagem poderia ser facilmente adiada para amanhã, pela manhã.

Suspirei, apoiando a minha cabeça no encosto da poltrona.

- Boa noite, senhora Montgomery - Kepner cumprimentou Meredith, que a cumprimentou de volta, estranhamente, sem o mesmo ânimo de sempre.

Me concentrei no meu celular, até que os seguranças e os outros funcionários terminassem de organizar tudo.

- Com licença, Meretíssima - O piloto viera até nós - Se estiverem confortáveis, poderemos decolar.

Encarei Meredith que, para a minha surpresa, cochilava, com a cabeça encostada na sua janela, parecendo nada confortável naquela posição.

Assenti para James, que pediu licença e se retirou.

- Com licença, Meretíssima. - a aeromoça chefe viera até mim - O que deseja beber?

- Whisky. Com gelo.

Ela rapidamente o colocou.

- E a sua esposa? A senhora... Quer a acordar para saber?

- Não. Se ela acordar, a traga uma taça de vinho.

Ela assentiu, me entregando o copo e se retirando.

Experimentei a bebida, sentindo-a descer queimando pela minha garganta, do jeito que eu gostava, e coloquei o copo no aparador.

Coloquei o meu cinto e suspirei, resolvendo não acordar Meredith para que fizesse o mesmo.

Tomando cuidado para não a acordar, puxei minimamente o seu cinto e me estiquei, tentando encontrar o local para encaixá-lo.

Vi a mesma suspirar e tirar a sua cabeça da janela. Parei imediatamente, temendo a acordar, mas a vi apenas virar a sua cabeça para o meu lado.

Coloquei o seu cinto e o puxei, para que ficasse apertado o bastante, me afastando logo em seguida, ficando ereta na minha poltrona.

Suspirei, fechando os meus olhos e ouvi a loira murmurar algo que não entendi.

Abri os meus olhos novamente e a vi virar a sua cabeça para o outro lado, tentando encontrar um posição confortável, e, então, novamente, para o meu, surpreendendo-me ao encostá-la em meu ombro.

Me senti estranhamente paralisada por um segundo, mas, então, percebi que, mesmo que os meus olhos aquela posição não parecesse muito confortável, com certeza era bem mais do que sua anterior.

Notei que o apoio de braço da sua poltrona poderia estar machucando a sua cintura e, devagar, o puxei para cima, a deixando o mais confortável possível.

Então, apenas respirei fundo, relaxando os meus ombros e pousando a minha mão em sua coxa quente, fechando os meus olhos logo em seguida e ouvindo a loira respirar pesado, mas não roncar. O que me fizera constatar que ela não estava em um sono pesado.

O avião decolou e, assim que o mesmo estabilizou-se no ar, evitando mexer-me demais para não acordar Meredith, alcancei o meu MacBook e o abri, colocando os meus óculos e me concentrando em ler a papelada que eu precisava assinar e enviar ao gabinete do tribunal superior de NYC.

Após duas horas e meia de vôo, o avião pousou em Los Angeles e, primeiramente, os seguranças saíram.

Respirei fundo, fechando o meu MacBook e o guardando.

Tirei o meu cinto devagar e suspirei, tocando a coxa de Meredith.

- Meredith? - a acordei da forma mais calma que consegui.

A mesma murmurou algo incompreensível e enterrou o seu nariz no meu pescoço, continuando a dormir.

Senti a minha pele arrepiar-se com a sua respiração contra a minha pele e suspirei, passando a minha mão pela sua coxa devagar, tentando a acordar.

- Meredith, acorde.

A ouvi suspirar e, devagar, tirei uma mecha solta da sua franja, que caía em seus olhos.

A vi afastar a sua cabeça do meu ombro, com o cenho franzido e os olhos quase fechados.

- Eu... - ela me encarou - Eu... Me desculpe... Eu estava cansada e...

Franzi o cenho, sem entender o porque, exatamente, ela estava pedindo desculpas. Mas, assim que ela continuou me encarando, entendi, pelo seu olhar, o motivo.

- Você estava confortável, é o que importa. E não está com dores, está?

Ela negou com a cabeça, fechando os seus olhos novamente.

- Vamos. Você só precisa descer do avião, pode dormir no carro.

Ela, parecendo ainda confusa, assentiu.

Me levantei, pegando a minha bolsa e a bolsa do meu computador, e estendi a minha mão livre para que ela também se levantasse.

A mesma o fez e eu a guiei para fora do avião pela sua cintura, vendo-a praticamente dormir em pé ao meu lado.

Alex abriu a porta dos fundos do carro e eu a ajudei a entrar, dando a volta e fazendo o mesmo, logo em seguida.

O mesmo deu partida no carro e, de soslaio, vi Meredith encostar sua cabeça na janela e voltar a dormir.

Poucos minutos depois, Karev entrou no condomínio e, então, na minha casa.

O mesmo parou em frente a escadaria e eu suspirei, descendo do carro.

Dei a volta no mesmo e, novamente, acordei Meredith, que caminhou sonolenta ao meu lado.

Fomos recebidas pela governanta, que rapidamente guiou a minha mulher até o quarto, enquanto eu me limitei a ir até o meu escritório.

Me sentei rapidamente diante da minha mesa, sentindo a minha cabeça e os meus olhos doerem e, então, organizei rapidamente tudo que eu usaria no dia seguinte.

Feito isso, subi as escadas até o meu quarto e, assim que entrei, vi Meredith já deitada na cama, apenas de calcinha, abraçada ao seu travesseiro, descoberta.

Fui até o banheiro e me permiti tomar um banho quente e demorado, fazendo as minhas higienes noturnas logo em seguida. Saí do mesmo enrolada no meu roupão e abri a mala, vestindo um conjunto de baby doll curto e preto, que eu mal usava, mas Meredith havia escolhido e fora o primeiro que eu vi pela frente.

Voltei para o centro do quarto e apaguei as luzes, indo até a cama.

Percebi, assim que me sentei na mesma, que a loira estava agarrada ao seu travesseiro e encolhida ao seu lado da cama, portanto, ela sentia frio.

Suspirei, me levantando e puxei o edredom devagar, a cobrindo e me deitando novamente ao seu lado, ligando o ar condicionado. Já se passavam das 3:00 da manhã.

Fechei os meus olhos, respirando fundo e sentindo o meu corpo inteiro parecer apagar, em um sono completamente exausto.

...

Abro os meus olhos, sentindo a minha cabeça latejar de dor assim que o faço e respiro fundo, tentando acostumar os meus olhos com a luz que invadia o meu rosto. Eu havia esquecido completamente de fechar as percianas principais da varanda.

Suspirei, fechando os meus olhos por um segundo, sentindo a perna quente de Meredith enroscada a minha, e seu travesseiro em contato com as minhas costas.

Alcancei o meu celular e o liguei, vendo que já eram 5:50 da manhã.

Devagar, tirei a minha perna debaixo da de Meredith e me levantei, ficando sentada na cama.

Prendi os meus cabelos em um coque mal feito e me alonguei, me levantando de vez.

Fechei a persiana com o controle, para que o sol não repetisse, com Meredith, o mesmo trabalho que fizera de me acordar. Tomei um banho frio e rápido e vesti um conjunto de lingerie preto.

Escolhi um conjunto de terninho preto, o qual era composto por uma saia que ia até os meus joelhos e um blazer também preto, que eu havia me esquecido o quão gostava de usá-lo.

Vesti uma camisa social preta por baixo e calcei o meu par de scarpins da mesma cor.

Soltei os meus cabelos e fiz uma maquiagem rápida, passando um batom vinho nos meus lábios.

Arrumei a minha bolsa e peguei o meu celular, saindo do quarto logo em seguida.

- Bom dia, Meretíssima - a governanta me cumprimentou com uma irritante animação. - O seu café está servido.

Me encaminho até a mesa e me sento no meu lugar, servindo o meu café e abrindo o jornal de notícias de LA no meu celular, para me manter informada sobre o caso que eu esperava dar um fim hoje.

- Senhora, me perdoe incomodar, mas... Eu posso a perguntar algo?

- Diga - respondi sem me dar o trabalho de a encarar.

- A senhora irá almoçar em casa hoje?

- Não.

- Ok... Eu... A sua esposa?

- Não sei - respondo apenas.

- A senhora irá jantar em casa?

Suspirei, a encarando, já sem paciência.

- Por que?

- Queria... Fazer algo especial para o jantar. Quem sabe... O seu risoto de camarão favorito, ou...

- A minha mulher tem alergia a camarão. Faça outra coisa, sem se preocupar comigo, porque não jantarei em casa.

- Sim, senhora.

Terminei o meu café e me levantei. Passei uma rápida mensagem para Alex, avisando que já estava descendo e vi Kepner descer as escadas apressada.

- Ah! Bom dia, Meretíssima. Achei que eu estivesse atrasada. Ufa!

Suspirei, caminhando até a porta e a tendo aberta para mim, pela governanta, assim que me aproximei.

Desci as escadas, sendo seguida por Kepner e vi os três carros de sempre me esperando á frente da casa.

- Bom dia, senhora - Alex me cumprimentou.

- Bom dia. Tire a Mercedes da garagem.

Ele assentiu e, em poucos minutos, estacionou o carro em frente a casa, me entregando as chaves.

- Kepner, me passe a minha agenda. - ordenei entrando no carro e fechando as janelas, ligando o ar condicionado.

Ouvi o meu celular tocar e o apoiei no carro, atendendo a ligação de Kepner.

- Diga. - falei dando partida no carro.

- Então, senhora, agora pela manhã, a senhora tem a audiência, que, inicialmente, deverá durar até às 09:00. Às 10:00 a senhora tem uma reunião com a equipe de gestão, às 11:00 com o diretor da empresa. Depois do almoço a senhora...

- Irei almoçar apenas se houver tempo. Continue.

- Ok... É... Depois... Às 14:00 senhora tem mais uma reunião com a o diretor do setor de TI, às 15:00 com o Governador, e às 18:00 com os investidores alemães. Hoje a senhora também tem que prestar contas do seu relatório mensal no tribunal superior daqui... E... O promotor Shepherd gostaria de uma hora da sua agenda á noite para uma reunião importante sobre o caso que a senhora está julgando agora em NYC.

Suspiro, massageando as minhas têmporas, sentindo a minha cabeça já fervilhar.

Desliguei a ligação e, dentro de poucos minutos, estacionei na minha vaga no tribunal.

Desci do carro, ajeitando os meus óculos de sol e pegando a minha bolsa.

Revirei os olhos irritada, ao ver os inúmeros vermes que gostavam de entitular repórteres, parados em frente a entrada do Tribunal Superior de Los Angeles, bloqueando a minha entrada.

- Dê um jeito nesses vermes - murmurei irritada para Alex, que tomou a minha frente rapidamente e, brutalmente, os afastou dali, dando-me passagem.

Caminhei ereta até a entrada e, já me sentindo completamente irritada, me encaminhei até o meu gabinete.

- Bom dia, Meretíssima. - o promotor me cumprimentou com uma irritante animação. - Como está? E a senhora sua esposa? Espero que a senhora tenha tido uma boa viagem, é...

- Isso não é da sua conta, quero que me passe as papeladas do caso e as considerações do Conselho. E trate de dar um jeito nesses vermes plantados aí á frente, não preciso de platéia.

- Sim, Meretíssima. A senhora estará na festa amanhã, certo?

Assinto, tirando os meus óculos de sol e colocando os de grau, abrindo as papeladas na minha mesa.

- Ótimo! Podemos nos sentar na mesma mesa, quem sabe? Minha esposa está ansiosa para conhecer a sua. Ela disse que a senhora sua esposa parece uma mulher tão doce e sofisticada. Eu...

O encarei, sentindo a minha cabeça latejar de dor e o estresse me tomar por completo.

- Ok! As papeladas! Já volto!

Eu havia tido tempo apenas para revisar algumas coisas, até que Kepner chegasse á minha sala e avisasse que já estava na hora.

Suspirei, me levantando e a mesma veio até mim, colocando-me a minha toga.

Alcancei a pasta que iria usar e caminhei, junto a ela, Alex e mais um segurança, até a sala da audiência.

- Silêncio e de pé! O tribunal agora está em sessão, sob a presidência da juíza Addison Montgomery.

Entrei na sala, me sentando na minha cadeira e novamente colocando os meus óculos.

- Sentados. - ordenei abrindo a pasta - Caso FC131678 contra Marcus Jordan, atual Ministro da Economia, acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Promotor.

Pela última exata hora, o promotor discorreu todo o caso e resumira todas as audiências anteriores, poupando o meu trabalho de fazê-lo.

