1.345 palavras

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— Por favor, me ajudem, não vai ser fácil para eu também, então espero que vocês me entendam. Já que quando eu me casar eu vou definitivamente sair de casa, não é? — indago, assim que meu pai termina de me abraçar.

      — É lógico, mana! — Lori me dá um beijo na bochecha.

      — Eu também tenho uma coisa pra falar — Jack diz. — Eu e a Myllena vimos algumas coisas e acabamos comprando um apartamento, é há uns dez quilômetros daqui, mas nunca mais vamos deixar de vir...

      — Verdade — ela concorda. — Não vamos deixar de vir aqui, longe de mim reclamar, até porque eu amo ficar aqui, mas eu sei que a Clary vai me entender e vocês também, Mary e Norman, é bom termos o nosso cantinho, o cantinho em que eu e o Jack vamos construir a nossa família.

      — Que bom! — Minha mãe abre um sorriso enorme então abraça os dois. — Quando vocês se mudam?

      — Bom, o casamento é em menos de três semanas, então acho que temos que arrumar as nossas coisas em Nova York e assim que tudo estiver pronto nós mudamos — Myllena responde.

      Depois do almoço meu pai sai dizendo que precisa resolver algumas coisas, minha mãe fica um pouco lá fora com as flores e depois volta para o quarto, a Lori vai fazer algumas tarefas do curso dela, Jack também sai, mas eu não prestei muita atenção no que ele disse que ia fazer. Myllena senta-se na cozinha — aonde eu estou preparado um bolo de maracujá com chocolate branco.

      Antes que alguém fale alguma coisa o meu celular começa a tocar, coloco o bolo no forno e procuro ele, Myllena me entrega, já que ele está ao seu lado.

      — Obrigada — murmuro, colocando o celular perto de mim. — Alô?

      — Oi, Clary?

      — Ela mesma. Quem é?

      — Oi, aqui é a Patrícia, a irmã do Mike. A gente se conheceu no meu aniversário.

      — Ah, sim. Desculpe-me, mas o que foi?

      — Bom... Hoje é dia de escolher o  seu vestido, já que o seu casamento foi antecipado, precisamos ver isso logo.

      — Ah, sim, digo... claro. Que horas?

      — A hora que você puder.

      — Pode ser às três?

      — Pode. Leve alguém. Irmã, amiga ou cunhada, mas leve, está bem?

      — Tudo bem, aonde?

      — Eu passo a localização por mensagem. Pode ser?

      — Claro.

      — Até depois.

      — Até.

      Desligo o celular e o coloco no bolso da calça.

      — Clary? — Myllena pede.

      — Eu — digo, enquanto começo a lavar uma bacia.

      — Você poderia me ajudar com o meu vestido hoje?

      — Myh... — Largo a bacia e seco minhas mãos, então sento-me ao lado dela. — Eu tenho certeza que você está mais ansiosa para o seu casamento do que eu estou para o meu, mas a Patrícia acabou de me ligar avisando que vamos ir ver o meu.

      — Tudo bem. — Ela sorri um pouco triste, então tenho uma ideia.

      — Quer ir comigo?

      — Você deixaria?

      — É lógico.

      — Mas é claro que eu vou. Eu vou ver uns negócios sobre a decoração do salão, mas quando quiser ir é só me chamar.

      — Tá bom.

      Quando estou terminando de lavar a louça, na verdade, quando coloco o pano de louça sobre a mesa, ouço passos na cozinha.

      — Oi! — É a voz de Violet, então viro-me.

      — Oi! — a cumprimento. — Sente-se.

      — E aí? — Nós duas nos sentamos. — Como vão os preparativos para os seu casamento? — Ela fala realmente como se fosse a coisa mais empolgante do mundo.

      — Por falar nisso... — interrompo-a. — Você quer ir comigo hoje ver o meu vestido?

      — Ah, meu Deus! É lógico que sim, né, bobinha! — Ela dá um sorriso enorme e me faz feliz também.

      Às três em ponto eu, a Myllena, a Violet e a Lori entramos no carro da Myllena. Vamos para o local aonde a Patrícia me mandou. É meio longe de casa, então chegamos em meia hora, mas mesmo assim conseguimos chegar e ainda não escureceu. A loja se chama Karin e tem vestidos de princesa aqui, gigantes, com caldas, decote em formato de coração, sério, todos são lindos.

