48. O que foi?
1.177 palavras
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ACORDO ÀS oito horas da manhã, é segunda-feira. Normalmente temos reuniões às segundas na empresa, na verdade, só para ver se os papéis da semana foram assinados e também para começar a autorização para construção de novos prédios, mas isso não aconteceu hoje. Na verdade, eu não quis ir hoje. A Clary precisa mais de mim do que a empresa. De um certo modo eu entendo o sentimento dela.
Algumas pessoas da minha família — que moram em outros estados — já se foram. Só nunca ninguém muito próximo. Um amigo meu morreu em um acidente de carro, quando estávamos na faculdade, nós éramos realmente muito amigos, mas eu estava viajando com o meu pai na época, uma viagem de negócios dele, ele me chamou, então, eu fui com ele. No dia que saímos daqui eu recebi uma ligação. Eu só voltava na outra semana, então não fui ao velório, mas sinto muita falta dele.
Levanto e preparo alguma coisa para o café da manhã. Depois do velório a Clary fica deitada no sofá e do sofá vai para a cama. Às vezes ela chora e então a Arendelle vai para cima dela. De vez em quando ela fecha os olhos, mas acorda. Como se estivesse acordando de algum pesadelo. Ela me ignora quando eu peço alguma coisa, eu sei que está sendo difícil para ela, mas isso não significa que ela pode ignorar as pessoas ao redor dela.
— Clary? — peço, entrando no quarto e abrindo as cortina. Ela apenas se mexe na cama e vira para o lado. — Amor?
— Hum... — resmunga.
— Acho que não é bom você ficar na cama o dia inteiro. Vamos. Já terminei o café.
— Você não vai para a empresa? — murmura, se mexendo mais uma vez.
— Não, meu amor, hoje não. — Passo a mão pelo cabelo dela. — Vamos.
Ela senta na cama, me olhando sem expressão por alguns segundos. O cabelo dela está amassado, parece que molhado, molhado de lágrimas. Ela só está com a camisola porque eu troquei a roupa dela ontem. Se não ela estaria com o vestido preto ontem. Ela esfrega os olhos vermelhos e prende o cabelo.
— Vem, eu ajudo você a tomar banho. — Pego na mão dela e ela sorri. — Por favor. — Então ela balança para frente e para trás e finalmente levanta-se.
— Tá. — Mais uma vez ela murmura e nós ficamos em pé.
Ligo o chuveiro e a ajuda a tirar a camisola e as roupas íntimas. Às vezes parece que ela está bêbada, porque ela abre pouco os olhos. Realmente parece que ela está bêbada. Depois de muito trabalho ajudando ela a tomar banho ela pede para se trocar. Enquanto isso volto para a cozinha para esquentar o café.
— Oi. — Pouco tempo depois Clary chega na cozinha. Com um moletom cinza, que mais parece um vestido de manga longa. O cabelo molhado e penteado, que eu particularmente prefiro.
— Senta, já coloco os pratos. — Ela sorri, mas vai em direção ao armário e coloco os pratos e talheres na mesa. Coloco as tigelas com frutas e com cereais. Coloco uma jarra de suco de laranja para ela e um pouco de café para mim. — Senta.
— Tudo bem. — Nós dois nos sentamos e ela engole em seco.
Vejo que ela não está bem. Seus olhos reviram quando ela engole o suco.
— Está tudo bem? — pergunto.
— Sim, eu só estou com um pouco de dor no estômago mesmo. Pode ser só cólica. Depois eu tomo um remédio. — Ela coloca o copo em cima da mesa, come um pedaço de melancia.
— Quer que eu te leve ao médico? Ou vamos dar uma volta, tomar um ar?
— Não, eu só vou me deitar. — Ela se levanta, pegando um remédio dentro da caixa ao lado do bebedouro e o toma. — Eu vou deitar, deve ser só cólica mesmo.
Ele sai da cozinha. Eu não preciso de muita coisa para explodir. De fato, eu sou uma das pessoas mais estressadas, mas por mais que o jeito dela esteja sendo difícil eu consigo lidar. É algo dentro de mim não me faz ficar com raiva dela. Eu convivi com a minha irmã muitos anos, ela já esteve assim, chata. Não chata de um jeito irritante, chata de um jeito que ela está mal. Então eu acho que isso contribui para que eu não fique chateado com ela.
Termino de tomar o meu café, arrumo as coisas e ligo a televisão. Começo a assistir um jornal aleatório e ouço barulho de algo caindo lá dentro.
Corro até o quarto, a Clary não está na cama, então vou até o banheiro. A porta está fechada.
— Clary... Amor... Está tudo bem aí? — Empurro a porta, mas está trancada. Consigo abrir a mesma e ela está vomitando. Depois disso ela senta ao lado da porta. Limpando a boca.
— Está tudo bem — afirma. — Eu fico assim quando estou de TPM.
— Hum... Digamos que eu convivi com três mulheres, e nenhuma delas vomitava quando estava assim... — Olho para ela.
— É assim mesmo, a minha mãe era assim, a Lori também é. Deve ser de família. — Ela se levanta, quase cambaleando, eu a ajudo a ir para a cama.
— Tudo bem. Descanse mais um pouco, se não melhorar eu vou levar você ao médico.
Eu sei que não está tudo bem. Clary está com alguma coisa, mas não quer me contar. Eu só não vou falar nada porque se tem uma coisa que eu não suporto é discussão. Pego meu celular e ligo para a minha mãe.
— Oi, meu amor, tudo bem?
— Oi, mãe, tudo e você?
— Sim. Hum... O que foi?
— Você e a Paty normalmente vomitam quando estão de TPM?
— Não, por quê?
— A Clary acordou péssima hoje, achei que era por causa de ontem, mas não. Ela me disse que está assim. Aí ela vomitou agora a pouco.
— Hum... Acho que eu sei o que pode ser.
—O quê?
— Pode passar para ela?
— Tá, mas me fala o que você acha?
— Só passa para ela, meu bem.
— Então tá.
Ela está sentada na cama ainda, mexendo no celular. Entrego o meu para ela.
— É a minha mãe.
— Oi... Eu não sei, estou com muita tontura e cólica. Sempre acontece... Claro que pode... — Então ela pausa por um minuto, fica olhando para o nada sem piscar, até que volta a falar. — Não pode ser verdade... Ah, sim, tudo bem, eu vou falar com ele... Obrigada!
— Então... — digo, pegando o celular de volta. Ela já desligou.
— Ela disse que às vezes pode ser algo que eu comi. Pode fazer um chá de hibisco para mim?
— Claro. — Ainda olho desconfiado, mas mesmo assim faço o que ela me pede.
Faço o chá e levo para ela.
— Como você está se sentindo? — peço.
— Estou melhor. Hum... Eu preciso ir fazer uma coisa.
— Quer que eu vá com você? — Levanto-me.
— Não! — Ela se exalta, mas logo olha para os lados e levanta da cama.
Ela se troca e coloca uma sapatilha, pega sua bolsa e sai do quarto. Depois de casa. Poderia ao menos ter me dito o que elas conversaram.
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