54. Feliz Ano Novo.
3.023 palavras
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— Bom dia, amor! — Mike diz, quando os meus olhos estão abrindo.
— Bom dia. — Sorrio e esfrego os olhos. — Que horas são?
— Devem ser nove horas, por quê?
— Nada.
— Bom, eu vou tomar banho, depois fazemos alguma coisa para comer.
— Tá, me chama quando estiver pronto..
— Eu não sou seu empregado não. — Ele dá risada.
— Claro.
Então ele sai da cama e eu olho ao redor em busca do meu celular. Olho e são nove e vinte. Dia vinte e oito de Dezembro, duas semanas e meia para a minha menina nascer. Sorrio, passando a mão na barriga. Olho pela janela e não tem Sol hoje.
— Bom dia, princesa. Espero que esteja tudo bem aí dentro. Estamos ansiosos para ver você. — Sinto um chute e sorrio.
Levanto-me e Mike sai do banho. Pego uma roupa quente e entro no banheiro assim que ele sai, tomo um banho rápido, sem lavar o cabelo porque ele vai levar onze meses para secar, eu odeio ficar com o cabelo molhado, mas também estou com preguiça de secar com o secador. Coloco uma roupa quente e saio do banheiro, Mike não está mais no quarto.
— O que você está fazendo? — peço, entrando na cozinha.
— Nada muito especial. Não nasci com essa habilidade. — Ele passa por mim e me dá um selinho.
— Pois é.
— Ei! Não concorda.
— Tudo bem. — Seguro o riso. — Sabe o que eu quero comer?
— Ah, não, eu não vou sair de novo. — Noite passada eu fiz ele ir na conveniência aqui da esquina comprar sorvete de flocos com cobertura de uva para mim.
— Relaxa, não é nada.
— Fala, amor.
— Framboesa. Colhida do pé.
— Hum... Sabe que eu tive uma ideia? — Ele se senta na cadeira e eu também. Pegando uma torrada e passando manteiga.
— Que ideia?
— A gente podia passar o Ano Novo na casa dos meus avós, eles moram em um sítio. Há uns cem quilômetros daqui.
— Amor?
— Eu garanto que a estrada é super tranquila. Não vai ficar mexendo nem nada. Além do mais, a Thea vai nascer daqui algumas semanas, vai ser bom dar uma espairecida. Respirar um pouco de ar puro. Lembra do que a doutora disse no último ultrassom?
— Tudo bem. Tudo bem. Vamos passar o Ano Novo lá, mas você liga para eles.
— Claro. Eles vão ficar muito felizes.
— Eu espero.
Terminamos de tomar café e eu vou lavar a louça, a Arendelle está ficando aqui dentro porque lá fora está um vento de congelar qualquer um. Então ela brinca um pouco com o Mike, depois tenta arrancar alguns enfeites da árvore e então vem andar pelos meus pés. Dou um pouco de atenção à ela e ouço o Mike falando com alguém. Ele deve estar ligando para os avós dele, seco as minhas mãos no pano e guardo a louça.
— Estava falando com eles? — peço, indo com Arendelle para a sala.
— Sim. Eles disseram que podemos ir.
— Claro. Vou fazer as malas.
— Vamos hoje?
— Ou amanhã cedo.
— Acho melhor irmos hoje. Amanhã está mais perto do feriado e as estradas vão estar lotadas.
— Como preferir.
A Arendelle se diverte com um urso de pelúcia que ela roubou do quarto da Thea e eu vou para o quarto.
— Mike?
— Sim? — Ele vem correndo.
— Pega aquela mala ali em cima para mim?
— Ah, tá.
Ele me alcança a mesma para mim e sai do quarto. Começo a separar as roupas dele. São bem mais práticas e fáceis. Camisetas, bermudas, calças e casacos. Separo blusas compridas e calças de moletom para mim. Para todos os efeitos, coloco dois vestidos para mim. Pego os sapatos e toalhas de banho. Separo as roupas íntimas e as meias. Coloco pasta de dente, escova de dente e pente em uma necessaire pequena. Depois de meia hora tudo está pronto.
