56. Mais um.
2.388 palavras
Música do capítulo: Candles - Daughter (mídia)
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Quatro anos depois
— Mamãe, mamãe! — Ouço uma voz no fundo do meu ouvido e sinto alguns pulos em cima da minha cama. — Vamos, mamãe. Acorda! — Mais pulos na cama e então eu decido me levantar. Thea está pulando em cima da cama e embrulhando os lençóis, sei porque o agito. Hoje é o seu aniversário de cinco anos. Ela está tão linda. Vai ser na casa da Lori porque ela insistiu muito. A Lori comprou um pula-pula e consequentemente comprou a Thea junto. Então ela reinou para que fosse lá.
— Boa tarde, meu amor. Cadê o papai?
— Ele disse que foi resolver alguma coisa na empresa — ela diz, ofegante, ainda pulando de um lado para o outro na cama.
— Vem me dar um beijo, não fica pulando. — Então ela fica sentada do meu lado e eu a abraço.
— Você esqueceu, mamãe?
— É claro que não. Feliz aniversário, princesa. Eu te amo!
— Oba!
— Que tal um lanche da tarde especial?
— Eu quero!
— Vamos tomar um banho daí a gente faz um lanche. — Levanto e ela fica sentada na cama. — Sem briga para tomar banho hoje de manhã, mocinha. — Então ela pula da cama e vai para o banheiro.
Tomamos banho, enrolo uma toalha no meu corpo e ela faz o mesmo. Vamos para o seu quarto e a ajudo a colocar um vestido amarelo queimado muito fofo. Penteio o cabelo dele e ela começa à brincar.
— Eu vou me trocar. Já volto.
Então vou para o quarto e me troco. Coloco uma calça preta e uma regata branca. Penteio o cabelo e coloco uma rasteirinha. Passo um hidratante no corpo e passo no quarto da Thea.
— Meu amor, vamos fazer alguma coisa para comer? — peço.
— Sim! — ela diz, empolgada. Então vamos para a cozinha.
— Vamos fazer cookies?
— Pode ser. — Ela arrasta uma cadeira e põe seu banquinho. Subindo em cima dele. — Ah, mamãe, o avental!
— Claro. — Sorrio, pegando o meu avental e o dela. Colocamos. — Acha a receita aí no caderno. — Vou até a geladeira e começo à pegar as coisas assim que ela vai ditando.
— Dois ovos e leite... Só isso, mamãe.
— Tudo bem. — Coloco todas as coisas da mesa e então começamos a misturar tudo na bacia.
É sempre a maior festa quando fazemos alguma coisa na cozinha. Ultimamente não fazemos mais isso. Já que o jornal está cada vez mais puxado. Eu trabalho de manhã e de tarde. Já que a Thea vai para a escola à tarde, durante a manhã temos uma babá, a Luciana. À noite eu estou um caco, mas mesmo assim a ajudo nas tarefas antes de assistir televisão ou brincar ou dançar. Como o Mike chega sempre lá pelas nove horas durante a semana eles brincam até tarde às vezes. Daí no outro dia todo mundo está um caco de novo. São raros os momentos que podemos ficar na cozinha fazendo um bolo ou sair para fazer um passeio no parque.
— Dentro de tinta minutos eles terminam de assar. Vamos arrumar essa bagunça — digo, colocando a bandeja com os cookies e fechando a porta do forno.
— Papai! — ela grita, quando vê Mike chegando. Olho no relógio e me espanto. Por mais que seja sábado, Mike nunca chega antes das três da tarde.
— Oi, princesa! — Ele a pega no colo e a gira no ar, dando um beijo em sua bochecha. Então ele vem para a cozinha e me dá um selinho.
— Oi, amor — digo. — Chegou cedo.
— Pois é, hoje está super tranquilo. É semana de pagamento, então o meu setor não tem muito a ver. O que vocês estavam aprontando?
— Fizemos cookies... — Thea diz, empolgada.
— Que maravilha. Mas alguém tem que se arrumar para uma festa, não é?
— Sim!
— Podemos esperar os cookies — falo, terminando de guardar as coisas na geladeira e nos armários.
— Tá.
— Papai, eu vou assistir desenho. — Então ele a coloca no chão e ela vai pulando para a sala.
— A mamãe aqui também quer fazer alguma coisa. — Vou até ele e o beijo. Ele passa as mãos pela minha cintura e eu sorrio.
— Mamãe, a televisão... — A Thea aparece na cozinha e abre a boca. — Eca! — Eu e o Mike damos risada e ele vai ajudar ela, e quanto eu termino de limpar a cozinha.
Esperamos meia hora na sala até os cookies ficarem prontos. Depois eu levo eles para a sala e comemos assistindo um dos desenhos que a Thea gosta.
É um dos melhores momentos do meu dia, nem que seja por cinco minutos, mas eu amo sentar no sofá com a minha família. Ver a Thea brincando no chão e assistindo um filme com Mike. É muito maravilhoso, mas então meu celular começa à tocar.
— Clary?
— Oi, Lori.