- Meretíssima, a palavra é sua. - ele se afastou, sentando-se novamente.

- Réu, de pé! - ordeno, abrindo a minha pasta - Portanto, é determinante que, de acordo com o Conselho Superior e com a Constituição Federal dos Estados Unidos, o réu julgado configura-se como culpado pelos crimes de: Corrupção Ativa e Lavagem de dinheiro. Agindo pois, sob o planejamento de uma agenda criminosa muito bem articulada. Valendo-se, para tanto, de sua força, de seu prestígio e de seu inquestionável poder sobre o aparelho governamental e seu aparato partidário, para cometimento de tais crimes. De acordo com tudo que fora dito, a sentença final é de, primeiramente, afastamento total do seu cargo e impedimento de exercer qualquer ofício no Gabinete Governamental não só da cidade de Los Angeles, mas dos Estados Unidos, e cumprimento de regime fechado por dois anos, sem possibilidade de haver negociação para habeas corpus.

Conserto os meus óculos e alcanço o martelo e o batendo contra a mesa.

- Sessão encerrada. - comunico me levantando e tentando evitar o máximo a sessão de murmurinhos que havia instalado-se na sala.

- Kepner! - chamo a minha secretária, assim que adentro a minha sala.

- Sim, Meretíssima?

- Mande esses papéis serem entregues ao Gabinete Superior - murmurei assinando os papéis do julgamento e a entregando - E avise a Alex que iremos para a empresa daqui a cinco minutos.

- Sim, Meretíssima, com licença.

Me sentei rapidamente na minha cadeira e atualizei o site do tribunal, dando fim àquele julgamento que havia durado quase três meses e que tanto havia me tirado o sono.

Ouvi batidas na porta e autorizei a entrada, observando um outro juíz, o qual, inicialmente, iria julgar o caso, adentrar a minha sala.

- Meretíssima Montgomery, bom dia. A senhora foi espetacular no julgamento. Gostaria de agradecer por ter aceitado a proposta.

- Humrum - murmuro sem a mínima paciência e o mínimo de tempo possível para o encarar.

- A senhora e a sua esposa estarão na festa amanhã?

- Humrum.

- Ótimo! Ouvi dizer que a senhora irá entregar os diplomas, estou certo disso?

- Está.

- Que ótimo! Meu filho é um grande fã seu.

Assinto, terminando de atualizar o site e me levantando.

Visto o meu blazer novamente e alcanço a minha bolsa.

- A senhora parece estar realmente ocupada, a darei licença.

- Não se dê o trabalho, estou de saída. - respondi saindo da minha sala e dando de cara com Kepner, que vinha correndo sobre os seus saltos até mim.

- Ok, Meretíssima, os papéis foram entregues, Alex já está a sua disposição lá embaixo.

Assenti, sendo seguida por ela e mais dois seguranças até o último andar e, então, até o estacionamento.

Destranque o meu carro e entrei, dando partida no mesmo e saindo dali.

Cheguei á empresa uma hora depois, devido ao trânsito. E já me encaminhei diretamente até a sala que ocorreria a minha primeira reunião da manhã.

A mesma discorreu de forma tranquila, apenas para atualizar-me dos últimos acontecimentos na empresa.

Logo após, me dirigi até a minha sala, sendo seguida por Kepner.

- O seu café, senhora - ela me entregou uma xícara de café do jeito que eu gostava. - o senhor Phillips já a aguarda.

- Mande-o entrar.

Ela assentiu, se retirando, e, então, dando lugar a sua presença, o atual diretor da empresa, relocado para ficar no lugar de Amélia, adentrou a sala.

- Bom dia, senhora Montgomery. Ou... É... Quero dizer... Meretíssima. Isso. Meretíssima Montgomery.

Reviro os meus olhos, apontando a cadeira em frente a minha mesa para que ele se sentasse.

O mesmo continuou em silêncio, até que eu levantasse o meu olhar.

- Esse é o momento que você começa a falar, caso não tenha percebido. - murmuro irritada.

Ele assentiu nervosamente e, gaguejando de forma irritante, começou a me atualizar sobre os últimos acontecimentos na empresa.

- O... A... A nova campanha... A sua irmã... É... As idéias dela eram um pouco... Ousadas demais e... E... E... Eu acho que a senhora... Deveria... Bem... Deveria... Deveria...

- Eu não tenho o dia todo!

- Ok... É... Acho que a senhora deveria as revisar. Eu não acho que... Sejam... Combinem... Tanto assim com a...

- Esqueça. A minha irmã sabe exatamente o que combina e não combina com a minha empresa. Não ouse modificar absolutamente nada do que ela já deixou pronto.

- Sim... Sim... Sim senhora. Eu... É... Bem... Há um... Bem... Um problema com... Com...

Suspirei, completamente irritada, o encarando por trás dos meus óculos.

- Com a distribuidora de exportação, é... Bem... Eles não... Não... Entraram em contato conosco esse... Mês. Então.. Eu resolvi trocar... E... Bem... Houveram alguns... Problemas e...

- Você resolveu trocar? - pergunto completamente irada - Você resolveu trocar a distribuidora de exportação que a minha irmã, pessoalmente, contratou há anos atrás. Porque, segundo você, por um passe de mágica, ela começa a dar problemas quando você toma postura do cargo dela? Que interessante!

- Eu... É... Eu posso... Expli... Car... Senhora... É que... Eles não entraram em contato e...

- Você tem que entrar em contato com eles, seu... - suspirei, fechando os meus olhos por um segundo. - Números. Eu quero números para esse prejuízo.

- Cem mil dólares.

Eu sentia que iria explodir, a qualquer segundo.

- Que você dará a porra do seu jeito de recuperar, nem que seja do seu próprio dinheiro. Agora saia da minha sala e trate pegar as suas coisas da sala da minha irmã e voltar para... Não me interessa saber o que você fazia antes de Amélia cometer a estupidez o colocar na diretoria! KEPNER!

- Sim Meretíssima - a mesma entrou na minha sala completamente nervosa.

- Senhora... Eu... Eu possa expli...

- Você tem algum problema de audição? Eu ordenei que você saísse da porra da minha sala!

O mesmo saiu, praticamente tropeçando em seus próprios pés.

- Ligue para a minha irmã e avise que preciso que ela resolva a merda que esse imbecil fez. Ainda hoje. Que ela entre em contato com a distribuidora e que reveja o valor exato do prejuízo dele.

- Sim... Sim senhora. A senhora precisa de... Uma água, um... Remédio... É...

A encarei, cerrando o meu olhar e a vi assentir. Respirei fundo, me sentando novamente e massageando as minhas têmporas.

- Ah! Senhora Montgomery!

- O que, Kepner? - pergunto sem a mínima paciência.

- Não... Não a senhora... A... Sua...

- Eu... Atrapalho? - ouço a voz de Meredith e, automaticamente, franzo o cenho, encarando a porta da minha sala, ainda aberta.

A mesma estava parada ali e me encarava parecendo me analisar.

O que ela estava fazendo aqui?

Suspiro, fitando Kepner.

- Ah, sim, com licença, senhora.

Ela se apressou para sair da minha sala.

Vi Meredith entrar na minha sala e olhar ao redor, parecendo observar cada detalhe.

- Eu... Me... Desculpe atrapalhar. É que... Eu estava aqui perto e... Bem... Eu iria almoçar... Pensei que você também fosse e... Enfim... Só agora percebi que você parece... Ocupada demais. - a mesma murmurou em um tom de voz um pouco baixo e, como sempre, parecendo ter receio de completar uma frase comigo. O que me incomodava.

Mas, estranhamente, eu não estava incomodada com a sua presença. Não naquele momento.

Apenas assinto.

- Estou realmente precisando sair daqui - murmurei suspirando e me levantando, vendo, de soslaio, a mesma sorrir e assentir.

Desliguei o meu computador e peguei a minha bolsa, indo até a mesma. Me aproximei de si e toquei o seu queixo, sentindo a necessidade de beijá-la, vendo-a, instantaneamente, encarar os meus lábios.

Encostei os meus aos seus e, instantaneamente, senti a mesma os abrir, aceitando a entrada da minha língua aos seus lábios.

Senti o seu toque sútil de sempre no meu pescoço, e a mesma enroscar a sua língua á minha. Instantaneamente senti o gosto de morango, que, maioria das vezes, possuía seu hálito e toquei a sua cintura, sentindo a necessidade de tê-la mais perto.

Assim que senti a sua respiração falhar, separei os meus lábios dos seus, mordendo levemente o seu lábio inferior e a vendo repetir o meu ato logo em seguida, mordendo o seu próprio lábio.

Limpei o canto da sua boca do resto de gloss que havia ali e a vi erguer a sua mão, limpando o canto da minha.

- Vamos - murmurei para a mesma, a guiando pela sua cintura até a saída da minha sala. - Kepner! - a mesma, que falava ao telefone, provavelmente com Amélia, correu até mim. - Termine de resolver isso com Amélia e tire a última hora para almoçar. Esteja aqui no horário da minha próxima reunião.

- Sim, senhora. Bom almoço, senhoras.

Meredith sorriu para a mesma, agradecendo e eu a guiei até o elevador, e, então, até o estacionamento.

Destranquei o meu carro e Warren abriu a porta do passageiro para ela, Alex fizera o mesmo comigo e eu entrei, dando partida no mesmo.

A vi, de soslaio, me encarar e repeti o seu ato, vendo-a desviar o seu olhar por um segundo e o dirigir novamente a mim.

- Você... Está bem? - ela perguntou, estranhamente, parecendo se importar.

- Estressada. E você?

A vi desviar o seu olhar para as ruas lá fora.

- Bem. O dia está... Lindo hoje. - ela murmurou a última frase parecendo pensar alto.

Eu sequer havia percebido isso. Porque, para mim, o dia estava nada além de normal, como sempre estava em Los Angeles: insuportavelmente calorento.

Me concentrei em dirigir até um dos restaurantes que eu gostava em LA e estacionei, alguns minutos depois, numa vaga do estacionamento do mesmo.

Desci do carro, junto a Meredith, e a guiei até a entrada, sendo recebida pelo Maître, que nos levou até uma mesa na ala vip, que localizava-se na cobertura.

- O que desejam beber, senhoras?

Encarei Meredith.

- Apenas um suco de laranja - ela falou - Sem açúcar e com gelo, por favor.

- Me traga uma taça do Château Le Puy - respondo, vendo-o sorrir e se afastar, pedindo licença.

Vejo Meredith abrir um dos iPads entregues pelo Maître e escolher o seu prato.

Fiz o mesmo, escolhendo o de sempre e fiz o pedido, o fechando novamente.

O Maître nos trouxe as nossas bebidas, junto a duas taças de água e levou os iPads novamente, pedindo licença.

Vi Meredith organizar as suas taças na mesa e bebericar o seu suco, me encarando logo em seguida.

- Como... Está sendo o seu dia? - ela perguntou.

- Estressante.

- Posso imaginar. O que você fez hoje?

Suspirei.

- Tive uma audiência e mais duas reuniões.

Ela assentiu.

- Onde você estava? - pergunto, realmente interessada.

- Fui ao shopping, primeiramente, mas, então, ouvi falar de uma feira de arte incrível que está tendo na praia do centro. Então fui até lá.

- Li uma matéria no jornal sobre isso hoje pela manhã. Uma idéia inusitada.

Ela sorriu e assentiu.

- Realmente. E... Os artistas são pessoas adoráveis. Eles tiveram muita paciência para explicar tudo para cada pessoa que chegasse. Os quadros são... Tão... Exóticos. É uma idéia de arte completamente diferente do considerado conceitual.

- Em quais aspectos? - pergunto, e, novamente, vi os seus olhos brilharem daquela forma ainda tão inabitual para mim.

Ela sorriu novamente.

- Cores e... Formatos, traços... Não sei explicar muito bem, porque é realmente inexplicável. Mas tirei algumas fotos. Você... Quer ver?

Assinto, realmente interessada no assunto.

A vi abrir a sua bolsa e pegar o seu celular, o desbloqueando e o entregando para mim.

Ela estava certa. Era realmente um trabalho muito bem feito, e completamente diferente do considerado normal.

- É realmente exótico. - comento, a entregando o seu celular. - Você comprou algum?

- Humm, não. Pensei em comprar um... O da segunda foto, mas não sabia se combinaria muito bem com o escritório, e nem onde o colocaria.

- Deveria ter comprado.

Ela mordeu seu lábio inferior, assentindo, parecendo decepcionada e bebericou o seu suco, encarando as ruas lá fora.

