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18- O passado fica no passado.

Quero primeiramente pedir mil desculpas por ter desaparecido assim e deixado vcs na mão, tem sido dias... exaustivos, mas cá estamos nós.

Obrigada por toda preocupação comigo e pela paciência, amo vcs demais da conta.

Fiquem bem, fiquem com Deus, kisses from Luz💫

Ps: o que acharam da capa nova?

Meredith

Sinto meu corpo inteiro gelar e aperto a cintura de Addison. De soslaio a vejo me encarar com o cenho franzido.

- Quando dizem que o mundo é pequeno... - ela sorri - Grey - a mesma se levanta - Quanto tempo, não?

Engulo em seco.

- Montgomery - a corrijo. Ela franze o cenho - Meredith Montgomery. Não atendo mais por Meredith Grey.

Vejo um sorriso presunçoso se formar em seus lábios.

- Então está casada... - ela encara Addison - E com Addison Montgomery... - Ela me encara sorrindo - Não é uma surpresa, não é?

Sinto Addison me segurar firmemente pela cintura e a vejo a encarar, estranhamente sua mão em minha cintura, naquele momento, me faz sentir segura.

- Júlia Martin - ela estende a mão para Addison, que a encara sem a mínima pretensão de devolver o aperto.

- Creio que não precise me apresentar.

A loira sorri.

- Oh, com certeza não, não é, Mer Mer?

Desvio meu olhar, encarando o outro lado do salão. Eu odiava aquele apelido.

- Bom... O que vamos pedir? - Callie quebra o clima, nos encarando - Eu fiz escolhas ótimas para o cardápio, sentem-se novamente e vamos fazer os pedidos, o que acham?

Addison me encara e puxa a cadeira novamente para mim, me sento atordoada sentindo o olhar da loira á minha frente queimar em mim.

- O que irá pedir, querida? - Addison pergunta.

- Escolha por mim... meu amor - falo sorrindo fraco, me sentindo completamente incomodada. Odiava a chamar assim.

Addison assente e abre o cardápio.

- E então, Meredith... Ou será que devo a chamar de senhora Montgomery? - Sinto a presunção em seu tom de voz.

Exito.

- Apenas Meredith - Respondo bebericando meu vinho.

- Como está o escritório? A empresa?

- O escritório não existe mais - Respondo apenas.

- Oh, sério? Mas você amava tanto aquele lugar!

Assinto sem a encarar.

- Sinto muito - ela fala - Nós bem sabemos o quão você abdicou de tantas coisas para dar vida àquele escritório.

- Não sinta - respondo apenas - Não faz falta.

Ela assente. Ficamos em silêncio por alguns instantes.

- E então, Addison. Continue a nos contar sobre a África - Arizona quebra o silêncio sorrindo.

- África! Eu sempre amei aquele lugar! Nós duas, não é, Mer? - Julia falou sorrindo.

Engulo em seco e sorrio de lado para a mesma, sem a responder.

Sinto o braço de Addison passar pelos meus ombros e suspiro, bebericando meu vinho.

Addison começa novamente a falar e eu sinto o olhar de Júlia queimar sobre mim, eu já estava mais que sem graça. Bebo todo meu vinho e vejo o garçom vir em nossa direção fazer os pedidos.

Addison faz o nosso e vejo que a mesma havia pedido o mesmo para nós duas.

- E então, Mer Mer, quanto tempo você e a Addison estão casadas mesmo?

- Um mês - respondo sem a encarar direito.

- Hum... Estão recentes ainda... Como vocês se conheceram mesmo?

- Numa festa - respondo sentindo a mão fria de Addison em meu ombro.

- Que romântico! - sinto o ar de ironia em sua fala. A mesma sorri para Addison - Você tem sorte, Montgomery. A Mer é uma mulher... Cheia de... Surpresas - ela falou me encarando. Eu sabia o que aquele olhar significava - Boas, é claro - A mesma falou irônica.

Reviro os olhos.

