52. O que você acha?
2.841 palavras
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Dois meses depois
HOJE EU ESTOU completando quatro meses de gravidez. Semana passada eu liguei para a minha Obstetra para marcar a minha consulta. Há algumas semanas fizemos um ultrassom, mas não deu para ver o sexo direito, já que o bebê não estava em uma posição que colaborasse muito, a médica deu um sexo, mas disse que era bom esperar mais algumas semanas para fazer outro exame e ter certeza.
Bom, a gente ainda vai ficar no apartamento, é grande. Têm três quartos, ou seja, não tem necessidade de mudarmos para uma casa. Por mais que eu e o Mike concordamos com o fato de que tanto o nosso bebê quanto a Arendelle precisam de espaço. Então quando o bebê começar a andar a gente planeja se mudar para uma casa. Não precisa ser grande, mas pelo menos ter um jardim ou uma área para as crianças brincarem. Sim, brincarem, no plural. Eu e o Mike conversamos e nós decidimos ter dois ou três filhos, ele insiste na ideia de ter quatro, mas eu quero dois. Então temos uma margem de erro — margem de acerto, eu diria — de uma criança.
Acordo com a luz batendo no meu olho, olho no relógio e são oito e vinte, a minha consulta é às nove horas. Cuido para não mexer muito na cama, Mike está virando para mim. Pego uma mecha do meu cabelo e passo pelo rosto dele. Não faz muito efeito, então faço de novo. Eu tomo um susto quando ele acorda e eu começo a dar risada. Ele vira e fica em cima de mim, segurando uma das minhas mãos e fazendo cócegas em mim.
— Para, amor, se não eu vou fazer xixi — digo, intercalando sorrisos com risadas e ele dá um beijo no meu pescoço.
— Bom dia, amor. — Ele dá um sorriso lindo.
— Bom dia... — Quase perco o ar, sento tentando recuperar o fôlego.
— Hoje é a sua ultrassom, né?
— Sim, daqui a pouco. — Levantamos da cama. — Vamos tomar banho.
Ligo a torneira em cima da banheira, coloco um pouco de sabão e enquanto isso tiramos a roupa. Mike entra e eu prendo o cabelo.
— Você está linda.
— Eu estou horrível, amor. Os meus pés estão enormes, eu engordei uns cinco quilos.
— Você é a mulher mais linda do mundo, agora entra!
— E você é muito mentiroso — digo, entrando na banheira e sentando de frente para ele. — Mas mesmo assim eu amo você.
— Eu também amo você. Grávida ou não.
— Mas eu prefiro quando eu não estou me sentindo um pão francês. — Sorrio e me aproximo dele, beijando ele. — Eu te amo muito.
Depois do banho eu me troco, coloco uma roupa mais solta — um vestido branco florido. A minha barriga está um pouco maior, eu sempre fui muito magra, então a minha barriga começou a aparecer há mais ou menos três semanas. Eu não sinto nada, mais por isso que eu quero ir na ginecologista. Eu gostaria de ter surpresa sobre o sexo, mas quero saber como o meu bebê está.
— Vamos? — Mike pede, terminando de pentear o cabelo. Pego a minha bolsa e solto o meu cabelo.
— Sim — digo. — Não posso comer nada ainda.
— Na volta a gente passa em algum lugar. — Ele passa por mim e me dá um selinho.
Fechamos a casa e vamos para o carro.
— Você já vai querer ver as coisas para o quarto? — peço, quando já estamos indo.
— Pode ser.
— Amor, o que você acha que é?
— Eu não sei, mas sinto que é menina.
— E eu acho que é menino.
— Pode ser gêmeos então. — Ele sorri.
— Pois é. — Penso bem. — Meu Deus, é a nossa primeira vez como pais e imagina se forem gêmeos. Eu não sei se eu vou conseguir lidar bem com um, imagina com dois — digo, apavorada.
— Calma, amor. Vai dar tudo certo. Eu acho. — Começamos a dar risada.
— Nossa, agora eu estou apavorada. Não é que eu não quero ter gêmeos, é só que dois de uma vez para quem nunca teve nenhum... Se para cuidar da Arendelle a gente se mata, imagina duas crianças...
— Amor, eu vou te ajudar, a gente vai ter a minha mãe, a Paty é muito boa com crianças também. Não vamos estar sozinhos. — Ele tenta me acalmar.
— A minha mãe também era muito boa com crianças...
— Desculpa.
— Está tudo bem, mas por falar na Paty, domingo é o dia de noivado dela, não é?
— Verdade.