- Aqui é tão... Diferente de NYC.

- Em quais aspectos?

- As pessoas são mais animadas. O clima é mais... Gostoso. Até mesmo o ar... É tão mais fresco e menos poluído.

Assinto, bebericando o meu vinho. Eu nunca havia percebido aquilo.

Para mim, era apenas mais uma cidade calorenta e extremamente insuportável.

Ouvi o seu celular tocar e a mesma pediu licença, o atendendo.

- Oi, Amy. Ah, sim! Me perdoe, eu... Estou com a cabeça um pouco... Nas nuvens esses dias. A enviarei por e-mail agora mesmo. Humrum, eles me atualizaram hoje pela manhã, avisando que precisam apenas do cardápio. Manderei para que você revise, e, então, com a sua permissão... Tem certeza? Para mim está ótimo, afinal, Miranda o fez. - ela sorriu - Ok, então. Falta apenas isso. Certo. Nos vemos na sexta? Mas... Por que? - a vi, de soslaio, suspirar - Tudo bem. A festa será no domingo. Certo. Ok. Tenha um bom dia, Amy.

Ela suspirou, me encarando.

- Você... Tem falado com a sua mãe?

Franzo o cenho, diante da pergunta inusitada.

- Não. - respondo.

Ela assentiu, bebericando o seu suco e os nossos pratos chegaram.

A observei organizar os seus talheres, como sempre fazia e começar a comer.

Fiz o mesmo, terminando alguns minutos depois, junto a mesma. Assim que ela encarou a sua sobremesa, vi os seus olhos brilharem e focarem-se apenas naquilo.

Enquanto ela comia, me atentei a bebericar o meu vinho e checar alguns e-mails no meu celular.

Assim que a mesma acabou, eu percebi que estava um pouco atrasada para a minha próxima reunião, portanto, pedi a conta e a paguei, saindo ao lado de Meredith.

A deixei em frente aos seus carros e deixei um beijo rápido em seus lábios, a observando consertar o meu blazer, como sempre sentia a necessidade de fazer.

- Você... Irá voltar para o jantar?

- Não - respondi a vendo assentir.

- Bom trabalho - ela murmurou em um tom de voz mais baixo e eu assenti, estranhando um pouco a sua brusca mudança de humor e a vendo entrar nos fundos de um dos carros.

Caminhei até o meu e, rapidamente, o tirei da garagem, dirigindo até a empresa.

- Boa tarde, senhora - Kepner me cumprimentou - Espero que tenha tido um bom almoço.

Assenti, entrando na minha sala novamente.

- Quero que providencie, antes da reunião, a jóia a qual a mandarei o link de compra por Whatsapp, que veja se a edição do livro que encomendei já está a caminho. Preciso dela para domingo. E reserve um horário na floricultura, para que entreguem... - suspiro, a encarando - Você escolhe as flores, para o endereço da minha mãe, no domingo, pela manhã.

- Sim, senhora. Mais alguma coisa?

Mordo o meu lábio inferior, desviando o meu olhar do meu computador.

- Tente achar o número dos responsáveis pela exposição que está havendo na praia do centro. E peça-os fotos das obras, assim que eles mandarem, as passe para mim. E mande o diretor de TI vir.

- Sim, senhora. Com licença.

Assinto, respirando fundo e, sentindo-me consideravelmente menos estressada e mais focada, graças a pausa inesperada que eu havia dado no trabalho, abro os arquivos que iria trabalhar na próxima reunião.

Assim que finalizei as duas primeiras reuniões da tarde, com o Diretor do setor de TI e com o Governador de Los Angeles, me encaminhei até uma das salas de reuniões da empresa e entrei, já tendo os investidores alemães me esperando lá.

- Senhora, liguei para o local que a senhora pediu e eles enviaram o catálogo.

Assinto, cumprimentando os investidores e dispensei Kepner, já que alemão não era uma das línguas que ela sabia falar, portanto, a sua presença seria inútil. Iniciei a reunião, que fora discorrida de forma clara e objetiva, como eu apreciava.

Ao fim da mesma, havíamos conseguido resolver tudo que precisávamos, utilizando de apenas duas horas.

- Foi um prazer, senhora Montgomery. Nos vemos em Janeiro, certo?

- Se tudo ocorrer como planejado - aperto a sua mão.

- Será um prazer receber a senhora e a sua esposa no nosso país.

Assinto, ouvindo batidas na porta e vendo Kepner entrar na sala, com uma bandeja de cafés em mãos.

- Hum! Senhora! - outro deles chamou-me atenção - Para agradecer pela parceria incrível que a senhora está nos oferecendo... Estivemos em Paris antes de vir para cá, e trouxemos alguns doces deliciosos de lá para a senhora - ele ergueu uma cesta grande, cheia de doces que eu sequer sabia quais eram e que, nem sob tortura, eu os comeria.

Meu estômago enojou-se somente em imaginar-me comendo aquilo.

Um pouco surpresa pelo seu ato, aperto a sua mão, agradecendo-o brevemente.

Encarei Kepner, que entendeu e pegou a cesta, se retirando da sala junto a mim.

Subi ao seu lado até a minha sala e entrei, sendo seguida por ela.

- Aqui, senhora, os catálogos - ela me entregou o iPad e eu alcancei os meus óculos, tentando achar a pintura que Meredith havia gostado.

- Ligue para lá e compre essa que marquei. E mande um dos seguranças buscar.

Ela assentiu e eu liguei o meu computador, me concentrando nas papeladas que eu ainda precisaria ler.

- O que devo fazer... Com essa cesta, senhora?

- Deixe aí.

- A senhora tem certeza?

A encarei, sem entender.

- A senhora não... Gosta de doces. É uma cesta cheia deles.

- E?

- Eu só... Não sei... O que...

Reviro os meus olhos, já sem paciência.

- Os doces são para minha mulher, Kepner. Agora vá fazer o que mandei.

Ela assentiu.

- Somente mais uma coisa, senhora, o Doutor Clark ligou para saber se a senhora fará a entrega dos diplomas amanhã.

Apenas assenti e a mesma se retirou.

Ouvi o meu celular tocar e bufei irritada, ao ver o nome de Derek Shepherd na tela.

- Seja rápido - falei diretamente, assim que atendi.

- Ok... Como desejar. Há um diário. Da vítima, e ele pode servir como um depoimento, já que ela... Ainda não foi encontrada.

- O conselho negará. - constato.

- Tem certeza disso?

- Sim - falo massageando as minhas têmporas. - Não é um documento oficial. Tente, ainda, encontrar a mulher. Mandarei uma funcionária minha da equipe de TI para o auxiliar com isso.

- Está bem. Caso você queira o diário...

- Não, não me interesso. Mande para a sala de provas ou descarte-o.

- Ok. Tenha uma boa noite.

Desligo a chamada e, novamente, me concentro no trabalho que eu deveria fazer, mas com a cabeça um pouco focada naquele caso em específico.

Eu precisava achar um jeito de o resolver, sem precisar burlar alguma das regras insuportáveis do tribunal.

Respiro fundo, sentindo a minha cabeça latejar de dor e tomo um remédio rapidamente, voltando a minha atenção para a papelada da empresa á minha frente.

...

Meredith Montgomery;

- Boa noite, senhora Montgomery - Sarah me cumprimentou alegremente, assim que adentrei a sala.

- Boa noite, Sarah.

- Deixe-me a ajudar - ela falou pegando algumas sacolas das minhas mãos e subindo as escadas ao meu lado.

- Obrigada, querida - agradeço assim que ela as coloca no chão do quarto.

- Por nada, senhora. A senhora irá jantar agora? - a mesma perguntou sorrindo.

- Irei apenas tomar um banho e já desço, ok?

Ela assentiu e saiu, pedindo licença.

Fui até o banheiro e tirei a minha roupa, entrando debaixo do chuveiro morno e me permitindo tomar um banho demorado. Esfoliei o meu corpo, lavei os meus cabelos e, após alguns minutos, saí, enrolada num roupão.

Fui até o closet e encarei os armários que eu havia organizado pela manhã.

Vesti um conjunto de baby doll branco de seda e, por cima, um robe preto de Addison, que estava pendurado em um dos ganchos ali.

Sequei os meus cabelos e os escovei, passando creme pelo meu corpo e calçando as minhas sandálias, saindo do quarto.

Desci as escadas e me encaminhei até a sala de jantar. Mas, assim que me deparei com a enorme mesa de jantar, posta apenas para mim, senti o meu coração se apertar.

Eu não gostava de jantar sozinha.

Suspirei, sentindo o meu humor decair-se por completo e me sentei á mesa, arrumando os meus talheres.

- Espero que goste da comida, senhora. Sei que não é tão gostosa quando a de Miranda, mas foi feita com carinho.

Sorrio para a mesma.

- Sei disso, meu amor. Muito obrigada.

Ela sorriu satisfeita e pediu licença, se retirando.

Suspirei, olhando ao redor, e, sentindo-me extremamente pra baixo, comecei a comer.

A comida de Sarah realmente estava extremamente deliciosa, mas eu não consegui comer mais. Então apenas beberiquei o meu vinho e a mesma retirou o meu prato.

- Eu liguei para a Miranda para... Saber do que a senhora gosta. E ela me disse que morango é a sua fruta favorita, certo?

Sorri, assentindo.

- Fiz um Milk Shake de morango e uma torta com chocolate branco.

Senti a minha boca encher-se d'água.

- Ah, Sarah! Agora eu sei o porquê a minha cunhada a ama tanto!

Ela riu.

- A Amy está realmente fazendo falta. Com licença, senhora, eu já trarei a sua sobremesa.

Assenti, limpando os cantos dos meus lábios e a mesma voltou rapidamente, trazendo-me a bebida e a torta.

A agradeci e comi um pouco mais animada, agradecendo por morangos existirem, e por serem os melhores doces do mundo.

Terminei de comer, me sentindo um pouco cheia e conversei um pouco mais com Sarah.

Assim que ela retirou toda a mesa, eu a pedi para que fosse descansar e me encaminhei até o lado de fora da mansão.

Suspirei, encarando o céu e, sem pretensão alguma, caminhando até a praia.

Tirei as minhas sandálias e, assim que pisei os meus pés nos grãos finos de areia, fechei os meus olhos, sentindo a brisa deliciosa da noite bagunçar os meus cabelos.

Caminhei até o mar e molhei os meus pés, respirando fundo e pensando em tudo que eu estava vivendo nos últimos quatro meses.

A minha vida estava um pouco mais solitária do que costumava ser. Os meus amigos estavam vivendo as suas vidas, a minha mãe estava vivendo a sua. Eu havia conhecido pessoas incríveis, mas elas também tinham as suas vidas.

Eu era a única que parecia estar estagnada no tempo.

Mais do que nunca, eu sentia a necessidade de sair da minha zona de conforto, porque eu estava exausta de sentir-me daquela forma.

A sensação de paz, pela água quentinha batendo em meus pés, pela brisa gostosa da noite e pelo cheiro delicioso de mar, misturou-se a sensação agoniante de solidão que havia em meu peito.

Eu sentia falta de estar rodeada de pessoas, do cansaço gostoso que eu sempre sentia depois de um dia inteiro de trabalho.

Eu sentia falta de fazer alguma diferença no mundo. De viver. Realmente viver, e não de estar apenas existindo.

Respirei fundo, fechando os meus olhos e abraçando o meu próprio corpo, continuando ali, parada.

A proposta de Flora rondava a minha cabeça sem dar-me paz.

Eu precisava conversar com Addison, precisava me decidir.

Mas algo dentro de mim temia porque eu, Intrinsecamente, já saberia que a minha resposta precisaria ser não.

O fato de eu precisar estar disponível para viajar, sair, jantar, almoçar ou o que quer que seja, com Addison, porque aquela era a minha obrigação dentro da nossa parceria, dava-me a total certeza de que eu não poderia aceitar aquela proposta.

E isso me doía, mesmo que de forma suportável. Mas, ainda sim, doía.

Era só mais uma prova de que a minha vida, nos próximos dois anos e oito meses, está fadada a essa sensação insuportável de solidão e a apenas existir. Existir ao lado de Addison e a sua disposição.

Eu apenas teria chance de realmente viver a minha vida quando tudo aquilo acabasse.

Respirei fundo, sentindo o meu coração doer e abri os meus olhos, encarando o céu completamente estrelado, continuando ali, parada, por um espaço de tempo que eu não sabia o quanto.

- O que está fazendo aqui uma hora dessas? - me assustei, ao ouvir a voz de Addison ao meu lado, tirando-me dos meus pensamentos. - A assustei?

