45. Parabéns, Lori.
2.052 palavras
Não se esqueçam de comentar e favoritar se gostarem do capítulo, obrigada!
A SEMANA passou quase que literalmente voando. Quarta-feira eu tive a entrevista de emprego. Fiquei extremamente nervosa, mas consegui responder todas as perguntas sem transparecer isso. Um homem e uma mulher me entrevistaram. No começo as minhas mãos suavam e a minha cabeça rodava, mas no final tudo correu bem.
Eles me ligaram na quinta-feira, dizendo que eu fui aceita. Eu não me aguentei de felicidade. Mike até fez um jantar para mim — um jantar muito especial, considerando o fato de que ele é quase obrigado a fazer o jantar que eu não sei. Foi incrível, de verdade.
Hoje é sábado, mais do que isso, é aniversário da Lori. Vinte e três de Abril. Nossos aniversários são em ordem: a Lori em Abril, eu em Maio e o Jack em Junho.
Eu sei que hoje é um dia especial para ela e sei também que vai ter uma festa enorme. A Lori parece ser uma pessoa ingênua e que, na maioria das vezes, parece não ligar para esse tipo de grandeza, mas um dos dias que ela mais respeita é o aniversário dela. Nem eu nem o Jack temos lembranças boas dos nossos aniversários, a nossa mãe nem se fala, mas a Lori sempre teve festas de aniversário, do primeiro ano até os vinte, sempre, nem que fosse um jantar na casa das amigas dela — o que acontecia na maioria das vezes. Ela teve três grandes festas: dez anos, que foi a primeira festa que o nosso pai fez para ela, festa de dezesseis e de dezoito anos.
— O que será que a Lori gostaria de ganhar? — pergunto para o Mike, estamos sentados no sofá, eu estou encarando o nada e ele está vendo o jornal.
— Não sei, ela é a sua irmã. — Ele dá risada.
— Obrigada pela ajuda. — Dou de ombros.
— De nada.
— Já sei. — Penso em algo que ela pediu esses dias. — Você pode sair para comprar o presente comigo?
— Claro.
— Ou pelo menos me deixa na loja.
— Eu vou com você. Deixa só terminar essa reportagem. — Ele volta a focar na televisão e eu vou me trocar. Coloco um shorts azul e uma regata preta, solto o cabelo e coloco o celular e a carteira na bolsa, pegando-os.
São dez e meia da manhã. Nem o Mike nem eu trabalhamos no sábado, o que é bom, já que muitas das minhas coisas pessoas são resolvidas no sábado, como contas e tudo mais.
Chegamos na loja da Pandora, a Lori é apaixonada por essa loja, ela sempre morreu de amores por tudo o que foi vendido aqui.
Levamos mais de meia hora para escolher os charmes e por fim levamos um que mescla entre branco e prata, maravilhoso. Peço para que a vendedora embrulhe para presente e então saímos de lá.
Decidimos ir ver a minha mãe. Então só paramos para comprar uma caixa de Donuts e logo vamos para o hospital.
Assim que entramos no quarto observamos que a Rosa está no vaso de ontem. Dessa vez Jack está com a minha mãe, na verdade, ela está na Quimioterapia.
— Oi — digo, abraçando-o.
— Oi, como vão vocês? — retribui.
— Bem. — Sorrio, me sentando ao lado dele. — Onde está a Lori?
— Está no salão, hoje ela não vem mais — Jack responde.
— A mamãe se lembrou do aniversário dela?
— Ela nunca esquece.
— Vocês vão, não vão?
— Sim, vocês vão?
— Claro, será que a mamãe vai poder ir?
— Poder ela não pode, né, mas ela quer ir. Só que o médico disser que não é bom, já que ela está na Quimioterapia agora, ela precisa de uma noite de descanso e teremos o oposto disso no aniversário da Lori. — Jack sorri.
— É verdade. Você já comprou o presente dela?
— Você sabe que eu não sei escolher esse tipo de coisa, então a Myh ficou encarregada dessa parte. — Ele sorri novamente.
Assim que ele termina de falar duas enfermeiras trazem a minha mãe. Ela está dormindo. Na verdade, com os olhos entreabertos, mas consideravelmente dormindo.