— Está tudo pronto.
— Podemos sair então?
— Sim. Ah, mas e a Arendelle?
Nessa hora ouvimos a porta bater.
— Só um minuto! — falo, então abro a porta e é Daya.
— Bom dia — ela diz.
— Bom dia — sorrio.
— Vim trazer as formas. — Ela me entrega e eu as pego. — Muito obrigada.
— Imagina. Hum... Daya?
— Sim.
— Eu e o Mike estamos indo para a casa dos avós dele passar o Ano Novo. Será que eu podia deixar a Arendelle na casa de vocês?
— É lógico. A Tara e a Luna vão amar.
— É sério? Muito obrigada, mesmo. Qualquer coisa é só me ligar.
— Imagina.
A Arendelle vem abanando o rabo até a porta e eu deixo as coisas em cima da mesa. A Daya pega ela no colo.
— Tchau, meu amor. — Passo a mão nas orelhas dela. — Voltamos um ou dois dias depois do Ano Novo. Mais uma vez, obrigada. — Abraço-a.
— Tudo bem. Até mais.
— Até mais.
A Daya vai com ela para o apartamento da frente.
— Tem mais alguma coisa? — Mike pede, colocando as duas malas na sala.
— Creio que não.
— Você fecha tudo aqui que eu vou guardar as malas no carro, pode ser?
— Certo.
Então eu pego a minha bolsa, coloco um casaco e ponho o celular na bolsa. Fecho as janelas de a varanda. Desligo as coisas da tomada e tranco a porta de casa. Desço o elevador e o Mike está tirando o carro da garagem. Depois eu entro no carro.
— Que horas chegamos lá? — peço.
— Bom, são dez horas, lá pelas onze. É uma hora de viagem, se a estrada estiver boa, se não...
— Amor, você disse que ia ser tranquilo.
— Brincadeira. Vai ser rápido. Em uma hora estaremos lá.
Dito e feito, chegamos no sítio às onze horas. Na verdade, onze e vinte e dois. Descemos do carro, o avô de Mike está sentado em uma cadeira de madeira e a avó dele está do lado de fora mexendo em algumas flores.
— Bryce, eles chegaram! — ela diz.
— Vó! — Mike diz, sorrindo e indo em direção a eles, e eu vou atrás.
— Meu pequeno, quanto tempo, meu amor! — Eles se abraçam e ela aperta ele. O avó dele desce as escadas da entrada.
— Oi — o avô dele, Bryce, diz.
— Clary! — Ângela vem me abraçar. Nós nos vimos uma vez, no meu casamento. Só.
— Tudo bem?
— Sim. Ah, eu não sabia que estava grávida. Parabéns, meus amores... — Ela coloca a mão na minha barriga. — É menino ou menina?
— Menina. — Mike sorri.
— Qual é o nome?
— Thea.
— Nossa, eu vou ser bisa, vida! — Ela sorri e Bryce chega atrás dela.
— Pois é, vó!
— Bom, eu coloquei a lenha no fogo, quer me ajudar a terminar, Clary?
— Lógico.
— Bryce, ajude o Mike à levar as coisas para o carro.
— Claro.
Eles vão em direção ao carro e nós entramos na casa. É uma casa linda, de madeira. No meio de um campo enorme. Extremamente verde e quase não tem fim. Até que você enxerga alguns picos de árvores lá no final. A casa é linda, claramente algo bem rústico, mas mesmo assim muito bem cidade e com um toque de contemporaneidade. A casa tem muitas plantas e janela. Tem o ar extremamente puro.
— Espero que se sinta confortável aqui, Clary — Ângela diz, quando adentramos a pequena cozinha.
— Claro que vou. Esse lugar é incrível. Obrigada por receber a gente aqui.
— Não tem problema. Você é mais do que parte da nossa família agora. — Ela passa a mão em minha barriga.
— É claro. — Dou um sorriso. — Hum... Então, o que vamos fazer para o almoço?
Então ela começa a falar sobre coisas que ela fazia para o Mike quando ele e a Paty vinham aqui. Enquanto fazemos o almoço, acho muito fofo o jeito que ela conta as histórias. Com um brilho do olhar e a saudade batendo na porta do coração. Eu pretendo trazer meus filhos aqui. É isso o que eu quero para eles. Respirar ar puro, vir aqui algumas vezes por mês. Colher frutas direto do pé. Brincar com os animais. Correr com as galinhas — ou, delas —, brincar como crianças. E não ficar em casa, ou em um apartamento, dentro de uma televisão ou de um celular o dia inteiro.
Depois do almoço, a Ângela e o Bryce vão para o quarto e eu e o Mike fazemos o mesmo.
— O que está achando? — ele pede, colocando sua mala em cima da cama.
— Eu gostei bastante daqui. Acho que devemos trazer os nossos filhos aqui sempre. — Sento-me na frente dele.
— Sério?
— Sim, por quê?
— Achei que você fosse o tipo garota da cidade.
— A gente já está há bastante tempo junto, você devia saber que às vezes a cidade me dá vontade de sumir do mapa, garoto do mato.
— Sei. — Ele se aproxima de mim e me dá um selinho.
— Isso mesmo, papai. — Levanto-me e abro a janela. Olho para fora e vejo Ângela e Bryce dando comida para os patos no lago. — Será que a gente consegue ser igual a eles? — Sinto as mãos do Mike envolvendo a minha cintura.
— Acho que não.
— Por quê?
— Porque vamos ser exatamente iguais à nós mesmos.
Viro-me para ele e o beijo. Sentindo o vento vir contra as minhas costas e o meu cabelo. As suas mãos descem pela minha cintura e eu o olho, os seus olhos são lindos. Com certeza os mais lindos que eu já vi na minha vida.
— Sabe o que eu quero nos nossos filhos? — murmuro.
— O quê?
— Os seus olhos.
— E vocês sabe o que eu quero que eles tenham?
— A minha beleza? — Ele dá risada. — O que foi?
— Isso é certeza, mas eu quero que eles tenham o seu sorriso.
— Qual?
— Esse mesmo. — Ele me beija e me encara sorrindo. — Esse sorriso.
— Eu te amo.
— Eu amo mais.
— Ah, é? — Então ele começa a beijar o meu pescoço e eu começo à dar risada.
Ele decide dormir, enquanto eu arrumo as roupas no armário e arrumo algumas coisas no banheiro. Tomo um banho rápido e troco de roupa. Coloco um vestido azul, sem estampa nenhuma. Seco o cabelo e passo um protetor solar. Olho no relógio e são três e vinte. Guardo as malas vazias ao lado da mesa em baixo da janela. Onde tem um vaso de Rosas vermelhas. Assim que eu olho para as flores uma brisa leve toca meu rosto e eu sinto meu peito mais leve.
— Oi, mãe! — Sorrio. Tocando nas pétalas macias.
Saio do quarto, fecho a porta com cuidado e deixo Mike dormindo. Ângela está na cozinha, sentada à mesa, descascando milho. Ela sorri para mim e eu pego um pouco de água na geladeira.
— Dormiu bem? — pede ela.
— Na verdade, não dormi.
— Não?
— Não, tinha que arrumar as coisas. Além disso, ficamos sentados no banco de um carro por quase uma hora. É bom me movimentar um pouco. Ainda mais que agora eu estou parecendo um pão. — Arrumo a barra do vestido.
— Imagina. Você está linda. Lembro-me de que quando estava grávida da Mônica, eu engordei quase vinte quilos.
