Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

10 - Inelutável

Almocei com meu pai depois da longa e cansativa reunião com o departamento de marketing da KN Store. Eu estava tão entediado e nervoso com tudo o que estava acontecendo naquela estranha realidade que comi mais do que devia. Repeti o almoço duas vezes e pedi três sobremesas. Não satisfeito, pedi um lanche para a viagem.

— Você tá comendo demais, Klay.

— Ansiedade, pai.

— Ansiedade pelo quê? Você nunca teve ansiedade.

Balancei os ombros enquanto pagava a comanda do restaurante com o pouco dinheiro em espécie que me restava.

— Por que você não usa os cartões de crédito e débito?

— Porque não sei a senha deles.

Meu pai franziu o cenho e me olhou com desconfiança. Eu estava tão distraído que tinha esquecido por um momento que estava fingindo ser um Klay de uma realidade diferente.

— Quero dizer que as senhas venceram e eu não tive tempo para fazer outras, pai.

— Todas as senhas venceram ao mesmo tempo?

— Pois é! Que engraçado, não acha?!

Aquele era outro problema que eu tinha que resolver. O dinheiro que o Klayton Nivans daquela realidade tinha na carteira e escondido na gaveta de cuecas tinha acabado. Como eu sacaria mais dinheiro sendo que não sabia as senhas dos cartões dele?

— Pede para a Charlotte fazer isso por você, filho — disse meu pai, clareando minha mente. — Tenho certeza que ela consegue novos cartões e novas senhas para você.

— Boa ideia — falei, agradecido. — Eu não tinha pensado nessa solução.

Meu pai cruzou os braços daquela forma severa e calculista de sempre. Tive que revirar os olhos e suspirar por saber que seria submetido a mais um interrogatório.

— O novo fotógrafo surpreendeu, não acha?

— Pete?

— Existe outro?

Fiz uma careta.

— As ideias do Pete são ótimas, pai.

— Não acho que sejam as melhores ideias, mas ele ganhou o meu respeito por saber defende-las muito bem. Todos ficaram impressionados.

— Nunca duvidei dele.

Ele ainda me olhava com desconfiança, mas agora com um brilho a mais.

— Acredito quando você diz que não está dormindo com o novo fotógrafo.

— Ah! Obrigado!

— Mas isso não significa que você não queira leva-lo para a cama, Klay.

Levantei imediatamente da mesa em que estávamos. Eu não queria ter aquele tipo de conversa com ele. Meu pai começou a rir e durante toda a nossa volta para a KN Store ficou fazendo piadinhas sem graça sobre o possível crush que eu tinha no Pete.

A tarde e a noite foram mais tranquilas. Meu pai estava cheio de trabalho e isso o impediu de ficar no meu pé me enchendo de perguntas. Charlotte tinha as senhas de todos os meus cartões, então era um problema a menos para me preocupar. Phillip me mandava mensagem de vinte e vinte minutos dizendo que estava excitado e doido para me ver mais tarde. E Pete já estava trabalhando com o fotógrafo oficial da loja, então não teve tempo durante a tarde para ir na minha sala para conversarmos.

— Klay? — chamou minha secretária, entrando em minha sala.

— Tá aprendendo, Charlotte! Me chamou de Klay!

— Sim senhor.

Revirei os olhos, fiz uma careta e suspirei.

— Entrei em contato com o rapaz que você pediu. Ele não é modelo, mas aceitou falar com você para uma proposta de trabalho.

— Você conseguiu falar com o Nathan? Não acredito!

— Ele é muito popular nas redes sociais. Eu é que não acredito que ele viu e respondeu minhas mensagens.

— Marcou uma reunião?

— Ele disse que pode estar aqui depois de amanhã. É que ele mora na Filadélfia e vai ter que arrumar um tempo para vir.

— Eu já imaginava. Obrigado, Charlotte.

Ela sorriu e ameaçou sair da sala, mas lembrou de mais um recado e voltou antes que eu terminasse de arrumar minhas coisas para ir embora.

— O novo fotógrafo quer falar com você.

— Pete?

— Ele estava ocupado e passou na minha mesa por um breve minuto para que eu te avisasse.

— Você pode chama-lo, por favor?

Charlotte assentiu e saiu da sala.

Por mais que eu quisesse vê-lo, não sabia como encarar o Pete naquela noite. Eu estava desiludido, envergonhado e irritado com toda aquela situação. Ele tinha visto o Phillip me dar flores e uma caixa de chocolates... que eu já tinha comido toda. Era difícil de imaginar o que ele estava pensando de mim.

