Amerie
Levo um pouquinho de tempo pra me recuperar do que aconteceu alguns minutos atrás. Sebastian sai de perto de mim o mais rápido que pode, e é impossível ignorar a ereção na calça dele.
De repente, adoro as reuniões da família dele.
Qualquer resquício de tensão que eu tivesse tinha desaparecido por completo agora, e sinceramente, eu não estava nem aí para as picuinhas que o pai de Sebastian poderia fazer. Era óbvio que ele não tinha chamado nós dois aqui para conversar, mas não vim apenas por Sebastian, amo meu noivo e faria de tudo para apoiar ele, mas a história de Oliver e o tiro ainda não saíram completamente da minha cabeça.
Tudo aconteceu bastante rápido e apesar de me odiar por estar descumprindo a promessa que diz a Adam e meu pai de deixar essa história pra lá, não consigo dormir em paz. Não consigo entender nada disso, e ninguém está disposto a me contar por livre e espontânea vontade. Até Holly decidiu que eu era frágil demais para saber e não toca mais no assunto comigo.
— Desculpa eu não sabia que tinha gente aqui. — Uma voz feminina com um sotaque bastante forte soa, e olho por reflexo para o espelho do banheiro.
A mulher deveria ser alguma tia de Sebastian, mas não parecia ser mal educada como todo o resto. Seu cabelo era preto e estava preso a cabeça com um coque bem feito, tão elegante que prendi o fôlego. Ela era linda.
— Eu já estava de saída. — Dou um sorriso ao falar ao me virar para ela, que fica paralisada quando finalmente tira os olhos do celular para me olhar.
Ótimo. Ela tinha me tratado bem apenas por não saber que eu era a noiva de Sebastian, típico da família Montet.
Seus olhos me examinaram de cima a baixo e antes que ela pudesse falar alguma coisa, apressei meu passo para ir embora. Não ligava para o que eles pensavam, mas também não ia ficar sendo insultada de graça. Antes que eu possa virar o corredor ouço a porta do banheiro que eu estava bater e o som de saltos batendo forte contra o chão, como se alguém estivesse correndo.
— Mare, passei cinco minutos te procurando. — Sebastian diz assim que me encontra, olhando para trás de mim. — Temos que ir embora agora.
Franzo a testa, confusa.
— Nós nem comemos ainda. — Percebo que foi idiota dizer isso assim que as palavras saem da minha boca. — Você e seu pai brigaram?
Sebastian fecha os olhos por um segundo e suspira como se estivesse procurando calma. Seus olhos estão frios quando abrem, mas não para mim.
— Nunca mais vou falar com ele, garanto a você que nós nunca mais vamos pisar aqui. — Ele pausa. — E você porra, longe dela.
Ele range os dentes e me viro para ver a mesma mulher que tinha esbarrado comigo no banheiro.
Seja lá o que a família de Sebastian tenha feito, foi a gota d'água. Consegui enxergar isso nos olhos dele, e não me sinto nem um pouquinho culpada por estar aliviada por isso. Todo esse estresse poderia sobrecarregar o coração dele, e se existia alguém que merecia a felicidade, essa pessoa era ele.
— Amerie, eu...— A mulher começa e Sebastian bufa. — Querida precisamos conversar.
Querida? Olho para ela com a cara mais estranha do mundo.
— Você não vai conversar com ela enquanto o insano do seu marido está lá embaixo, sem nem cogitar a ideia dela estar aqui. — Sebastian gralha, extremamente irritado. — Nós dois vamos embora agora, e caso ela queira falar com você entramos em contato. Quando e se ela quiser, agora saia da minha frente e finja que nada aconteceu quando chegar lá embaixo.
A mulher misteriosa começa a se preparar pra obedecer cada palavra de Sebastian, mas ainda estou perdida.
— Quem é você? — Pergunto, fazendo-a olhar pra mim. — E por quê quer falar comigo?
Seus olhos se enchem de lágrimas no segundo em que ela escuta a minha voz. Ela parece senti dor física, e isso me deixa um pouquinho assustada. Olho pra Sebastian que não se abala bem um pouquinho pela sua expressão, e de repente entendo.
— Você é a minha mãe? — Pergunto quando vejo que ela não consegue responder as outras perguntas.
— Elizabeth Thatcher. — Sebastian diz com desgosto. — Esposa do Senador que atirou no seu pai.
Todo o desprezo de Sebastian faz sentido agora, mas não sou tão sanguínea como a maioria. Não sei se ela concorda com o marido ainda, e pela emoção nos seus olhos, tenho a impressão que ela não é uma pessoa totalmente ruim.
— Você precisa ir embora. — Seus olhos ainda brilham de lágrimas. — Querida, você precisa sair do país agora.
Sinto meu sangue gelar no momento em que suas palavras me atingem, se o marido dela tinha tentador matar meu pai uma vez, com certeza teria vontade de fazer de novo.
— Por quê ele atirou no meu pai? — Pergunto. — E por quê vocês dois estão aqui?
Ela abre a boca, mas vozes no corredor ao lado começam a surgir. Elizabeth fica paralisada, e olha pra Sebastian e para mim com uma expressão de horror.
— Mente pra ele, diz que está se sentindo mal e cai fora da porra da casa do meu pai. — Sebastian sussurra, violento. — Fica longe dela até ela querer falar com você.
Dito isso, me pega pela mão e me leva até uma porta que eu nem sabia que existia. Pra mim essas coisas de passagens secretas era balela, mas fico aliviada por existir. Algum senador chamado Thatcher queria matar meu pai? Me matar? Elizabeth era esposa desse cara? E minha mãe?
As perguntas rondam a minha mente e diferente do que senti quando descobri que Brian era meu pai, não existe nenhum pesar nisso, apenas curiosidade. O que aconteceu quando nasci? Por quê estou no meio de uma confusão que nem sei a causa? E o mais importante, por quê estão atacando a minha família?
— O que você está fazendo aqui, Elise? — Uma voz masculina soa, e presumo ser Thatcher.
Ela funga uma vez antes de começar a chorar, aos soluços.
— Não estou me sentindo bem, eu quero ir embora. — Sua voz soa bem convincente, e sebastian suspira aliviado atrás de mim. — Por favor, That, eu...
— Claro que não vamos embora. O rei em pessoa nos convidou, quando você vai deixar de ser tão mal agradecida? — Ele a interrompe. — Toma algum remédio e limpa essa cara, você está um lixo. Não quero que o rei pense que somos desqualificados.
Sinto meu sangue ferver agora. Quem aquele cara achava que era?
— Mas que porra? — Sussurro, e Sebastian tapa a minha boca me impedindo de falar.
— Eu sei, mas você precisa ficar calada pra ajudar. — Ele diz, me segurando até que eu fique quieta.
Minha mãe biológica parecia estar em um relacionamento abusivo, meu pai biológico estava com câncer e eu, estava na mira de um assassino.
Que belo tempo pra ficar noiva.
CHEGUEI. demorei? Sim, mas cheguei? Também!
Vou atualizar mais 2 vezes essa semana, vem feriadoooo
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