53. Feliz Natal.
2.873 palavras
Música do capítulo: Luzes de Dezembro - Mariana Nolasco (mídia!)
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Quatro meses depois
EU NUNCA pensei que ser mãe seria essa sensação maravilhosa. É algo que eu definitivamente não sei como explicar. Eu estou cuidando de alguém que logo logo vai fazer da minha vida a única razão de eu realmente ter existido. Embora eu nunca tenha pensado nisso até os meus vinte anos, mais ou menos.
Eu via a minha mãe sofrendo daquele jeito e pensava que o meu filho iria viver tudo aquilo e, definitivamente, eu nunca iria querer isso para ele, mas por mais que tudo isso tenha acontecido comigo. Por mais que todos esse casamento tenha sido uma farsa por um tempo consideravelmente torturante. Eu sei que agora não é bem assim, que eu estou com alguém que eu amo e que me ama também. Pode não ter sido do jeito mais tradicional possível, mas mesmo assim eu conheci o amor.
Sim, eu conheci o amor e foi a melhor coisa que a vida fez para mim. Eu vivia no Inverno e a vida me ofereceu a Primavera, a vida me ofereceu as flores, a vida me ofereceu o amor. Em menos de um ano eu saí de uma vida conturbada e fria para uma vida perfumada pelas flores. Eu aprendi a lidar com muito coisa. Agora uma Primavera está nascendo dentro de mim e me lembrando cada dia como é bom amar. Uma Primavera linda está nascendo dentro de mim. Esse amor de mãe, não é à toa que a minha mãe amava flores.
São duas horas da tarde, eu estou fazendo umas tortinhas que eu aprendi em um vídeo. Pretendo levá-las para a ceia de Natal que vai ser na casa de Mônica hoje. Por enquanto está tudo certo, o Mike teve uma urgência na empresa e teve que ir agora à pouco, mas já deve estar voltando. E eu estou no cozinha arrumando tudo, fazendo a massa da torta. Que finalmente fica pronta e eu vou colocando nas formas menores. Coloco a mesma no forno e começo a bater o chantilly.
— Oi, amor! — ouço a voz do Mike, enquanto estou virada para a janela, batendo o chantilly.
— Oi... — falo, sem dar muita bola. Ele coloca a mão na minha cintura e beija o meu pescoço.
— Não deixe a minha menina passar frio, está bem? — Ele diz isso porque eu estou de legging preta e só uma regata por cima.
— Tudo bem, querido. — Viro-me para ele e o beijo. — Pode deixar.
— O que é isso? — Ele olha através do meu ombro.
— Chantilly para a minha torta.
— Posso pegar um pouco?
— Não sei... — Olho rápido para trás e passo o dedo no pote, passando ele na ponta do seu nariz.
— Ah, é assim? — Ele abre um sorriso encantador e passa o dedo no chantilly e na minha boca.
— Amor! — Dou risada e ele me beija de novo. — Tá bom, eu preciso terminar aqui.
— Tudo bem. — Ele me dá um selinho e solta a minha cintura.
— Sabe, a gente podia montar a nossa árvore, o que acha?
— Pode ser. — Ele sai da cozinha e eu coloco o chantilly na geladeira.
Não montamos a árvore ainda porque ela exige um grande esforço físico e muita força de vontade. Coisa que nos faltou durante esse Inverno maravilhoso, o máximo que fizemos foi colocar algumas luzes na varanda. Inclusive quando eu olhei para ela eu imediatamente pensei que precisamos manter a varanda fechada ou diminuir a distância entre as barras da grade. Já que não pretendemos mudar de casa ainda. Por mais que eu e o Mike concordamos com o fato de que as crianças e os animais precisam de espaço. Pretendemos nos mudar quando Thea estiver com um ou dois anos. Não sei.
A torta fica pronta e enquanto ela esfria eu começo à picar os morangos. Depois de vinte minutos a torta fica incrível. Pelo menos a aparência dela é linda, delas, né. Porque são várias tortinhas. Basicamente individuais. Eu só fiz elas porque eu fiquei com um desejo enorme de chantilly essa semana.
Embalo elas em potes bem fofinhos que eu comprei segunda-feira, em uma casa de embalagens aqui do bairro. Ficam muito fofas, tão fofas que eu tenho vontade de apertá-las. Saio da cozinha e o Mike está sentado no chão com a Arendelle no colo.
— Onde está a caixa de enfeites? — ele pede.
