51. Sinto-te.
1.702 palavras
Música do capítulo: Carry You Home - James Blunt (mídia)
Não se esqueçam de comentar e favoritar se gostarem do capítulo, obrigada!
TIRO A VENDA por completo e olho em cima da cama. Eles vão me levar para algum lugar chique. Tem um vestido rosa em cima a cama. Com certeza o vestido mais lindo que eu já vi na vida. Coloco o mesmo e fica extremamente lindo, um pouco apertado na barriga, mas é a gravidez. Nunca me senti tão bem em um vestido.
Desço as escadas, observo o corrimão que está cheio de flores, muito cheio mesmo, não tem espaço para colocar as mãos. Todos os balões que o Mike encheu estão no teto, na mesa, na porta. Eles fizeram uma festa de aniversário só para mim, tem muita gente, amigas minhas que eu posso não ter contato, mas elas vieram. A decoração está incrível, os balões de 25 estão na mesa.
Direciono-me para o Mike e a Lori, eles estão sorrindo para mim.
— Eu amo muito vocês, obrigada, muito obrigada! Vocês são as melhores pessoas que eu conheço! Sério, não tem como eu ser mais grata por ter pessoas como você... — Abraço a Lori. — Eu te amo, meu amor.
— Eu te amo muito, você merece! — Ela me dá um beijo no rosto, me viro para o Mike.
— Eu quero que você saiba que hoje é o dia mais feliz da minha vida. — Dou um beijo nele. — Você está fazendo eu me sentir a pessoa mais importante do mundo.
— Acredite, do meu mundo você é a pessoa mais importante. Você merece tudo isso e muito mais.
— Obrigada, de verdade.
— Clary! — Violet me chama.
— Ah! — Sorrio e abraço ela.
— Parabéns, amor. Você merece tudo o que está acontecendo com você. Eu espero que você seja muito mais feliz do que tudo isso que está acontecendo agora. Está bem? — Ela me dá um beijo na bochecha e eu assinto.
O Jack, a Myh e mais várias amigas minhas da faculdade estão aqui também. Falo com todos eles e depois nós começamos a dançar.
A festa foi maravilhosa. Eu não sei o que mais me deixou feliz: se foi pela primeira vez na vida ter tido uma festa ou se foram todas as coisas maravilhosas que ele fez por mim hoje. A começar pelo café da manhã e os balões no quarto. Depois a gente foi fazer piquenique, andamos de bicicleta e realizamos um dos meus sonhos: ir a um drive-in. Eu sei que parece meio bobo, mas esse foi o melhor dia da minha vida, sem dúvida nenhuma.
Chegamos em casa às onze e meia. Eu não sei, estou me sentindo muito tonta e o cheio da comida estava me dando ânsia. Então me despeço de todos e voltamos para casa.
— Eu te amo muito, obrigada por tudo! — Dou um beijo nele assim que chegamos no quarto.
— Você merece. — Ele sorri.
— Bom, eu não sei como os meus pés ainda estão cabendo nesse salto — digo, sentando na cama e tirando os mesmos.
Ele apenas dá risada, saindo do quarto depois de trocar de roupa.
— Não vai ficar comigo? — peço, levantando. Ele para e me olha.
— Pode acreditar que sim. — Mais uma vez ele dá um passo, mas dessa vez para dentro do quarto.
Acordamos no outro dia às sete horas da manhã. Enquanto Mike se arruma para ir para a empresa, eu estou na cozinha fazendo café da manhã. Apenas coloquei uma camisa grande de botões, amarrei meu cabelo em um coque e vim para a cozinha.
Faço algumas torradas com queijo e coloco café para esquentar. Ouço os passos do Mike vindo pela cozinha, ele me abraça pela cintura e me dá um beijo na bochecha.
— Bom dia, meu amor — digo, me virando de lado e levando as torradas para a mesa.
— Hoje eu vou almoçar com alguns empresários de Hong Kong, não vou poder vir para casa, mas chego em casa mais cedo.
— Sei que o seu mais cedo significa à noite. — Dou risada.
Coloco as coisas à mesa e nós tomamos café. Depois o Mike sai de casa e eu começo a arrumar tudo. Faz mais de duas semanas que eu não dou uma geral aqui. Começo pela cozinha, arrumo tudo, lavo a louça, arruma as coisas no armário e depois arrumo a sala de estar. Passo um pano na mesa e troco a água das plantas; arrumo a sala e os quartos. Na verdade, só o meu quarto e o banheiro.
Assim que eu descobri o sexo do bebê eu já pretendo montar o quarto. Então passo um pano no chão e dou uma arejada no mesmo, finalmente chego na nossa réplica de escritório. Tem uma mesa com um computador e a minha estante de livros, que está completamente desorganizada, então tiro todos os livros e abro a janela que tem no meio. O lugar fica bem mais claro.
Tiro o pó de toda a estante e começo a organizar os livros em uma ordem aceitável. Quando termino tudo olho no relógio, são onze horas. Como o Mike não vem eu apenas esquento uma lasanha de forno, entanto espero os quinze minutos eu vou brincar um pouco com a Arendelle. Ligo a televisão e coloco um filme que eu gosto. Busco a lasanha no forno e me sento no chão da sala.