- Um pouco. - respondi encarando-a. A mesma parecia ainda mais exausta do que quando a vi mais cedo. - Que horas são?

- 23:00.

Assinto, abraçando o meu próprio corpo e encarando o céu novamente.

- Você não respondeu a minha pergunta.

A encarei, lembrando-me da sua pergunta.

- Eu só... - suspirei - Estava me sentindo um pouco... Desanimada e achei uma boa idéia vir até aqui. Gosto de sentir... A brisa e a água sob os meus pés. - respondi, ainda sentindo-me desanimada.

Ela assentiu.

- Como foi a sua tarde? - perguntei encarando o céu.

- Cansativa. E a sua?

- Normal - dei de ombros.

Ficamos caladas por mais algum tempo, até a mesma quebrar o silêncio.

- Irei entrar - ela falou - Você vem?

Assenti, me virando para a mesma e sentindo a sua mão guiar-me pela cintura até mansão.

Peguei as minhas sandálias e lavei os meus pés rapidamente, entrando ao seu lado.

Subimos as escadas juntas e a mesma abriu a porta do nosso quarto, me dando espaço para entrar primeiro.

A vi prender os seus cabelos em um coque bagunçado e se sentar no sofá, suspirando, enquanto massageava a sua testa. Percebi a sua expressão mudar-se a vi, de soslaio, fechar os seus olhos brevemente.

- Você... Está bem? - perguntei, um pouco preocupada.

- Apenas com enxaqueca. - ela murmurou, tirando os seus saltos.

- Um banho... Sempre me alivia - sugeri - Quente, de preferência.

Ela assentiu, tirando o seu blazer e se levantando.

A mesma foi até o banheiro e, pelo espelho, a vi tirar toda a sua roupa.

Suspirei, mordendo o meu lábio inferior e saí do quarto, descendo as escadas.

Fui rapidamente até a cozinha e encontrei Sarah organizando algumas coisas ali.

- Sarah?

- Oh, céus! - a vi desequilibrar os vasos de plástico em suas mãos, os fazendo cair no chão.

Me abaixei, a ajudando a pegá-los.

- Me desculpe, eu não deveria ter chegado tão quieta.

Ela sorriu.

- Eu sou um pouco assustada demais, senhora. Não foi culpa sua. Como posso a ajudar?

- Você pode... Fazer um chá... Que seja bom para dor de cabeça?

- Claro! Eu faço rapidinho, espere só um pouco, ok?

Assenti sorrindo e me sentei em uma das banquetas ali, esperando.

A mesma terminou e o colocou em uma bandeja pequena.

Agradeci, e, sob um pedido seu, aceitei mais um copo do milk shake incrível que ela havia feito.

Recusei seus inúmeros pedidos de levar a pequena bandeja para mim e subi as escadas, a levando até o meu quarto.

Addison ainda estava no banho.

Fui até a minha bolsa e alcancei o meu remédio, que eu tomava apenas quando não aguentava mais, pois realmente não gostava de tomar remédios, desde criança.

Vi a ruiva sair do banho enrolada num roupão e ir até o closet.

Alguns minutos depois, a mesma saiu vestindo uma camisola curta e preta, de seda.

A mesma encarou a bandeja e franziu o cenho.

- Pedi para que Sarah fizesse um chá para você. E... - fui até o frigobar, pegando uma garrafinha de água e a oferecendo, junto com a cartela de remédios - Isso deve melhorar a sua dor. Sempre funciona comigo, quando eu tomo.

A mesma ainda me encarava com o cenho franzido, parecendo surpresa.

- Não precisava... Mas obrigada.

Assenti, sorrindo fraco.

- Acho que é para isso que servem esposas, mesmo que... Falsas. - brinquei, sentindo-me minimamente mais animada e a vi sorrir minimamente, assentindo, e se sentar no seu lado da cama, bebericando o chá e tomando o remédio.

Alcancei o meu milk shake e o bebi, enquanto zapeava as minhas redes sociais.

Terminei, apoiando o copo em uma das cômodas no canto do quarto e fui até o banheiro.

Fiz as minhas higienes e voltei para o centro do quarto, vendo Addison sentada na cama, encostada na cabeceira e concentrada no seu MacBook.

Tirei o seu robe e me deitei ao seu lado, alcançando o meu MacBook e o meu celular, colocando os meus óculos de grau.

Atendi uma chamada inusitada de George, mas que eu já tinha a exata noção para o que seria.

- Oi, Mer. Você não estava dormindo, né?

- Oi, George. Não, não estava.

- Humm.

- Humm.

Ele ficou em silêncio, rio.

- Você pode perguntar como está a organização do jantar, não é pecado.

Ele riu.

- Você me conhece.

- Conheço. Enfim... Vamos lá. O cardápio já está pronto, Miranda já está providenciando tudo e irá para o restaurante às 17:00, para que tudo fique pronto às 20:00. Todos os convidados marcaram presença e eu estarei no restaurante junto com Miranda para organizar as coisas do meu jeito, como você requisitou.

Ele suspirou, aliviado.

- Eu não poderia ter madrinha mais perfeita. A Cristina é praticamente uma ameba.

Rio.

- Estou tão ansioso... Como você conseguiu acalmar a sua ansiedade no dia, Mer?

Suspiro, consertando as minhas alianças.

- Não sei. Eu só... Estava... Estranhamente calma. Não havia porque ficar nervosa. E você também não deveria estar. Eu estou cuidando de tudo, não estou?

Ele suspirou.

- É, você está certa. Vou a deixar dormir, ou transar. - rio - De qualquer forma, não quero atrapalhar mais. Durma bem, Mer.

- Você também, George. Tente relaxar, ok?

- Ok, ok.

Desliguei, finalizando alguns outros detalhes do próprio casamento no meu MacBook, e, então, o deixei de lado, vendo Addison ainda concentrada no seu.

Desliguei o meu abajur e tirei os meus óculos, me deitando e abraçando o meu travesseiro.

- Boa noite, Addison.

- Boa noite, Meredith.

Fechei os meus olhos e, estranhamente, o sono tomou-me por completo, provavelmente em função da minha exaustão.

...

Abro os meus olhos, sendo despertada pelo som do meu celular, que tocava insistentemente debaixo de algum travesseiro na cama.

Me reviro pela cama, tateando-a enquanto suspirava, um pouco irritada por aquele som chato.

O encontro debaixo do travesseiro de Addison e o desbloqueio, assim que ele para de tocar.

Constato que haviam 20 chamadas perdidas de Cristina, e eu sequer havia visto.

Já eram 15:40, eu havia passado o dia inteiro deitada, dormindo em maior parte do tempo.

Normalmente, eu não apreciava nem um pouco ficar na cama até tarde, ou passar o dia inteiro nela, como havia feito hoje.

Mas, estranhamente, eu não havia tido forças para levantar. E absolutamente nenhum possível programa de distração que eu pudesse me aventurar pela cidade, havia me animado.

Eu estava, estranha e extremamente desanimada.

Sarah me trouxera o almoço no quarto, e eu comi na sacada.

Havia me levantado apenas para almoçar e tomar um banho, com a mínima esperança de que me animaria e acordaria o meu corpo por completo, mas, como já é previsível, fora inútil.

Eu apenas vesti um conjunto de lingerie vermelha e me deitei novamente, colocando a minha série na TV e cochilando novamente.

Suspirei, sentindo a minha cabeça doer um pouco e retornei a chamada para Cristina.

- Por Deus, inferno! Onde você se meteu?

Suspiro.

- Eu estava dormindo, me desculpe - respondo me encostando na cama e ligando a TV novamente.

- Dormindo? Às quatro da tarde? O que você tem? Dor de cabeça?

- Nada demais. Só estou um pouco cansada. - minto.

- Mer... O que aconteceu? Foi aquela desgraçada? O que ela fez agora? Te obrigou a fazer sexo? Te prendeu? Te mantém em cárcere pri...

- Pelo amor de Deus, Cristina, pare! - murmuro irritada - Addison não é um monstro, e ela nunca me obrigaria a fazer sexo com ela e nem... Nenhuma dessas idiotices.

A mesma bufou irritada.

- Você não pode ter certeza disso - ela murmurou.

- Sim, eu posso. E eu tenho. E já disse que estou bem, e apenas cansada. Você consegue confiar no que digo? Ou precisa realmente achar alguma coisa por trás?

- O que diabos aconteceu com você?

Respiro fundo, dando-me conta de que havia ficado um pouco irritada demais.

- Me desculpe, é que... Eu só... - suspiro - Não quero falar sobre isso. Mas... A Addison não fez nada, ela... Só... Não a coloque nisso, ok?

- Ok - ela murmurou - Você... Quer... Desabafar?

- Não. Não há o que dizer. Só estou cansada, só isso.

- Quer chorar?

Reviro os olhos.

- Ah, me perdoe, esqueci que você é a durona que chora por absolutamente nada no mundo.

Revirei os meus olhos novamente, os fechando, assim que senti o cheiro de Addison no travesseiro o qual eu estava deitada.

- Como está o meu bebê? - perguntei.

- Quieto. Estranhamente quieto desde ontem, será que está morto? - bufei irritada - Me desculpe.

- Coloque no viva-voz.

- Pronto.

- Oi, amor. Você está acordado?

- É, ele realmente me odeia. O problema dessa criança é comigo, eu já percebi.

Rio, negando com a cabeça.

- A sua mamãe é uma doida, meu príncipe.

- E a sua outra mãe é uma santinha disfarçada, filho. Não acredite em nada que ela fala, ok?

Reviro os olhos, sorrindo.

- E o Owen? Já sabe que é um menino?

- Ele viajou. Não sei quando volta e não me importo.

- Humm... E você não... Passou nem uma mensagem?

- Ele é quem tem a obrigação de procurar o filho dele, não eu. Já tenho problemas demais. Os meus pés estão inchados e as minhas calças? Adivinha? Não cabem mais.

- Não existem... Alongadores? Use-os.

Ela bufou irritada.

- Odeio o fato de você ser tão inabalável, Meredith Montgomery.

Suspiro.

- Eu não diria isso.

Ela suspirou.

- Estamos quase no fim do ano - a mesma comentou - Onde... Você irá passar o Natal?

- Não me importo com Natal. Você sabe disso. E faltam cinco meses para o Natal, Cristina Yang.

- Sei, é exatamente por isso que estou perguntando. E daí que faltam cinco meses?

Suspiro.

- Pare de me encher.

- Você não respondeu a minha pergunta.

- Não sei, Cristina. A minha sogra quer ir para a fazenda, mas eu não sei.

- Ok. Você acha que o nosso bebê vai nascer com cara de joelho igual a todos os outros? Porque se sim, eu o deixo na maternidade instantaneamente.

Rio.

- Pelo amor de Deus, você é insuportável. E não, bebês não têm cara de joelho. Bebês são fofos.

Pude a sentir revirar os olhos.

A mesma solicitou uma chamada de vídeo e eu atendi, apoiando o celular no travesseiro.

- Vamos no salão amanhã? Preciso estar gostosa para o jantar.

- Pode ser.

- Uau, mostre-me essa lingerie.

Revirei os olhos, suspendendo o meu celular brevemente.

- Você poderia me fazer um favor?

- Hum? - pergunto já sabendo que seria mais uma de suas piadinhas.

- Sente na minha cara, Meredith Montgomery.

Gargalhei, não esperando uma barbaridade daquelas.

- Pare de dizer essas coisas com o meu bebê aí dentro, sua depravada!

- Se ele gostar de mulheres... Ai, que nojo! Esquece!

- Eu acho bom mesmo! Por Deus!

Ela riu.

- Esqueci que você odeia pintos.

- Também.

- Somos semelhantes. A diferença é que eu amo pintos e odeio homens.

- A sua vida é uma constante contradição, Cristina Yang.

- Sei disso.

Conversamos por mais uma hora, até que o seu pager tocou em sinal de uma emergência e a mesma precisou correr para o hospital.

Respirei fundo, desligando a ligação e encarando o teto.

Abracei o meu travesseiro e, novamente sentindo aquela sensação estranha e inconfortávelmente agonizante me tomar por dentro.

Tentei me concentrar na minha série, e ouvi batidas leves na porta.

Me cobri, autorizando a entrada.

- Senhora?

- Sim, Sarah?

- A senhora tem certeza de que está bem?

Sorrio fraco.

- Só um pouco cansada, meu bem.

Ela assentiu.

- Posso fazer um milk shake de morango para a senhora, o que acha?

- Por favor, meu bem. Mas não irei tomar agora.