— Hum... Acho que eu coloquei ao lado da mesa do escritório. Você pega?
— Sim. — Então ele fica em pé, passando por mim e me dando um selinho, logo ele some no corredor.
Olho para o nosso protótipo de árvore. Apenas uma árvore verde, com alguns detalhes braços para dizer que caiu neve em cima dela, até que é bem bonita. Considerando que era raro eu ver alguma árvore antes.
Por mais que eu tenha passado por Natais consideravelmente horríveis, eu sempre amei muito essa época do ano. Não sei o que é, se é a neve caindo, se são as luzes, se são os presentes, mas alguma coisa me trás paz.
— Princesa, você vai ser muito feliz, eu te garanto. Vai ser a sua melhor época do ano. Amor, você vai nascer aqui a pouco. Eu quero muito ver você, pequena... — Passo a mão na minha barriga.
— Achei... — Ouço a voz de Mike e me viro para ele, a caixa, que tem escrito para as melhores pessoas, está em suas mãos. A Lori trouxe de uma viagem que ela fez para conhecer os pais de Thomas. — O que estava falando? — completa.
— Eu estava só conversando com a minha filha. — Dou de ombros e sorrio.
— Sobre?
— Assunto de garotas.
— Tá bom, quando tivermos um menino teremos assuntos de garotos, garota.
— Mas eu tive sorte primeiro. — Ele dá risada e vem até mim, me dando um beijo na bochecha e colocando a caixa ao pé da árvore.
— Teve, mas da próxima é a minha vez.
Apenas sorrio de novo e dou um selinho nele. Então começamos à montar à árvore. Primeiro colocamos todas as bolinhas — brancas, douradas e pratas. Enquanto isso, a Arendelle fica brincando com elas, tanto que a gente sobe algumas para que ela não as coma. Colocamos todos os outros enfeites.
Terminamos de montar a árvore lá pelas três horas. Fechamos a porta da varanda porque o vento está congelante, sentamos no tapete de frente para a árvore, nos encaramos por um momento e eu sinto algo estranho, mas bom. Sinto uma coisa que é inexplicável.
Ele se levanta e conecta a tomada das luzes da árvore, que eu talvez tenha esquecido. Então ele volta e senta do meu lado. Encaramos a árvore por um minuto e então ele se vira para mim de novo.
— Vou é a melhor coisa que já aconteceu comigo, Clary. — Ele passa a mão pelo meu rosto e eu fecho os olhos. Sinto nossos rostos se aproximarem e o calor é sempre o mesmo. Os nossos lábios estão prestes a se tocar e nós nos beijamos. A luz ilumina os nossos rostos e depois eu só consigo ver o brilho refletido no olhar dele.
— Bom, amor, eu amo você, muito. Queria poder passar a tarde inteira aqui apreciando esse momento maravilhoso, mas, eu preciso ir para a casa da sua mãe.
— Ah, está tão bom aqui. — Ele me dá um beijo na bochecha e me olha.
— Pois é. Eu também acho, mas ela quer que eu vá lá fazer alguma coisa. Não sei o que é. Prometo não demorar. Te amo.
Levanto-me e vou para o quarto, coloco um casaco de lã branco, que vai mais ou menos até o joelho. Coloco o celular na bolsa e faço um rabo de cavalo e saio do quarto. Pego as chaves do carro. vou para a cozinha e pego as tortas para já deixar na casa de Mônica.
— Você não quer que eu te leve?
— Não. Está tudo bem. Eu amo você. Depois a gente se fala.
— Tá bom, te amo também.
Tranco a porta e pego o elevador. Onde a Daya está, ela mora no final do corredor, nós conversamos algumas vezes.
— Bom dia, Clary.
— Bom dia, Daya.
— Como vai a sua menina?
— Ótima. Quase não vejo a hora de ver ela. E as suas meninas?
— É uma sensação ótima ver ela nascer. Garanto que vai ser o melhor dia da sua vida. E as minhas meninas estão ótimas. Inclusive, eu passo na sua casa deixar as formas de cupcake que você me emprestou para o aniversário da Tara.
— Ah, imagina. Não tem problema não... Sinto muito por não ter ido, eu estava realmente com muita dor, mas dê os parabéns para ela.
— Claro, sem problema... — Assim que ela termina de falar a porta do elevador se abre. Então nós vamos conversando até a saída. — Tchau, até mais. E se a gente não se ver... Feliz Natal — ela diz.
— Tchau. Hum... Feliz Natal.
Abro a porta do passageiro e coloco a torta, dou a volta e entro no banco do motorista. É mais uma sensação estranha. Já que fazem mais de seis meses que eu não entro em um carro para dirigir. Se não me engano, talvez mais de um ano. Eu tirei a carteira e tudo mais, mas não entrei muito para dirigir. Inclusive até tentei mês passado, mas eu quase vomitei de tanto enjoo. Sorte que hoje está tranquilo. Eu não posso depender do Mike o resto da minha vida. Finalmente dou partida no carro. Devido à chuva e à neve, demoro mais de quarenta minutos para chegar.
A chuva está bem forte, então a Paty abre o portão e eu entro com o carro. Dou a volta e pego a torta e elas vem na minha direção.
— Meu Deus, Clary, que torta linda! — indaga.
— Eu estou bem, obrigada — brinco, dando um beijo na bochecha dela.
— Claro... Desculpa.
— Imagina.
Nós entramos o mais rápido possível em casa e eu coloco o casaco no cabideiro ao lado da porta. Nós vamos para a cozinha.
— É bom tirar mais ou menos meia hora antes de comer — digo.
— Clary! — Ouço a voz de Mônica atrás de mim e então me viro.
— Oi!
— Tudo bem, querida?
— Sim. — Ela me dá um abraço. — Então... O que vocês querem de mim?
— Queremos que nos ajude a fazer aquele biscoito que você fez no dia de Ação de Graças.
— Ah, sim. Claro.
Então eu fico aqui quase uma hora até os biscoitos assarem. Usamos uns moldes de Natal. Como árvores ou caixinhas de presente. Começamos a colocar todos em uma bandeja bem bonitinha e eu olho no relógio e são seis horas.
— Bom, eu preciso ir para casa, o Mike está me esperando, eu ainda preciso tomar banho e me trocar — digo, me levantando da bancada.
— Claro. Até depois — elas dizem.
Então eu pego minhas coisas e saio da casa delas. Levo mais quarenta minutos para chegar em casa. Durante o tempo que eu fico parada no trânsito, a Lori me liga, dizendo que ela e Thomas vão passar o Natal na casa dos pais dele de novo e que não vou poder ir para a casa de Mônica. Apenas concordo e ela pede mais algumas coisas. O trânsito flui novamente e eu volto para casa.
A porta está entreaberta, então eu entro, colocando o casaco na cadeira e deixando as minhas coisas em cima da mesa. Olho em volta, a Arendelle está deitada no sofá, brincando com uma cenoura de pelúcia.
— Oi, princesa, cadê o papai? — pergunto, obviamente sem obter resposta, fazendo carinho nela.
Vou até ela e olho pela varanda. Vou até o escritório.
— Mike? — digo em voz alta, nada. — Mike? — Entro no quarto. A porta do banheiro se abre e eu dou um pulo para trás.
— OI! — ele diz, meio assustado.
— Mike... — suspiro. — Por que a porta está aberta?
— Eu precisei ir na portaria, achei que tinha perdido a minha carteira, mas não... Devo ter deixado aberta sem querer. — Ele seca o cabelo e a maioria deles cai sobre o rosto, molhados.
— Tudo bem... — Semicerro os olhos e ele dá risada. Vindo até mim e me dando um abraço. — Ah, não, Mike, você está todo molhado!
— O que tem?
— Nada. — Dou um beijo nele e vou ao banheiro.
Tomo um banho bem rápido, mas dá tempo de lavar o cabelo. Saio e já são seis e meia. Mike não está no quarto. Enrolo mais a toalha no meu corpo e pego o meu secador e as minhas coisas de maquiagem. Posiciono-me na frente do espelho e seco o cabelo. Deixo alguns cachos nas pontas. Passo um rímel, um blush pêssego e um batom vermelho. Guardo todas as coisas e depois coloco o meu vestido. Um vestido vermelho liso, longo e bem solto. Eu gosto dele, mas nunca achei uma ocasião boa, até agora. Olho-me no espelho e gosto do resultado. Coloco uma rasteirinha bege e volto para a sala. São sete e vinte.
— O que minha mãe queria?
— Que eu ajudasse elas a fazer aqueles biscoitos do dia de Ação de Graças.
— Ainda bem! — Ele sorri.
— Por quê?
— Ainda bem que vão ter esses biscoitos de novo.
— Bobo. — Bato no ombro dele.— Vamos?
— Sim. Vai levar a sobremesa?
— Já levei.
Ele sorri e assenti. Vamos para o carro... Mais quarenta minutos de carro. Até que, na verdade, dessa vez não é tão demorado. Chegamos oito horas em ponto, a Paty abre a garagem e nós entramos e depois descemos do carro.
— Mano! — ela diz, abraçando o Mike como se não se vissem há meses. Entendo, está ficando cada vez mais difícil a gente se ver, devido à gravidez, eu estou escrevendo as minhas redações para o Jornal em casa, o Mike passa o dia todo na empresa e quando temos um tempo livre ficamos em casa aproveitando as coisas.
— Venham logo! — Mônica diz, lá da porta da sala. Então entramos.
— Oi, de novo — digo.
— Bom, seremos só nós e o pai de vocês mesmo— Mônica completa quando entramos em casa.
— Por quê? — Mike pede.
— Porque o voo da tia Clair atrasou por causa da neve e eles só vão chegar amanhã — Paty explica.
Então Joey desce e nos cumprimenta, ficamos na sala tomando vinho — nesse caso eu tomo suco de uva — enquanto não tem nada para fazer.
— Vocês pretendem se mudar? — Mônica pede.
— Por...
— Assim que Thea nascer vocês vão precisar de um espaço para ela, não acham?
— Sim... — Mike diz. — Mas por enquanto não, vamos esperar um pouco.
— Eu queria que vocês morassem aqui novamente. — Ela dá um gole no vinho.
— Mônica, nosso filho já tem a família dele, não faz sentido ele vir morar aqui. Não é mais assim — Joey finalmente diz algo útil.
— Acho que ouvi algo na cozinha. — Ela muda de assunto e se levanta. Eu vou atrás dela e deixo eles na sala.
— Olha, Mônica... — falo, escorada na porta, ela mexe nas coisas da janta. — Eu gostei bastante de morar aqui, mas o Joey tem razão. É a nossa vida agora, é a minha família, somos eu e o Mike agora e em breve a Thea. Eu adoraria ficar aqui, mas precisamos da nossa privacidade, entende?
— Clary, sempre tão doce. — Ela tira o frango do forno e coloca na mesa, vindo em minha direção. — Eu entendo, é que... sei lá... Vocês vão trazer a minha neta aqui? Vocês vão continuar vindo aqui?
— Mas é lógico que vamos. A gente não vai sair da cidade, muito menos da sua vida. Acontece que é natural. Eu e o Mike termos a nossa vida, o nosso trabalho, os nossos filhos, está bem? — Dou um abraço nela.
— Claro. Eu entendo.
Naquele momento as palavras somem da minha boca e eu apenas a abraço mais forte. Então nós duas nos recompomos e começamos a arrumar à mesa. No final tudo estava tudo muito maravilhoso. Fomos para a sala chamar eles e finalmente comemos. Eu já estava sentindo que eu não comia há meses.
— Eu quero propor um brinde — Paty diz, levantando a taça de champanhe dela. — Um brinde à nossa família, e um brinde para a nossa princesa que vai nascer em breve. — Todos erguemos as taças, eu ergo a minha de água com gás, e brindamos.
Depois da janta nós comemos a sobremesa e vamos para a sala para conversar. Conversamos muito, a Mônica começa à contar histórias da Paty e do Mike de quando eles eram pequenos. Até que olhamos no relógio e é meia-noite.
— Feliz Natal, amor! — Mike diz, se virando para mim e me beijando. — Eu te amo.
— Feliz Natal, amor!
Então todos nós nos desejamos feliz Natal e Paty se aproxima de mim.
— Esse é para a minha afilhada. — Ela me entrega uma caixa prata.
— Ah, querida, obrigada, eu sinto muito por não ter comprado nada para vocês. — Pego a caixa e abro. Tem uma roupa fofa, vermelha e branca, com uma touca de lã. Eu a abraço.
Ficamos lá mais uns quarenta minutos e depois mais meia hora para chegar em casa. Brinco um pouco com a Arendelle enquanto o Mike fecha a porta. Então ele se aproxima de mim.
— Desculpa não ter comprado nada para você — digo, beijando ele.
— Não tem problema, mas eu tenho uma ideia do que você pode me dar... — Ele me beija mais uma vez e eu coloco minha mãos em volta do pescoço dele...
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