- Tenho a plena certeza disso, caso contrário, não estaria casada com ela. - Addison respondeu friamente, sem sequer a encarar.

Julia sorri e assente, bebericando seu vinho.

Addison retomou sua conversa com Calliope e eu apenas me calei, encarando o outro lado do salão com o olhar de Júlia vidrado em mim.

Nosso jantar é servido e eu começo a comer em silêncio. Fecho meus olhos automaticamente ao sentir o sabor maravilhoso da comida em que Addison havia me escolhido.

- Então, Meredith... O que achou de Cancún? Soube em que passaram a lua de mel lá - Arizona perguntou sorrindo.

Limpo minha boca com o guardanapo de pano após bebericar meu vinho e sorrio.

- Foi incrível. Definitivamente um dos melhores lugares em que já fui na vida.

A mesma sorriu.

- Eu e Callie também passamos a nossa lá. É realmente incrível. Pretendem voltar?

Encaro Addison.

- Logo - ela respondeu bebericando seu vinho e me encarando de volta. Sorrio verdadeiramente. Eu realmente havia amado aquele lugar, e realmente gostaria de voltar.

- Quanto tempo vocês tem juntas? - pergunto.

- Seis anos de casamento e oito juntas.

Sorrio.

- É bastante tempo.

A mesma sorri.

Termino de comer conversando animadamente com Arizona sobre Cancún e logo o garçom retira nossos pratos.

- Quer mais vinho, querida? - Addison pergunta.

- Por favor - respondo sorrindo fraco para a mesma.

O garçom nos serve.

- Obrigada - agradeço ao mesmo bebericando meu vinho.

- E então... - Jackson sorri - Podem nos dar a honra de dizer de onde se conhecem? - ele pergunta me encarando e encarando Júlia.

- Faculdade - Respondo a primeira coisa em que me vem na cabeça. Não deixa de ser verdade. Porém eu e ela sabemos em que há muito mais por trás disso.

Ela sorri.

- Bons tempos - a mesma fala sorrindo.

- Passados - respondo friamente.

- Você também fez direito Meredith?! - Callie perguntou.

- Sim - sorrio - Mas não exerço mais a profissão.

- Oh, por quê?

- Digamos que não é algo que eu goste, fiz apenas por fazer - falo dando de ombros.

- Sinto muito, querida. Mas você já tem noção do que realmente quer fazer?

- Não ainda - suspiro - Mas espero ter logo.

- Oh, não se preocupe com isso, tenho certeza de que você irá achar algo pelo qual é realmente apaixonada. Mas, enquanto isso não acontece, não fique preocupada, se você quisesse nem precisava trabalhar, não é, Addison?

- Exatamente - ela responde.

- Há quantos anos mesmo, Meredith? - Júlia pergunta. Não entendo sua pergunta e levanto uma sobrancelha, a questionando - Você não exerce advocacia. Há quantos anos mesmo?

- Dois - respondo apenas.

Ela assente bebericando seu vinho e me encarando por trás da taça.

- Então temos um casal da área do direito?!

- Bom... Eu não me considero - dou de ombros - Não sou digna de qualquer comparação com a minha mulher.

Sinto a mão de Addison pousar em minha coxa nua e suspiro sentindo meu corpo inteiro se arrepiar.

- Oh, não diga isso! Tenho certeza que você era uma ótima advogada.

- Talvez - respondo dando de ombros - Mas ser ótima em algo não é o suficiente.

- Concordo - Júlia respondeu.

Termino meu vinho e sinto a cólica insuportável em que eu estava sentindo aumentar de intensidade. Suspiro fechando os olhos por um segundo.

- Montgomery! Que honra a encontrar aqui! - uma mulher chega á nossa mesa.

Fecho meus olhos com força novamente e suspiro.

- Louisa - a ruiva a cumprimenta com um aperto de mão.

- E você deve ser Meredith, certo? - ela pergunta sorrindo.

Assinto sorrindo fraco e aperto sua mão.