Amanhã é aniversário do Mike, dia dez de Agosto. Preciso pensar em alguma coisa mais rápido. Eu não consegui planejar nenhuma festa para ele, ou algo grandioso como ele deu para mim no meu aniversário. Eu acho que já sei... não vai ser nada grande, mas o que vale é a intenção.
Chegamos no hospital e o Mike estaciona o carro. Entramos no hospital e vamos até a recepção.
— Bom dia — a recepcionista diz.
— Bom dia — eu e o Mike falamos juntos.
— Eu tenho uma consulta com a doutora Camila — digo.
— Ah, sim... — Ela olha no computador. — Clary Highgate?
— Isso.
— Bom, você já pode esperar ali do lado da sala, a doutora está atendendo uma paciente, mas assim que ela sair você pode entrar. — Ela me dá o adesivo de paciente e para Mike o de acompanhante, então vamos esperar.
— Obrigada.
Vamos para o corredor onde ficam os consultórios. Sentamos na frente de uma senhora. Ela estão ao lado da sala de Raio-x. Uma senhora muito fofinha.
— Já sabem o sexo do bebê? — ela pergunta, com uma voz doce, assim que eu e Mike nos sentamos.
— Não. Estamos aqui justamente para isso — digo.
— Claro. Está de quantos meses?
— Estou completando quatro hoje.
— A minha filha mais nova está na sala de parto agora. Ele está tendo gêmeos.
— Parabéns — eu e Mike falamos.
— O marido dela pediu o divórcio quando ela fez três meses. — O meu sorriso sai do rosto. — Ela está sozinha, ninguém mais pode entrar. Na verdade, eu até poderia, mas tenho um Raio-x agora. Queria estar lá com ela, quando o marido se separou dela, ela quis abortar, ficou muito tempo pensando sobre...
— Eu sinto muito... — digo.
— Está tudo bem agora. Ela já tem uma menina, a pequena Melissa, ela tem seis anos. Agora vai ter dois meninos.
— Que bom... Tomara que ela seja forte.
— Dona Isobel? — um enfermeiro sai da sala de Raio-x e chama a senhora.
— Que a sua família seja feliz, parabéns pelo bebê — ela se despede e eu suspiro.
— Obrigada.
— Coitada da filha dela. Três filhos e o marido pediu o divórcio.
— Pois é. Deve ser difícil.
— Obrigada, doutora... — Ouvimos a voz de uma garota saindo do consultório, ela parece ser muito nova, mas com uma barriga enorme. Ela acena para nós e some no corredor. Eu e o Mike entramos depois dela.
— Bom dia, Clary. — Ela já me conhece.
— Bom dia, doutora. Hum... Esse é Mike, o meu marido. — Eles se cumprimentam e nós nos sentamos.
— Seja bem-vindo.
— Aquela garota que saiu parece ser bem nova... — comento.
— Ela é, tem quinze anos. Engravidou do namorado, ela queria abortar, mas os país não deixaram, passou do tempo e agora já não é mais decisão dela. Precisamos fazer alguma coisa, o índice de garotas que engravidam dos treze aos dezoito aumentou setenta por cento desde dois mil e quinze, mas enfim, sei que não estão aqui para falar disso...
— Pois é.
— Bom, vocês são pais de primeira viagem, não são?
— Sim — assentimos.
— Tá bom, Então vamos primeiro ver como está o bebê, depois conversamos melhor e eu vou explicar tudo para vocês. Mike, me acompanhe enquanto a Clary coloca o macacão.
— Tudo bem — ele diz.
Depois que eu tiro o vestido, coloco o macacão por cima, com uma faixa na parte da barriga, para colocar o sensor. Vou até a maca, o Mike está sentado do lado e a doutora está mexendo no aparelho de ultrassom. Deito-me na maca.
— Você tomou água antes de vir, né?
— Sim, quase não estou aguentando. — Sorrio.
— Claro. Bom, vou colocar esse gel, é meio gelado mesmo. — Ela faz o que diz e Mike pega na minha mão. — Esse aqui é o coração do bebê de vocês. — Ouvimos as batidas, sinto uma lágrima se formando no canto do olho, mas ela não cai. — Ah, ainda não está em uma posição muito boa desde a última consulta
— Não vai dar para saber o sexo agora, então? — Mike pede, desapontado.
— Digamos que a sua menininha é um pouco tímida. — Ela dá uma pequena risada.
— O quê? É uma menina? — peço.
