Amerie
Quando chega o final do dia, estou exausta.
Na última semana tudo que fiz foi correr e correr. Summer não estava facilitando nem um pouco, e também estava quase irredutível a ideia de participar do Empire. Tive que fazer das tripas coração para conseguir convencer ela a ficar pelo menos por uma semana, e pelo que vi, ela tinha quase aceitado. Era difícil. Ela era mãe solteira e só tinha vinte e dois anos. Não consigo imaginar quão difícil deveria ser mãe solteira, e ainda mais com a renda mensal que ela tinha.
Para a minha sorte hoje tínhamos um jantar na casa do pai de Adeline, que era o principal patrocinador do Empire. Ela surtou quando soube que teria essa chance e consequentemente, ficou mais fácil de conversar.
— Você tem certeza que vai a esse jantar? — Dean pergunta enquanto me ajuda a colocar o colar. — Sebastian vai estar lá e tal.
— Não estou nem aí para ele. — Digo com um sorriso convicto. — A ideia de ajudar Summer a voltar a faculdade ocupa meus pensamentos dia e noite, ver ele não é um problema.
Ele assente e puxa um pouco a gravata, parecendo estar odiando se vestir de forma tão elegante.
— Margie não vai. — Ele diz e estala a língua no céu da boca. — Está conversando com o namorado.
É quase imperceptível, mas ele faz uma expressão de desgosto por um segundo antes de desviar os olhos até o celular.
— Achei que gostasse dele. — Falo e Dean continua mexendo no celular sem olhar para mim.
— Tanto faz. — Ele dá ombros. — Não é meu namorado, não tenho que gostar do cara.
Congelo por cinco segundos. Dean faz exatamente a mesma expressão que Holly quando está com ciúmes, chega quase a ser cômico.
Tento voltar um pouco a memória e não consigo me lembrar de nenhum momento em que ele e Margie tiveram alguma coisa. Pelo contrário. Sempre achei que fosse mais próxima deles dois do que um com o outro. Acho que perdi tanto tempo pensando em mim que não reparei o que estava bem a minha frente.
— Você gosta da Margie? — Pergunto sem rodeios.
Ele não diz nada, só olha para mim com uma expressão que nunca vi ele fazer antes.
— Não conta pra ela. — Ele pede. — Ela parece gostar mesmo do namorado, e eu não quero estragar a nossa amizade por causa disso.
— Claro que não vou contar! — Mas quero, e muito. — Nunca imaginei que você gostasse de alguém além de você mesmo.
Ele ri e revira os olhos antes de arrumar a gravata pela milésima vez.
— Eu sou discreto, gata. — Dean pisca o olho direito pra mim e dou uma risada alta.
Mas é impossível não ficar meio triste por ele. Dean merece ser feliz mais do que tudo no mundo. Ele é bem idiota na maioria das vezes, mas só é da boca pra fora. É tão decente que as vezes tem o coração massacrado por alguma caloura bonitinha da faculdade e faz questão de ajudar todo mundo que pode. Todas as senhoras que viraram nossas clientes fiéis eram apaixonadas nele, e ele tinha a maior paciência do mundo com cada um dos clientes. Também vi ele pagar mais de duas vezes o almoço de um garotinho que aparece na confeitaria com a mãe que nem sempre pode comprar o que ele quer.
Ele era um cara legal, era uma pena estar apaixonado por alguém que já amava outra pessoa.
Saímos depois de dez minutos e graças a Deus, não precisamos chamar um táxi já que o pai de Adeline tinha oferecido o motorista que já estava nos esperando assim que saímos do hotel.
Passei o caminho inteiro observando as ruas de Madrid de forma apaixonada. Sempre fui bastante decidida, além de Nova York o único lugar que eu amava era Mônaco, minha casa. Agora também tinha a Espanha que sem dúvidas me tirou o fôlego desde o momento em que cheguei aqui. Ser expulsa do hotel foi a única coisa ruim que aconteceu, mas vai render boas risadas depois de alguns meses.
— Mare? — Christian fala assim que passo pela porta e assim como ele, estou chocada. — Uau, isso sim é uma surpresa.
Nós nos abraçamos e ignoro o olhar de Jackson em cima de mim. Sei que ela era bem ciumenta em relação a ele, mas não ligava para isso.
— Estou participando do Empire. — Digo e ele abre um sorriso gigante. — Esse é Dean, ele é meu sócio.
Eles se cumprimentam enquanto eu falo com o resto das pessoas, para a minha surpresa Summer já estava lá. Parada ao lado de nada menos nada mais que Sebastian.
Como ela era tecnicamente minha convidada me sinto no dever de ir até lá, e abraço ela, me limitando a dar um boa noite simples a Sebastian.
— Só eu não ganho abraço? — Ele diz e abre um sorriso lento por cima do copo de whisky.
— Acho que seu pai não permite que alguém como eu abrace você. — Retruco sem aumentar o tom de voz.
— Vocês já se conhecem? — Summer pergunta fascinada. — Sabia que ele vai virar rei?
Seus olhos quase saltam para fora de tanta animação, diferente de Dean que parece estar odiando conviver com políticos, Sum está animadíssima.
— Ah, claro que sabia. — Sebastian responde antes de mim. — Ela foi a primeira a saber.
Summer olha para mim com uma sobrancelha arqueada, claramente confusa. Ela não sabia quem eu era, já que deixei bastante claro que não queria usar meu título de princesa nem aqui nem nunca mais.
— O primo dele namora minha irmã. — Falo querendo encerrar o assunto, e olho feio para Sebastian.
Não consigo entender o que ele quer da vida. Lembro exatamente do dia que ele falou com todas as letras que não queria nada comigo, e então me esquece por um ano inteiro e quando finalmente estou em paz quer fingir que nada aconteceu?
— Bom o jantar está pronto, por que não vamos para a mesa? — Adeline aparece com uma morena ao seu lado. — Mare essa daqui é a Allie, ela é minha melhor amiga.
A garota se limita a me dar um sorriso, parece ser tímida e me lembro dela quase que automaticamente do concurso. Ela era da equipe do cara arrogante, sinto vontade de dar tapinhas de compreensão na suas costas.
— Não sabia que melhores amigas transavam. — Dean sussurra quando passa por mim e dou um tapinha no ombro dele.
Para a minha surpresa não vejo o pai de Adeline, nem tampouco a mãe e cada um se senta em lugares bastante estranhos na mesa. Vejo Nash do lado oposto ao meu e aceno com a mão quando vejo ele me mandar um beijo. Adeline e Allie se sentam juntas, Christian e Nash também e para a minha infelicidade fico entre Sebastian e Jackson.
— Você não podia sentar em outro lugar? — Pergunto a Sebastian com irritação.
— Quero falar com você. — Ele diz meio que sussurrando. — Amerie eu sei que...
— Eu não quero falar com você. — Digo de forma firme o suficiente para que ele entenda de uma vez por todas. — Não quero ouvir nada do que você tenha a falar por que sei exatamente o que quer dizer. Vai fingir que nós dois temos alguma esperança e depois vai sair correndo de medo do seu pai descobrir sobre mim e sinceramente, eu não estou mais interessada nisso.
Olho para frente assim que termino de dizer isso, determinada a ignorar qualquer coisa que ele tenha a me dizer.
Gente e Amerie toda decidida a dizer não pra Sebastian?
Eu entendo a dor dela, correu atrás de mais!!!!!
ENFIM UM MIMOO
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro