08 - Atração
Depois do almoço que tive com minha mãe e minha avó, cheguei na KN Store recebendo dezenas de papéis para assinar, problemas para resolver e decisões para tomar. Eu não fazia ideia de como resolver ou como decidir aquelas coisas. Era o segundo dia que eu estava naquela realidade e não tive tempo para estudar o que o Klayton Nivans barbudo e tatuado costumava fazer.
Passei parte da tarde assinando papéis e empurrando trabalhos para o meu pai. Ele tinha bem mais conhecimento da loja do que eu, então apesar de estranhar, aceitava resolver os problemas e decidir coisas que eu achava complexas demais.
— Vou querer um aumento — resmungou ele, depois de eu dar mais tarefas para ele resolver.
— Fala com a Charlotte sobre isso — respondi, quebrando a cabeça para resolver outras.
— Sr. Klay! — chamou Charlotte, entrando em minha sala. — O novo fotógrafo quer falar com o senhor.
— E por que ele não entrou?
— O senhor pediu para eu avisar toda a vez que alguém que não fosse o Sr. Nivans ou eu quisesse te ver, lembra?
— O Pete pode entrar quando quiser, Charlotte. Não é necessário anunciá-lo.
Ela estranhou, mas assentiu.
— Você tá transando com o novo fotógrafo, não está? — perguntou meu pai, debochadamente.
— Quem dera — murmurei, distraído com aquela pilha de trabalho.
— O que?! — exclamou ele, surpreso. — Mas e o Phillip?
— Hãn?! Quê?! — exclamei depois de perceber o que eu tinha dito. — Estou brincando, é claro!
— Klayton, Klayton...
— Pai, por favor, resolve tudo o que eu te pedi — falei, coçando a cabeça. — Eu dou o aumento que você quiser se me ajudar com isso, ok?
Ele concordou e saiu da sala. Pete entrou logo em seguida, com sua câmera pendurada no pescoço e uma grande pasta preta nas mãos.
— Klay, tem um minuto? — Ele perguntou, com aquele sorriso encantador.
— Para você tenho a tarde e noite toda, Pete.
Ele pareceu ficar sem graça com a resposta, mas sorriu e se aproximou da minha mesa para me mostrar o conteúdo da pasta.
— Essas são as fotos que tirei para a loja hoje à tarde. O departamento de marketing arrumou um modelo temporário e tiramos as fotos de algumas peças da coleção passada.
— Que ótimo!
Eu não estava nem aí para o conteúdo daquela pasta. Eram fotos de um rapaz em diferentes poses e com diferentes trocas de roupa. Não parecia tão diferente do que eu já tinha visto do fotografo oficial da KN Store, então para mim o trabalho do Pete estava mais do que aprovado.
— Eu adorei — comentei, enquanto via as fotos. — Para mim estão ótimas, Pete!
— Disseram que eu seria contratado apenas com a sua aprovação, então...
— Tá contratado!
Ele sorriu e envolveu o braço em meu ombro para agradecer.
— Vi algumas peças da próxima coleção e tive algumas ideias para as fotos que vou fazer — continuou. — As roupas são bem bacanas e lembram bastante skatistas, jovens que praticam algum esporte e gostam de se vestir bem e confortavelmente. Seria legal ter modelos mais jovens e atléticos para as fotos.
— É uma boa ideia — comentei, já sabendo o que eu queria fazer. — Conheço uma pessoa que seria perfeita para esse trabalho.
Pete tirou a câmera do pescoço, a colocou em minha mesa e começou a passar a mão em sua camisa como se estivesse incomodado com alguma coisa. Eu não tinha percebido que ela estava suja.
— O que foi isso?
— Um dos vendedores derrubou café com leite em mim sem querer. Eu sou muito azarado.
— Pete, estamos em uma loja de roupas. Por que você não trocou a camisa?
— É meu primeiro dia, Klay. Jamais que eu ia incomodar você ou alguém daqui com uma bobagem dessas.
Peguei o telefone e apertei o botão que chamava a Charlotte. Pedi uma camisa nova para o Pete e uma toalha para ele se limpar.
— Eu vou pagar a camisa assim que...
— Não é necessário, Pete.
— Eu realmente não quero te incomodar, Klay.
— Não é um incomodo.
Charlotte trouxe o meu pedido pouco tempo depois. Assim que ela saiu da sala, Pete tirou a que estava suja, a dobrou e começou a se limpar com a toalha. Foi difícil não o observar enquanto se limpava. O corpo dele estava igual ao que eu me lembrava.
— Obrigado pela ajuda, Klay — disse ele, ainda se limpando.
— É um prazer.
Pete percebeu que eu não tirava os olhos de seu corpo. Ele suspirou, virou de costas e pareceu um pouco incomodado com meus olhares.
— Eu acho que é melhor eu ir embora agora — disse, ainda de costas, enquanto vestia a camisa nova.
— Você tem um compromisso, não é? — perguntei, já enciumado por saber com quem era.
— Pois é — respondeu, voltando a sorrir. — Minha noiva parece boazinha, mas fica irritada quando me atraso para um compromisso.