Ela assentiu.

- A senhora precisa de algo?

- Não, querida.

A mesma assentiu novamente e pediu licença, se retirando.

Abracei o meu travesseiro novamente e fechei os meus olhos, sentindo-me ainda sonolenta, e, então, peguei no sono, sem sequer perceber e dar-me conta de desligar a TV.

- Meredith?

Abri os meus olhos novamente, sentindo-os arder um pouco e os esfreguei, me virando e me surpreendendo, ao ver Addison sentada ao meu lado.

A ruiva usava uma camisa social preta e um calça social da mesma cor. Seus cabelos estavam soltos e, na sua feição, estampava-se o cansaço de sempre.

- Que horas são? - pergunto um pouco perdida, sentindo a minha voz um pouco mais rouca que o normal.

- 17:00.

Assinto, fechando os meus olhos novamente.

- O que aconteceu? Você está bem?

Abri os meus olhos, a encarando.

- Estou, só um pouco cansada.

A sua feição mostrou-me claramente que ela não estava convencida daquilo.

A vi estender a sua mão e levar até a minha testa, senti o toque da sua mão gélida e estremeci, devido ao meu corpo quente.

- Você está quente. O que está sentindo?

- Nada demais, eu juro. É só... Provavelmente o fuso horário.

Ela suspirou, assentindo.

- Que horas será a festa?

- Às 19:30.

Assinto, me levantando e ficando sentada na cama.

- Se você não estiver se sentindo bem o bastante para ir, eu irei so...

- Eu estou bem. E... Realmente preciso sair um pouco.

Ela assentiu, se levantando.

Prendi os meus cabelos em um coque mal feito e afastei o edredom, me levantando.

Senti o meu corpo estremecer pelo vento frio que entrava da porta aberta da sacada, e fui até o closet, vestindo um robe de Addison e saindo logo em seguida.

Estranhei, ao vê-la segurar uma cesta cheia de coisas que, de longe, não consegui distinguir o que eram.

Ela a ofereceu para mim e eu franzi o cenho, sem entender.

Me aproximei, constatando o que havia ali: doces. Inúmeros doces. Doces franceses.

- Uau - murmurei completamente deslumbrada - O... O que...

- Um dos sócios da empresa trouxe para nós - ela deu de ombros - Eu não como doces. Então é sua.

Me surpreendi.

- Você... Está falando sério?

Ela franziu o cenho, assentindo.

- Isso... É... Tudo meu? - perguntei ainda perplexa, sentindo a minha boca encher-se d'água por cada doce presente ali, que eu mal lembrava o gosto, ou sequer havia experimentado.

- Sim, é todo seu. Mas não coma tudo de vez, nem exagere, e muito menos troque refeições de verdade por... Isso.

Sorrio, assentindo e pegando a cesta das suas mãos, completamente animada.

Me sentei no sofá, a abrindo e contemplando cada guloseima existente ali.

- Eu irei ganhar uns vinte quilos! - murmurei para mim mesma.

Levantei o meu olhar, sentindo-me observada e vi Addison parada á minha frente, de braços cruzados, me encarando com curiosidade.

Senti as minhas bochechas esquentarem-se e fechei a cesta novamente, me levantando e me recompondo da minha súbita alegria.

- Bem... Eu... Vou tomar banho... Para me arrumar - falei indo até o banheiro.

De frente para o espelho, sorri para mim mesma, sentindo-me completamente oposta ao que sentia mais cedo. Eu havia me animado um pouco mais, e esperava que essa festa fosse uma boa distração e dispersão para aquele sentimento de solidão.

Tirei o robe de Addison e a minha lingerie, entrando debaixo do chuveiro de jato quente.

Tomei um banho demorado, me permitindo relaxar e dissipar, quase que por completo, aquele desânimo que habitava o meu corpo.

Saí do mesmo enrolada num roupão e fui até o closet.

Encarei as minhas lingeries e mordi o meu lábio inferior, escolhendo uma vermelha, que havia comprado no dia que saí com Cristina, Amélia e Beatrice.

Ela não era muito ousada, mas, a única coisa que me deixava um pouco insegura era a calcinha. Um pouco menor do que eu normalmente costumava usar. Bem menor.

A vesti, me encarando na frente do espelho e mordi o meu lábio inferior, tentando decidir se havia gostado ou não.

Talvez não tivesse muito a ver comigo.

Senti o cheiro de Addison invadir o closet de forma mais intensa e, pelo espelho, a vi entrar no mesmo, encarando-me instantaneamente.

Sentindo o meu coração pulsar um pouco mais acelerado, me virei para a mesma, sentindo a minha pele parecer queimar diante do seu olhar nada disfarçado, e muito menos sútil.

- O que... Você acha? - perguntei, sentindo a minha garganta secar um pouco.

Mas, estranhamente, aquela sensação de nervoso extenuante não me habitava mais.

Não naquela intensidade.

Eu me sentia apenas vulnerável ao seu olhar. Nervosa pela sensação deliciosa de ser observada por Addison Montgomery, daquela maneira, naquela intensidade.

A vi aproximar-se de mim vagarosamente, mantendo o seu olhar em contato com o meu.

O seu corpo encostou-se ao meu, e eu não recuei, continuei a encarando, dessa vez, olhando um pouco mais para cima, pois ela era significativamente mais alta do que eu.

- O que você quer dizer com: "o que você acha?"

Mordo o meu lábio inferior, inevitavelmente, desviando o meu olhar rapidamente para os seus lábios, minimamente entreabertos.

- Eu... - engulo em seco, sentindo a minha saliva fugir dos meus lábios - Quero saber se... Você gostou.

A vi assentir devagar, e senti a sua mão esquerda tocar a minha cintura, me virando sutilmente, fazendo-me ficar de costas para si e de frente para o espelho.

Senti a sua respiração contra o meu pescoço e fechei os meus olhos brevemente, arfando e sentindo-me estremecer e arrepiar-me imediatamente.

- Você gostou? - ela perguntou.

Suspiro, dando de ombros.

- Não sei. É... Um pouco... Diferente... Do que estou acostumada a usar.

- Por que?

Engoli em seco ao sentir a sua voz rouca tão perto do meu ouvido.

- Eu... Não sei.

- Porque mostra um pouco mais?

Assinto vagarosamente, vendo a sua boca encostar-se ao meu ouvido e, a sua língua percorrer o nódulo da minha orelha.

- Por que a hesitação em usá-la... - a vejo morder o nódulo da minha orelha. Suspiro, sentindo aquele simples ato repercurtir instantaneamente uma pontada gostosa dentre das minhas pernas. - Se somente eu terei o prazer de contemplá-la?

Engulo em seco, sentindo a necessidade de beijá-la e de a ter dentro de mim, acabando com todas aquelas preliminares, onde, ambas de nós, já saberíamos onde iria dar.

Me virei para ela, elevando minimamente a minha cabeça e a encarando.

- Estamos atrasadas? - pergunto encarando os seus lábios.

- Não, não estamos.

Assinto, a beijando e, instantaneamente, abrindo os meus lábios para receber a sua língua quente e macia.

Senti as suas mãos percorrerem a minha cintura, as minhas costas e, então, pararem no meu pescoço.

Levei as minhas até os botões da sua camisa e, sem qualquer paciência para preliminares, os tirei, com um pouco de dificuldade, e sendo ajudada pela mesma.

Tateio as suas costas, a procura do seu sutiã e o tiro, levando a minha mão até o cós da sua calça.

Por falta de ar, separo os meus lábios dos seus e, sentindo-me completamente segura ao seu olhar, passei os meus lábios para o seu pescoço, sentindo o seu cheiro inebriar-me por completo.

Os desci, pela sua clavícula e, então, até os seus seios pálidos.

Passei a minha língua pelos seus mamilos já excitados e a ouvi arfar em resposta.

Sorri, me ajoelhando diante de si e sentindo o seu olhar queimar em mim.

Abri a sua calça e a tirei, dando de cara com a sua lingerie.

Encostei os meus lábios na sua intimidade, coberta pelo tecido de renda e a senti segurar em meu pescoço, me puxando pra si rapidamente.

- Você... Tem certeza de que está bem? - ela perguntou e eu assenti rapidamente.

Seus lábios se encostaram aos meus e ela me beijou intensamente, caminhando comigo até a penteadeira, colocando-me sentada ali.

A mesma tirou a minha calcinha rapidamente e, então, senti três dos seus dedos me invadirem com a força de sempre.

Gemi alto, afastando os meus lábios dos seus e arranhando as suas costas, abraçando o meu corpo ao seu e  encostando os meus lábios em seu pescoço.

Senti a sua língua descer pelo meu pescoço, a minha clavícula e, então, senti a mesma afastar o tecido do meu sutiã e enroscar os seus dentes nos meus seios.

Os seus movimentos eram intensos, porém, lentos, o que me fazia almejar por mais. Eu precisava de mais.

- Addison... Mais rápido, por favor - murmurei em seu ouvido, sentindo-a aumentar a velocidade dos seus movimentos.

Os meus gemidos tornaram-se incontroláveis, eu conseguia ouvir todos os produtos que estavam, anteriormente ali encima, caírem no chão de madeira do closet e senti o móvel balançar de forma insuportável.

- Addison... A... A pente... adeira - sussurrei em seu ouvido.

- Segure-se em mim - ela murmurou em um tom de voz completamente rouco, o fiz, abraçando-a com as minhas pernas.

A mesma se levantou comigo e me prensou na parede, continuando a se movimentar dentro de mim.

Assim que o meu orgasmo me atingiu de forma intensa, senti todo o meu corpo estremecer de forma brutal contra si, e, tentando descontar aquela sensação em algo, arranhei as suas costas, gemendo alto, enquanto sentia a mesma chupar o meu pescoço de forma intensa.

Sentindo-me completamente tonta, encostei o meu nariz em seu pescoço e tentei normalizar a minha respiração.

Senti o seu cheiro me inebriar por completo e beijei o seu pescoço pálido, sentindo os seus dedos saírem de mim.

- Irei tomar banho - ela murmurou - Saíremos daqui há trinta minutos.

Assinto, afastando as minhas pernas de si e ficando em pé novamente, sentindo-as estremecer.

A ruiva se afastou e a vi sair do closet.

Suspirei, sentindo que, mais do que nunca, hoje eu realmente eu precisei daquilo.

Eu me sentia mais leve. Muito mais leve.

E aquela sensação ruim havia sumido por completo.

Vesti um robe de Addison e me sentei no puff, a esperando terminar o seu banho.

Assim que a mesma entrou no closet, fui até o banheiro e tomei um banho rápido, apenas para limpar-me por completo.

Saí do mesmo, vendo a ruiva vestir o terninho preto que eu havia escolhido para si e abotoar o blazer.

Fui até o meu lado do closet e alcancei no cabide o vestido longo, vermelho, que eu havia comprado no dia anterior, no shopping.

Inicialmente, eu iria comprar um modelo completamente diferente e azul marinho.

Mas o vermelho me chamara atenção, e eu havia realmente gostado.

Vesti novamente a minha lingerie, tirando o sutiã, pois o decote era em V, e, então, o meu vestido.

Me sentei no puff, calçando o meu par de sandálias de salto fino vermelhas e me levantei, me encarando na frente do espelho.

O vestido havia uma fenda, a qual não era muito ousada, e um decote que havia realçado a minha aparência.

Fui até a minha penteadeira de catei do chão as minhas maquiagens e alguns produtos, os colocando de volta ali.

Me sentei, fazendo uma maquiagem leve e passando apenas um gloss nos meus lábios.

Escovei os meus cabelos e separei um colar simples para usar.

Saí do closet, vendo Addison sentada no sofá, tomando provavelmente Whisky, enquanto esperava pacientemente por mim.

Senti o seu olhar pairar sobre mim e queimar a minha pele.

A mesma havia feito uma maquiagem leve, pintando os seus lábios com um batom vermelho.

- Pode pôr para mim? - perguntei assim que parei á sua frente. - E... Fechar o meu zíper?

A ruiva se levantou, apoiando o seu copo na mesinha de centro e eu, rapidamente me estiquei, o colocando no porta-copos, sendo observada pela mesma.

A entreguei o colar e me virei de costas para si, afastando os meus cabelos do meu pescoço.

Senti os seus dedos gélidos o tocarem e suspirei, fechando os meus olhos.

As suas mãos desceram pelas minhas costas e eu estremeci, sentindo-a fechar o zíper vagarosamente.

Me virei para a mesma, assim que ela terminou e observei o seu blazer, aos meus olhos, completamente torto.

Desabotoei-o apenas no primeiro botão, consertando a sua gola e observei que realmente havia feito uma ótima escolha. Aquele decote, sem a camisa por baixo, havia ficado incrível. E não mostrava muito.

As alinhei milimetricamente e fechei-o novamente, alinhando-o em seu corpo.

- Pronto - murmurei a encarando.

Senti a mesma segurar o meu queixo e selar os seus lábios aos meus brevemente.

A ruiva se afastou e tocou a minha cintura, guiando-me para sair do quarto.

Descemos as escadas juntas e, ao chegarmos lá embaixo, vi Sarah organizando algumas coisas na sala.

A mesma parou instantaneamente e nos encarou, com um sorriso imenso em seus lábios.

- Se me permitem dizer, senhoras... As senhoras são o casal mais lindo que já vi na vida!

Suspiro, sentindo o meu coração apertar-se levemente e sorrio fraco para a mesma.

- Obrigada, querida. - agradeço gentilmente, enquanto a mesma abria a porta para nós.

Addison me guiou para descer as escadas e nos encaminhamos até os carros, que já estavam estacionados ali.

- Boa noite, senhora Montgomery - Karev me cumprimentou educadamente, abrindo a porta do carro para mim.

- Boa noite, Karev, como vai?

- Bem, e a senhora?

- Igualmente - respondo sorrindo para o mesmo e entrando no carro, sendo seguida por Addison.

Dentro de poucos minutos os portões da mansão se abriram e Karev deu partida no carro, saindo.

O percurso fora rápido, pois, estranhamente, o trânsito não estava engarrafado.

Um dos seguranças abriu a porta para Addison, primeiramente, assim que chegamos, e então a mesma desceu, dando a volta no carro e oferecendo-me a sua mão.

Saí do carro e, sendo guiada pela mesma, entrei no imenso salão de uma universidade famosa em LA.

- Meretíssima, é uma honra a ter aqui - um homem alto, loiro e que aparentava ter, no máximo, 60 anos, surgiu diante de nós, cumprimentando Addison.

A ruiva afastou a sua mão da minha cintura e devolveu o aperto.

- Senhora Montgomery, é um prazer finalmente conhecê-la. Paul Davis.

Apertei a sua mão.

- É um prazer, senhor Davis.

- Se me permite dizer, a senhora está belíssima!

Sorrio.

- Muito obrigada, senhor.

- Meretíssima, a sua mesa é a um.

Addison assentiu, me guiando para entrar no imenso salão decorado de forma luxuosa.

Assim que adentramos, pude, enfim perceber que aquela era uma festa de formatura.

Havia um quadro imenso, com fotos de todos os alunos, além de um telão atrás do palco, onde, provavelmente, passaríam fotos ou vídeos.

Addison me guiou até a nossa mesa e puxou uma cadeira para mim, a agradeci e me sentei, sendo seguida por ela.

O garçom viera até nós e Addison pediu duas taças de um vinho em específico para nós.

Me permiti a olhar ao redor, observando as inúmeras pessoas que eu sequer conhecia, entrarem e sentarem-se ás mesas.

As nossas bebidas chegaram e Paul subira ao palco.

- Boa noite a todos. Sejam todos bem-vindos á formatura das turmas A, B e C, do curso de Direito. Espero que estejam todos confortáveis e contentes. Pais ou família em geral, professores, funcionários... - ele sorriu, encarando a nossa mesa - Gostaria de aproveitar a oportunidade e agradecer á nossa convidada ilustre, por ter arranjado um espaço na sua agenda para estar aqui hoje, para a entrega dos diplomas. Meretíssima Montgomery e a senhora sua esposa, muito obrigado pela vossa presença aqui hoje.

Sorrio para o mesmo em resposta e observo, de soslaio, Addison apenas bebericar o seu vinho.

- Vamos começar! Primeiramente, gostaria de convidar a Doutora Douglas, que leciona a matéria de Direito civil, para dizer algumas palavras.

Todos aplaudimos a entrada da mulher, que era uma senhora muito simpática e extremamente engraçada.

Estar ali, rodeada de todos aqueles alunos, todos aqueles professores, numa formatura de direito, me trouxe a sensação incômoda de que eu realmente não pertencia àquilo.

Todos falavam das leis, da execução da profissão e de o quão eram orgulhosos de servir ao país por meio da lei, com uma paixão nata pelo que faziam.

Era possível ver isso nos olhos de cada professor. Do mais novo, ao mais velho.

Todos que subiram ao palco disseram coisas incríveis sobre exercer a sua profissão com glória e louvor. Sobre serem profissionais do bem e éticos.

O que me lembrara claramente da minha própria formatura.

A oradora fizera um belo discurso, todos os alunos que subiram ao palco não fizeram diferente.

Paul voltara novamente ao palco.

- Confesso estar emocionado. Não é fácil dar adeus para esses pestinhas, os quais tive que me segurar para ter a santa paciência e não levar um processo de algum deles - todos rimos. - Porque... No segundo dia de aula eles já viravam para os amigos e diziam "ei cara, sabia que eu posso te processar por ter sumido com a minha caneta?" - rimos novamente, e ele negou com a cabeça - Estou orgulhoso dos profissionais que se tornarão. Verdadeiramente orgulhoso. Mas isso não importa! Vamos lá! Sem chororô! Convido ao palco, para dizer algumas palavras e, então, fazer a entrega dos diplomas, a senhora juíza Addison Montgomery.

Ouvi os inúmeros aplausos e a alegria dos alunos e, inevitavelmente, sorri.

Vi a ruiva se levantar e caminhar até o palco.

A mesma cumprimentou Paul brevemente e eu beberiquei o meu vinho, a observando.

- Boa noite. Primeiramente, gostaria de parabenizar os formandos da noite. Pela sua persistência nos cinco anos de curso que se submeteram, mesmo em meio as problemáticas individuais que imagino terem passado. Paul pediu-me para que eu fizesse o discurso principal, o qual, inicialmente, deveria ser feito por ele. Mas ele acreditou que eu fosse a pessoa mais indicada para fazê-lo. Porém, eu, pessoalmente, não sei se acredito nisso. Porque não estou aqui para repetir todas as falas retóricas que já foram ditas, sobre o quão o direito é uma linda área de trabalho e sobre o quão todos vocês serão realizados nela. Porque não acredito nisso. - ela fez uma pausa, olhando ao redor - No meu primeiro dia de aula no curso, eu fui lecionada por um professor de direito civil que mal sabia o que estava fazendo ali, quais métodos usaria e qual seria a sua abordagem educacional. Ele realmente fora um zero a esquerda para todos os discentes por um período inteiro. E, depois de ter inúmeras reclamações acumuladas em sua aba do sistema, ele fora despedido, com a desculpa de que ele era realmente péssimo no que fazia, e que deveria voltar a estudar, para, quem sabe, sair-se melhor em outra universidade, que não fosse Havard, porque... Ele realmente fora ousado na sua escolha. Fora esse o discurso do reitor da época para nós, alunos. Mas, hoje em dia, após oito anos de formada, e ocupando um cargo majoritário nesta área, eu olho para trás e encaro aquele professor... Não como um homem que precisaria estudar mais, refazer os seus planos e inscrever-se para lecionar em uma instituição de ensino menor. Olho para aquele homem como um ser não-pertencente ao direito. Um homem que não possuía o mínimo de paixão pelo que fazia, um homem que passara cinco anos da sua vida, ou mais, quem sabe, preso em um curso que não lhe agradava e lecionando porque era a sua única opção. - ela me encarou brevemente e, em seguida, desviou o seu olhar. Senti a sua fala mexer comigo de forma intensa - Eu realmente espero que aqui não haja alguém que passou cinco anos da sua vida preso em algo que não é compatível, e que ainda esteja preso na ilusão que os fora retratada aqui, de que serão profissionais incríveis e de que a paixão pela área aparecerá. Porque esse não é o ponto. Vocês poderão ser ótimos no que irão porpor-se a fazer, porém... - a mesma me encarou novamente - Ser ótimo em algo não é o suficiente. - senti o meu coração palpitar assim que ouvi a minha frase sair dos seus lábios, diretamente para mim - A paixão por o que quer que seja que vocês farão, isso sim, é mais que suficiente. Exercer um ofício na área do direito por paixão ao que faz é um privilégio. Um ótimo privilégio. Mas, se não houver a paixão e a dedicação derivada dela... Os cinco anos que vocês passaram aqui serão inúteis. E os anos seguintes que vocês passarão estudando ainda mais para virarem... Advogados, promotores, juízes... Serão ainda mais inúteis. Porque, se não há paixão, não há a dedicação genuína, e se não há a dedicação genuína... Na primeira problemática profissional que vocês se depararem, vocês irão cair. Porque se não há paixão pelo que se faz, não há motivação para continuar o fazendo. - ela fez uma pausa - Porém... Aos que já têm o fervilhar da certeza e da paixão por essa área dentro de si... Aproveitarão esses anos como fizeram aqui, e exercerão o seu cargo futuro com louvor. - ela fizera uma pausa, passando seu olhar pelo público - Faz-se direito porque há a existência fluída de uma ordem natural das coisas, ordem essa, a qual nem sempre está sólida e firme. E nós, como profissionais e executores da lei, temos a responsabilidade e obrigação de estabelecer essa solidez. Porque é para isso que a lei serve: para garantir que a ordem natural das coisas permaneça no lugar o qual pertencem: no estado sólido e firme de sua composição. E apenas um profissional passionalmente fascinado pelo que faz é capaz disso.

Ouvi os inúmeros aplausos e vi todos se levantarem para aplaudi-la de pé e, todos os alunos, gritando para a mesma, completamente fascinados pelo seu discurso.

Suspirei, bebericando o meu vinho e sentindo o meu coração pulsar forte dentro do meu peito.

Ela estava certa. Eu sabia que ela estava certa. E eu sabia que o meu plano de lecionar era o mais estúpido que eu poderia ter.

Eu seria aquele seu professor. Um zero a esquerda.

A ruiva se sentou ao meu lado e bebericou o seu vinho, pousando a sua mão na minha coxa exposta pela fenda.

Paul viera novamente ao palco e, pelos últimos cinco minutos, usou-os para enaltecer Addison e o seu ótimo trabalho.

- Então, depois desse discurso incrível, a convido novamente, Meretíssima, junto á senhora sua esposa, para que, juntas, entreguem os diplomas.

Me surpreendi com a sua fala, mas, assim que Addison se levantou e me estendeu a sua mão, eu a aceitei, me levantando junto a ela.

A mesma me guiou até o centro do palco, onde havia uma mesa consideravelmente grande, com os diplomas de cada aluno ali presente.

Parei ao seu lado e passei a minha mão esquerda por dentro do seu braço, a descansando ali.

Os alunos se levantaram e formaram uma imensa fila diante de nós.

Addison fizera o trabalho de os entregar os seus diplomas e os cumprimentar com um aperto de mão firme e rápido, enquanto eu me limitei a os cumprimentar com um aceno de cabeça e um sorriso.

Assim que a mesma acabara, os alunos haviam se organizado atrás de nós, a ruiva soltou a minha mão do seu braço sutilmente e entrelaçou-a a sua, me guiando até o canto direito do palco.

Paul se aproximara novamente e, todos os alunos, fizeram o juramento, estando completamente formados após o mesmo.

Soltei a mão Addison e os aplaudi, junto a os todos presentes.

A mesma me guiou até a nossa mesa novamente e nos sentamos.

- Ok, pessoal, agora vamos começar a festa!

Todos os alunos se dirigiram a enorme pista de dança que havia ali e começaram a dançar de acordo com uma música animada, provavelmente, maioria deles, beberiam até perder todos os sentidos. Afinal, era o seu dia. O dia que eles tanto haviam esperado, por todos esses anos.

Encarei Addison, que mantinha o seu olhar na pista de dança, enquanto bebrricava o seu vinho tranquilamente. A mesma me encarou assim que percebeu o meu olhar sobre si.

- O seu discurso... Foi... Incrível - comentei, bebericando o meu vinho.

Ela assentiu, ainda me encarando intensamente.

Sentindo-me um pouco nervosa pelo seu silêncio, resolvi tentar quebrá-lo um pouco.

- Posso... A processar por direitos autorais, sabe disso, não é? - falei sorrindo fraco para a mesma, que franziu o cenho, parecendo não entender - Você utilizou a minha frase sem dar-me os créditos por isso. Posso a processar e pedir por recompensa. Você, como juíza, deveria saber disso.

Ela ergueu ambas das suas sobrancelhas bem feitas e eu sorri assim que vi o seu olhar tornar-se mais leve.

