LXXXIII- Tu vinhestes
Eu estava ali, num canto sem luz;
Envolta duma atmosfera negrume
E tu vinhestes até mim com incólume
maestria, abrupta simplicidade que
neste lancinante planger me alumia;
Tu cutucastes-me a ferida nua e crua
Aberta no peito, num desprazeroso
deleito; eu achava que estava segura
Visto que criei um muro; mas ele se desmoronou feito castelo de cartas;
E então, eu virei um alvo da solidão
Apenas mais uma dentre a multidão;
E estava deveras exposta e vulnerável;
Sangrava, mas ninguém via;
Chorava enquanto todos sorriam;
E ninguém percebia, ninguém queria
Se preocupar com a dor de um outro
Alguém, a dor senão a sua;
E tu vinhestes até mim, feito anjo que
Apazigua num intempestivo tormento;
Mirei-te nos olhos, e deixei cair uma
Lágrima, não de dor, mas d'alguma
Emoção distinta, pois eras uma alma
Terna à aquecer minh'alma desolada.
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