— Sim. — Ela aponta para a tela do aparelho enquanto mexe na minha barriga. — Foi bem difícil, a perna está meio dobrada, mas é uma menina! Parabéns.
— É uma menina, amor! Você acertou! — digo, me virando para o Mike e sentindo a lágrima escorrer. — Olha ela, amor. O nosso bebê.
— Pois é. — Ele sorri e me dá um beijo na bochecha enquanto a médica limpa o gel da minha barriga.
— Pode se trocar, Clary — a doutora diz. — Vão querer a ultrassonografia impressa?
— Sim! — assinto.
Coloco o meu vestido e volto para o consultório.
— Primeiramente, parabéns pela menina. Não sei o que estavam esperando, mas pelo jeito Mike queria uma menina — a doutora diz.
— Isso — ele concorda.
— Para pais de primeira viagem é sempre bom o acompanhamento dos avós, tios, cunhados ou cunhadas. Para dar aquele apoio, de preferência pessoas que já tenham tido filho, ou seja, os pais de vocês são os mais indicados para ajudar.
— Com certeza — digo.
— Clary, você está entrando no quarto mês de gestação, o tão sonhado segundo trimestre. Junto dele os enjoos matinais e vertigens irão embora e darão lugar a novas sensações e vivências. Nessa fase, a barriga começa a aparecer e já é possível sentirmos o feto mexer. Nesta etapa da gravidez o feto se move, chuta, engole e pode ouvir as vozes do exterior. A pele é rosada e transparente. O cordão umbilical continua crescendo e ampliando-se para levar suficiente alimento da mãe ao feto — a doutora explica. — Para o final do quarto mês, o feto vai medir, aproximadamente, quinze centímetros e vai pesar noventa e três gramas.
— Nossa, que pequenininha! — solto.
— Pois é. E sobre o seu corpo, você se sentirá com mais apetite à medida que a náusea matutina vá desaparecendo e seguramente se sentirá com mais energia. Até o final deste mês, provavelmente, sentirá, pela primeira vez, um leve movimento do bebê. A barriga aumenta e nesse mês, provavelmente necessitará de roupa de maternidade e sutiãs maiores. Mulheres grávidas necessitam de mais ferro, mais do que uma dieta adequada indica. Por isso, vou te recomendar suplementos de ferro. Você notará um aumento do seu peso de aproximadamente duzentas e cinquenta gramas por semana, ou de seis a sete quilos, durante o segundo trimestre, ou seja, do quarto ao sexto mês. — Ela anota alguma coisas em um papel e me entrega logo em seguida. — Compre esses suplementos.
— Tudo bem.
— É bom vir de mês em mês. Para ouvir o coração e as posições. Aqui está a foto da sua ultrassom. Conforme os últimos meses forem chegando nós analisamos para ver se o seu parto vai ser normal ou cesária. Tudo bem? — confirma.
— Claro. Bom, nos vemos mês que vem — digo, colocando os papéis na bolsa. — Obrigada.
— Imagina. Tenham um bom dia.
— Obrigada, igualmente — respondo.
Saímos do consultório e Mike me abraça muito forte, fazendo com que eu sorria.
— Eu amo as duas mulheres da minha vida.
Então nós saímos do hospital. Decidimos ir para uma loja ver coisas para o quarto dela.
— Bom dia — uma vendedora diz, se aproximando de nós.
— Bom dia, estamos procurando coisas para quarto de bebê — digo.
— Menino ou menina?
— Menina — Mike diz, sorrindo.
— Qual vai ser o nome?
— Ainda não pensamos. Descobrimos hoje. — Sorrio.
— Ah, sim. Boa sorte. É uma das partes mais difíceis. — Ela dá um sorriso fraco. — Bom, hoje é o dia de sorte de vocês. Chegaram vários modelos de berços e cortinas.
Ficamos olhando quartos lindos. Eu me apaixonava por cada um que eu vejo e fico idealizando a minha menina brincando neles. Até que decidimos já comprar um. Que vai ser entregue hoje à tarde.
Ligo para a Lori para contar a notícia, ela fica histérica e combinamos o chá de bebê para domingo. Depois de tudo vamos para casa, porque meus pés estão me matando.
Acordo com um pouco de dor no pescoço, Mike ainda não levantou. Lembro-me que hoje é aniversário dele, não tive ideia o suficiente para bolar algo maravilhoso como que ele fez comigo.
Ontem vieram montar o quarto do nosso bebê, fizemos uma pequena lista de nome e estamos em dúvida entre: Thea, Tessa, Luna e Olívia, mas ainda temos cinco meses para decidir.