- Louisa Briant, é um prazer - Ela fala sorrindo, sinto a mesma acariciar minha mão levemente.

Sorrio.

- O prazer é todo meu - Respondo engolindo em seco. Aquela dor estava me matando.

A mesma se sentou ao meu lado, encarando Addison.

- Esperava a ver amanhã, não achei que veria aqui hoje.

- Torres é uma colega de trabalho próxima.

- Oh, sim! Ana e Marcos estão ansiosos para o que poderemos fazer amanhã. Será um dia e tanto.

- Espero.

- É um prazer finalmente conhecer você pessoalmente, Meredith. Posso a chamar assim, certo?

- Claro. Mas... Você já me conhecia antes?

- Oh, quem não conhece?!

Assinto encarando minha taça de vinho, bebo um pouco sentindo o braço de Addison rodear minha cadeira e pousar novamente em meu ombro.

- Montgomery!

Suspiro, essa seria uma noite cheia.

Addison muda sua atenção para o homem em que a cumprimenta e ele se senta ao seu lado.

- Cansativo isso tudo, não é?

Sorrio para a mesma.

- Você não imagina o quanto.

Vejo Júlia me encarar e sorrir sarcasticamente, reviro os olhos bebericando meu vinho.

- Já esteve em LA antes, Meredith?

- Duas vezes, a negócios, nunca conheci bem a cidade.

- Oh, que pena! Acredito que também não conseguiu conhecer esses dias, não é?

- Não - falo fazendo uma careta - Mas não faz mal. Viemos a negócios.

Ela assente bebericando seu vinho.

Sinto aquela dor aumentar de intensidade e suspiro, sentindo que precisava ir ao banheiro.

Me aproximo de Addison, tocando levemente sua coxa. A mesma me encara no mesmo momento.

- Irei ao banheiro, ok? - sussurro em seu ouvido.

- Vou com você - a mesma falou fazendo menção de se levantar.

- Não, não precisa - falo - Pode continuar a conversar, não irei demorar.

Ela assente voltando sua conversa com o homem, que acena para mim brevemente, devolvo o aceno.

- Com licença, irei ao banheiro - falo para Louisa.

- Quer que eu vá com você?

- Não, obrigada.

Ela assente sorrindo e eu me levanto, caminhando até o banheiro, sou parada duas vezes por inúmeros fotógrafos, me sinto completamente desconfortável e claustrofóbica, mas poso para as fotos.

Eu supostamente deveria fazer isso com Addison, certo? Por que eles estavam tão interessados em mim? Somente em mim? Eu supostamente não deveria atrair tantas atenções sozinha, e sim com Addison. Ela é o centro das atenções, não eu.

- Senhora Montgomery, apenas mais uma, por favor.

- Já chega - Alex o para - A senhora está bem? Me desculpe por isso, eu estava focado na meretissima.

- Sim, obrigada - falo suspirando - Estou bem.

- Precisa de ajuda?

- Não, estou indo ao banheiro apenas.

Ele assente e se afasta.

Entro no banheiro e suspiro, apoiando minhas duas mãos na pedra de mármore.

- Vida cansativa, não é? Bem que dizem que a fama cansa.

Reviro os olhos irritada e me viro para a mesma.

- O que você quer? Diga de vez, Júlia!

- De você? Nada. Fique tranquila, Mer Mer.

Sinto meu sangue ferver e minha mandíbula trincar.

- Não me chame assim! - falo entredentes.

- Oh, por que? A lembra coisas em que não quer lembrar? Era o meu apelido fofo para você.

- Era.

Ela sorri, se aproximando.

- Só quero apenas a dar um conselho, de amigas... Ex amigas... - ela se aproxima ainda mais - Essa sua... Escolha de vida - ela me encara de cima a baixo - Só irá a levar para o buraco. O mesmo em que você se enfiou anos atrás. Porém, bem mais fundo do que imagina. Tome cuidado, Meredith.