— Tudo está pronto. A Paty e a Violet vieram me ajudar. Está tudo muito fofo, mas aThea tem que estar aqui antes.
— Eu sei, amor. A gente já vai. São três e meia. O aniversário é só às cinco.
— Tudo bem.
— Você está quase mais ansiosa do que ela.
— Eu sei, desculpa. Vejo vocês mais tarde.
— Claro, querida. Até mais.
Coloco o meu celular para carregar e volto para a sala. Onde o Mike está com a Thea no chão desenhando com os papéis apoiados na mesa, tão fofinho.
— A tia Lori ligou dizendo que tudo está pronto. Vamos nos arrumar? — peço, empolgada.
— Podemos terminar o desenho? — Thea bem levanta o olhar.
— Podem, mas rápido porque a sua tia vai ficar louca se você se atrasar. — Ela sorri e eu me lembro de que o quarto dela está uma bagunça. Então, enquanto eles terminam lá na sala, eu vou para o quarto dela.
Está tudo uma bagunça, têm brinquedos para todos os lados, a cama desarrumada e as portas do guarda-roupa abertas. Arrumo tudo e em menos de dez minutos ela entra saltitando no quarto.
— Olha, mamãe! — Estou virada para a cômoda. — Mamãe!
— Calma, amor. — Guardo a última peça de roupa e me viro para ela. Que está com uma folha de papel A4 em mãos.
— Somos eu, você, o papai e a Arendelle — ela diz, mostrando cada um. Mesmo que nada parecidos, sorrio.
— Muito lindo, princesa. Deixe ele ali na mesinha e vamos nos trocar. Vai tirando esse enquanto eu pego o seu vestido.
Ajudo-a com as suas coisas. Coloco nela um vestido branco liso, uma tiara de flores e uma sapatilha. O que leva muito tempo, já que ela está extremamente imperativa hoje. Deixo ela no quarto e vou para o meu. Coloco uma saia branca de cós alto e uma regata de cetim azul. Calço um salto. Algo que faz muito tempo que eu não uso. Mike entra no quarto enquanto eu estou no banheiro fazendo maquiagem e cabelo.
— Está pronta? — ele pede, uns dez minutos depois.
— Sim. — Dou um selinho nele enquanto saio do quarto e vou para o da Thea. — Vamos, meu amor.
— Vamos! — Ela calça os sapatos de novo e vem até mim.
Mike pega as chaves e nós descemos de elevador, a Thea vai no banco de trás cantando e dançando. Levamos mais ou menos meia hora até chegar na casa da Lori.
Está tudo incrivelmente lindo, tudo decorado de branco e dourado.
— Tia Paty! — Thea diz, vendo-a e pulando em seu colo.
— Oi, minha linda.
— Oi, meninas — digo e nós nos cumprimentamos. — Tudo pronto?
— Sim. Na verdade, o rapaz que ficou de trazer o gelo para as bebidas ainda não veio — Lori diz.
— Como não? Eu liguei para ele ontem e pedi para ele estar aqui antes às duas, no máximo. — Pego meu celular.
— Pois é...
— Mamãe, eu posso ir no pula-pula? — Thea pede.
— Não agora, amor. Espera. A mamãe tem uma coisa para resolver. — Disco o número.
— Quer que eu vá buscar? — Mike pede.
— Você faria isso?
— É lógico. Já volto.
— Obrigada.
— Eu vou com o papai! — Thea desce do colo da Paty e vai para o Mike.
— Não, querida...
— Deixa ela. — Mike a pega pela mão.
Assim que eles saem duas mães de duas amigas da Thea chegam.
— Sejam bem-vindas, Alice e Hannah — digo, indo até elas. — A Thea saiu com o pai dela, mas ela chega o mais breve possível. — As garotinhas correm e me abraçam. — Oi, Luiza. Oi, Vanessa. — Dou oi para as mães.
O Mike e a Thea demoram meia hora, mas chegam com os sacos de gelo. Colocamos nos freezers e então as crianças começam à chegar e eu e a Paty as recepcionamos.
A festa está bem tranquila até. Quase todos da turma dela vieram, alguns trouxeram os pais e agora, no final, as crianças estão no parquinho e os pais estão sentados nas cadeiras vendo elas brincar. E cansados de correr para lá e para cá. Finalmente a hora do parabéns chega. Depois a sessão de fotos — tão esperada por Thea.
São sete e meia da noite, a última criança acaba de ir embora, a Thea está deitada no sofá da Lori e nós estamos arrumando tudo.
— Alguém quer vinho? — Paty aparece com taças e um litro na mão, todos aceitamos e bebemos enquanto terminamos de arrumar, o que acontece meia hora depois.
Ainda ficamos meia hora conversando.
— Acho melhor irmos, amor. A Thea está dormindo já.
— Tudo bem.
— Você pega ela?
— Tá.
— Bom, meninas. Obrigada pela festa incrível. Tenho certeza que todos adoraram.
— Imagina, meu amor — Lori diz, me abraçando.
Chegamos em casa e eu troco a Thea. Ela está acabada, nunca vi ela brincar tanto. Fecho a porta do quarto.
