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2. Quando você começou a chorar

Dorothy passou a fumar depois que Max virou um bebê. Tinha que fazer isso. Ela precisava descontar aquela angústia que sentia de vê-lo partindo e precisava de um escape de todo aquele estresse que cuidar de um bebê causava. Não importava se ela poderia morrer de tanto carbonizar o próprio pulmão porque morreria feliz se isso significasse não ver mais seu próprio marido como um bebê.

Em momentos dolorosos, sentia inveja dos casais que viviam juntos com os cabelos em neve e rugas na cara. Poderiam ver um ao outro evoluir a favor do tempo e não contra ele. As pessoas não sabem o valor disso. No fundo, as pessoas não sabem o valor do tempo.

Ingratos são aqueles que reclamam do envelhecimento. Ela daria tudo que tinha para ver Max envelhecer. Cada centavo que possuía.

No seu quarto, o cigarro queimava sua garganta. A fumaça se acumulava acima da sua cama e ela via o vapor dançar diante da luz azul da janela. Eram três da manhã e ela podia fazer tudo, menos dormir.

Max dormia tranquilo na cama improvisada que ela montou com um monte de lençol velho e travesseiros. Não tinha muito dinheiro para comprar um berço e por isso Dory se odiava por ter gastado toda a grana que tinham pra fazer um mochilão pela Europa. Ela quebrou o silêncio e riu quando lembrou do Egito, onde Max havia arranjado uma briga com um cara de burca porque ele passou a mão nas costas de Dorothy.

Ela sorriu enquanto chupava o ar de dentro do cigarro. Max era um doido cheio de sonhos que fazia ela se sentir viva, essa era a sua lembrança em relação a ele.

Depois de um tempo, por volta das cinco da manhã, o céu começava a clarear rapidamente. O telefone tocou e Dorothy correu para atender.

-Pai?

Demorou meio minuto para que ele respondesse.

-Dory, se estiver escutando essa mensagem, quero dizer que eu te amo. É que estou preso na neve agora e não consigo mover minhas pernas. Estão congeladas já, -ele parou para rir da própria desgraça e continuou. -Se eu não te ligar até amanhã, provavelmente estarei no hospital. Te amo. Beep.

Era na verdade uma mensagem gravada.

Droga...Droga...Droga!

Dorothy não conseguia conter a ansiedade. Precisava sair para processar tudo.

Max já estava acordado na cama improvisada. Ela o pegou e colocou dentro do seu casaco porque o pequeno não tinha roupas para protegê-lo do frio.

Ela foi andando até seu carro, um Chevrolet alugado. Não era o melhor carro do mundo, mas quebrava vários galhos.

Ela colocou Max no banco detrás e ele olhava para ela o tempo inteiro tentando entender o que estava rolando. Depois, ela fez uma cabaninha com um cobertor para protegê-lo da luz intensa e da janela.

Por fim, Dory enfiou um pedaço pequeno de pão na boca de Max como café da manhã e pulou no banco do motorista. Ao ligar o carro, o rádio ganhou vida automaticamente.

A música que tocava era melodiosa e, naquele momento, melancólica.

I Still Haven't Found What I'm looking for do U2.

No banco detrás, Dory escutou uma risadinha vinda debaixo do cobertor. Quando o Chevrolet parou no semáforo vermelho, ela abaixou parte da coberta e viu Max rindo.

-Você gosta dessa música?

Ela aumentou o volume. Estava na parte da guitarra e Max ficou quieto escutando cada nota com uma atenção impressionante.

Dory anotou mentalmente o nome da música quando o semáforo ficou verde. Tinha a mania de anotar tudo que deixava Max feliz desde quando eram namorados. Também fazia listas sobre ele do tipo "motivos para odiá-lo" ou "razões de achá-lo um babaca."

Seguiram através de uma avenida apertada. Algumas pessoas andavam nas calçadas e tinha até um homem correndo, o que Dory achou louco porque o frio estava de rachar a pele em dois. Depois de meia hora, finalmente chegaram ao seu destino: o parque nacional da cidade.

Ela estacionou o carro, desligou-o e desceu. Ao abrir a porta detrás, viu Max sorrindo e isso deixou seu peito dolorido. Apesar da situação, um bebê ainda é um bebê e todos eles são fofos. Tudo estava lindo até ela sentir aquele odor familiar de urina e fezes.

Max riu da expressão de nojo dela. No mundinho dele, tudo era mágico.

-Vamos, -ela puxou seu corpinho coberto da cadeirinha que foi um empréstimo de Yoko, uma antiga amiga do casal.

Max e Dory foram até um espaço tranquilo de grama verde. Como a Islândia não costuma ter árvores, era incomum ver cães brincando com galhos voadores junto aos seus donos. Mas bem ao longe no gramado, havia um garoto que parecia ter 18 anos brincando com seu cão com o que parecia muito um graveto.

-Teddy, volte aqui! -o jovem gritou brincalhão com o Teddy fugitivo.

Dory sorriu, porque ver outras pessoas felizes a deixava feliz e felicidade era tudo que ela precisava num momento tão confuso da sua vida.

Sua felicidade foi, no entanto, momentânea já que no segundo seguinte, uma mãozinha tocou seu peito.

Ela olhou para baixo e viu Max tentando colocar seu seio coberto nos lábios pequenos. Era uma tarefa que o torturava porque por mais que ele puxasse o tecido de sua blusa, ela não saía e, além disso, não havia leite materno nenhum para ele além do leite de vaca que Dorothy trazia consigo na bolsa.

Dory tirou Max do seu colo e o colocou sentado na grama enquanto ela depositava o pano vermelho xadrez no chão. O bebê engatinhava até ela e segurava seus pés pedindo colo, tendo seu pedido negado por uma Dory ocupada.

Tendo tudo arrumado, ela tirou da bolsa o leite que havia esquentado antes de sair de casa e entregou para Max que sugou alegremente a mamadeira.

Esse é o tipo de momento de paz que Dory normalmente tinha, e ela usou-o para ligar o telefone e discar o número do pai.

Demorou uns onze segundos até que ele atendesse.

-Alô?

-Pai! -ela quase berrou de alívio, mas suprimiu o berro antes que causasse um alvoroço. -Como o senhor está?

-Bem, -ele respondeu com neutralidade.

Ao fundo, ela podia ouvir o som do seu programa favorito The Cher Show. O que ela mais amava fazer quando criança era sentar ao lado do pai e assistir a Cher dançando e cantando paródias como a que ela fez com a Raquel Welch no vestido dourado e brilhante.

-Está assistindo ao programa? Não estava preso na neve?

-Achei na sua caixa de quinquilharias velhas lá no porão enquanto fugia da neve. Ah, sim, eu consegui sair da neve, foi uma sorte danada que eu fiquei preso diante do porão.

Ah, não. Seu coração quase parou.

-Pai, você está preso no porão?

Ele fez uma pausa que irritou todos os seus nervos.

-Estou...-ele disse timidamente. -Olha, não se preocupe comigo, vou ficar bem.

-Como não me preocupar? -ela suspirou. -Pai, você está em perigo.

Ela então tirou da bolsa um bloquinho de anotações que sempre carregava para anotar detalhes sobre as novas fases de Max. A primeira fala como bebê, o dia que entrou para a puberdade, etc.

-Pai, diga tudo que eu preciso fazer para te tirar dessa. Como faço o pulo no tempo?

-Filha, não adianta. Você vai estragar tudo.

-Prefiro estragar tudo e pelo menos ter tentado do que carregar a culpa por nunca ter levantado um dedo para salvar meu próprio pai. Vamos, diga!

Deu pra ouvir John se afastar, Dory escutou o telefone ser deixado em alguma mesa e a televisão ser desligada. Ela escutou até os passos do pai voltando.

-Eu nunca te disse isso, mas para fazer um pulo no tempo, você precisa sacrificar algo ou alguém, -ele finalmente respondeu.

-Algo?

Ela sabia que seu pai devia estar assentindo.

-Algo de valioso para você. Precisa ser alguma coisa de valor. Lembra do coelho? Peet?

Dory faz que sim com a cabeça.

-Claro...

-Então, o coelho morreu mesmo que por acidente, e aquilo foi considerado como um sacrifício. Sem querer você pulou no tempo. Não fiquei bravo com você por isso na época, eu só queria que você não se envolvesse com esse mundo de magia.

Dory não sabia se ficava em choque porque finalmente sabia a verdade ou se ficava brava por ter a verdade escondida dela. Ela respirou fundo e focou no que precisava ser feito naquele momento e deixou as mágoas para um momento mais oportuno.

-Pai, mas como vou saber que o pulo deu certo com você? Obviamente não quero fazer o mundo inteiro pular no tempo junto comigo, -ela refletiu.

-O sacrifício é seu. O tempo respeita apenas quem faz sacrifícios e seus verdadeiros desejos. -Ele deu uma pausa.-Dory, faz três dias que estou tentando sair daqui. Se você conseguir voltar uns 4 dias no tempo, eu estarei no mercado comprando cenouras como fiz há exatos 4 dias, antes da tempestade.

-4 dias, -ela repetiu. -Certo.

-Boa sorte, -ele sussurrou.

-Obrigado, pai. E me ligue se der certo.

Ele deu uma pausa e isso estava se tornando muito cansativo para Dory. Ela odiava esperar.

-Eu te amo, filha, você é tudo que eu tenho literalmente.

E os dois telefones foram desligados simultaneamente.

Alguns segundos marcaram a distância entre o momento que ela terminou a ligação e o momento que ela tomou a decisão.

-Algo importante...Algo importante,-ela pensou e repensou o assunto.

O que ela teria agora que poderia ser sacrificado?

Seus olhos se voltaram para o Chevrolet, mas a sua mente estava no objeto dentro do porta-luvas. Era exatamente isso.

Ela segurou Max no colo novamente e andou até seu carro. Ao alcançar o banco do motorista, ela colocou Max no banco do passageiro e abriu o porta-luvas.

-A câmera, -ela agarrou a câmera velha e usada e o ligou.

Era estranho.

O passado era estranho. No rolo da câmera, havia milhares de fotos que Max mesmo havia tirado durante seus 5 anos de casamento. Foi, para ela, a sua era de ouro. Quem diria que ter 25 anos fosse tão divertido ao lado de alguém como Maximillian?

Por um momento ela sentiu pena de quem não tinha um rolo de câmera como a dela. Todos aqueles momentos vividos foram criados por dois jovens cheios de vontade de viver, apesar dos pesares. Max lutava contra a sua condição de decrescimento enquanto vivia o máximo que podia. Dory deixava seus sonhos dentro da aviação de lado enquanto assistia o gradual definhamento do marido.

Uma lágrima escorreu dos olhos diante das fotos dela quando tomava café da manhã na Itália, ou quando jantavam no restaurante mais chique de Bangladesh. Ele sempre usava flash porque dizia que a luz exaltava a beleza dela.

Um sacrifício...

Seus olhos se voltaram para Max que olhava para ela e depois para a câmera com um olhar confuso.

-Me perdoe,-ela pediu em sussurro antes de tacar com força a câmera no chão.

O cachorro e o garoto adolescente pararam de brincar para olhar o estrago no asfalto do estacionamento.

O mundo girou ao redor de Dory.

E Max começou a chorar de novo.

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