- Me poupe da sua intromissão na minha vida pessoal! Ela nunca foi e nunca será lhe desrespeito!

Ela sorri.

- Apenas um conselho.

- Não preciso. Principalmente dos seus. Agora, saia da minha frente!

Ela me encara de cima a baixo novamente e ri.

- Onde está a sua educação, princesinha do papai?

Sinto meu sangue ferver e dou as costas para a mesma, pegando minha bolsa de mão.

- Boa sorte no seu casamento. Que ele possa a dar tudo em que você sempre quis, afinal, parece que agora você está realmente vivendo a vida em que sempre sonhou, não é? Em todos os sentidos. - Ela fala ironicamente.

Sinto meu sangue ferver mais uma vez e suspiro, parando por um segundo. Abro a porta.

- Eu sempre senti muito por tudo, Meredith, você pode não acreditar, mas eu senti. Mas... Você sabe, escolhas tem consequências.

- Vá para o inferno! - respondo saindo dali.

Sinto meus olhos queimarem e suspiro, encarando o teto.

Meus lábios tremem, mas eu engulo em seco e me recomponho. Eu não iria me permitir a chorar por isso. Não mesmo.

Os fotógrafos estavam novamente no meio do salão, sinto-me perdida, eu havia esquecido completamente onde estava sentada.

- Senhora Montgomery! Apenas uma foto! Por favor!

Sinto-me claustrofóbica. Onde diabos estava Alex?

- Ei, Meredith! Vem! - Louisa segurou em minha mão, me tirando do meio de todos aqueles holofotes - Você está bem? Está chorando? O que aconteceu?!

- Oh, não! Não! Não estou. Apenas... Caiu algo no meu olho, eu acho. Está coçando.

- Tem certeza?

- Sim - falo sorrindo fraco para a mesma - Estou meio perdida, podemos voltar para a mesa?

A mesma assente e me guia até a mesa, voltando novamente de onde viemos para pegar um drink.

Addison me encara assim que chego e
me sento ao seu lado. A mesma me encara. Meu coração doía de uma forma inexplicável, todas aquelas coisas nas quais ouvi... As lembranças...

- Podemos ir? - pergunto receosa - Por favor?

Ela assente me encarando.

- Aconteceu alguma coisa? - a mesma pergunta com o cenho franzido.

- Só estou com um pouco de cólica, nada demais - sorrio fraco para tentar a convencer.

Ela assente e se levanta, me ajudando a fazer o mesmo.

A vejo mudar seu olhar para trás de mim e fazer um mínimo aceno de cabeça.

- Nós já estamos indo. Calliope, ligue para o meu gabinete e consulte a minha agenda com Kepner.

- Claro! Foi um prazer, Addison.

A mesma assentiu apertando sua mão.

As cumprimento sorrindo e sinto a mão de Addison pairar em minha cintura.

- Foi um prazer, Louisa! - falo a abraçando, a mesma sorri e me abraça de volta, acariciando levemente minhas costas.

- O prazer foi meu, Meredith. Se me permite dizer, você está linda, esse vestido está incrível em você. Vermelho definitivamente é a sua cor.

Sorrio sentindo minhas bochechas esquentarem, eu tive tantas dúvidas sobre esse vestido.

- Obrigada, Louisa, é muita gentileza sua.

Sinto a mão de Addison apertar levemente minha cintura e a encaro.

- Nos vemos amanhã, Montgomery?

Ela assente.

- Você estará presente, Meredith?

- Você precisará de mim? - pergunto para Addison.

- Não, será uma reunião de negócios, apenas.

- Então nos vemos da próxima vez em que vocês vierem, espero não demorarem.

Sorrio assentindo.

- Mer, Mer! Não acredito que ia embora sem se despedir de mim! - engulo em seco e seguro a cintura de Addison, a apertando.

A mesma me encara.

Júlia se aproxima. A encaro sentindo meu sangue ferver. A sua audácia me irritava de uma forma extrema.

- Dê lembranças a senhora Grey. Diga que estou com saudades.

