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44 - Decesso

Alerta Gatilho: Este capítulo aborda um tema delicado. Caso ele esteja pesado demais para você, é recomendável que interrompa a leitura.
No final do capítulo, terá uma nota com maiores detalhes.

Diversas pessoas passeavam no parque ao lado do campus naquele começo de tarde. Assim que cheguei, passei correndo pela entrada e avancei diretamente para a parte mais afastada e restrita do lugar. Como o parque era frequentado em sua maioria por estudantes da faculdade, eu não queria que alguém me visse, me reconhecesse e me fizesse perder mais tempo.
Tempo era tudo que eu não tinha naquele momento.

A parte mais rasa e frequentada do lago era a que ficava nos fundos do parque. Para eu não ser visto e para meu plano dar certo, tive que dar a volta e ir para o outro lado onde era mais fundo e as pessoas não costumavam frequentar por ser distante e perigoso.

Quando eu estava quase chegando no ponto que eu queria, meu celular começou a vibrar em meu bolso.
Era o Arth, meu ex colega de curso.

— Klay?! Onde você está? — perguntou ele parecendo ofegante.

— No lago — respondi. — Na parte de trás do lago.

— Eu não encontrei o Tyler e a Sue, mas estou aqui no parque para te ajudar — disse ele aparentemente enquanto corria.

Eu precisava de alguém a meu lado para meu plano funcionar, mas eu não sabia se o Arth ia entender e me ajudar no que eu precisava.
Na verdade, dado a loucura do que eu estava prestes a fazer, acredito que nem mesmo Tyler ou Sue iriam entender.

— Chama a emergência, por favor — falei enquanto me aproximava da beirada.

— Klay, por favor, não faça uma loucura! — pediu Arth.

— Mesmo que eu te explicasse, você não ia entender — afirmei antes de encerrar a ligação e soltar meu celular para que ele caísse sobre a grama.

Subi na lateral de pedra do lago e olhei para baixo. Encarei meu reflexo na água por alguns segundos antes de fechar os olhos respirar fundo.

Eu só conseguia pensar no Pete.

— Klay! — gritou Arth de algum lugar entre as arvores.

Olhei para trás para procura-lo, mas a voz do Arth estava longe e provavelmente ele ainda não tinha me visto.
Eu tinha poucos segundos para colocar meu plano em prática.

Tirei meu tênis e os deixei ao lado do celular. Imaginei que aquilo seria o suficiente para que meu ex colega de curso entendesse o recado e me ajudasse no que eu queria. Voltei a me aproximar da beirada, fechei os olhos novamente, senti a brisa fresca do vento balançar meu cabelo e apreciei o cheiro suave das flores das arvores.

Aquela era minha última chance.

— Eu não tenho medo da morte — falei a mim mesmo antes de abrir os olhos e pular no lago.

Enquanto afundava, em momento algum tentei boiar ou emergir. Afundei lentamente ciente do que queria e do que eu precisava fazer. Tentei engolir pouca água e senti meu corpo querer começar a lutar para sobreviver, mas permaneci tranquilo.
Pouco a pouco, tudo começou a ficar mais escuro, lento e silencioso. Em um segundo, todos os momentos felizes que passei com Pete vieram à minha mente em flashes. Todos os sorrisos, carinhos, momentos íntimos e especiais que passei com ele estavam vividos em minhas lembranças enquanto eu morria...

Enquanto eu ia de livre e espontânea vontade ao encontro da morte.



– 16 –

Escuridão e vazio...
Meu corpo parecia flutuar na inexistência antes de eu recobrar a consciência.

Tudo estava escuro até um feixe de luz aparecer em um ponto distante. Meu corpo, ou o que eu pensava ser um corpo, foi sugado a uma velocidade insana para aquele feixe e, de repente, toda aquela luz irradiou ao meu redor. Eu não sentia mais dores, a luxação do meu pulso estava curada e meu corpo estava mais leve do que jamais esteve.
Eu parecia flutuar, mas sabia que meus pés estavam no chão. Eu respirava, mas sabia que não precisava se eu não quisesse. Minha visão estava mais nítida e a luz forte e amarelada do lugar não me incomodava.

— Klay — chamou uma voz amorosa e familiar.

— Vovó?! — indaguei surpreso.

Quando me virei, vi minha avó caminhando lentamente a meu encontro. Ela estava mais jovem, descalça e com um vestido claro que misturava branco e bege.

Ela parecia em paz.
Plena.

— Você é tão corajoso, meu neto — disse ela quando chegou perto o bastante para me dar um abraço. — Eu tenho tanto orgulho de você.

— Vovó? — indaguei mais uma vez. — É a senhora mesmo? O que está acontecendo? Onde estamos?

— Você está no linear entre vida e a pós-vida — respondeu ela segurando minhas mãos. — Todas as almas passam por aqui antes de partirem para o além.

Eu tinha conseguido.
Eu estava onde queria estar.

— O Pete — falei apreensivo. — Eu estou aqui para ajudar o Pete.

— Eu sei, meu querido — disse vovó colocando uma das mãos em meu rosto. —, mas infelizmente não há muito que você possa fazer para ajudá-lo.

— Vovó, a senhora precisa me ajudar — pedi aflito. — Pete é um bom rapaz. Ele tem uma família que precisa muito dele!

A expressão triste e empática da minha avó respondia de maneira cruel todo e qualquer questionamento que vinha à minha cabeça.

— Por que? — questionei segurando a vontade de chorar. — Se não havia como salva-lo, por que me deu todas aquelas dicas para eu chegar até aqui?

— Você já vai entender — disse ela acariciando meu cabelo. — Tenho a missão de te ajudar a seguir o caminho certo, Klayton.

— Não havia outra forma de conversarmos? — perguntei confuso. — Por exemplo, meus sonhos. Eu tenho sonhos lúcidos e...

— Almas desencarnadas e entidades cósmicas não interagem com pessoas vivas através de sonhos — explicou ela. — Seus sonhos são poderosos, mas além das premonições, você não consegue atravessar a linha que separa a vida e a pós-vida com eles.

Então, o falso Pete não poderia ser a morte como eu imaginava. Ele de fato fazia parte do meu subconsciente.

— Então? — incentivei ela a continuar.

— Você tem uma importante decisão a tomar — disse vovó seriamente.

— Decisão? — questionei. — Que decisão?

— Seu destino não é morrer tão jovem em um lago — respondeu ela. — Seu destino é ser um grande homem, ajudar as pessoas e viver por muitos anos.

Apesar da paz e plenitude que aquele lugar iluminado no meio do nada tinha, eu estava apreensivo, ansioso e mais nervoso a cada segundo.

— O que vai acontecer comigo? — perguntei.

— A escolha é sua — respondeu vovó. — Você pode voltar ou decidir me acompanhar.

— E se eu acompanhar a senhora, estarei oficialmente morto? — questionei.

Vovó balançou a cabeça e apertou os lábios.

Eu tinha uma escolha, mas não fazia ideia do que fazer. Claro que eu queria viver, mas viver em um mundo sem a presença do Pete era algo doloroso demais de imaginar.

— E quanto ao Pete? — perguntei ainda com esperança.

— A perda de alguém que amamos faz parte do crescimento — respondeu vovó. — Klayton, meu neto, você verá sua mãe, seu pai e até seu irmão Shawn partirem eventualmente. Você não poderá usar seus dons para impedir o destino das pessoas.

— Por que? — questionei revoltado. — Se eu tenho o dom de prever o que vai acontecer, por que não posso usar para ajudar quem eu amo?

— Você pode ajuda-los, mas não pode mudar o destino deles — disse vovó voltando a por a mão em meu rosto para tentar me acalmar. — Você não pode mudar o destino desta forma, meu amor. Se o fizer, vai sofrer, ficar doente e ter dores horríveis.

Haviam tantas perguntas que eu queria fazer...

— Por que sonhei justamente com o Pete? — questionei. — De todas as pessoas neste mundo, por que eu sonhei com ele sem ao menos conhece-lo?

— Seus destinos foram unidos no dia que você o salvou pela primeira vez — respondeu vovó. — Foi apenas uma curva inesperada em sua história.

Havia uma brecha em tudo aquilo.
Antes, as coisas pareciam fazer sentido, mas pouco a pouco, encontrei curvas naquelas regras que não pareciam ser tão sólidas quanto pareciam.

— Então eu posso escolher se volto ou se vou com a senhora, certo? — perguntei.