Levantei, peguei a câmera e a pasta com as fotos que ele tinha tirado e as levei para ele. Pete agradeceu, sorriu e ajeitou a camisa nova parecendo ter gostado dela.
— Fiquei bem?
— Muito bem!
— Obrigado mais uma vez, Klay.
Suspirei e cruzei os braços. Minha vontade era de pular em cima dele para não deixá-lo sair daquela sala. Pete e eu nos encaramos por um tempo... Eu queria dizer alguma coisa, mas não sabia por onde começar. Ele parecia envergonhado, um pouco sem jeito e muito desconfortável com tudo o que estava acontecendo.
— Eu vou indo então.
— Certo!
— Amanhã eu volto para discutirmos minhas ideias.
— Perfeito!
Ele foi saindo da sala, hesitou por um momento antes de cruzar a porta, mas saiu sem olhar para trás. Assim que saiu, a raiva subiu por meu corpo. Pete encontraria a noiva dele para fazer mais compras para aquele maldito casamento, e eu não podia fazer nada a respeito.
— Sr. Nivans? — chamou minha secretária.
— É Klay, Charlotte! — exclamei tão alto e com tanta raiva que a lâmpada do meu escritório explodiu soltando faíscas para todos os lados.
Charlotte e eu pulamos com o susto.
— Me desculpe, Klay...
— Eu que peço desculpa, Charlotte. Eu estou um pouco estressado e a culpa não é sua.
— Precisa de alguma coisa além de uma lâmpada nova?
Suspirei para tentar afastar minha raiva e frustração.
— Me traga um lanche completo de algum fast-food — respondi, faminto. — Um lanche grande, com batata grande e refrigerante de um litro, por favor.
— Sim senhor — disse ela, saindo da sala em seguida.
Eu precisava esfriar a cabeça e pensar em uma saída para tudo aquilo. Não sei se conseguiria suportar ver o Pete com outra pessoa, prestes a casar e sair da minha vida para sempre mais uma vez.
Meu pai me levou para casa naquela noite. Eu estava cansado, com fome e com vontade de destruir uma cidade inteira se tivesse oportunidade. Enquanto meu pai preparava o jantar, resolvi tomar banho para relaxar e tentar esquecer aquele dia cheio de altos e baixos.
Embaixo do chuveiro pensei em desistir de tudo. Eu não queria lutar pelo amor do Pete daquela realidade, pois era uma batalha já perdida. Eu tinha acabado de conhece-lo, ele era heterossexual e estava noivo... Ele jamais corresponderia se eu me declarasse.
— Que inferno — resmunguei enquanto sentia a água quente e relaxante do chuveiro descer pelo meu corpo.
— O que foi, amor?! — disse Phillip, entrando no box do chuveiro de repente e me abraçando por trás.
Quase escorrego por conta do susto. Ele estava nu, com o corpo intimamente encaixado no meu. Ainda não estava excitado, mas percebi o pau dele roçar em minha bunda e começar a enrijecer.
— O que é isso?! — exclamei, perplexo. — O que você está fazendo?
— Tomando banho com o meu namorado — respondeu, beijando meu pescoço, me apertando mais contra seu corpo e levando uma das mãos até o meio de minhas pernas.
Eu estava me excitando, mas qualquer jovem se excitaria em uma situação como aquela. Um homem bonito, com um porte atlético como o do Phillip e uma surpresa como aquela...
— Eu não disse que tomaria banho com você, Phillip — resmunguei, achando uma brecha em seus braços e conseguindo me virar de frente para ele.
— Preliminares? — questionou, agarrando minha bunda com as duas mãos e roçando ainda mais o corpo dele contra o meu.
— Nã... não! — exclamei, mas era um pouco tarde.
Phillip me beijou de uma forma quente e apaixonada. Meu corpo estremeceu, minha excitação estava em seu máximo e o desejo que meu corpo sentia pelo corpo dele era difícil de resistir. Mais uma vez minha mente lutava contra a vontade do meu corpo. Em minha cabeça aquilo era errado, mas meu corpo reagia de forma oposta e ansiava por mais.
— Phillip...
— Tô doido para comer você hoje.
— Co... comer?! Olha só, a gente não pode...
— Você sabe o quanto tá me deixando doido com essa sua nova atitude? Antes você me fazia sair do trabalho para ir no seu te fazer gozar, mas agora...
— Estou com muito estresse no trabalho e...
— Deixa eu te relaxar?
— Phillip...!
Ele ajoelhou à minha frente e começou a me estimular com a boca. A luz do banheiro começou a piscar e tive que me controlar para não começar a quebrar as coisas com minhas habilidades já descontroladas. Quando Phillip percebeu a instabilidade da luz, parou o que estava fazendo para checar o que estava acontecendo.
— Você viu isso? — perguntou, olhando em volta.
— Melhor eu ver como meu pai está — falei, abrindo o box para fugir dali o quanto antes.
— Mas você nem gozou ainda, amor — disse Phillip, tentando me puxar de volta.
— Não precisa! Você foi ótimo, obrigado! — exclamei, pegando a toalha e correndo para fora do banheiro.
...
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