Não a respondo. Apenas continuo a encarando.

- Addison. Foi um prazer finalmente conhecer a esposa da Mer.

Addison a encara de cima a baixo, mas não diz nada, agradeço mentalmente por isso, já a conhecia o bastante para saber que não deveria esperar o mínimo de gentileza vindo dela, principalmente a quem não merece.

- Vamos? - falo para a mesma.

- Nos vemos por aí, Mer - seu olhar me desafiava. A encaro da mesma forma e logo desvio meu olhar para o chão.

Addison me guia até a saída dificultada pelo número de paparazzis lá fora.

Alex e Warren nos abrem as portas do carro e entramos.

Encosto minha cabeça na janela e acaricio minha barriga, esperando aquela dor passar e tentando digerir todas as inúmeras lembranças em que tive em apenas uma noite.

Eu não podia tê-las, não podia me dar o direito de ficar pensando nisso.

...

Já enfrente ao espelho da penteadeira, tiro o pouco de maquiagem em que havia colocado e escovo meus cabelos.

Me levanto e vou até o espelho, me encarando na frente do mesmo. Aquele vestido era realmente bonito, poderia o usar mais vezes. Sigo para o banheiro. Tomo um banho rápido e saio, vestida com um conjunto de baby doll preto.

Vou até a cama e me deito de bruços, sentindo aquela dor piorar.

Me cubro e ligo o ar condicionado.

Vejo Addison entrar no quarto e passar direto, indo até o closet.

Abraço meu travesseiro e, alguns minutos depois, sinto o cheiro em que eu tanto era viciada invadir o quarto ainda mais fresco.

A mesma se senta na cama, se encostando na cabeceira e pega seu livro e seus óculos.

Fecho meus olhos tentando me concentrar em dormir.

- Aquela mulher. De onde a conhece? - a mesma pergunta. Abro meus olhos dando de cara com a mesma, que ainda mantinha seu olhar focado em seu livro.

- Ela é apenas uma... Conhecida, ninguém importante - minto.

Addison não diz mais nada e eu fecho meus olhos novamente, filtro todas as coisas em que Júlia me dissera e sinto meu coração se apertar.

Abraço meu travesseiro mais forte e me forço a parar de pensar naquilo. Não iria me acrescentar em absolutamente nada, além de mais sofrimento. As vezes é melhor deixar o passado no passado.

...

Dia seguinte.

- Me conta tudo! - Cristina falou abrindo a porta para mim.

Suspiro entrando em seu apartamento completamente bagunçado.

- Primeiro sorvete e cama. Estou com uma cólica insuportável desde ontem - falo tirando meus saltos pretos e prendendo meus cabelos.

A morena vai até a cozinha e pega dois potes enormes de sorvete.

- Pronto, venha.

Tento andar por aquela sala completamente bagunçada. Era quase impossível.

- Céus, Cristina! Sua casa está...

- Cale a boca - ela me cortou.

Sorrio entrando em seu quarto e franzo o cenho, encarando suas paredes. Meu sorriso morre na mesma hora. Faziam meses em que eu não vinha aqui.

Engulo em seco.

- Por... Por que você... Tem... Essas coisas ainda?

- Que coisas? - ela se jogou na cama.

A encaro seriamente.

- Esses... - suspiro - Cristina! Eu pedi que você jogasse fora!

- Você não manda em mim - ela deu de ombros.

Mantenho meus braços cruzados na altura dos meus seios a encarando.

- Cristina...

- Deite. Esqueça isso. Venha. Me conte tudo.

Suspiro encarando a parede e reviro os olhos me deitando ao seu lado. Abro meu pote de sorvete e começo a comer.

- Júlia Martin.

- O QUE?! - ela se levanta num pulo.

- Ela estava em LA.

- AH, MAS EU VOU DECAPITAR ESSA GALINHA! O QUE ELA DISSE? O QUE ELA FEZ? NADA DE BOM, EU APOSTO! EU A ODEIO TANTO QUE PODERIA...