O Mike chega lá pelas três horas, de fato ele veio cedo. Quando eu acabo de me trocar ele entra no quarto.
— Nossa, você veio cedo mesmo! — digo, parecendo empolgada enquanto penteio o cabelo.
— Pois é.
— Hum... eu quero ir ao cemitério, visitar a minha mãe. Sei que não é o sei programa para hoje, mas eu gostaria muito de falar um pouco com ela. Você me leva?
— Claro. É claro que sim.
— Tá, eu vou só colocar ração para a Arendelle e nós já vamos.
— Vou indo na frente.
— Certo.
Então eu coloco ração e água para ela, pego a minha bolsa e tranco a casa. Tem um vaso de Rosas vermelhas aqui na varanda, pego o mesmo, Mike então me leva para o cemitério.
Faz quase três meses que a minha mãe morreu e eu ainda não consigo viver sem ela. É difícil entender que ela não está mais aqui e que eu nunca mais vou poder pegar na mão dela. Nunca mais vou sentir a sua respiração e nunca mais vou receber os melhores concelhos da minha vida.
Durante o caminho eu sinto algumas coisas estranhas e tudo o que eu penso são as coisas que a minha mãe fazia para mim. Tudo. Cada gesto, cada sorriso que ela dava assim que eu dava um remédio ou ia com ela no jardim. Uma vontade enorme de chorar toma conta de mim, mas Mike para o carro na frente do cemitério. Entramos no mesmo.
— Será que eu posso ficar sozinha com ela?
— É lógico, amor, eu espero aqui. — Ele se senta no banco fora do cemitério e eu adentro o mesmo.
Caminho sobre o imenso lugar, cheios de pessoas queridas que também deixaram outras pessoas aqui. Chego até o lugar onde está a minha mãe, pego o vaso de Rosas que eu peguei em casa e coloco ele em cima do túmulo e me abaixo a lado dele. Pego uma das Rosas e intercalo o olhar entre ela e a foto da minha mãe.
— Oi, mãe. Eu queria dizer que eu te amo, sempre vou te amar. Eu sinto você todos dias comigo. Bom, aqui é a Clary. Eu não sei se você sabe, definitivamente, não faço a menor ideia de como isso funciona, mas tenho certeza que você está me ouvindo, mãe. Eu te amo. Ninguém vai ser capaz de substituir esse amor que eu sinto por você. Talvez uma pessoinha. Não deu tempo de contar, mas, mãe, eu estou grávida. Talvez você saiba, não sei. Mas... — Coloco a mão na minha barriga. — Mas, mãe, eu acho que já estou sentindo o que você sentia por nós. Eu amo esse bebê que está crescendo dentro de mim. Mãe, é uma sensação maravilhosa e eu vou, todos os dias da minha vida e da vida do meu filho, tentar ser uma mãe com você. Eu vou conversar, vou tentar sorrir como você sorria. Mãe, eu quero ser o porto seguro do meu filho, assim como você foi e é o meu. Eu espero ser dez por cento do que você foi. Mãe, ontem foi o meu aniversário de vinte e cinco anos. E eu garanto que foi o melhor aniversário da mina vida. Eu tive uma festa, mãe! Uma coisa que eu nunca tive... Eu não te culpo, em hipótese alguma. Eu sei o quanto nós sofremos, sei que não era possível ter uma festa, mas eu quero dizer que esse vai ser muito lembrado, até porque eu não conseguia parar de pensar em você. Eu simplesmente não conseguia. Eu vi você em todos os lugares, quando cantamos Parabéns, quando eu fui ao drive-in, quando eu abracei a Lori. Eu vi você, mãe. — Paro, respiro e encaro a Rosa que está comigo. — Mãe, a minha casa vai ser sempre cheia de você, vai ser sempre cheia de Rosas. Eu te amo. Eu sinto muito por você não ter conhecido o seu futuro neto ou a sua futura neta, sinto muito por não conhecer o Thomas, ele é o namorado da Lori. Eu sinto que ele faz bem à ela. Mãe, obrigada por tudo. Eu te amo muito. Se eu pudesse ter você aqui agora, mãe... — Então sinto uma lágrima cair na minha mão e então duas pétalas da Rosa caem, fecho os olhos e sinto uma brisa leve passar pelos meus cabelos e me rodear.
Fico uns dez minutos com os olhos fechados, apenas sentindo aquele vento bom. De uma certa forma eu sinto meu filho se mexer dentro de mim. Sinto amor exalando pelos meus poros e sinto um toque na minha barriga, sinto a minha mãe. Abro os olhos e quase todas as pétalas caíram nas minhas pernas. Limpo as lágrimas e deixo a Rosa de volta no vaso. Coloco a foto da minha mãe no lugar e volto para onde Mike está.
Sem falar nada eu apenas sento perto lado dele e começo a chorar. Apoio minha cabeça no ombro dele e ele passa o braço em volta de mim.
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