Sebastian
Pareço apenas respirar direito no segundo em que piso em solo norueguês pela primeira vez em meses. Desde que comecei a minha caçada a noiva perfeita, tinha me afastado completamente ao lugar que fiquei a maior parte da minha vida. Todo o tempo que fiquei fora foi muito útil, considerando que agora eu sabia da existência de pelo menos quase todas as pessoas que frequentavam a sociedade real.
— Você não me disse que era tão frio assim. — Amerie resmunga para mim, que dou risada ao ver ela tremer de frio a cada passo.
ela estava perfeitamente coberta, mas mesmo assim, tinha poucas peças de roupa para um dia de outono norueguês. Amerie não parecia gostar muito de frio, provavelmente por estar acostumada a passar sua vida toda em Iates de biquíni com seus irmãos caipiras. Penso em uma resposta sarcástica para dar, mas tiro meu sobretudo e coloco sob seus ombros no momento em que vejo seu lábio inferior tremer de frio.
— Eu achei que você sabia. — Falo enquanto afago seus ombros em uma tentativa de esquentar seu corpo. — Vou me certificar de ver como está o tempo na próxima vez que nós formos viajar.
— Ou podemos nunca mais viajar para países frios. — Ela suspira de alivio assim que chegamos ao carro que estava muito mais quente que lá fora.
Amerie cumprimenta a motorista que sorri gentilmente para nós dois enquanto tira o meu sobretudo e até mesmo seu casaco. Revelando um decote enorme que até agora estava coberto. Meus olhos descem de forma automática para seus seios e eu desvio os olhos rápido o suficiente, mas mesmo assim ela percebe.
— Isso não é digno de um príncipe. — Ela debocha me fazendo revirar os olhos.
— Não é mesmo. — Concordo e puxo ela para o meu colo, subindo a divisão de nós e a motorista.
Nós tínhamos um caminho de pelo menos duas horas agora. A reunião familiar seria no castelo da minha tia, que era distante o suficiente da minha casa. O costume antigo de dormirmos na casa de quem daria o jantar era terrível, mas era uma das coisas que eu não precisaria mais tolerar quando fosse rei. Se eu tivesse sorte, seria a ultima vez que eu precisaria passar por isso.
— Eu li em algum lugar que vocês passam três meses sem sol. — Amerie fala, olhando para a janela de forma encantada. — Como é?
— Não acontece em todo país. É apenas no extremo norte, quase perto do polo norte, Um fenômeno que sem duvidas, é terrível. Nunca passei mais de um mês lá. — Explico vendo seus olhos grandes cheios de curiosidade. — Depois que os três meses sem dia passam, eles tem algumas semanas apenas de dias. O sol não se põe.
— Eu detestaria. — Ela murmurou e seus olhos foram novamente para a janela. — Parece deprimente.
Reprimo uma risada cheia de cinismo e me limito apenas a olhar para ela com a pior cara possível. Era obvio que Amerie nunca moraria em um lugar como esse, nem mesmo na parte mais normal da Noruega. Ela nunca se acostumaria com tanta roupa, e a não ter toda a confusão das corridas de formula um. Nova York era o mais longe que ela podia estar de Mônaco.
— Claro que detestaria. — puxo o salto enorme do seu pé esquerdo, colocando no banco ao lado. — Você vem de um lugar que as pessoas jogam em cassinos de noite, e apostam em carros de dia. Como iria gostar de um lugar em que as pessoas são normais e pacatas?
— Eu nunca fui a nenhum cassino. — Ela me olha com a maior cara de raiva que consegue fazer. — E você é insuportável. Quis dizer que nunca moraria em um lugar que quebrasse tanto assim minha rotina.
— Quebrar sua rotina?
— Exatamente. — Ela fala com irritação. — Eu faço pilates todos os dias ás cinco da manhã, nado nas terças ás sete da noite e programo minha agenda conforme meus compromissos aparecem. Durmo todos os dias de onze em ponto da noite. Como saberia se estava de noite ou de dia sem que o sol nasça?
— Com um relógio. — Falo de maneira obvia, sentindo sua irritação crescer ainda mais. — É bastante interessante, eles dizem até os segundos se você quiser.
Pela primeira vez na vida, Amerie ruborizou de raiva, ficando ainda mais adorável do que era e meu sorriso se alargou com a cena. Ela tentou sair do meu colo, batendo com toda a força que podia nos meus braços, me fazendo gargalhar.
— Não gosto que me tratem com condescendência. — Ela diz, seu rosto inteiramente sério.
— Caipiras não gostam de muita coisa.
Parece ser a gota d'água para ela, que tenta ainda com mais determinação sair de cima de mim. A divisão começa a ser lentamente abaixada, e a motorista nos olha com preocupação, claramente interpretando mal a cena que viu e ouviu.
— S-uua Alteza, o rei, está no telefone. — A voz dela treme, e vejo ela olhar para Amerie com preocupação.
Um suspiro frustrado sai dos meus lábios e eu finalmente afrouxo os braços ao redor dela, que ainda continua no meu colo mesmo depois de eu atender o telefone. A motorista parece precisar de mais alguns segundos para se certificar que não estou forçando Mare a nada, e depois sobe a divisão novamente, me fazendo dar uma risadinha pelo nariz.
— Eu já estou no carro, a caminho. — Falo com a voz mais ríspida que consigo e Amerie aproxima seu rosto do meu, tentando ouvir a conversa.
Antes que ele pudesse falar mais alguma coisa, desligo o telefone. Sei exatamente o que meu pai iria falar agora. Eu tinha comunicado que estava levando Amerie apenas a dois dias atrás, e como esperado, ele não tinha apenas odiado a surpresa, com também feito questão de me fazer ouvir um sermão de duas horas sobre o quão sério aquilo era. No momento em que eu apresentasse ela, todos automaticamente pensariam que ela era a minha noiva já que ela estava usando um anel da família, mas não me importei nenhum pouco. Mesmo que Amerie fosse desqualificada em vários sentidos para ser rainha, ela ainda assim era uma princesa e sem duvidas, aquilo tinha que valer para a minha família e se não valesse, o fato de eu estar virando o próximo rei com certeza faria todos ficarem de boca aberta.
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