Vou para o quarto às dez e meia. Depois de dar uma geral na casa e terminar uma redação que eu preciso entregar segunda. Sobre o desrespeito com o meio ambiente e as medidas profiláticas para algumas doenças do século. Não muito legal.
— O que você acha que acontece agora? — Mike pede, quando eu estou virada para a cômoda, colocando os brincos na caixinha. Ele vem até mim, colocando as mãos na minha cintura.
— O quê? — Continuo virada para frente.
— Vinho... Um dia cansativo... A mulher mais linda do mundo, que por acaso é a minha mulher, aqui nesse quarto, comigo?
— Mas e a Thea...
— Como se ela em casa fosse um impedimento... E ela está muito cansada.
— Pois é. — Viro-me para ele, colocando minhas mãos em volta da sua nuca e o beijando.
Duas semanas depois
Os diretores do jornal onde eu trabalho foram para uma conferência em Amsterdã. Como sexta a babá da Thea não trabalha — porque ela tem prova na faculdade de manhã — eu a levo nas aulas de ballet. Tomo banho, coloco um vestido rosa bebê. Prendo o cabelo e coloco uma sapatilha. Passo no quarto da Thea e ela está brincando com as coisas que ganhou do aniversário. Uma das coisas que ela mais uma é uma espécie de gravador de voz de voz. Não tem muita utilidade a não ser gravar a própria voz e ouvir incessantemente durante o dia todo.
Mike está com o carro então vamos à pé para a dança. Que é a cinco quadras de casa. A aula é curta e é uma das coisas que ela mais ama fazer. Então é um prazer para mim ter que esperá-la. Assim que a aula acaba nós vamos na farmácia. A Thea foi ao médico ontem e está com a imunidade um pouco baixa, então tenho que comprar uns remédios para ela. Entramos na farmácia e ela vai para a sessão de maquiagens.
Passo pela sessão de absorventes e automaticamente pego meu celular, é dia trinta e um de janeiro, a minha menstruação está atrasada há alguns dias. Então ao lado tem um teste de gravidez. Pego o mesmo e passo no caixa.
— São vinte e seis dólares — o atendente diz.
— Claro. — Entrego o dinheiro e a Thea vem ao meu lado. — Onde é o banheiro?
— Final da sessão de protetor solar. — Ele sorri. — Boa sorte.
— Obrigada.
— Mamãe? — Thea pede quando estamos indo ao banheiro.
— Sim?
— Por que ele te deu boa sorte?
— Agora eu não posso explicar, meu amor. Você espera a mamãe aqui?
— Por quê?
— Segura a sacola.
— Não, mamãe. Eu quero entrar.
— Está bem.
Ela segura a sacola e assiste aquela cena com uma cara de nojo.
— Eca, mamãe. O que é isso?
— Espera um pouco, querida.
Então finalmente os quinze minutos se passam. Depois de ser bombardeada com as perguntas da Thea eu vou até a pia e olho o teste: Positivo.
Solto um leve grito, mas contenho a minha felicidade. Coloco o teste na caixinha e coloco a mão na barriga. Encarando o meu rosto no espelho, eu não acredito, eu estou grávida. De novo. Então a Thea ainda está me encarando com uma expressão engraçada. Parece que você vai ter um irmãozinho, penso, mas acho melhor não falar nada porque eu quero fazer uma surpresa para o Mike.
— Está tudo bem com você, mamãe?
— Sim. Muito.
— Por que você não quer me dizer o que está fazendo?
— Meu amor... — Me abaixo na frente dela. — Não é que eu na queria te dizer, é que vai ter um momento exato que eu vou dizer a você e a papai, juntos. Está bem? Não fala nada disso para ele, está bem, querida? — Passo minhas mãos em seus cabelos.
— Tudo bem, mamãe. — Ela estende o mindinho e eu também. — Prometo.
— Isso mesmo. — Beijo sua testa. — Boa menina.
Saímos do banheiro e têm duas pessoas do lado de fora. Passamos por ela e pelo atendente.
— Mamãe, me leva no colo?
— Claro. — Então a levanto ela na altura do meu ombro.
— Oba!
— Eu não sou forte como o seu pai. Não aguento muito tempo.
— Tudo bem.
Até chegar em casa eu penso em algo especial. Até que eu tenho uma ideia. Muito simples, mas sei que ele vai gostar. Ele vai gostar de qualquer coisa que eu disser a ele.
— Filha, vem aqui — digo, quando estou sentada na sala assistindo televisão e ela está no chão pintando alguma coisa.
— O quê?
— Quando o papai chegar eu e ele vamos conversar, aí quando eu pedir você vai contar o que aconteceu no banheiro, tá?
— Contar que você fez xixi em um palito, mamãe? — Ela leva as mãos até a boca e dá um risadinha.
— Isso mesmo. — Definitivamente soa estranho, dou uma risada interna e sorrio para ela.
Então eu faço meu combinado com ela e esperamos na sala. Até que a porta se abre. Está chegando a hora.
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