— Sim — respondeu ela.

— E a senhora disse que meu destino é viver por muitos anos, certo? — perguntei.

Vovó balançou a cabeça positivamente e me olhou de maneira confusa.

— No que você está pensando, Klayton? — perguntou vovó.

— Eu tenho uma escolha — falei firmemente. — Se eu tenho a escolha de morrer agora, meu destino pode ser mudado! O destino pode ser alterado dependendo de nossas escolhas!

Vovó sorriu e deu dois passos para trás.

— Nossas escolhas tem consequências, meu querido — disse ela enquanto se afastava. — A vida, o destino e a natureza sempre acham um ponto de equilíbrio. Tenho certeza que você fará a decisão certa.

— Para onde a senhora vai? — questionei tentando me aproximar dela, mas quanto mais eu andava, mais me afastava.

— Deixar você escolher — respondeu ela. — É meu trabalho guiar sua alma de volta para seu corpo ou te levar para a pós-vida, mas se eu não estiver mais aqui...

— O que acontece?! — questionei já perdendo minha avó de vista. — Vovó, o que acontece? Como eu vou sair daqui? Vovó?!

Ela tinha sumido.
Minha avó tinha me deixado sozinho naquele lugar vazio e iluminado.

Eu tinha decisões a tomar, mas não sabia o que fazer. Não sabia se era só estalar os dedos, desejar ou simplesmente imaginar. Eu não sabia as regras do jogo, o que o destino faria com o Pete ou comigo...

— Klayton Nivans — ecoou uma voz desconhecida em minha cabeça.

— Quem está aí? — questionei olhando para os lados para ver se encontrava o dono daquela voz.

De repente, vi uma silhueta se aproximar. Apesar de minha visão parecer mais nítida naquele lugar, a silhueta era desfocada e eu não conseguia identificar quem era aquela pessoa.

— Você não devia estar aqui sozinho — disse aquela voz.

— Minha avó estava comigo, mas foi embora — afirmei olhando fixamente para aquele vulto para tentar identifica-lo.

— Eu sei o motivo de você estar aqui — disse a voz. — Sei o que busca e sei o que está disposto a fazer.

— Então, você pode me ajudar? — perguntei humildemente.

— Eu posso tentar — respondeu ele. —, mas terá um preço.

— Estou disposto a pagar — afirmei seriamente.

A luz daquele lugar brilhou mais forte e pela primeira vez ofuscou minha visão. Um zumbido agudo e incomodo ecoou em meu ouvido antes de eu ser arrastado mais uma vez para a escuridão.

(...)

— Afasta! — exclamou alguém a meu lado.

Senti algo gelado em meu peito.

— De novo, pessoal! — exclamou aquela mesma voz. — Não podemos perde-lo! Afasta!

A escuridão desaparecia pouco a pouco.
Já era possível sentir um gosto estranho em minha boca, meu pulso doer e meu peito arder.

— Ele voltou, pessoal! — exclamou alguém animado. — Mediquem e preparem o paciente para a UTI.

Abri os olhos, mas não consegui ver nada além de borrões. Eu me sentia tonto, com dificuldade para respirar, fraco e como se tivesse sido atropelado por um caminhão.

— Filho? — chamou minha mãe a meu lado. — Graças a Deus!

— Não se preocupem — disse uma voz desconhecida. — O perdemos por alguns minutos, mas ele vai ficar bem.

— Obrigado, doutora! — exclamou meu pai. — Obrigado por salvar a vida do meu filho.

— Vocês precisam sair agora — disse outra voz desconhecida. — Ele precisa descansar.

Eu estava zonzo e não conseguia falar. Eu sabia que algo importante tinha acontecido, mas não tinha forças nem para pensar.
Pensei em fechar os olhos por um segundo para de descansa-los, mas a inconsciência me levou...

Nota: Este capítulo abordou um tema delicado: Suicídio.
Mesmo que a real intenção do protagonista não fosse se matar (pois ele estava ciente de que seria salvo e estava apenas testando uma teoria), não tente fazer isso por conta própria. Lembre-se que esta é uma obra de ficção e não condiz com a realidade.

Caso precise de ajuda, contate o CVV (Centro de Valorização a Vida).
Telefone: 188
Site: cvv.org.br

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