Sinto vontade de rir.

Suspiro.

- O que aconteceu?

- Nada. Estávamos em uma festa em comum. Somente.

- Ela disse algo a você?

- Não - minto.

- E eu sou o papai Noel.

Suspiro.

- Ela apenas perguntou sobre o escritório e sobre o meu casamento. Parecia estar surpresa que eu estou casada com Addison.

- Deu na cara daquela vadia que você está casada e bem casada com a delícia da juíza Montgomery?

Rio sarcasticamente.

- Você só pode estar de brincadeira, não é?

- Seu casamento é uma farsa, mas ninguém precisa saber! Aproveite daquela delícia e mostre para o mundo em que você, Meredith Montgomery, está vivendo a melhor época da sua vida.

Suspiro.

- Me desculpe, exagerei. Eu não deveria ter dito isso - ela falou me encarando triste.

- Está tudo bem. Você está certa. Só cansa um pouco ser uma farsa. Por completo.

- É o único jeito de levar isso de uma forma mais leve, Mer.

- Mentir para mim mesma? Entrar completamente nesse conto de fadas?

Ela suspira me abraçando. Sinto o cheiro dos seus cabelos e me sinto segura, pela primeira vez, dentro de meses, sinto em que eu estava segura.

- Pare com isso! - falo me afastando da mesma - Não quero chorar, não hoje - Falei me sentando na cama.

- Mer... Eu sei que sou a pior pessoas para estar falando isso... Mas... Você sabe que chorar não é proíbido, não é? Desde que... Tudo... Aconteceu... Você... Não colocou nada pra fora. Não que eu saiba.

- Eu estou bem, Cris. Só preciso... Achar algo para distrair a minha cabeça. Caso contrário, irei enlouquecer! - falei desviando meu olhar e colocando minha franja que havia soltado do coque, atrás da minha orelha.

- Você sabe bem o que pode faz...

- Não comece.

- Okay, okay. Me ajude numa coisa - ela falou se levantando. Pego uma colher e me viro, me deitando de barriga para baixo, balanço meus pés vendo Cristina mexer em seu armário.

A mesma tira de lá um vestido tubinho preto e outro azul marinho.

Sorrio.

- Qual dos dois para o seu jantar de gente rica e metida?

- Experimente.

Ela bufa irritada e tira sua calça, e logo sua blusa, ficando apenas de calcinha, vejo que sua barriga estava ganhando forma e sorrio, ainda não conseguia acreditar que Cristina está grávida.

Ela veste primeiro o azul e encaro, caiu perfeitamente em seu corpo, sua barriga estava ainda mais á mostra.

- Gostei, agora veste o outro.

Ela o tirou, colocando o preto logo em seguida, que também caiu perfeitamente, Cristina ficava bem em qualquer coisa.

- Os dois estão incríveis.

- Nossa Meredith, muito obrigada, eu nem estava em dúvida entre os dois, a sua opinião ajudou muito!

Reviro os olhos.

- Preto. Você fica gostosa de preto. Combina com você.

Ela ri e corre ainda seminua até sua penteadeira e pega seu celular.

- Repita para que eu possa gravar para mandar para a gostosa alfa.

Gargalho.

- Você quer me ferrar, é isso?

- O que aconteceria se ela ouvisse?

Suspiro.

- Não sei e prefiro nem ter noção. Não posso quebrar nenhuma cláusula desse contrato, Cris, não posso perder o que me resta.

Ela suspira vestindo apenas sua camisa.

- Eu sei, eu sei - ela se deita ao meu lado - Eu... - ela suspira novamente - Vou dar meu jeito.

- Jeito para que?

- Você verá.

A encaro com o cenho franzido.

- Não espere que eu seja legal com ela e muito menos educada, ela não merece minha educação.

- Você nem a conhece direito, Cris!

- Estou mentindo? Vai dizer que ela é um doce e que trata você feito uma rainha.

Suspiro e continuo tomando meu sorvete.

- Não me importo, sabe? Com nada disso. Estou... Focada nesse contrato, somente. Não me importo com o jeito em que ela me trata ou deixa de tratar, é o jeito dela. Já estou acostumada a ser tratada assim, não é nada demais.

- Não me importo, a obrigação dela é ser pelo menos uma não pé no saco! E você precisa parar com isso, Meredith! Você não precisa estar acostumada a nada! Mesmo depois...

- Vamos falar de outra coisa - a corto, limpando os cantos da minha boca - O que você tinha para mim aqui?

Ela sorri, se levantando e indo até sua escrivaninha e colocando algo atrás de si. A vejo caminhar até mim sorrindo e franzo o cenho.

- TCHARAMMM!!!! - ela ergue três ingressos em uma das mãos e me levanto, os pegando.

- Para que?

- UMA PEÇA DE TEATRO! UHUL! AMOU?

Sorrio.

- Eu, você e George? Como nos velhos tempos?

- Eu, você e o mosquito, como nos velhos tempos.

A abraço e deixo um beijo em sua bochecha.

- Sobre o que é a peça?

- Ah, não sei, algo envolvendo romance, não me pergunte.

Reviro os olhos.

- George tem estado estranho, não é? - pergunto - Conversamos bastante anteontem, mas ele me pareceu abatido. Disse que estava bem.

- Provavelmente aquela vaca da mãe dele falou alguma coisa. Vou me arrumar na casa dele hoje, tento descobrir algo - ela se deita.

- Daniel vai? - pergunto me deitando novamente ao seu lado.

- Está me cobrindo no plantão.

- Sério? Achei que ele iria.

- Para que eu vá eles precisam de outro cirurgião cardíaco lá, só temos eu e ele, entre eu e ele quem você prefere Meredith Montgomery?

Reviro os olhos.

- Me dê esse sorvete, insuportável! - Falo pegando o pote.

- Como foi LA?

- Estressante, achei que seria mais... Calmo.

- Ficou sozinha o tempo todo enquanto luci trabalhava?

A encaro sem entender.

- Meu Deus Meredith para que a gente possa odiar ela juntas você precisa entender os apelidos!

- Não a odeio. Não tenho ódio de ninguém.

- Pois deveria! Mas eu odeio por você. Ódio é o sentimento em que eu tenho de sobra.

Reviro os olhos.

- Você tem certeza que nunca se apaixonaria por ela? Que seu coração não bate diferente quando ela te beija? Hum?

E lá estava ela com aquela conversa novamente. Suspiro.

- Talvez se eu não a conhecesse até poderia, ela é uma mulher incrível, em questões de beleza. Mas não, não Cristina.

- Isso até a minha heterossexualidade concorda, mas é só? Não tem nada de legal nela?

Nego.

- Não que eu tenha percebido. Ela é inteligente, hiper inteligente, acho que é a pessoa mais inteligente em que já conheci em toda minha vida, sei que sabe falar mais de três línguas e que odeia doces, qualquer tipo deles, só isso. Não estou preocupada com essas coisas. Ela não é uma pessoa na qual eu quero conhecer melhor, isso é só um contrato, negócios. Somos sócias, somente.

- Sócias também na cama, aliás, esse é o lugar em que vocês mais são. Vamos falar melhor sobre isso, o sexo é bom mesmo? Não estou convencida ainda.

Suspiro.

- Eu já disse, Cris. É... Diferente de tudo que eu já tive, é estranho, um estranho bom, é claro. Ótimo. Mas... Não sei, nunca senti nada parecido. Ela não mentiu quando disse que o sexo seria o melhor em que eu já tive na vida.

- Presunçosa, odeio ela.

Rio.

- Podemos parar de falar sobre Addison? Já estou cansada desse assunto.

- Okay, vamos assistir um filme então.

Assinto e me aconchego, a mesma se deita em meu peito e me abraça, colocando uma de suas pernas por dentro das minhas e ligando a tv a nossa frente.

