• Capítulo 6
Na manhã seguinte a mansão dos de Marinho estava silenciosa. Adam como de costume levantara cedo para cuidar de seu jardim, viu Mia sair apressada dizendo que estava atrasada para a faculdade. Mayara dormia tranquilamente com um sorriso no rosto, em seu coração havia uma esperança, mesmo sendo ela minúscula. Gostaria de pensar que ficara tudo bem.
Conrado já estava de pé às seis e meia da manhã, cruzará com uma Mia afobada cheia de pasta em mãos, ate se ofereceria para ajuda-la, mas ficou quieto ao receber um olhar nada amigável da mulher. Lembrará-se do ocorrido da noite anterior, após dizer que o preconceito não era apenas o racismo, Mia sentira o impacto dessas palavras sabendo que o Russo referia-se a ela.
Conrado não tinha nada para fazer na grande mansão, não poderia trabalhar ate conseguir o visto para trabalhar em outro país. Andou ate o jardim admirando a quantidade de flores que continham lá. Tão bonitas e diferentes que o homem se sentiu confortável naquele ambiente cheio de cores
— Vejo que esta acordado há essa hora rapaz — Assustou-se com a voz de Adam que estava atrás de Conrado, o pai de Mia tinha suas mãos sujas de terra e carregava um grande sorriso em seu rosto
— Não sou acostumado a acordar tarde, ate porque esse fuso horário esta me matando – Conrado sorriu ao ver que suas palavras saíram tão facilmente
— Ah, pois se acostume, aqui no Brasil você nem terá sossego, ai vera o verdadeiro significado de "matando" - O senhor de Marinho sorriu divertido, logo se concentrou em cuidar da muda de tulipas de diversas cores
— Não seria mais fácil chamar um jardineiro para cuidar dessas flores? – O Russo perguntou sentando-se no banco de madeira
— Um jardineiro, para que? Deus me deu duas mãos, posso fazer coisas incríveis com elas, e uma delas é poder cuidar de meu jardim, ver minhas flores desabrocharem mostrando assim toda sua beleza – Adam disse com toda sua concentração voltada as tulipas, a qual ele regava.
Conrado sorriu por um momento, pensou em como algo tão simples poderia ser tão importante para alguém.
— Sabe... Tulipas são as preferidas de minha filha – Adam falara viajando em seus pensamentos
— Como?
— Tulipas Conrado, se quiser se redimir, comece com as tulipas. Tenho certeza que conseguirá a confiança de minha filha pouco a pouco - O homem que ate então cuidara de seu jardim virou-se para o hospede sabendo que algo não estava indo bem entre ele e sua filha
— O senhor soube do que aconteceu? – Sentiu algo estranho com essa possibilidade, não queria pensar no que o pai da negra não o visse como uma pessoa de bem, pois de alguma forma Conrado se importava
— Não, não sei de nada, mas posso sentir a tensão de longe – Após ouvir a resposta de Adam Conrado suspirou aliviado.
O Russo estava pronto para se levantar, quando Adam o chamou.
— Comentei sobre uma proposta que quero lhe fazer, sim?
— Não senhor
— Oh, pois, isso é a velhice chegando – Sentou-se ao lado de Conrado, logo continuando a falar — Como não pode trabalhar ainda, venho lhe pedir para que passe na faculdade de Mia, ela tem algo pendente na empresa Marinho Império, se conseguir convencer minha filha de ir à empresa, tratarei de resolver a demora de seu visto, e arranjarei um cargo na Marinho Império.
Conrado não queria negar a proposta, pois a mesma adiantara sua vida, mas se perguntou como saberia andar pelo Rio de Janeiro, já que mal conhece a cidade, o máximo que saberia ir era até a porta de fora da grande mansão
Antes de poder perguntar algo, Adam logo fala
— Não se preocupe o GPS esta em russo para facilitar, irei lhe dar o endereço da faculdade, e de minha empresa, ao entrar no carro é só você escolher o lugar que quer ir – Adam explicou como o GPS funcionava, como se Conrado não soubesse
O russo não viu alternativas se não aceitar.
Pela tarde Mia se despedia de seu professor Aleksander, um homem de cabelos castanhos, e olhos da mesma cor. Saiu do grande edifício, procurou a chave de seu carro no bolso de sua mochila não a encontrando, suspirou frustrada, o estacionamento estava cheio de pessoas, muitas em seus grupinhos conversando coisas fúteis, Mia se perguntava o porquê dessas pessoas irem à faculdade se nem interesse tinham. Pensou em entrar na faculdade para procurar sua chave, mas foi impedida por um infeliz que tinha o farol ligado em sua direção e buzinava sem parar. Virou-se para o engraçadinho levando um susto ao constatar que Conrado acabara de sair do maldito carro fazendo assim algumas meninas se aproximarem diante do sorriso galanteador da gazela russa.
.
.
.
Imagem abaixo: Adam
Um beijo, agradeço pelos votos e comentários 😍🙈
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro