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6. Quando te achei (infelizmente)


Arezzo, Itália.

2018

Max estava se arrumando, colocando o avental vermelho e o chapéu na cabeça. O carrinho de bebidas foi guiado por ele até a mesa de duas garotas mais ou menos da idade de Dory, e ela sentiu uma bola na sua garganta ao ver que as meninas estavam tendo uma completa "experiência gastronômica" admirando a beleza de Max.

-Ei, você tá legal? -Germano estralou os dedos diante dela.

Dory não estava. Há cinco anos, quando conheceu Max, ela pouco se importava com o garçom que estrava pela porta do segundo andar do Quarter Millez. Mas agora, ela o via e sabia de tudo. De seus gostos, medos, história de vida, etc. Max era o protagonista de sua vida.

-Não, eu preciso usar o banheiro, -ela sumiu da cadeira quase no mesmo segundo.

Tudo virou uma sucessão de desastres.

Dory correu para o banheiro fazendo uma longa curva pelo canto do salão para não ser vista por Max. Ela não entendia o que deu nela, aquele nervosismo não fazia parte da sua personalidade, mas seu corpo estava ganhando vida própria e seu coração estava martelando em um ritmo que beirava a crueldade.

Rever Max não era algo que ela imaginou que iria acontecer. Então vê-lo ali, com seus 35 anos, era como ver um deus grego pela primeira vez. Era como Percy Jackson conhecendo Dionísio. O seu nervosismo também vinha do fato de que ela não queria cometer o mesmo erro que cometeu antes, mas não sabia exatamente o que faria dessa vez.

O suco de uva jogado no seu vestido. A briga. Ela bêbada e ele querendo assassiná-la com o olhar e todo aquele erro do passado que sua versão madura jamais cometeria.

A conclusão era que se a despedida deles foi péssima, o primeiro encontro tinha sido uma droga ainda maior.

Foi um enorme alívio quando ela entrou no banheiro feminino. Estava prestes a trancar a porta quando, por um milissegundo, viu Max sorrindo para a cliente. Dory deixou uma fresta para poder observar aquela bela criatura sorrindo.

Max tinha aquela beleza singular. Um mix de etnias que fazia as pessoas se perguntarem de onde ele vinha. O cabelo era castanho, mas um pouco mais claro do que seus parentes distantes da Ásia, e os fios eram cacheados.

Embora os olhos azuis seguissem o estereótipo europeu, eram levemente puxados, detalhe que o deixava ainda mais bonito e singular.

Fora a beleza física, Max tinha uma energia autoritária que se evidenciava pela forma como ele se expressava com as pessoas. Ele sempre mantinha contato visual enquanto escutava o que diziam e prestava o máximo de atenção, fazendo com que todos se sentissem ouvidos.

Dory gostava disso nele. A postura, o queixo erguido e o foco. Ela não culpava a cliente do Quarter Millez que o observava completamente hipnotizada.

Quando finalmente fechou a porta, ela soltou um longo suspiro e encarou a pequena janela de madeira enquanto refletia sobre sua situação.

O que fazer agora que estava diante de Max era a grande dúvida.

Qualquer das opções a levaria a uma bagunça enorme. Não poderia chegar perto e cumprimentá-lo como se fossem ótimos amigos porque isso iria contra os planos, sem falar que seria muito estranho.

Dory olhou para o teto do banheiro e cogitou voltar para 2023, mas desistiu quando lembrou que ela já havia mudado tudo e não seria uma boa ideia deixar sua eu do passado trancada em um banheiro. Ela não confiava nessa Dory e muito menos em suas escolhas.

Os segundos voaram e se tornaram minutos até que alguém bateu na porta.

-Dorothy? -era Germano. -Está bem, querida?

-Já vou sair, -ela respirou fundo. -Só mais dois minutos.

-Tá bem. Vou pedir suco pra gente, tá? O melhor da casa.

-Ok.

Ela esperou os passos de Germano se distanciarem para clarear os pensamentos. Ela concluiu que o melhor que poderia fazer é voltar para a mesa, continuar o encontro com o cunhado de sua irmã e fingir que nunca viu Max na vida. Ela passaria despercebida por ele e suas vidas seguiriam seus caminhos.

Dory deu um grande suspiro, checou rapidamente o espelho e saiu do banheiro.

Ela imaginou por um mero segundo que assim seguiria a história. Ela voltaria para a mesa, tomaria o 'melhor da casa' com Germano e retornaria para a casa de sua mãe como se nunca tivesse visto o garçom da Quarter Millez.

Por sorte, o destino é um filho da p*ta.

Ao sair do banheiro, uma abelha se aproximou do seu ouvido e ela, assustada, agitou a mão para afastá-la, o que resultou na fúria do inseto. Dory berrou e a abelha aproveitou que seu braço estava próximo para enfiar o ferrão e uma dor inigualável atingiu a vítima.

Para piorar, ela tropeçou na barra de seu vestido e caiu em alguém. Dory sentiu um líquido se esparramar por seu vestido e logo o aroma de suco de uva subiu pelos ares.

-Não pode ser! -exclamou.

Dory olhou para o seu vestido encharcado de líquido roxo e imediatamente viu Max segurando uma taça de vidro vazia com um resquício de suco de uva no fundo. Ele a encarava irritado como se a culpa fosse dela pelo acidente.

-Olha por onde anda! -ele cuspiu com seu inglês cheio de sotaque italiano.

Dory perdeu rapidamente a paciência sem se importar se aquele diante dela era o amor de sua vida porque, meu Deus, uma abelha estava pendurada em seu braço que começava a inchar.

-Vá se ferrar! Isso não é culpa minha, -ela agarrou o braço e teve autocontrole suficiente para arrancar o maldito inseto e o ferrão de sua pele.

Obviamente, ninguém notou o que aconteceu com seu braço.

As bochechas de Max ficaram vermelhas e por impulso ele jogou a taça no chão, provocando uma explosão de estilhaços. As duas garotas que foram atendidas por Max berraram, pulando de suas cadeiras.

-Ei, o que está acontecendo aí? -Dory ouviu Germano se aproximar. -Que merda é essa?!

O dono da Quarter Millez se aproximou e encarou furiosamente seu funcionário.

-Maximillian, está demitido. Está ouvindo? D-e-m-i-t-i-d-o! -ele apontou o dedo para Max e o empurrou com a ponta do indicador.

Max que não tirou os olhos cheios de fogo de Dory apenas despiu o avental e o jogou no chão. Sem dizer mais nada, ele foi embora.

-Ah, meu Deus, -Germano sussurrou para si antes de correr para acolher as duas clientes.

As garotas prometeram nunca mais voltar ao estabelecimento, mesmo com Germano oferecendo as bebidas de graça e um jantar como pedido de desculpas.

-E vamos compartilhar isso no Google,-uma das garotas pegou o celular do bolso e tirou uma foto do chão cheio de cacos de vidro.

Germano manteve o profissionalismo com um sorriso amarelo até que as clientes fossem embora para soltar um berro.

-Aquele desgramado do Max e seu temperamento lixo!

Dory não ficou para ver o surto do cunhado de sua irmã. Suas emoções estavam à flor da pele e tudo que ela precisava era um pouco de ar fresco, espaço para se odiar e um respiro para seu braço irritado.

Fora do restaurante estava chovendo. Dory não se importou. Ela só cobriu a cabeça com os braços e saiu correndo. As lágrimas se misturavam com a chuva e a sua visão ficou completamente embaçada.

E como se aquele dia não pudesse piorar, sua perna se enroscou em uma valeta e ela tropeçou para frente. A dor foi imediata. Dilacerante e impiedosa como qualquer outra dor.

Dory conseguiu andar por mais alguns centímetros antes de ceder totalmente ao peso do corpo. Naquele momento, o tombo fez com que seu rosto e a lateral do corpo colidissem com o asfalto.

Demorou algumas lágrimas para ela cair na real.

Parecia que ela estava vivendo em um filme dramático e ela odiava aquilo. Dorothy odiava drama. Por mais que a situação crítica fosse compreensível, e que as dores que sentia fossem reais, Dory acreditava que suas reações estavam passando do limite. De modo geral, ela era uma pessoa prática e não perdia tempo com lamentações como um bom piloto que era. E pensando nisso, ela se reergueu e enxugou as lágrimas com o vestido molhado.

Você é melhor do que isso, pensou ela, engolindo o choro e ignorando a dor.

A vida de Dory era assim. Em um momento ela está chorando no chão e em outro está de pé como se nada tivesse acontecido. Claro que ela se odiava por ter bagunçado tudo. Provavelmente ela acabou com uma linda história de amor, mas pensando pelo lado positivo, ela passou uma borracha em algo que nem deveria ter acontecido.