— Posso ficar a sós com ela um pouco? — peço, me levantando, Mike e Jack assentem, saindo do quarto. Aproximo-me dela e pego suas mãos.
— Clary, meu amor — ela diz, apertando o máximo possível a minha mão.
— Oi, mãe, sou eu. — Sorrio. — Como você está? — De repente, vários flashbacks começam a passar pela minha cabeça. Sobre tudo o que eu contei para o Mike. — Eu estou aqui com você.
— É claro que está, princesa. Você sempre está. — Os seus olhos se abrem um pouco mais e ela sorri junto comigo.
— Por favor, eu sei que não pode ir no aniversário de Lori, está tudo bem. Você não pode se machucar mais. Descanse bastante porque assim você presenciará vários aniversários. É só esse, está bem?
— Tudo bem. Tudo bem.
— Obrigada, mãe. — Beijo a sua mão.
— Como vai o seu casamento, filha?
— Vai bem, mãe, por incrível que pareça. — Percebo que ela não sabe de nada.
— Como assim por incrível que pareça?
— Por nada, mãe, eu estava pensando em outra coisa. Ah, mãe, você não vai acreditar, o Mike conseguiu uma entrevista de emprego no Jornal Matinal de Atlanta para mim.
— É sério, meu amor?
— Eu consegui. Estou trabalhando já, mas ainda não apareço na televisão, só a partir de segunda-feira, mas isso já é o máximo, não é?
— Isso sempre foi o seu sonho, minha filha, espero que você seja muito feliz, mesmo.
— Eu também, mãe. — Olho no relógio. — Preciso ir, hoje vou almoçar na casa da minha sogra, eu venho amanhã, para conversamos sobre o aniversário. Tudo bem?
— Sim, amor. Tudo bem. Aproveite muito a festa. — Levanto-me e dou um beijo em sua testa.
Quando saio do quarto o Jack e o meu pai estão conversando no corredor, me despeço deles e vou com o Mike para o carro. Não falamos nada até a casa de Mônica. Apenas fico encarando a chuva cair.
— Bom dia — Mônica diz, abrindo a porta.
— Bom dia — eu e o Mike falamos juntos, cumprimentando ela.
— Entrem. — Ela dá espaço para nós entrarmos e fecha a porta logo em seguida. — O almoço já está pronto, chegaram na hora.
Seguimos ela até a cozinha, apenas deixo a minha bolsa em uma mesinha no corredor e me sento ao lado do Mike, Joey se senta ao lado de Mônica e Patrícia se senta na ponta.
— Conseguiram se adaptar no apartamento? — Mônica começa.
— Sim. É bem legal morar lá.
— Eu preciso conhecer. Sinto muito por não ter ido lá ainda. São muitas coisas para resolver, mas não acham que um apartamento é muito pequeno para uma família?
— Quando pensarmos em aumentar a família a gente vê se realmente precisa aumentar a casa também — digo, parece que isso não foi grosseria para ela, o que realmente não foi, então ela apenas concorda e sorri.
Ajudo ela com a louça e depois servimos as sobremesa, ficamos lá até às duas horas, então eu e o Mike voltamos para casa. Brincamos e damos comida para a Arendelle e nos deitamos um pouco.
São seis e meia da noite, a festa da Lori começa às nove horas. Então começo a assistir um filme com o Mike. Vamos chegar às oito e meia, mas se eu começar a me arrumar às sete eu dou conta.
É o que eu faço. Às sete horas em ponto o meu despertador toca. Eu tomo banho e depois seco o cabelo enquanto o Mike toma banho. Coloco o meu vestido preto, ele é curto na altura da metade da coxa com um detalhe na perna, coloco uma jaqueta jeans por cima e calço uma bota preta com spikes. Faço cachos nas pontas do cabelo e uma maquiagem básica, com um batom bem escuro. Mike coloca a roupa de sempre, eu coloco algumas joias e olho para o relógio, são oito e vinte. Deixo a Arendelle na varanda e pego o presente de Lori.
Pegamos o caminho para o salão. De longe já vemos aquelas luzes que fazem símbolos no céu, surgindo de onde é para ser o aniversário, então vamos para lá.
A Lori está na entrada, recepcionando os convidados. O seu vestido é maravilhoso e digno dela, é de franjas e nas franjas tem pedras de strass prata e dourado, que conforme vai balançando eles brilham, ela inteira está radiante.