Eu queria desistir. Talvez ter viajado para aquela realidade estranha e totalmente diferente da minha não tenha sido uma boa ideia. Pete e minha avó estavam vivos, mas Shawn nem tinha nascido. Nathan também estava vivo, mas Sue, Tyler e Arth não eram meus amigos. Meus pais estavam separados e minha vida, apesar de não tem problemas financeiros, parecia virada de cabeça para baixo.

— Espero não estar te atrapalhando, Klay — disse Pete, batendo na porta entreaberta da minha sala.

— Pode entrar — autorizei, sentando em uma das cadeiras à frente da minha mesa.

Pete sentou a meu lado com a pasta preta que costumava carregar.

— Trouxe o resultado do trabalho de hoje. Sempre gosto de mostrar o que estou fazendo para o cliente acompanhar o andamento do projeto.

Assenti, prestando atenção nas explicações e nas fotos que ele tinha feito naquele dia. Pete era muito profissional, e a preocupação dele era saber se eu estava gostando e de acordo com sua proposta.

— Eu vi as fotos do rapaz que você vai contratar para ser o rosto da KN Store na próxima coleção — disse Pete, ainda me mostrando suas fotos. — Eu também acho que ele combina com minha proposta. Tenho certeza que as fotos ficarão perfeitas.

— Não tenho a menor dúvida disso, Pete — comentei, com um meio sorriso forçado por conta do cansaço físico e mental.

Pete me encarou com curiosidade por um momento.

— Você parece desanimado.

— Pareço? Desculpa, Pete. Foi um longo, cansativo e estressante dia.

— Tem alguma coisa a ver com aquele homem que te trouxe flores? Ele é seu namorado?

Pisquei algumas vezes e suspirei.

— Acho que é.

— O que ele te fez?

Seria estranho falar do Phillip para o Pete.

— Quer mesmo falar disso?

— Desculpe se estou sendo intrometido, Klay. É que gostei da sua amizade e gostaria de mantê-la depois que concluirmos esse trabalho.

Entortei a boca abaixando a cabeça. Aquelas palavras machucavam demais. Eu o amava muito para ser apenas um amigo.

— Você não está sendo intrometido, Pete... É que há problemas e coisas que você não sabe e acho que não entenderia.

— Me conta? Mesmo que eu não entenda, gostaria de saber.

Meu coração começou a acelerar. Pete estava tão perto e era tão carinhoso e atencioso comigo. Eu sentia cada pedacinho do meu corpo doer de vontade de abraça-lo e beija-lo.

— Você já chegou a gostar tanto de alguém que... até dói?

— É o sentimento que você tem por ele?

— Não.

Eu apertava meus joelhos com as mãos para me controlar.

— E então...?

— Há alguns meses perdi uma das pessoas mais importantes e especiais que passaram pela minha vida, e foi tudo minha culpa. Estudei por meses uma forma de tentar entrar em contato com ela, mas foi em vão.

Pete segurou minha mão e a apertou amigavelmente.

— Você a magoou tanto assim? O que você fez?

— Foi pior que magoar, Pete...

— O que foi então?

Ele se aproximou um pouco mais. Eu sabia que ele estava sendo gentil, tentando me ouvir e consolar por eu estar triste, mas eu não conseguia mais segurar. Era impossível resistir a vontade que eu estava guardando desde o primeiro segundo que o encontrei... e o beijei. Meu corpo e meus lábios avançaram contra ele quase que por conta própria. Não dava mais para segurar o desejo que eu guardava por meses.

— Mas que... — resmungou ele, se afastando quase que imediatamente. — Que droga você está fazendo?!

— Pete, por favor, me escut...

— Te escutar?! Você ficou louco?!

Ele me segurou pela gola da camiseta com tanta força que senti a costura apertar meu pescoço. A outra mão estava erguida e fechada em punho, pronta para socar o meu rosto. Sua expressão deixava claro que ele estava cheio de raiva e nojo.

— Achei que éramos amigos, porra!

— Pete, me deixa explicar?

— Não ouse colocar suas mãos em mim de novo! Seu... Seu pervertido!

Pete pegou a pasta com as fotos que tirou e saiu da sala. Ajoelhei no chão, coloquei as mãos na cabeça e chorei em silêncio. A dor e o vazio que eu sentia em meu peito eram devastadores. Eu não sentia algo parecido com aquilo desde o dia em que descobri que ele estava morto... Que o meu Peter Praves, de minha realidade original, estava morto.

...

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro