41. Lua de mel.
1.758 palavras
Música do capítulo: Oceans - Seafret (mídia)
Não se esqueçam de comentar e favoritar se gostarem do capítulo, obrigada!
EU NUNCA havia estado dentro de um avião na minha vida, é incrível — considerando o fato de que me apavora estar há quilômetros do chão. Foi bem legal, na verdade, no começo Mike e eu fomos de mãos dadas, assistindo V de Vingança durante a maioria do tempo. Foi uma sensação bem legal. Além do fato de que ver tudo diminuir muito lá de cima é incrível. As aeromoças foram super simpáticas. E eu comi um lanche de peito de peru. Provavelmente o melhor que eu já comi em toda a minha vida.
Mike me olha encantado, como se eu fosse uma peça de um Museu, talvez porque ele já esteve em mais aviões do que possa contar e tudo isso para ele é como respirar. Já para mim isso é como se eu fosse uma criança na Disneylândia, é mágico.
Desembarcamos às três horas da tarde no Havaí, pegamos todas as nossas malas e vamos em direção ao estacionamento do hotel, eles reservaram um carro para que a gente possa andar pela cidade, entramos em um carro preto médio, lindo. Colocamos as coisas no porta-malas.
— Você conhece esse lugar? — pergunto, olhando encantada pela janela; vendo as imensas praias de água transparente. — Já veio?
— Sim, uma vez. Para uma conferência, mas ficamos mais no centro da cidade — ele diz, muito empolgado. Penso em virar para ele e perguntar mais, para saber mais, mas eu não me sinto confortável, ele não parece estar nenhum pouco preocupado, eu sei que deve ter sido especial tanto para mim quando para ele, mas eu acho que ele não tem vergonha, diferente de mim.
— Que legal! — Empolgo-me, olhando rapidamente para ele e sorrio, ele retribui o sorriso e eu volto a olhar para o litoral.
Andamos mais dez minutos, pegamos um trânsito de vinte minutos e andamos mais cinco até chegar ao hotel. Pegamos a chave do quarto é um rapaz nos ajudou com as malas, o nosso quarto é no oitavo andar, apartamento 159. O apartamento é fofo, o quarto, na verdade, estamos em um resort; Hello Hawaii. Muito fofo mesmo, de frente para a praia.
Tiramos as roupas das malas e arrumamos em um guarda-roupas que tem aqui. Conversamos sobre muita coisa, conversamos como se estivéssemos nos conhecendo agora. De fato, uma das melhores sensações que eu tive. Eu sei que a gente não vai ficar falando sobre sexo toda hora e sei que é uma coisa normal entre casais.
Eu realmente não sei o que vai ser da minha vida, não sei se vamos ficar juntos para sempre ou se a empresa vai ser passada para o nome dele e em seguida... Não temos mais nada.
Terminamos de arrumar as coisas, uma moça traz sanduíches naturais e água de côco. Sentamos na varanda e ficamos vendo as pessoas andando por lá. Pelas tábuas que tem como se fossem caminhos pela areia.
Aqui anoitece lá pelas nove horas então não vamos esperar escurecer para sair. Deixamos as coisas na mesa para a camareira pegar, ele coloca um shorts solto e uma camisa, eu coloco um vestido amarelo bem clarinho, quase bege e uma sandália branca. Faço uma trança lateral e passo uma maquiagem leve. Olho meu celular em cima da cama, dou de ombros e vou com o Mike para fora do quarto, ele tranca a porta e põe a chave no bolso.
Andamos pelos caminhos de madeira de mãos dadas, conversamos com algumas pessoas, por qualquer motivo. Vamos para perto da areia, olho no relógio e são seis e meia da noite. Andamos um pouco pela beirada da água, molho os pés e quando voltamos vamos em um restaurante perto do resort. O resort serve janta, mas a gente prefere visitar os lugares por aqui.
Entramos no restaurante, os garçons estão vestidos à caráter, acho eles tão fofinhos. Eu e o Mike sentamos um ao lado do outro em uma mesa de frente para a praia. Pedimos algumas coisas que são recomendações da casa e esperamos.
— Esse lugar é mágico! — Mike diz.
— Eu também acho, cada passo que a gente dá tem uma coisa nova, é um Universo completamente diferente de Atlanta.
— Não quero voltar.
— Vamos aproveitar aqui primeiro, depois a gente pensa em ir embora. — Viro-me para ele e dou um selinho nele. — Depois a gente se preocupar em ir embora.
— Tudo bem. — Ele me dá outro selinho e passa a mão em volta do meu ombro.
— Será que eles estão bem lá? — pergunto, referindo-me à minha família.
— Acho que sim. Vamos aproveitar um pouco, não pense em problemas agora, amor. — Cada vez que ele me chama assim eu sinto um arrepio na minha espinha.
— Claro, mas não tem como não pensar nisso. Eu quero que ela fique bem.
— Não vai acontecer nada com a sua mãe, nem antes e nem depois que voltarmos, você acredita em mim? — Ele passa a mão no meu cabelo.
— Acredito, amor. — Deito-me em seu ombro para que ele não me veja corando, solto um sorriso, mas acho que ele não percebe. Em menos de dez minutos eles trazem a comida.