— Mana! — ela grita, assim que me vê com o Mike, então vem em nossa direção.
— Parabéns, minha pequena princesa. Parabéns, meu anjo. Que você continue sempre sendo essa pessoa maravilhosa e compreensiva que você é. Eu te amo muito mesmo. — Nos abraçamos por vários segundos, então Mike dá os parabéns à ela e eu entrego à ela o presente. Ela abre na hora, colocando-o.
— Eu amo vocês, obrigada pelo presente, obrigada pela vinda. De verdade. — Ela dá mais um abraço na gente e sorri. — Preciso ficar aqui mais um pouco, depois nos falamos, está bem?
— É claro, meu amor.
Então eu e o Mike passamos pela mesa onde estão os presente e está extremamente cheia. A festa não tem tem um tema específico. Na verdade, nunca teve, a Lori só liga para as pessoas — e para os presentes. Passamos por mesas onde estão os meus parentes e os cumprimentamos. Até que eu avisto a Violet, ela está incrível, com um vestido azul claro, longo, com um decote maravilhoso e também tem uma abertura na perna.
— Oi, amiga! — ela quase escandaliza, o que não me deixa envergonhada, a última vez que nos vimos foi no começo do mês, no meu casamento. — Como você está linda!
— Olha quem fala. — Encaro-a por inteira.
— Oi, Mike — diz ela, cumprimentando-o.
— Oi. — Ele sorri.
— Vamos sentar?
— Lógico. — Pego a mão de Mike e ela nos guia para uma mesa.
Ficamos um bom tempo conversando sobre tudo, ela me conta que conseguiu um emprego como arquiteta chefe de uma empresa, então ela vai ao banheiro e Mike diz:
— Não sabia que ela é arquiteta.
— Pois é, nós nos conhecemos desde pequenas. Estudamos na mesma escola e na mesma faculdade, só que em cursos diferentes. Por que pergunta?
— Porque a empresa está procurando por novos arquitetos.
— Bom, você pode falar com ela. A Violet era sempre destaque nos trabalhos da faculdade e as maquetes dela eram as mais perfeitas, ela desenha muito bem também, não querendo exibir ela. Desculpa. — Dou risada enquanto a Vi chega na mesa.
— Pode deixar que eu vou falar com ela mais tarde.
— Com quem? — ela pede.
— Coisas da empresa. — Ele sorri.
Logo depois tivemos a sessão de fotos, em seguida a Lori tira fotos sozinha e comigo. A janta é servida às onze horas da noite — por mais que vários garçons estavam passando com comidas e bebidas. Por falar em comida, eu nunca vi um cardápio tão amplo e gostoso.
A pista de dança é oficialmente aberta. Eu vou dançar com a Lori e com a Vi, já que o Mike disse que não é muito dessas coisas — por mais que daqui a pouco eu vá e puxe ele para dançar. Jogamos confetes e pulamos durante umas seis músicas, até que sinto uma mão no meu ombro.
— Oi, amor — Mike diz.
— Oi, o que foi?
— Ligação do hospital, amor, o seu pai me ligou. A sua mãe teve algumas complicações da Quimioterapia, eles estão pedindo para que você ou algum dos seus irmãos vá para lá...
— Como assim? — A Lori para de dançar na hora e vem até mim.
— Tudo bem, eu vou.
— Nós vamos — Lori completa.
Violet chega e pede o que aconteceu, então o Jack e a Myh se aproximam por acaso e contamos para eles. A Lori pede para que a cerimonialista encerre a festa. Eu, o Mike e a Lori vamos no meu carro e a Vi vai com o Jack e com a Myh.
— Ah, meu Deus, eu só espero que nada de ruim aconteça com ela. — Lori se recolhe no banco de trás, me deixando cada vez mais nervosa.
— Por favor, Lori, você não está me ajudando também.
— Desculpa.
Sei que nada que eu falar em pânico vai acalmar alguém, muito menos ajudar.
Entramos no hospital, todos nós ficamos na recepção e ninguém vem, até porque o médico está com a nossa mãe na sala de cirurgia, apenas sentamos nas poltronas, a Lori me dá um abraço, depois de algum tempo eu abraço o Mike.
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