— Eu não sei o quanto já engordei. Devo ter engordado uns seis quilos. É da minha estrutura, mas mesmo assim eu estou maior do que o normal.
— Você perde tudo depois. A maioria das mulheres perdem. É bem vantajoso no final. — Damos risada.
— É claro. Quer ajuda?
— Não agora, só para cozinhar depois.
— Tudo bem, eu vou andar um pouco.
— Claro. Até depois.
— Até.
Passo pela sala, o Bryce está sentado em uma cadeira que parece ser de balanço, mas ele está dormindo. Saio pela porta da frente. O lugar é assustadoramente imenso. Nunca vim a um lugar desses. A minha avó materna tinha um sítio, mas os meus pais nunca nos deixavam visitá-la. Não sei por quê.
Ando um pouco, até que chego até um lado do lago onde os patos estão nadando. Observo que tem um pomar a alguns metros daqui.
— Clary? — É a voz de Mike, então me viro.
— Oi! — Sorrio. — Acordei você?
— Não. — Ele se aproxima e nós começamos à andar. — Eu já estava acordado.
— Essa desculpa é velha. — Ele dá risada. — Mas enfim, vi que ali tem umas árvores, é um pomar? Será que tem framboesas?
— Até onde eu sei: sim, mas vai ter que chegar antes de mim. — Então ele dispara na minha frente.
— Você sabe que é injusto. — Fico parada, eu não posso correr. Então começo à caminhar até ele. Que está olhando para uma Laranjeira.
— Tá bom, desculpa. — Ele me dá um selinho.
— Tudo bem. Bom, onde será que tem framboesa? — peço, andando pelas árvores enormes.
— Aqui! — ele grita, distante de mim.
— Obrigada. — Vou até ele e nós começamos a colher elas.
— Matou o seu desejo?
— Muito! — digo, com um sorriso enorme e vermelho no rosto. Ele me dá um beijo na bochecha.
— Quer conhecer a Hillary?
— Quem é essa? — Meu sorriso sai do rosto e ele dá risada.
— Você vai ver. Aposto que vai gostar dela.
— Já não gostei do nome... Nome de...
— Nem completa, amor. Não é o que você está pensando. — Então ele pega a minha mão que não está cheia de framboesas e me arrasta campo à fora.
Chegamos perto de um estábulo e eu começo à dar risada de mim mesma.
— Eu achei que...
— Achou que Hillary era o nome de alguma mulher...
— Pois é. — Apoio minha cabeça no peito dele, envergonhada.
— Tudo bem. Vem.
Entramos no estábulo e andamos alguns passos. Paramos na frente da última porta. Onde um cavalo branco está relinchando.
— Que fofa. Quem deu esse nome à ela? — peço.
— Óbvio que foi a Patrícia.
— É claro.
— Vai, passa a mão nela.
— Não, Mike. Ela vai...
— Ela é mansa. Não é, pequena? — Ele estende a mão e ela apoia a cabeça na mesma. — Como você está? — Ela relincha mais uma vez e Mike pega a minha mão, levando-a até o topo da cabeça de Hillary.
— Ah, vocês estão aí! — Ouvimos a voz de Ângela invadindo o lugar. — Parece que você já conheceu a Hill.
— Sim — digo, um tanto quanto apavorada.
— Ela é extremamente mansa. Parece um gato.
— Eu disse, amor.
— Gostei dela.
— Vocês podem vir daqui algumas semanas e eu te ensino à montar, Clary — Ângela diz.
— É claro que sim. Vamos ensinar Thea à montar também. Hum...Então, a Hill pode ter filhos?
— É difícil achar um parceiro para ela, mas estamos sempre tentando.
— Claro.
— E o cavalo do Paulo? — Mike pede.
— Ele pegou uma doença no final do ano passado e não resistiu. Ainda bem que foi antes de vir para conhecer a nossa Hill. — Ângela sorri.
— Claro.