Fechei os meus olhos assim que a vi aproximar o seu rosto do meu e pousar os seus lábios há milímetros de distância da minha orelha. A sua respiração fizera-me arrepiar por completo, e, para completar, senti a sua mão pousar na minha coxa nua, e ela subir, entrando no meu vestido.

- Posso a pagar quando chegarmos em casa, senhora Montgomery?

Mordi o meu lábio inferior, contendo um sorriso travesso que ameaçou invadir os meus lábios.

- Como, senhora Montgomery? - sussurrei de volta para a mesma.

- Com você nua. Na nossa cama. E o resto você já está muito mais do que familiarizada.

Sorrio, sentindo o meu coração estranhamente se aquecer.

- Acho justo.

- Humrum - ela murmurou e, logo após, a senti se afastar e deixar um selinho em meus lábios.

- Montgomery! - abri os meus olhos rapidamente, assim que ouvi alguém chamar a nossa atenção. Senti a mão de Addison apenas sair do meu vestido, mas ainda continuar pousada na minha coxa.

- Walters! - a mesma cumprimentou o homem á nossa frente friamente.

- Como vai, Meretíssima? - ele estendeu a sua mão e a mesma a encarou, tirando a sua da minha coxa rapidamente para a apertar.

- Bem.

- E essa bela mulher deve ser a sua esposa, estou correto?

Assenti, sorrindo fraco para o mesmo e devolvendo o seu aperto de mão.

- É um prazer, Roger Walters.

- Meredith Montgomery, o prazer é meu, senhor Walters - o cumprimento educadamente.

- Posso me sentar?

- Claro - respondi antes de Addison, temendo ouvir uma resposta grosseira vindo de si.

Ele sorriu, sentando-se diante de nós e Addison passou o seu braço por trás da minha cadeira, pousando a sua mão em meu ombro.

Suspirei, pousando a minha mão em sua coxa e, pela última uma hora, Paul, que havia também se juntado á nós, Roger e Addison conversavam sobre um julgamento passado que não fiz questão de entender muito bem.

Eu já me sentia um pouco cansada, uma quantidade significativa dos alunos, os quais jurei que iriam acabar a noite completamente bêbados, já estavam praticamente caindo. Sequer haviam chegado ao fim da noite.

Outra parte, ainda dançava energicamente na pista, parecendo não haver amanhã para se preocuparem.

Assim que Addison pegou o seu celular e ligou para Alex, avisando que já estávamos saindo, respirei aliviada, sentindo todo meu corpo agradecer por aquilo.

Nós cumprimentamos os dois homens e mais algumas pessoas que nos pararam no meio do salão, chegando até o lado de fora alguns minutos depois.

O percurso até em casa fora feito quase que tranquilamente. A pista estava um pouco engarrafada, mas era não absolutamente nada comparado a Nova York.

Assim que chegamos em casa, Alex abriu a porta da frente para nós e Addison encostou-se no sofá brevemente para conversar com Alex.

Subi as escadas, sentindo-me cansada e entrei no nosso quarto, tirando os meus saltos.

Me sentei na cama, e alcancei o meu celular, que eu havia deixado carregando na minha mesinha de cabeceira.

Respondi algumas mensagens de Cristina, George, Flora e minha mãe, e aproveitei para mandar uma mensagem para Beatrice.

Assim que ouvi a porta do quarto fechar-se, a minha pele arrepiou-se por completo, e um frio na barriga fez-se presente.

Deixei o meu celular de lado e encarei a ruiva, que mantinha seu olhar fixo em mim.

A mesma fez menção de tirar o seu blazer e eu me levantei, caminhando até ela.

Eu queria o tirar.

Com o meu olhar focado ao seu, toquei o tecido do seu terno e a vi afastar suas mãos dali, pousando uma delas na minha cintura, e a outra no meu pescoço.

Comecei a desabotoar o seu blazer, e senti os seus lábios tocarem o meu pescoço, e, então, a sua língua passara a realizar o trabalho de me enlouquecer, percorrendo toda a minha pele.

Tentando me concentrar no que queria fazer, desabotoei a o seu blazer com dificuldade, pelo estremecer dos meus dedos, em função da sensação deliciosa de excitação que os seus lábios me traziam. O abri por completo, tirando-o e contemplando os seus seios completamente á mostra.

Senti os seus lábios passarem para a minha bochecha, e, então, encontrarem-se aos meus brevemente.

Estiquei o meu pescoço, buscando por mais contato e a mesma afastou o seu, tocando a minha cintura e virando-me de costas.

A ruiva afastou o meu cabelo para o lado e abriu, vagarosamente, o zíper do meu vestido.

Senti os seus lábios se encostarem ao meu ouvido e suspirei, fechando os meus olhos.

- Vermelho... - senti o seu hálito quente sussurrando contra a minha pele e estremeci, arfando em resposta - É definitivamente a sua cor.

A mesma tirou o meu vestido vagarosamente, deixando-me apenas de calcinha e me virou para si, tomando-me em um beijo avassalador.

Sem a mínima paciência a qual a mesma tivera para tirar o meu vestido, a puxei para mais perto e comecei a caminhar até a cama com a mesma, e, assim que senti o tecido macio do edredom entrar em contato com a parte detrás do meu joelho, a senti me jogar-me na nossa cama com força.

Abri as minhas pernas, a puxando para mim, a e a beijei novamente, levando as minhas mãos até o cós da sua calça.

A abri rapidamente e desci o zíper, sentindo uma das suas mãos beliscar os meus seios e as suas unhas arranharem a minha cintura.

Afastei os meus lábios dos seus, sentindo a minha respiração falhar e a mesma passou-os para o meu pescoço, descendo a sua mão em meu seio pela minha barriga.

- Addison... Tire... A sua calça - sussurrei em seu ouvido, mordendo o nódulo da sua orelha e senti a mesma se afastar, levantando-se rapidamente e a observei. Seus cabelos já estavam minimamente bagunçados, sua boca já não havia nenhuma batom e estava vermelha, como a minha também deveria estar. A vi tirar a sua calça, junto com a calcinha e deitar-se por cima de mim novamente.

A ruiva me beijou e eu senti as suas mãos descerem pela lateral do meu corpo e pararem na minha calcinha. Ela a forçou para baixo e eu levantei o meu quadril rapidamente, a ajudando a tirá-la.

Um grunhido baixo escapou dos meus lábios assim que senti a sua mão tocar a minha intimidade já encharcada.

Afastei os meus lábios dos seus e senti a mesma morder o meu queixo, enquanto massageava o meu ponto que pulsava pela sua atenção.

Abri os meus olhos, a encarando e, sentindo aquela onda de prazer tomar-me, entreabri os meus lábios, sendo observada atentamente pela mesma.

Senti dois dos seus dedos me invadirem devagar e gemi baixo, puxando o seu rosto de encontro ao meu. Selei os meus lábios aos seus e a mesma os levou até o meu pescoço, provocando-me como sabia que eu gostava.

Engoli em seco, sentindo o meu coração pulsar fortemente e, devagar, acariciei a lateral do seu corpo, parando a minha mão na sua cintura. A levei até a sua intimidade e senti a mesma arfar contra o meu pescoço, parando de movimentar-se dentro de mim por um segundo.

Tentando possuir pelo menos parcialmente os meus comandos, a sentindo completamente molhada para mim, introduzi dois dos meus dedos em si, a ouvindo gemer baixo e roucamente no meu ouvido.

Assim que fiz menção de começar a movimentar-me dentro dela, senti a sua outra mão segurar a minha, impedindo-me de fazê-lo.

Puxei o seu rosto para mim, a encarando e, por um segundo, perdendo-me no verde escuro dos seus olhos.

- Por favor - sussurrei contra os seus lábios, acariciando a sua bochecha com o meu polegar. Eu precisava senti-la chegar ao seu ápice de prazer junto á mim.

Senti a mesma morder o meu lábio inferior e fechei os meus olhos, sentindo-a soltar a minha mão.

Sorri fraco, sentindo o meu coração aquecer-se e, sem dar-me tempo para processar aquele ato, senti a mesma me invadir com força novamente, dessa vez, com três dos seus dedos.

Gemi alto, não esperando por aquilo e, arduamente, comecei a movimentar-me dentro dela, sentindo-a ajudar-me, movimentando o seu quadril contra os meus dedos.

Agarrei-me em suas costas, completamente inebriada pelo contato da sua pele com a minha, pelos seus gemidos baixos e roucos em meu ouvido, pelos seus lábios percorrendo o meu pescoço de forma nada sútil, seus dedos entrando e saindo de mim com a força e brutalidade de sempre, o som que instalara-se no quarto, devido o contato dos nossos corpos, as batidas aceleradas do meu coração, e a alienação que eu sentia pelo seu cheiro e as sensações que ela, apenas ela, era capaz de me fazer sentir.

Ela, apenas ela era capaz de fazer o meu coração pulsar forte daquela maneira, de sumir com a saliva em meus lábios e fazer-me gemer loucamente abaixo de si.

Ninguém que viera antes dela conseguira, e eu sentia, intrinsecamente, que ninguém que viesse depois, conseguiria.

O meu ápice chegara de forma veemente, tomando o meu corpo em espasmos violentos, e fazendo-me gemer alto o seu nome, enquanto me desmanchava para ela, ainda movimentando-me dentro de si.

Senti a mesma estremecer encima de mim e continuar movimentando-se, enquanto entregava-me um clímax perfeito, extendendo o meu ápice de prazer e desfazendo-se sobre mim, enquanto gemia roucamente contra o meu pescoço.

Sentindo o meu corpo parecer flutuar, me limitei apenas a tirar os meus dedos de dentro da mesma e, assim que senti os seus lábios tocarem os meus, toquei o seu rosto sutilmente e subi a minha mão para os seus cabelos sedosos, os acariciando com os meus dedos. Abri os meus lábios, sentindo a sua língua quente os invadir, tomando-me em um beijo lento.

A ruiva afastou os seus lábios dos meus assim que a respiração fizera-se necessária e eu abri os meus olhos, dando de cara com os seus.

Vi os seus lábios descerem pela minha clavícula, meus seios, minha barriga e, então, até a minha intimidade. Segurei em seus cabelos, os afastando seu rosto.

Sem mais cerimônias, a mesma agarrou-me, puxando-me para si com força e usou os seus lábios e a sua língua para chupar-me com intensidade, fazendo-me chegar a outro orgasmo sem precisar de muito tempo para isso.

A puxei para mim, sem forças para qualquer outro ato brusco, e a beijei, sentindo o meu próprio gosto em seus lábios.

Assim que o ar se fizera presente, a ruiva afastou os seus lábios dos meus e mordeu o meu lábio inferior brevemente.

- Dívida paga? - ela sussurrou contra os meus lábios e, surpresa pela sua pergunta, eu ri.

- Definitivamente - sussurrei de volta, deixando um selinho em seus lábios.

A ruiva rolou, deitando-se brevemente ao meu lado.

A mesma suspirou, se levantando e prendendo os seus cabelos em um coque mal feito.

Respirei fundo, tentando recuperar os comandos do meu corpo e me levantei, catando as nossas roupas pelo chão, indo até o closet e vestindo um robe seu.

Alcancei o meu celular e sorri, ao ver uma mensagem de Beatrice, enviada há dois minutos atrás, afirmando estar bem. Perguntei sobre o capitão e a mesma respondeu alguns segundos depois, dizendo que ele ainda não havia chegado em casa.

Mordi o meu lábio inferior, ligando para a mesma.

- Que surpresa boa, minha nora. O que faz acordada uma hora dessas.

Sorrio.

- Eu e Addison chegamos de uma festa de formatura há alguns... Minutos atrás.

- Entendi. Como você está, querida?

- Bem, meu amor, e você? Está realmente bem?

- Levando. Ansiosa para amanhã.

Sorrio.

- Eu também.

- Você precisa de ajuda com algo lá? Posso a ajudar. Ou... Podemos sair para fazer os cabelos e as unhas juntas!

Meu coração apertou-se pela sua animação em tentar de persuadir para uma daquelas coisas. Como se estivesse minimamente desesperada por companhia.

- Claro, Bizzy! Tudo bem para você se a Cris também for?

- Tudo ótimo, minha nora. Eu adorei conhecê-la. Ela é... Um pouco exótica.

- É, eu sei. A Cristina é realmente... Única.

Ela riu.

- Onde está a Addie?

- Tomando banho.

- Para ir trabalhar, acredito eu.

- Provavelmente. Não sei... Saíremos pela madrugada, então acho que ela irá descansar.