Passamos a tarde assistindo um filme aleatório e tomando sorvete, caladas. Eu sentia falta desses momentos.

Verifico a hora em meu celular e vejo já serem 17:50, me levanto, já estava na hora de ir.

- 20:00, okay? Saia de casa às 19:30, chegará lá cinco minutos antes, okay? Como é educado de se fazer.

- Aula de etiquetas, uma hora dessas? Me erra, Montgomery, a princesinha aqui é você, chegarei na hora que der, okay? Quanto mais tarde menos tempo terei que passar no mesmo ambiente que aquela insuportável.

- CINCO MINUTOS CRISTINA! - falo pegando minha bolsa e calçando meus saltos, desprendo meus cabelos e saio, descendo, encontrando o carro parado enfrente ao prédio.

Warren desce e abre a porta para mim, eu ainda não via a mínima necessidade de ele e Helen ficarem ali embaixo enquanto eu passava horas lá encima, mas foram ordens de Addison, e eu não ousaria descordar.

...

Chego em casa às 18:20 e subo as escadas, entro no quarto e o vejo vazio, provavelmente Addison ainda não havia chegado.

Tiro meus saltos e prendo meus cabelos, indo até o closet, me assusto ao ver Addison ali, encarando seu armário. Engulo em seco. A mesma usava apenas uma calça social preta e uma camisa também social preta, seus pés estavam descalços e a mesma tinha seus cabelos presos em um coque mal feito.

- Boa noite - a cumprimento.

- Boa noite - ela responde ainda encarando seu armário.

Vou até o meu lado e escolho um vestido   de alcinhas de seda preto. Escolho um par de scarpans vermelho e os deixo separados encima do puff em que havia ali.

- Organizou o cardápio e o resto das coisas com Miranda?

A encaro.

- Sim. A liguei do aeroporto mais cedo. Já está tudo perfeitamente organizado, inclusive, irei verificar se já está encaminhando.

Ela assente e entra no banheiro, fechando a porta.

Saio do quarto e desço as escadas, encontrando Miranda organizando os sofás.

- Boa noite, Miranda.

- Boa noite, Senhora! - ela me cumprimenta sorrindo - Como foi de viagem?

- Tudo ótimo, Miranda, obrigada. Apenas senti saudades da sua comida.

Seu sorriso se ilumina.

- É uma honra ouvir isso, senhora. Sarah é uma cozinheira de mão cheia!

- Oh, não conte para ela, mas prefiro você - falo sussurrando.

Ela sorri ainda mais.

- Quero apenas saber se está tudo certo.

- Sim, senhora. Já está tudo encaminhando e o jantar será servido às 20:30 em ponto.

Sorrio, assentindo.

- Sobremesa?

- Sua torta de morango preferida, é claro, outra de limão e Petit Gâteau, para agradar todos os gostos

Assinto sorrindo.

- Você é o meu anjo, Miranda! Sinto que já engordei nesse mês em que passou.

- Ah, senhora! Tudo para vê-la feliz e satisfeita, esse é meu trabalho. E a senhora não engordou absolutamente nada.

Assinto sorrindo.

- Obrigada, Miranda.

- Ao seu dispor sempre, senhora.

Me viro subindo as escadas novamente e olho ao redor. Eu já estava começando a me sentir em casa.

Já conhecia maior parte dessa casa, já estava familiarizada com tudo, com os empregados e principalmente com Miranda. Entro quarto e olho ao redor, encarando a cama.

E com certeza já estava mais que acostumada com a maciez inexplicável daquela cama. Sequer me lembrava como era a minha antiga.

Sorrio fraco para mim mesma, isso dará certo, um mês se passou como um sopro, três anos não serão tão longos. Eu farei isso dar certo, daqui a três anos estarei livre e com dinheiro o suficiente para fazer o que eu quiser, viver a vida em que sempre quis e realizar tudo em que planejo. Isso dará certo, terá que dar.

...

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