Uma hora depois que chegamos eles abrem uma pequena pista de dança. Eu e o Mike vamos para lá, dançamos uma música lenta, bem legal. Passamos a tarde andando pelas praias. Até que voltamos para o quarto, parte dos meus pensamentos durante o dia eram se ele estava pensando em fazer algo a mais hoje. Não é por nada, mas eu não quero, não sei por quê.
Olho no relógio e são dez e meia, Mike vai tomar banho, enquanto ele fica no banho eu arrumo a cama. Ajeito os travesseiros e tudo mais. Pego meu pijama — uma camisola que provavelmente Paty colocou na mala. Quando ele sai do banheiro eu entro. Tomo um banho rápido, sem lavar o cabelo, saio enrolada na toalha porque esqueço o pijama, Mike está sentado na beirada da cama mexendo no controle da televisão; tentando ligá-la. Ele está focado demais, então coloco a calcinha por baixo da toalha e deixo a toalha cair, enquanto coloco a camisola.
— Clary — Mike diz e me olha, quando a camisola está abaixo da minha cintura. Solto-a o mais rápido possível e ele sorri. Faço um coque com o meu cabelo e levo a toalha para o banheiro.
— O que foi? — peço, sentando-me ao lado dele.
— Você é linda. — Sinto as minhas bochechas corarem, mas não desvio o olhar dele.
— Espero que não se sinta mal, mas eu cansei hoje. Boa noite e boa sorte com a televisão. — Dou um beijo em sua bochecha e ele vira o rosto, fazendo com que realmente a gente se beije.
— Boa noite.
Fecho as cortinhas da enorme janela ao lado da cama, verifico o celular para ver se tem alguma mensagem ou ligação — nada —, coloco-o de volta no criado mudo, me cubro com os lençóis, cochilo por um tempo e não vejo Mike desligar as coisas e dormir.
Acordo lá pela meia noite, sem sono. Mike está de costas para mim, sem camisa, levanto e me enrolo em uma coberta. Caminho até a varanda, abro a cortina e apoio meus cotovelos na grade. Observo algumas pessoas passando e de vez em quando uma luz pisca. Não sei dizer o que está acontecendo comigo. Até ontem eu estava na minha casa cuidando da minha mãe e da minha irmã. Hoje eu estou casada e passando a lua de mel no Havaí. Sinto passos atrás de mim. Se não for um fantasma é o Mike.
— Não consegue dormir? — pede, também se apoiando na grade, sem olhar para mim.
— Acordei você?
— Não. — Ele sorri e dá de ombros.
— Foi mal.
— Imagina, mas por que não consegue dormir? — Fico em silêncio, meu olhar percorre a praia e para nele.
— Estou pensando.
— Em nós?
— De uma certa forma.
— Você queria ter feito aquilo... ontem? — Ele se vira para mim.
— Claro — assinto, nem com tanta certeza assim, mas ele se convence.
Ele se aproxima de mim e me dá um beijo na testa, apoio o meu rosto no ombro dele e nós ficamos ali, observando a maré, a Lua, as estrelas. Tudo. Até que entramos, dormirmos juntos, apenas de conchinha, foi legal.
Levanto no outro dia às nove e meia da manhã, o Mike parece morto ao meu lado, não se mexe, percebi que ele demorou muito para dormir ontem, então deixo ele dormir. Coloco um vestido solto rosa claro, uma sandália amarelinha e faço um coque no cabelo. Resolvo dar uma volta na praia.
Ando um pouco e decido tirar umas fotos para recordação, mas o meu celular acabou por zerar a bateria, ando mais um pouco e ele desliga e não liga mais. Um turista guia-me até um compilado de lojinhas de bugigangas. Acho uma que arruma celulares.
— Bom dia, senhorita? — Um garoto simpático fala comigo.
— Bom dia — digo, indo até ele.
— No que posso ajudá-la?
— Meu celular zerou a bateria, não liga mais. — Entrego-o na mão dele.
— Espera uns cinco minutos que eu já volto.
Ele leva meu celular lá para dentro e eu verifico a minha bolsa, tenho quinhentos dólares. Olho algumas câmeras e acabo escolhendo uma junto. O rapaz que me atendeu chega e me diz que apenas precisava de uma carga. Acabo comprando a máquina fotográfica também.
Tiro algumas fotos com a câmera nova e arrumo algumas coisas no celular. Volto para o quarto e Mike está sentado na cama.
— Clary, onde você estava? Eu estava preocupado atrás de você.
Tão preocupado que está sentado aí na cama mexendo no celular, penso.
— Meu celular desligou por causa da bateria e eu fui arrumar, aproveitei para comprar uma câmera. — Mostro-a e ele a pega da minha mão. Tirando um foto minha.
— O pessoal do resort planejou algo bem legal para nós — ele diz, entregando-me a câmera e ficando em pé. — Coloca um biquíni.
Apenas assinto e vou ao guarda-roupas. Pego um maiô vermelho. Coloco-o e ajeito meu cabelo. Volto a por o vestido por cima, Mike e eu saímos do quarto.
O dia foi incrível, andamos por uns dez lugares e soubemos as histórias deles. Fomos para uma praia em que a água é absolutamente transparente. Lindo. Fizemos mergulho também. Junto com mais um casal. Eles eram bem legais. Voltamos para o quarto depois da janta. Às nove e meia da noite.
Nessa noite tudo aconteceu de novo, de uma forma em que me senti mais confortável, de uma forma em que eu realmente senti que éramos um só.
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