- Realmente espero. Caso não, a amarre na cama!

Rio, vendo Addison sair do banheiro enrolada num roupão, com seus cabelos molhados.

- Vou a deixar dormir, minha nora. Tenha uma boa noite e descanse bem.

- Obrigada, Bizzy. Igualmente. Nos vemos amanhã pela tarde, tudo bem?

- Ótimo, meu amor. Boa noite. Mande um beijo para a Addie.

- Boa noite, Bizzy, mandarei.

Desliguei a chamada, vendo Addison sair do closet vestida da camisola vermelha que eu havia a escolhido.

- A sua mãe mandou um beijo - murmuro para a mesma, que apenas assentiu, para a contradição do que eu achava, pegando o seu MacBook e indo até a varanda.

- Iremos sair às 3:00. Tente descansar um pouco.

Apenas assinto.

Tomei um banho rápido, vestindo um conjunto de lingerie preto e me joguei na cama, tentando dormir o mais rápido possível, mas falhando um pouco naquela tentativa.

...

Às três da manhã Addison me acordou calmamente. Eu apenas vesti a minha roupa e nós saímos de casa, chegando ao aeroporto alguns minutos depois.

O avião decolou às 4:00 da manhã e eu me permiti dormir o máximo que consegui, até chegarmos em NYC.

A mesma avisou-me que teríamos um almoço no clube e eu apenas assenti, voltando para casa com Warren.

Miranda me recebera alegremente, praticamente obrigando-me a tomar o café especial que ela havia preparado para mim.

O tomei, a agradecendo e a pedi para que me acordasse às 10:00.

Eu precisava dormir.

Portanto, apenas tirei o meu vestido e me joguei na minha cama, abraçando o meu travesseiro e ligando o ar condicionado, pegando no sono rapidamente.

...

Addison Montgomery;

- Karev, veja com Warren se a minha mulher já saiu de casa - falo para o meu segurança, pegando as chaves do meu carro nas suas mãos e entrando no mesmo.

- Senhora, ele avisou-me que já está saindo.

- Ok - respondi fechando os vidros do carro e colocando o meu cinto, dando partida no mesmo.

Fiz o caminho da empresa até o clube em menos de quinze minutos.

Passei o meu cartão na entrada e, sendo seguida por quatro seguranças e Alex, entrei no restaurante.

Avistei Arizona e Calliope Torres sentadas em uma mesa afastada e me aproximei, as cumprimentando brevemente.

- Onde está sua esposa? Ela não virá? - Arizona perguntou.

- Ela já está chegando - falei me sentando e fazendo o pedido da minha bebida e da de Meredith.

Assim que ergui o meu olhar, a vi caminhar tranquilamente até mim, e um sorriso se formar em seus lábios.

Me levantei instantaneamente e a cumprimentei com um beijo rápido em seus lábios.

- Boa tarde, meu amor - a mesma me cumprimentou, consertando a gola do meu blazer, que, aos meus olhos e aos de qualquer pessoa com um olhar normal, estava perfeitamente alinhada. Mas, para ela, parecia nunca estar. O que já me fizera realmente me perguntar inúmeras vezes se eu não sabia vesti-lo direito.

- Boa tarde, querida - a cumprimentei de volta - Você se lembra das Torres? - perguntei e a mesma sorriu, as encarando.

- Claro! Boa tarde. É um prazer revê-las - a mesma as cumprimentou educadamente, com um sorriso no rosto.

- Igualmente, Meredith. Você está linda! - Arizona comentou com um sorriso no rosto e eu puxei uma cadeira ao lado da minha para que Meredith se sentasse.

- Obrigada, meu amor. - ela me agradeceu, desviando o seu olhar para a loira á sua frente - Gentileza sua, Arizona. Mas obrigada. Esse vestido combinou perfeitamente com você. - a mesma a elogiou de volta, educadamente, e eu me sentei ao seu lado, pousando a minha mão na sua coxa.

As nossas bebidas chegaram e Meredith me agradeceu por ter pedido a sua.

Callie me passou a pasta com os documentos que eu deveria ler, discutir com ela e assinar.

Encontrei os meus óculos na minha bolsa e me propus a ler aqueles papéis, enquanto Meredith e o casal a nossa frente conversavam animadamente, como se já se conhecessem há anos.

Terminei de ler aquele documento e escolhi o meu prato e o de Meredith, ao seu pedido.

Os nossos pratos chegaram alguns minutos depois e eu me propus a comer, enquanto bebericava o meu vinho e conversava com Calliope sobre o que viemos resolver.

Logo após, assinei aquele documento e a dei algumas instruções de como nós iríamos proceder com a nossa parceria.

A mesma assinara, junto a sua mulher e, no fim do almoço, já tínhamos a nossa parceria completamente realizada.

- O que vocês pretendem fazer agora? - Arizona perguntou sorrindo, enquanto eu apenas aguardava Meredith terminar a sua sobremesa para pedir a conta.

- Irei voltar para a empresa.

- Ah, nós poderíamos jogar uma partida de tênis. Há uma loja aqui e poderíamos comprar as roupas e...

- Estou ocupada pela tarde.

Arizona assentiu e, de soslaio, encarei Meredith, que limpava o canto dos seus lábios.

Franzi o meu cenho, ao perceber que a sua expressão havia mudado bruscamente.

- Se... Você quiser... Já podemos ir - ela murmurou, me encarando. Seus olhos não brilhavam mais, não da forma que haviam brilhado minimamente durante o almoço.  - Já terminei.

- Baby, pode me acompanhar até o banheiro? - ouvi Arizona perguntar para Callie, que assentiu.

- Claro, amor. Addison, pode esperar por nós para pedir a conta?

Assinto e as duas se levantam, saindo juntas até o banheiro.

Suspirei, bebericando o meu vinho e, de soslaio, vi Meredith encarar o lado de fora pela parede de vidro ao seu lado.

- Você está bem? - pergunto preocupada.

Ela me encarou, assentindo.

- Estou. Como... Está sendo seu dia?

Suspiro.

- Estressante.

Ela assentiu, parecendo entender e bebericou o seu suco de laranja, voltando o seu olhar até o lado de fora.

Um pouco incomodada pela sua brusca mudança de humor, percebi, depois de pensar um pouco em motivos para aquilo, que ela talvez quisesse aceitar a proposta de Arizona.

Suspirei, encarando o relógio. Eu tinha uma audiência às 16:00. Eram 13:30. Eu estava parcialmente livre. Havia trabalho para ser feito na empresa, mas nada que não pudesse esperar por mais uma hora.

Estranhamente, aquela idéia não me pareceu mais absurda. Nós poderíamos jogar. Uma hora, no máximo.

- Você quer jogar tênis? - ela me encarou, parecendo surpresa.

- Ah, não... Não. Você está ocupada e...

- Estou perguntando se você quer, Meredith. Se verdadeiramente quer.

Ela mordeu o seu lábio inferior e, devagar, assentiu.

- Pode ir comprar as suas roupas. Irei fazer o pagamento da conta.

Vi a mesma surpreender-se e os seus olhos brilharem novamente.

Aquilo me satisfez.

- Você... Tem certeza? Não vai atrapalhar o seu trabalho?

- Não. Só tenho uma audiência às 16:00.

Ela assentiu, animada.

Callie e Arizona voltaram e se animaram com a idéia.

Meredith saíra ao lado de Arizona, para comprar as nossas roupas e eu fiz o pagamento da conta rapidamente, saindo ao lado de Callie.

- Eu sempre soube que você e a Charlotte não durariam - a morena comentou, assim que chegamos a sala de armários do clube.

Revirei os meus olhos, caminhando até o meu e o destrancando com a minha chave, pegando o meu short de malha preto e o meu top da mesma cor.

- A Meredith tem tanto mais a ver com você, Addison. Você sabe que eu a considero uma amiga, não sabe?

Suspirei, me sentando no banco que havia ali e tirando os meus saltos.

- Por a considerar uma amiga, eu digo que: você acertou na escolha.

- Obrigada pelo discurso, mãe. - ironizei e ela riu. Calcei s minhas meias pretas e fiquei de pé novamente.

Tirei o meu blazer, a minha camisa e o meu sutiã, colocando o meu top e vi a morena fazer o mesmo, vestindo a sua roupa apropriada para o jogo.

Vesti o short e me sentei novamente, colocando os meus tênis.

Dobrei a minha roupa e a guardei, prendendo os meus cabelos em um rabo de cavalo alto.

Saímos do vestiário e me surpreendi ao ver Meredith e Arizona já vestidas.

A minha mulher vestia um short idêntico ao meu e um top branco também idêntico ao meu, diferenciando-se na cor.

Não evitei deixar de observar o quão aquela roupa havia acentuado cada parte do seu corpo. E o quão ela havia ficado extremamente gostosa usando aquele short.

Meredith possuía um corpo esplêndido. Que eu estava fazendo questão de explorar por completo nesses três anos.

Me aproximei da mesma e a entreguei uma raquete.

- Quem começa? - Arizona perguntou.

- Podem começar - Meredith falou sorrindo e o casal a nossa frente assentiu, pegando uma bola e indo até o outro lado da quadra.

- Você está familiarizada o bastante com tênis? - perguntei para a mesma, que assentiu.

Me afastei de si e fiquei alinhada com Callie.

- Que vença o melhor casal - Callie falou sorrindo, me lançando um piscar de olhos.

Revirei os meus, preparando-me para receber a bola, que fora tacada para mim.

O jogo sucedeu-se de forma intensa. Estávamos insuportavelmente empatadas.

Eu não havia perdido uma bola, enquanto Meredith havia perdido algumas.

Em certo momento de jogo, percebi, finalmente, qual era a tática de Arizona Torres e, no momento da pausa para tomarmos água, puxei Meredith até um canto.

- Você é destra, certo? - perguntei, já sabendo a resposta.

- Sim, sou.

- Arizona é ambidestra. É exatamente por isso que ela está ganhando. A tática dela é bater a bola para extremos que você não pense em alcançar, por não estar, mentalmente, ao seu alcance. Porque você é destra. Está compreendendo?

A loira assentiu, prestando atenção no que eu dizia.

- Portanto, preste mais atenção para todas as vias esquerdas que a bola pode tomar. Ela não joga ousadamente, mas tem essa tática ao seu favor. Acha que consegue rebater a bola nos extremos esquerdos?

- Tentarei.

- Ok. Se precisar, trocamos de lugar.

- Ok - ela sussurrou de volta e se afastou, voltando para o seu posto.

Me concentrei e, antes de jogar a bola, a encarei. A mesma fez um gesto positivo com a cabeça e eu bati a bola para Calliope, que rebatera novamente para mim.

Rebati, e, a vendo fazer o mesmo, para um pouco mais longe do que eu conseguiria alcançar, estiquei o meu corpo, pulando até a bola e a rebatendo para trás da rede, fazendo-a perder a bola.

Assim que vi Meredith rebater a bola para Arizona e a loira fazer o mesmo, para um extremo esquerdo, a vi rebatê-la com força, para cima, onde Arizona não conseguiu alcançar.

Nós havíamos ganhado.

- NÓS GANHAMOS? - a vi surpreender-se e assenti, a observando correr até mim e me surpreender com um abraço animado. - NÓS GANHAMOS!

Eu estava estranhamente paralisada.

Estranhamente, senti a minha boca secar-se em um nervosismo que eu nunca senti com qualquer outra coisa antes, e o meu peito pulsar um pouco mais fortemente, assim que o seu corpo colidiu com o meu.

Desajeitadamente, envolvi a sua cintura com os meus braços e a mesma se afastou, parecendo não perceber o meu incômodo.

Engoli em seco, encarando-a.

Um sorriso iluminado enfeitava os seus lábios de uma forma a qual eu nunca havia visto antes.

Seus olhos estavam mais claros, apertados pela intensidade do seu sorriso e brilhavam alegremente, como se ela fosse uma criança e estivesse acabado de ganhar um jogo com seus amigos.

Senti uma estranha sensação de satisfação pela sua felicidade apossar-se de mim, e, tirando-me do fixo contato com os seus olhos e daquelas sensações completamente estranhas, senti Callie tocar o meu ombro.

- Aceito a derrota. Vocês formam realmente um bom time, juntas.

Meredith assentiu e me encarou brevemente, sorrindo para mim, e desviando o seu olhar para Arizona, começando a conversar alegremente com ela.

Suspirei, bebendo a minha água e desviando o meu olhar de si até Callie, que, novamente, me parabenizou pelo jogo, começando a caminhar comigo até o outro lado da quadra.

...

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