— Bom, vou deixar vocês à sós, tenho que começar a massa da torta.
— Tudo bem. — Assentimos.
— Vamos voltar lá pegar mais framboesas? — peço, colocando a última na boca.
— Sim. — Ele sorri e nós voltamos.
Caminhamos de mãos dadas até o pomar e começamos a colher as framboesas de novo. Ficamos lá por um tempo conversando sobre quando ele vinha aqui quando era pequeno e comendo framboesa. Voltamos para casa assim que o sol começa a se pôr.
— Querem ajuda? — peço, assim que vejo Bryce e Ângela na cozinha.
— Pode arrumar a mesa para nós.
Apenas assinto e Mike me ajuda, me alcançando as coisas. Ao lado da mesa tem um piano amadeirado.
Todos nos sentamos e ela fez uma torta de milho com carne seca. Incrível.
— Alguém toca piano? — pergunto, assim que termino de jantar.
— Eu tocava um pouco, temos mais porque a Mônica fazia aulas e compramos para ela, desde então ninguém nunca mais tocou. Você toca? — Ela percebe o meu interesse.
— Sim.
— Quer tocar algo para nós?
— Eu posso?
— É lógico que sim. — Todos sorriem para mim e eu saio da mesa.
Então eu passo os dedos pelos teclados, é como se toda a minha infância voltasse à tona, as únicas vezes que eu vi meu avô paterno ele tocava piano para mim. E me ensinou algumas partituras, mas começo a tocar uma que lembra a minha mãe. Uma melodia suave e doce, que faz meu coração bater no ritmo da música.
— Você toca muito bem, parabéns — Bryce diz, eu me levanto.
— Obrigada.
Depois da janta eu ajudo eles a arrumar tudo e comemos torta de maça. Então finalmente vamos para o quarto.
Tomo um banho bem quente e coloco um pijama de seda braco. O meu cabelo está molhado. Mike está sentado na cama, vou pelo outro lado e me cubro.
— Boa noite, amor.
— Boa noite?
— Está me perguntando?
— Sim. Por que eu sinto que essa noite ainda não acabou?
— Mike, Mike... — Beijo ele.
O dia hoje foi ótimo, amanheceu frio, então o Mike e o avô dele foram buscar lenha para acender a lareira. É véspera de Ano Novo e eu passei o dia inteiro conversando com os avós de Mike, e os ajudando a fazer tudo o que dá para fazer com milho. No final da tarde os meus pés estão enormes. Então a Ângela pega uma bacia com água e sal e eu fico um tempo com os pés na água.
Às oito e meia eu vou para o quarto, tomo banho, seco o cabelo, coloco uma tiara e um vestido branco solto. Mike põe uma roupa e nós vamos para a mesa às nove e meia nós vamos para a mesa.
Eu sei que pode parecer contraditório, mas, de fato, esse está sendo um dos melhores anos da minha vida. Até um certo ponto achei, ou melhor, tive certeza, de que nada disso iria acontecer, mas agora? Agora eu sei que essa foi a melhor coisa que aconteceu comigo. É mágico, uma família que me ama, fazer coisas que eu nunca havia feito. Amar. Com certeza a melhor coisa.
— Vai começar! — Ângela diz, se levantando. Olho no relógio e faltam cinco minutos para a meia-noite.
Então saímos da casa, ficamos parados na varanda daquela pequena casa de madeira Contemplando o céu, na esperança de que algo surpreendente aconteça. Então, finalmente, algo acontece é meia-noite. Vários fogos de artifícios colorem o céu e eu aperto firme a mão de Mike.
— Feliz Ano Novo, amor — ele diz, me beijando.
— Feliz Ano Novo — retribuo, então olhamos o final dos fogos e eu coloco a mão na barriga e murmuro: — Feliz Ano Novo, princesa, não precisa se assustar. São os fogos, estamos celebrando mais um ano. Não precisa ter medo disso. Eu te amo.
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