29. Gostamos.
1.192 palavras
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— O que foi? — ela pergunta, dando um gole no café, então coloca uma perna sob a outra e sorri para mim. Como se fosse uma psicóloga ou algo do tipo.
— Tudo bem? — peço, mais para dar uma enrolada no assunto. — Com você, com a Nessa?
— Estamos bem. Ela tem aula e estuda o dia inteiro. — Dá um sorriso triste. — Eu só não fico sozinha o dia inteiro porque trabalho à tarde. Porque se não eu estaria literalmente sozinha o dia inteiro, e você?
— Estou bem também.
— Bem mesmo? Quer dizer... como vai na casa nova?
— Tudo tem seu lado bom e seu lado ruim. Isso tem mais lados ruins do que lados bons, mas é assim mesmo. — Coloco a xícara em cima da mesa de centro e encaro ela.
— E como é a família dele? Digo, eles estão te tratando bem e tudo mais...
— Você viu o que a Patrícia fez aquele dia do vestido. — Reviro os olhos. — Fora isso eles não podiam me tratar melhor, acredite. — Sorrio e ela me encara estranho.
— Você está estranha, Clary? — Então ela me analisa fixamente, seus olhos percorrem o meu rosto inteiro, a expressão dela é indecifrável. Quando, de repente, ela para, abre um sorriso e para os olhos nos meus.
— O que foi, Vi? Você está me assustando. — A expressão dela continua sem explicar nada. — Violet?
— Estou tentando decifrar você. Eu sempre consegui isso, mas agora está um pouco impossível. — Ela arqueia uma das sobrancelhas. — Se você não me contar uma hora ou outra eu vou descobrir, acredite. — Ela sorri.
— Não tem nada de diferente comigo. Você é louca. O quê exatamente poderia ter me mudado?
— Eu seria mais específica: quem?
— Ah não, Vi. — Reviro os olhos. — Ninguém vai me mudar, inclusive o Mike. É impossível.
— Você realmente acha impossível uma pessoa mudar a outra? — Ela volta a me encarar com aquela expressão de antes.
— Na verdade, não, mas como seria possível?
— Amor.
— O amor pode mudar as pessoas, várias coisas podem mudar as pessoas, mas pessoas não mudam pessoas, Vi. — Com certeza o que eu disse não fez sentido, nem para ela nem para mim. Quer dizer, para eu até faz. Já que eu acredito fortemente que ninguém pode mudar a outra pessoa.
— Eu acho que pessoas mudam pessoas sim.
— Exato. Você acha. Isso não significa que todas as pessoas no mundo tem a mesma opinião que a sua. — Dou de ombros.
— Tudo bem, bonitona, mas e aí, já aconteceu alguma coisa entre vocês?
— Como assim?
— Vocês dormem juntos?
— O quê? Meu Deus, Vi. Não, a gente não dorme juntos, por mais que estamos na mesma casa.
— Eu não sei, Clary. Faz um tempinho que a gente não conversa.
— Tudo bem. Tudo bem, Vi. A gente se beijou, algumas vezes, mas para com isso, eu sei que nunca vai passar disso.
— Meu Deus, Clary, isso é maravilhoso. — Agora ela parece histérica. — Eu sempre soube...
— Eu já ouvi isso antes; chega. Por favor, para com isso. Eu só tenho uma coisa para falar: Pode ser que algo aconteça, claro, não vou negar; mas isso não quer dizer que eu não possa me casar com a certeza de que, assim que o tratamento estiver pago, eu vou me divorciar. — Apoio minha cabeça na parte de trás do sofá. — Estamos entendidas, Violet?
— Claro. Hum... posso perguntar uma coisa?
— Claro...
— Ele sabe que depois do casamento você quer se divorciar?
— Na verdade, não, mas não interessa, isso vai acontecer ele querendo ou não.
— Mas ele precisa aceitar, não precisa?
— Sim, mas isso vai acontecer. Eu tenho certeza.
Fico mais meia hora na casa da Violet, saio o máximo possível do que ela quer dizer sobre o casamento. Até que ela recebe uma ligação urgente.
— Eu preciso ir para o trabalho, uma garota passou mal e teve que ir embora. — Ela se levanta.
— Vou ligar para virem me buscar.
Ela diz que vai esperar o Mike vir, então vamos lá para a frente da casa dela, não demora nem dez minutos e o carro preto de Mike estaciona na nossa frente, me despeço de Violet, ela e Mike se cumprimentam.
— Você vai para onde? — Mike pergunta, quando eu entro no carro.
— Para o meu trabalho — ela responde.
— Vem, eu levo você. — Ele destrava a porta de trás e ela entra. Violet indica onde é o trabalho dela e nós vamos conversando.
— Obrigada — ela diz, saindo do carro. — Tchau, Clary. Tchau, Mike.
— Imagina, tchau, meu amor — digo, ela entra no estabelecimento e Mike dá a partida no carro.
— Bom, eu tenho mais um lugar antes de voltarmos para casa. — Mike vira antes do que seria a quadra de casa.
— Onde?
— Vamos ver mais um apartamento, eu acho que não gostamos muito, não é? — Ele dá um sorriso, eu o encaro, mas ele não me olha, sinto que uma vontade enorme de sorrir toma conta de mim.
Finalmente chegamos a um condomínio: Bahar Palace. Um condomínio com quatro blocos. Entramos e Mike conversa com Angélica, que está esperando a gente na recepção, ela vai com a gente até o apartamento.
— Bom, esse é um dos apartamentos mais em conta da Zona Norte. Tem três quartos com banheiro, uma sala, cozinha, lavanderia e mais dois quartos que vocês podem usar para o que quiserem. Tem oitenta metros quadrados... — Ela e Mike conversam mais algumas coisas e eles olham uma pasta, me chamam para olhar e comentam mais alguma coisa.
— Gostamos desse — Mike diz, com um sorriso no rosto.
— É... gostamos. — Dou um sorriso também.
Ao final de tudo, quando estamos na recepção assinando os papéis — sim, compramos esse apartamento —, Mike assina e eu também. Ele passa a mão pela minha cintura e Angélica nos fala mais alguma coisa. Sorrio e nos despedimos de Angélica.
— Obrigada. — Agradeço apertando a mão dela, Mike faz a mesma coisa em seguida.
Me viro para ele e sorrio, incrível como ele tem o poder de me derreter em alguns segundos. Ele tira a mão da minha cintura e nós nos encaramos por alguns segundos.
— Bom, então temos a nossa casa, senhorita Clary Highgate. — Ele dá um sorriso e eu abraço ele.
— Eu quero dar uma volta agora, pode ir para casa, preciso ficar um pouco sozinha, volto para o almoço. — Dou um beijo em sua bochecha, ele assente e eu saio do condomínio.
Caminho umas duas quadras até chegar em uma pequena cafeteira, um lugar que eu gosto de vir há algum tempo, entro e pego uma fila que tem sete pessoas, pego uma caixa de donuts sortidos e uma xícara de café descafeinado. Pego a caixa e me sento na mesa lá de fora, vejo as flores caindo e pego algumas, pego meu livro que está dentro da bolsa, abro a caixa de donuts e coloco-os junto com o café em cima da mesa. Abro o livro e como um donut.
— Querida, Hazel, no final de tudo, nós somos apenas humanos, mergulhados na ideia de que amor, só o amor, é capaz de curar todas as nossas feridas. Creio que muita gente quer ser alguém, mas temos medo de que se tentarmos, não sejamos tão bons como todo o mundo imaginou que poderíamos ser...
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