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17. A Proposta.

1.057 palavras

Não se esqueçam de comentar e favoritar se gostarem do capítulo, obrigada!

— Claro, tudo no seu tempo, só queremos que o casamento seja mais cedo. Essa é uma das nossas únicas condições... Será que nós três podemos conversar sozinhos? — dessa vez é a Mônica quem pede. — Se for possível, é claro.

      — Claro — meu pai responde.

      Myllena e Jack saem para resolver alguns negócios no centro, Lori vai ver a mamãe e meu pai só sai para o jardim. Então a Mônica e o Joey sorriem, o que me assusta é o jeito que eles me olham, parece que eles dependem dessa minha resposta ou dependem de mim para qualquer coisa.

      — Minha querida — Mônica começa. — Eu sei que você e o Mike não se conversaram muito ou que ao menos se conheciam antes, sei muito bem que vocês só se viram algumas vezes, mas esse casamento vai salvar a sua mãe. Espero que você entenda o porquê de estarmos adiantando o casamento — prossegue. — Eu juro à você que será muito bem recebida em nossa casa e será tratada com uma filha. Tudo bem para você?

      — O que quer dizer com isso?

      — Minha linda, queremos que você more em nossa casa, até o casamento de vocês. — É lógico que eu quis gritar ou bater em alguma coisa naquela hora, não sei o que dizer sobre isso. Eu acho que ela não sabe que logo que o casamento acontecer a gente vai se separar.

      — Hum, tá bom, mas a minha mãe não pode ser cuidada só pela Lori, ela é inexperiente, eu não sei se é uma boa ideia — explico.

      — Mais uma coisa, você não precisa se preocupar em trabalhar, pode largar qualquer que seja o seu emprego. Você só precisa se dedicar as coisas do seu casamento, vamos contratar uma enfermeira das melhores da região para cuidar da sua mãe. — Ela apoia as mãos dela nas minhas e acaricia, eu sorrio como se aquilo fosse uma ótima opção: deixar a minha mãe sob os cuidados de uma pessoa que ela não conhece e então ir morar com uma família nova.

      — Eu não sei o que dizer, Mônica... Eu...

      — Por favor, aceite, depois do casamento vocês saem de lá, não se preocupe. — Quero perguntar o porquê de tudo isso, mas deixo quieto.

      — Tudo bem, eu vou. — Sorrio mais uma vez, vai ser uma tortura, mas não quero magoa-lá. — Quando?

      — O mais breve possível.

      — Bom, eu tenho que informar a minha família antes e ir ao meu trabalho pedir demissão e assim que o Jack e a Myllena se casarem eu prometo falar com vocês. Pode ser?

      — Claro, querida, vamos aguardar. Bom, a gente tem que ir agora, aguardamos a sua ligação. — Ela se levanta e logo em seguida eu e o Joey, levo eles até a porta, meu pai se despede deles e eu corro para o meu quarto.

      Ligo a banheira e tiro a roupa. Quando me encaro no espelho eu me olho, tão fundo que eu consigo enxergar no que eu me transformei, eu pareço submissa, todos conseguem entra na minha mente e fazer comigo o que eles quiserem.

Do ponto de vista físico, eu não me acho feia, mas também não há nada diferente em mim, nada que chame a atenção, eu não tenho curvas, muito menos corpo de modelo, se bem que eu gosto do meu corpo, mas não seu se alguém vai gostar. Alguém, mais especificamente o Mike. Porque querendo ou não eu acho que a gente vai ter que dormir juntos. Ainda mais se a mãe dele insistir nessa história de eu me mudar para a casa deles.

      A banheira enche e eu entro, deixo a água molhar todos os lugares no meu corpo, respiro algumas vezes e deixo o ar limpar os meus pulmões. Sempre que eu fecho os olhos eu vejo um fundo preto cheio de luzes vermelhas. Não sei descrever o porquê de ver essas coisas, só sei que uma hora tudo está preto e eu estou desligada da tomada. É como se eu estivesse realmente tirado a tomada do meu cérebro.

      Acordo com batidas na porta do banheiro.

      — Clary! Você está aí? Está bem? — reconheço a voz da Lori.

      — Oi... hum... estou bem... Já vou ajudar com o jantar, me espera.

      — Tá bom.

      Me seco e coloco uma roupa bem confortável, vou para a cozinha, Norman, Myllena e Jack estão sentados no sofá da sala assistido alguma coisa no jornal, Lori está sentada à mesa picando algumas coisas para fazer uma sopa.

      — O que eles queriam à sós com você? — pede, então eu me sento ao lado dela.

      — Aí, Lori, eu vou me mudar para a casa deles. O que você acha?

      — Sinceramente? Eu acho legal, você conhecer melhor eles, a sua cunhada, o seu futuro marido, principalmente. Deve ser bem legal, não estou sendo cínica nem nada, apenas acho que vai ser uma boa ideia. — Ela sorri e me encara por alguns segundos. — Mas, por outro lado, a casa vai desmoronar sem você, o papai não está cem porcento, logo o Jack e a Myllena vão ter a vida deles de volta, eu ainda não sei nem a metade do que fazem com a mamãe.

— Obrigada, mana, mas eu prometo vir aqui sempre que der. Eu não vou abandonar ninguém, por favor, se acalme. Sobre você cuidar da mamãe: eu vi o jeito que você cuidou dela quando eu pedi. Você cuidou dela tão bem, com tanto amor e carinho que eu tenho certeza de que você vai dar conta do recado, não é? — Levanto e dou um beijo em sua testa. — Vem, vamos terminar o jantar. Amanhã eu vou pedir demissão do meu trabalho e...

— Por que pedir demissão do trabalho? — Ela parece meio intrigada.

— Porque a Mônica pediu para eu focar somente nas coisas do casamento. Esquece isso, eu também não estava tão feliz lá. — Dou de ombros. — Quem sabe daqui uns dias eu ache algo bom para mim.

— Tudo bem. Quando vai falar com o papai, com a mamãe e com os outros?

— Relaxa, Lori. Eu vou conversar com vocês depois.

Ela sorri mais uma vez e então eu a ajudo a terminar a sopa. Não sei se estou me sentindo culpada por deixar a minha mãe sozinha com a Lori, mas eu sei que ela é responsável, ou pelo menos ela está parecendo ser uma pessoa mais responsável, tenho orgulho do que ela vem se tornando.

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