— Bom dia, meu amor! — digo, pulando em cima dele.
— Bom dia. — Ele sorri.
— Parabéns! Eu te amo muito, mesmo, te amo. Obrigada por estar comigo agora. Nesse momento.
— Obrigado. — Ele me beija.
— Eu não sou boa com surpresas, mas prometo que vai ter um bolo lindo de aniversário quando você voltar casa.
— Eu te amo! Não preciso de mais nada.
— Mas vai ter bolo.
— Eu vou cobrar, hein...
— Claro, mas para isso você precisa trabalhar. Vamos, rapaz!
Enquanto ele toma banho eu preparo o café da manhã.
Assim que Mike sai eu começo a fazer a receita de bolo mais maravilhosa que a minha mãe já inventou. Durante a manhã inteira eu senti uma paz enorme. O bolo fica pronto e eu começo a decorá-lo. Passo brigadeiro por fora e por cima coloco framboesas e jogo um pouco de açúcar de confeiteiro.
Mike chega ao meio-dia. Nós almoçamos tranquilamente e depois eu mostro o bolo.
— Que lindo!
— Eu espero que esteja tão bom quanto aparenta — brinco.
— Também espero, mas não duvido que esteja.
Então lhe sirvo o primeiro pedaço e ele come, dando um sorriso enorme para mim.
— Esse é, com toda a certeza do mundo, o bolo mais gostoso que eu já comi na minha vida!
Solto um suspiro de alívio e sento em seu colo e o beijo.
— Bom, eu estava pensando naquela lista dos nomes para as nossas filhas e, eu não sei você, mas Thea é único nome que não sai da minha cabeça — digo.
— Acredite ou não, mas você tirou as palavras da minha boca. — Ele me beija de novo.
A noite de ontem foi ótima. Lembro-me de uma vez que eu fui no ginecologista e ela me disse que mulheres grávidas sentem muito mais prazer. De fato sentem.
Hoje é domingo, com duas coisas para acontecer. Às três horas é o chá de bebê da Thea. Depois vamos para o jantar de noivado da Paty e do Andrew. Ela começou a namorar ele há mais ou menos quatro meses, eles são super fofos juntos.
Coloco um cropped listrado, uma saia roxa e um casaquinho bege. São duas horas, a Lori e a Paty começaram a organizar tudo, elas pediram para eu ir mais cedo, mas eu acabei acordando tarde e precisava lavar e secar o cabelo. Então pedi para que elas fosse adiantando tudo.
— Está pronta, amor?
— Sim. Vamos?
— Claro. Vamos levar a Arendelle?
— Pode ser. Cadê a coleira dela?
— Você tinha deixado na mesa da cozinha.
— Ah, é. Verdade. — Então eu vou até a mesa da cozinha, não está. Olho ao redor e está nos cabides ao lado da porta. — Aqui. Coloca para mim, não quero abaixar.
— Tá bom. — Ele pega a coleira e agacha, colocando a mesma na Arendelle.
Descemos com ela e pegamos o carro. Ela passa metade do caminho apoiada na janela e a outra metade cheirando a minha barriga.
— Será que ela sabe que tem alguém aqui dentro? — indago, passando a mão nela.
— Acho que sim.
Chegamos na casa da Lori, a entrada tem dois balões rosas. Escrito é uma menina! e uma plaquinha escrito seja bem-vindo(a)! A Lori está vindo na nossa direção, ela está com um vestido vermelho curto, bem lindo.
— Como vão as minhas meninas preferidas? — Lori diz com uma voz fininha me abraçando e depois dá oi para o Mike. — Entrem.
Tudo está organizando no jardim dos fundos. Tem uma mesa central bem no final com um mini quadro negro, com um urso de pelúcia do lado, no quadro está escrito é uma menina, um cupcake rosa ao lado e uma garrafa de leite, com um canudo rosa e branco.
Conforme as pessoas vão chegando eu e o Mike vamos guardando os presentes na mesa ao lado da das comidas. Quase no final, eu começo a abrir os presentes. A maioria é roupa ou meia. O que eu mais gostei foi o dia uma amiga da Lori, ela deu uma uma calça, uma touca e um sapatinho de lã, rosa.
Foi maravilhoso. Acabamos ficando até o horário do jantar de noivado da Paty.
O jantar foi super divertido, o Andrew é uma das pessoas mais engraçadas que nós conhecemos, a Paty estava linda em um vestido branco meio bege. O sorriso dela era lindo, radiante e feliz.
Voltamos para casa às nove e meia da noite.
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