Max seguiria o seu caminho e ela, o dela.

A vida parecia mais leve agora que ela conseguiu dar um sorriso mesmo com a maquiagem borrada e os olhos vermelhos.

Ao tentar se levantar, porém, seu sorriso morreu. Com a perna lesionada seria impossível voltar para a casa naquele estado. Ainda mais sem um carro. Toda e qualquer força de vontade do mundo não superaria a dor que sentia.

Ela se xingou por ter corrido pela rua em plena chuva.

Os minutos escorreram junto com a água da chuva nas valetas da rua. A chuva diminuiu até virar uma garoa e a noite caiu sobre Arezzo. As luzes dos postes foram acesas e Dory achou que o tom amarelado das lâmpadas adicionava uma maior melancolia a sua situação. Ela ficou ali esperando até que a dor diminuísse para ela poder se levantar se sentindo uma protagonista de uma comédia romântica cujo enredo pendia para a tragédia.

No fim de duas horas, algo aconteceu.

Alguém se posicionou perto dela e uma sombra a cobriu. A chuva parou. Ela olhou para cima e viu Max de novo ali, dessa vez vestindo um moletom azul claro da GAP, segurando um guarda-chuva preto e, pela primeira vez, evitando olhar para ela.

-O que quer? -ela perguntou ríspida, ou tentando soar ríspida.

Max levou um tempo para responder.

-Eu não pretendia ser rude, -ele começou, colocando a mão no bolso. -É que a vida tá meio complicada e acabei descontando isso em você.

-E quer pedir desculpas por isso?

-Quero.

-Está desculpado. Pode ir para casa, -ela bufou, balançando a mão e desejando que ele evaporasse.

Ele apontou para a sua perna machucada.

-Não precisa de ajuda? -perguntou, evitando olhar em seus olhos

-Não.

Max apenas riu sem humor diante da mentira.

-Acho que ao menos preciso comprar um outro vestido para você, esse suco de uva não vai sair, vai por mim, -ele tirou do bolso a carteira e procurou algumas notas.-É o justo.

Dory balançou a cabeça.

-Ei, você tá desculpado. Pode ir para casa, eu consigo voltar. Você não me deve nada. Nadinha. Nem nos conhecemos, -ela balançou a mão como fez para afastar a abelha horas atrás.

Max enfiou a carteira no bolso e assentiu.

-Então se levante, -ele pediu, guardando a carteira de volta no bolso.

-Não escutou o que eu disse? Eu volto sozinha. Não preciso de você.

Max deu um suspiro.

-Eu sou um idiota e não tenho paciência para nada, admito, mas eu não sou o tipo de pessoa que deixaria alguém com a perna lesionada no meio de uma chuva a noite, -ele retrucou irritado. -Então se você puder calar a boca e deixar o orgulho de lado, pode ter alguma chance de sair viva desse dia.

Dory conhecia a teimosia Maximilliana e sabia que ou ela aceitava a ajuda dele, ou seria arrastada até um hospital local. Ela optou pela primeira opção.

-O que sugere?

-Te dou uma carona até um hospital.

-Não quero ir para um hospital.

Ela pensou no valor que um hospital cobraria e viu sua carteira rapidamente se esvaziando nota por nota.

-Nem pensar. Quero voltar para a casa, -ela foi enfática.

-E onde você mora? Me guie e eu dirijo.

Dory se recusou a ser levada no estilo noiva até o carro e andou mancando ao lado de Max que segurou o guarda-chuva para ela.

Ela odiava o que estava acontecendo porque aquilo estava indo fora do seu planejamento. Era para ambos seguirem seus caminhos, mas lá estavam eles dentro de um carro de luxo indo para a casa de Amelia que ficava a meia hora do restaurante Quarter Millez.

-Não é um carro luxuoso para um garçom? -Dory perguntou com humor assim que fechou a porta.

-É uma longa história, -Max respondeu, ligando o celular.

-Sério?

-Não consegue ficar em silêncio e me dizer onde é sua casa?

Dory deu de ombros.

Ela sabia da história. Max era rico quando "surgiu" na terra com 48 anos. Tinha uma mansão que acabou vendendo e só lhe restou o carro e alguns relógios. Todas aquelas coisas não tinham valor para ele como ele mesmo havia dito quando eram casados.

Dory não sabia o caminho até a casa de sua mãe, então Max ligou o Google Maps e buscou o endereço que ela lhe deu. O silêncio foi quebrado pela voz do Google.

Há trezentos metros, vire à direita na rua sei lá o quê.

Em meia hora você chegará ao seu destino.

Você chegou ao seu destino.

Dorothy sentiu gratidão quando viu o portão da casa de sua mãe pois acabaria com aquela tortura.

Max estacionou seu carro diante do portão e saiu para tocar a campainha. Um segurança apareceu, e Dory viu Max dizendo algo e o segurança assentindo, logo em seguida fechando a porta. Depois, Max voltou para abrir sua porta.

-Bela casa, -ele elogiou. -Tem até segurança.

-Não é minha.

-Não?

Max parecia confuso.

-Então é de quem? -ele perguntou.

Dorothy gostou de acreditar que ele sentia um pouco incomodado pela possibilidade de ela ser casada. Mas depois afastou o pensamento por ser delírio demais. Esse Max estava longe de estar apaixonado por ela. Eles nem se conheciam.

Ela partiu os lábios para responder, mas foi interrompida pelo portão que se abriu.

-Dorothy! -Amelia saiu correndo em sua direção.-Meu Deus, o que aconteceu aqui?

A mãe de Dory analisou a situação e ajudou Dory a sair do carro daquele desconhecido. Amelia segurou a filha pelos ombros e a levou até a entrada da casa, no último segundo, porém, se virou para Max e sorriu.

-Esqueci de perguntar seu nome...

-Mãe...-Dorothy a repreendeu querendo dar um fim àquele dia que nunca acabava.

-Maximillian, -Max respondeu.

Amelia o cumprimentou com aquela simpatia que Dory conhecia muito bem e que às vezes odiava.

-Você não quer entrar, Max? Tenho muito a agradecer, -Amelia apertou a mão do rapaz.

-Não precisa, -Dorothy interveio desesperada. -Max quer ir pra...

-Se isso não incomodar. -Max respondeu, fechando a porta do seu carro.

Amelia balançou a mão.

-Claro que não. Venha.

Dorothy queria jogar a mãe pela janela da casa e até cogitou pegar o carro de Max e cometer um homicídio.

O que custava simplesmente agradecer a Max e deixá-lo ir? A mãe era hospitaleira, típica italiana e para qualquer um ela fazia festa. Dory não entendia tal exagero de hospitalidade.

Eles foram para a cozinha onde Dory pôde se sentar. Amelia enrolou um pano em sua perna e prometeu que logo iria melhorar. Dory assentiu, engolindo o grito de dor.

-Vou chamar a sua irmã, -Amelia disse, indo em direção ao quintal.

-Não precisa. Deixe Nora, -Dory não queria muito drama em cima da sua situação, principalmente não queria estragar o melhor dia da vida de Nora. Ou um dos melhores dias dela.

-Você não sabe? Ela está se mudando, -Amelia disse, -está indo embora hoje. Agora, na verdade.

-Para onde? -Dory fingiu não saber do que iria acontecer na vida de Nora.

-Oras, para a casa da família do Matteo, -a mãe diz como se fosse óbvio. -Na Alemanha.

-Ah...

Sua irmã se mudou para a Alemanha nesse dia, e depois disso nunca mais se viram.

Amelia saiu e voltou dois minutos depois ao lado de Nora que usava um vestido casual. A irmã de Dory parecia furiosa e agitada quando viu aquele cenário caótico.

-Germano vai levar uma surra, pode deixar que Matteo não vai deixar barato. -Ela disse, abraçando Dory.

-Não é culpa dele, -Dory respondeu, tentando amenizar o drama.

-É minha.

Todos se viram para encarar o estranho parado na porta da sala. Maximillian ergueu a cabeça.

-E por isso eu a ajudei, -ele completou, fingindo tosse. -Foi um acidente.

Nora parecia ainda mais confusa.

-Espera, você não trabalha no Quarter Millez?

-Trabalhava, -Max corrigiu, olhando para Dory. -Espero estar quite agora.

Max se virou para ir embora. Estava atravessando a porta quando Amelia o segurou pelo braço, o que o deixou surpreso.

-Na minha família, uma forma de agradecimento é tomar um vinho. Venha, você não tem a opção de dizer não.

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