      Patrícia e Mônica também vieram, nós seis entramos, a loja é enorme, com vários guichês onde os vendedores atendem as noivas e as acompanhantes.

      — Boa tarde — uma vendedora diz, com um cabelo enorme e um sorriso bem branco. — Me chamo Karina, quem é a noiva?

      — Ela. — Todas apontam para mim.

      — Bom, como é o seu nome, querida? — Ela me dá um beijo no rosto.

      — Clary.

      — Tudo bem, Clary, quem veio com você?

      — A minha futura sogra, a minha irmã mais nova, a minha melhor amiga e a minha futura cunhada — digo, apontando para cada uma.

      — Muito bem, qual o orçamento de vocês?

      — Seis mil dólares — Mônica diz e o meu queixo cai, mas me recomponho.

Seis mil dólares é muita coisa! penso.

      — Tá bom, temos uma infinidade de estilos que você pode escolher com esse valor. — Ela nos guia até um dos guichês e elas sentam em um sofá branco. — Querem champanhe?

      — Cinco — Mônica diz.

      — Tá bom. — Então a vendedora pede para que outra traga os champanhes.

      Karina me leva para uma pequena sala, onde vamos conversar à sós. É uma salinha pequena com apenas uma arara.

      — Coloque esse roupão. — Ela me estende o mesmo, ela sai da sala e eu coloco ele.

      Ela volta alguns minutos depois e senta-se na cadeira.

      — Bom, como se chama o seu noivo?

      — Mike.

      — Sim, e como você e Mike se conheceram?

      — A gente... — Travo por um momento. — Nós nos conhecemos há um ano na casa de uma amiga minha. — Invento uma história completamente aleatória.

      — Que lindo. Bom, então, como você quer o seu vestido? O orçamento cobre vários estilos.

      — Na verdade, fiquei meio espantada com o preço, não tinha sido informada sobre isso, mas enfim. Eu não quero muitas pedras ou muito peso, gosto de uma saia maior, um decote em forma de coração ou algo com rendas na parte de cima.

— Sei. Vou trazer algumas opções para você provar.

Ela sai da sala e me deixa sozinha por uns cinco minutos, até que volta com quatro vestidos.

Eu já amei o primeiro de cara — é um vestido com uma calda não muito longa, decote até que bonito e com alguns brilhos na cintura, fora isso ele é liso parece uma seda —, mas como tem mais cinco mulheres lá fora eu tenho que mostrar para elas.

— Meu Deus, Clary, é lindo! — Lori diz e Myllena concorda.

— Não achei muito bonito — Mônica diz.

— Mas olha como ele caiu bem nela — Karina diz, desta vez.

Levamos mais de duas horas lá. Já que a Mônica não concorda com a maioria dos vestidos. Até que chegamos em um consenso: em vestido com a parte de cima toda rendada, com uma faixa meio dourada na cintura e parte de cima em um tecido bem gostoso, parece até veludo, vamos voltar em duas semanas para ajustes finais.

— Já começou a fazer as suas malas, Clary? — Patrícia pergunta.

— Pensei em começar hoje quando chegar em casa, assim que tudo estiver pronto eu ligo para vocês irem buscar.

— Que ótimo.

— Aonde vai ser a festa? — Violet pergunta, quando estamos saindo da loja.

— Queremos que seja no salão do Colossus Palace — Mônica responde.

— Uau, lá é incrível — Violet responde.

— Olha aquela loja! — Patrícia me puxa para uma loja à frente e as outras vem atrás.

É uma loja de lingeries. Aonde infelizmente e por algum motivo desconhecido, eu me sinto extremamente constrangida.

— Olha, Clary, isso vai ficar lindo em você na sua noite de núpcias, não vai, meninas? — Ela ergue um babydoll preto com algumas rendas.

Fico tão brava com ela que a única coisa que eu penso em fazer é sair dali correndo agora. Lori, Myh e Violet saem atrás de mim, nós entramos no carro e a única coisa que eu consigo fazer é chorar, Myllena dirige, Violet fica no banco do passageiro enquanto eu e a Lori estamos no banco de trás, apoio minha cabeça no ombro dela e choro mais do que eu consigo. Talvez por aquilo ter me constrangido, se bem que eu não sei a razão pela qual eu estou mesmo chorando.