Capítulo 31- Final
Tanta dor que poderia ser felicidade, e tanta felicidade inversa que logo vira dor.
Perder um ente querido dói tanto, mais do que ser atropelada, pois sentimos como se um buraco fosse aberto no peito, atingindo o coração assim provocando a mais dolorosa dor.
Adrien estava a construir uma empresa em Moçambique, muito dos funcionários da Marinho império foram chamados para se transferir, depois da morte de seu pai Adrien ficara meio que sem rumo, porem não perdeu seu real foco.
Dulce era a novidade da imprensa, havia se inscrito para participar do Big brother Brasil e assim selecionada para participar do grande programa. Rose recebia notícias de Henrique sempre que podia, ela sabia que não era o certo se preocupar com ele, mas mesmo assim o fazia algo nela lutava para sair, e isso a deixava reprimida.
Adam tivera um funeral digno de sua pessoa, e sim, havia bastante flor no local. Muitas pessoas estavam lá, até mesmo aqueles que conheciam apenas de vista ou o cumprimentava com um simples "oi", eles sabiam o quão bom era Adam.
— Nossa família nunca será completa sem o senhor – Mia disse apertando a rosa branca que segurava, as lágrimas desceram por sua face ao beijar a rosa depositando lembranças boas ali, e então jogando sob o caixão de Marinho.
Um mês e meio depois.
Casamento. Isso é algo que apavorava a negra, a idéia de casar amar e respeitar, estar ao lado na saúde e na doença... Doença apavorava completamente Mia.
O casal iria se casar, Mia não quisera saber de noivado, marcou a data de casamento querendo não só realizar seu sonho apavorante, mas o de seu pai também, ela queria provar que estaria ao lado de Conrado na saúde e na doença assim como sua mãe ficara ao lado de Adam.
— Estou nervosa e apavorada – Disse a mulher em um sussurro, acompanhava com os olhos suas companheiras correrem de um lado para o outro, sentia a cintura ser apertada por diversos fios que ajustava o vestido de casamento.
Ahh o vestido, essa vestimenta era maravilhosa, estilo calda de sereia tão branco e belo que mais pareciam pérolas cintilantes. Nos pés calçava um salto de cor bege, o cabelo arrumado em um perfeito do coque que deixava suas mexas frontais a mostra.
— Não precisa ficar assim minha querida, você está linda! Seu noivo ira adorar. – Dessa vez quem estava ao seu lado era Valerie, a mulher de sorriso largo e bonito.
— Obrigada... Eu nunca me senti assim, é como se estivesse a passar pela etapa mais séria e precisa de minha vida.
— Mas essa é a etapa mais séria de sua vida! Uma decisão muito importante.
(Narrado na 1ª pessoa)
Meus pés estavam sob um banquinho branco, diante de mim havia um imenso espelho que me permitia admirar o quão bela estava dentro do vestido. Não estava a acreditar que finalmente tomei uma decisão em minha vida, essa que não esta alegrando apenas a mim como a minha família inteira. Tenho certeza que meu pai está contente também... Junto das estrelas.
Retomei com minha faculdade também, meus colegas ficaram felizes de me ver, até mesmo aquelas vacas sagradas da índia.
— Você esta bem? – Perguntou Valerie terminando de arrumar seu vestido longo amarelo.
— Por que a pergunta? – Desci do banquinho me pondo a sua frente.
— Está chorando! – Me respondeu e automaticamente toquei em minha face constatando que havia lágrimas ali.
— Oh, é porque me veio à mente sobre como meu pai deve estar feliz, em como estamos felizes. – Sorri sem mostrar dentes.
— Meninas. Chegou à hora. – Minha mãe entrou no pequeno quarto, vestia um vestido bege de seda, havia alguns babados em seu final. Os cabelos loiros brilhavam como nunca, soltos mostrando toda sua elegância.
Pelo amor do supremo que criou essa divindade. Minhas pernas tremem tanto que mal consigo me mover, estou como um carro que para se locomover precisa de gasolina, assim com eu, preciso de coragem e muita calma.
— Vamos! – As duas mulheres me arrastam como loucas para fora do quarto me deixando surpresa ao ver a grande limusine de cor branca e vidros negros.
Minutos se passaram e a limusine andava em uma velocidade perfeita para me fazer pensar e refletir sobre a vida, sobre minha vida.
Depois da morte de meu pai, todos nos vivemos nosso luto em silêncio, Adrien como soube não conseguiu se perdoar queria passar o ultimo segundo de vida de seu pai junto a ele. Ai ele penso que... Era como eu havia dito, ele foi egoísta, pois o mesmo poderia ter Nataly quando quisesse, mas a nosso pai seria impossível.Desde então Adrien está aqui conosco, fala com Nataly de vez enquanto, a mesma entende nossa situação, nosso luto, e foi com essa compreensão que consegui me aproximar dela e aceitar seu perdão.
Olhando para a janela querendo admirar a paisagem e assim não conseguindo, pois havia algo em mim que não queria ficar quieto, revirava-me por completo querendo gritar sua existência, e isso seria uma surpresa, a surpresa que a vida me deu... A felicidade.
— Mia. Chegamos! – Minha mãe avisou, despertando não só meus pensamentos como todo meu nervosismo e ansiedade.
— Nossa. Rápido, sim?! – Ao sair da limusine estiquei meu pescoço para ver o carro que acabara de chegar. Esse que era da mãe de Conrado, ela viera ao lado de Adrien, esse que se ofereceu para entrar comigo na igreja.
— Mãe... – Olhei para ela que me entregou o buquê de rosas azuis.
— Eu vou segurar seu veu. Serei sua dama de honra – Sorriu como uma criança, essa era minha mãe, mesmo sem seu brilho no olhar. Continua forte e sendo preenchida de alegria.
— Esta bem Mãe.
Adrien se pôs ao meu, usava um blazer negro, ele não quis usar um smoking de maneira alguma.
— Esta linda – Abriu um sorriso mostrando seus dentes
— Eu sei, Adrien. Minha beleza é automática. – Fiz graça, então senti quando minha mãe segurou meu veu e a porta se abriu. Lá de dentro pudera se ouvir a melodia da música: How long will I love you. Da cantora Ellie Goulding.
How long will I love you
As long as stars are above you.
And longer if I can.
(Por quanto tempo vou te amar?
Enquanto as estrelas estiverem em cima de você. (E por muito mais tempo se eu puder.)
Meus olhos estavam fechados, sentia a música por todo meu corpo... Era incrível, essa era canção certa para mim, certa para Conrado.
Andava devagar, a poucos passos até que... Adrien para subitamente me fazendo parar junto a ele e abrindo os olhos. Minha mãe não entendia nada, assim com eu, passou para meu lado e arregalou os olhos.
— O noivo está atrasado. – Fomos avisados, meu coração murchou assim como o buque de rosas azuis que caíra no chão.
— N-não pode... Conrado não. – Senti uma imensa falta de ar com a idéia de tudo aquilo não ser apenas um atraso.
— Acalme-se, Mia. – Dona Mayara pediu enquanto Adrien me ajudava a caminhar até o altar. Sentei no mesmo e bebi um gole generoso de água que foi me dado pelo pastor.
Fechei meus olhos em busca de calma, essa agitação toda não esta me fazendo bem. A igreja que estava em um imenso borbulha de conversa se cala completamente, e então a música da Ellis Goulding recomeça a tocar.
— O quê? – Abri meus olhos rapidamente deixando essa palavra escapar de minha boca. Ao olhar para frente vi um homem vestindo um smoking branco, cabelos lambido pelo gel e olhos azuis profundos, esse homem entrou na igreja andando lentamente, se agachou no chão pegando o buquê de rosas, logo retornou a caminhar em minha direção ao tocar da melodia.
How long will I need you? As long as the seasons need to follow their plan
(Por quanto tempo eu vou precisar de você? Por tanto tempo quanto as estações precisem Seguir seus planos).
Conrado era a noiva! Estava uma confusão. Meu coração começou a bater em um compasso anormal.
Então o homem chegou ate mim com aquela barba por fazer, estava irresistível, e toda minha preocupação se esvai com apenas um olhar seu.
Conrado estendeu sua mão me puxando para seu lado, me entregou o buquê e então sorriu de lado, de uma maneira única, uma maneira apenas dele.
How long will I be with you? As long as the sea is bound to Wash upon the sand
(Por quanto tempo vou ficar com você? Por tanto de tempo quanto o mar esteja encarregado Lavar a areia).
— Acho que me atrasei um pouquinho. – Cochichou abaixando a cabeça demonstrando o quão envergonhado estava
— Você é impossível! – Queria estar seria, mas era inevitável não sorrir, sorrir de felicidade por ver que ele estava ali, me fazendo imaginar por quanto tempo irei amá-lo.
— Vejo que podemos começar com a cerimônia. – O padre diz se pondo em nossa frente. Eu e Conrado nos olhamos com um sorriso bobo no rosto, logo nos ajoelhamos.
E então a cerimônia começou...
— Eu Conrado Morozov Melnikov. Recebo-te por minha esposa a ti, Jamia de Marinho. Prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença,
todos os dias de nossa vida.
Em todo momento Conrado estava a falar olhando diretamente em meus olhos como se pudesse enxergar minha alma, alcançar meu coração.
— Eu Jamia de Marinho. Recebo-te por meu esposo a ti, Conrado Morozov Melnikov. Prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias de nossas vidas.
How long will I want you? As long as you want me to and longer by far
(Por quanto tempo eu vou te querer? Por tanto tempo quanto você quiser que eu queira E por muito mais tempo)
— Confirme o Senhor, benignamente,o consentimento que manifestastes perante a sua Igreja, e se digne enriquecer-vos com a sua bênção. Não separe o homem o que Deus uniu.
Conrado pegou a aliança que estava sob uma bancada verniz, era lindo, de cor prata com uma pedra cerca em seu centro. Colocou em meu dedo, peguei a outra aliança e fiz o mesmo com ele beijando sua mão logo em seguida. Beijamos-nos selando nosso amor, finalmente éramos marido e mulher.
••
Estávamos em um amplo jardim, esse que havia um rio tão lindo quanto às pedras que o decoravam. Violetas dominavam todo o gramado, havia uma muda de rosas e tulipas, fiquei admirada com a decoração.
As mesas de madeira pareciam fazer parte do cenário natural. As pessoas estavam felizes, eu estava feliz!
— O Discurso do noivo, por favor, todos fiquem atentos. – Nikita exigiu com seu sotaque engraçado enquanto segura em uma mão a taça, e na outra uma faca batendo a mesma na taça fazendo assim um barulho agudo captando a atenção de todos.
— Hum... Não sei por onde começar, na verdade eu sei, mas é que... Estou nervoso – Conrado fala, estava em cima de um palco baixo e Branco havia algumas flores envolvendo o mesmo.
Havíamos passado em uma cabana para trocarmos de roupa, eu estava com um vestido solto verde, e Conrado um blazer branco. (Parecia um padre de tanto branco que usava)
— Uma vez alguém me disse para não julgar pela aparência, e eu não dei ouvidos... Acabou que encontrei uma moça linda e a confundi pensando que a mesma era uma simples empregada. Grande erro meu, pois essa moça não me deixou em paz um segundo se quer... E sabem?! Com o tempo não quis mais que ela me deixasse em paz, eu desejei a cada momento ver seus lábios se formarem um biquinho ao pronunciar Gazela russa. Desejei ver seu sorriso maroto sempre que lançava uma de suas piadas que me deixava louco, e desejei nunca mais me separar de sua boca que sempre chamava pela minha. O que quero dizer é... – Respirou fundo, o microfone estava a centímetros de seus lábios avermelhado e molhados, e mais uma vez seus olhos me fitavam com uma intensidade arrebatadora me deixando sem chão. Então ele continuou não me deixando — Eu te amo.
O sorriso era involuntário em minha face. Parecia que não só eu estava feliz e sim alguém em especial que entrou em minha vida como um iluminar.
Diante de aplausos Conrado desceu do palco vindo ate mim com o microfone na mão, peguei o objeto de sua mão e com os olhos cheios de lágrimas eu disse.
— Muitas coisas maravilhosas aconteceram em minha vida, e com ela a tragédia, mas como meu pai um dia disse... Quando há felicidade em uma pessoa, essa poderá multiplicar e transformar a vida triste em feliz. – Suspirei segurando firme a mão de Conrado — Ao perder meu pai eu ganhei algo, ou melhor... Ganhei alguém, esse alguém que veio para iluminar meus dias escuros e me fazer sorrir nos momentos sombrios.
Olhei para todos, um em especial, Adrien. Ele estava a segurar seu smartphone na câmera frontal, o celular estava ativado no Skype onde estavam Rose e Nataly acompanhando tudo.
— E então descobri que estou grávida... E esse bebê se chamara Adam. Em homenagem ao homem mais sábio e maravilhoso que já conheci.
Conrado me olhou tipo: É um menino? E eu concordei mesmo que não tenha perguntado em palavras.
Meu menino tem dois meses de gestação, e através de um exame de sangue pude descobrir seu sexo.
Não poderia estar mais feliz vendo minha mãe me abraçar emocionada e os pais de Conrado fazerem uma expressão estranha ao descobrir que seriam avós, mesmo assim estavam feliz, eu via isso no olhar deles.
Agora eu entendi o real significado da vida, os obstáculos foram feitos para serem ultrapassados, mas para fazer isso temos de ultrapassar nossos medos, inseguranças e julgamento, temos dê aprender a olhar além, só assim conseguiremos dar o primeiro passo para felicidade.
O FINAL.
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