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17 - Presos

Não saber o que estava acontecendo era o que mais me apavorava. O elevador continuava a fazer barulhos parecidos com barras de ferros se chocando uma na outra e as rachaduras das paredes de vidro ficavam maiores a cada segundo. O ar condicionado havia parado de funcionar e, pelo pouco que dava para ver do lado de fora, estávamos entre o terceiro e quarto andar do shopping central.
Ainda era muito alto e aquela queda seria fatal.

Pete estava agarrado a mim no chão do elevador. Ele me envolveu em seus braços pouco antes de cairmos e, desde então, não tinha me soltado. Estávamos sentados com as costas apoiadas na lateral do elevador, abaixo do painel de seleção de andares.

— Pete, que barulho foi esse?

— Acho que são os freios, Klay.

— Vamos cair? Acho que...

— Está tudo bem, não se preocupe! Os freios estão funcionando, então não há perigo.

Eu tentava manter a calma, mas não era uma tarefa fácil com tudo o que eu sabia. Aquilo não podia ser aleatório. Pete estava em perigo novamente e, ao que tudo indicava, a morte estava revoltada e queria me levar junto com ele.

— Temos que sair daqui, Pete!

— Em casos como este, temos que esperar ajuda dos bombeiros e...

— Pete, confia em mim, por favor!

— Klay, você está assustado e é compreensível, mas eu juro que não vou deixar nada acontecer com você.

Eu queria contar a ele, mas aquele também não era o momento certo. Pete ia pensar que eu estava surtado, tendo um ataque de pânico e imaginando coisas. Ele jamais ia acreditar em mim em um momento como aquele.
Eu precisava pensar rápido.

— Vamos tentar abrir a porta e ver se tem como pularmos para fora — propus.

— Klay, espera! — disse Pete virando meu corpo para me olhar nos olhos. — Eu sei que você está assustado, mas não precisa se preocupar. Estamos a salvo aqui dentro.

— Não estamos, vai por mim — afirmei virando meu corpo e me afastando dele.

Engatinhei até a parede de vidro para tentar ver se o terceiro andar estava muito longe e se seria possível pularmos para ele. A visão não estava tão nítida, pois o vidro estava sujo e as rachaduras maiores estavam justamente nas laterais da parede.
Outro solavanco e um barulho assustador na parte superior do elevador ecoou. Eu não tinha certeza, mas parecia que o problema estava nos cabos.
Podíamos cair a qualquer momento. 

Pete levantou, pegou o telefone de emergência do elevador e apertou algumas vezes no botão vermelho que tinha na base do aparelho.

— Não funciona — disse ele calmamente. — Acho que não deve estar funcionando há muito tempo.

— Aqui tem alguma entrada de ar? — questionei também levantando e olhando para o teto.

— Estes elevadores de vidro de shopping não têm, Klay. — Ele respondeu.

Pete estava muito calmo. Ele não parecia estar preocupado com a queda do elevador ou de ficarmos presos ali dentro perdendo mais oxigênio a cada segundo.
Me pergunto se ele estaria tão calmo se soubesse...

— Você está tão calmo, Pete — falei respirando fundo para tentar me acalmar.

— Eu sei que está tudo bem, Klay — respondeu ele abrindo um largo sorriso. — Pessoas ficam presas em elevadores todos os dias, mas acredito que nem uma delas tem a sorte de ficar presa com você como companhia.

Se aquelas palavras fossem ditas em outras circunstâncias, provavelmente eu estaria derretendo por dentro, mas como não eram...

— Precisamos sair daqui, Pete — falei me aproximando da porta.

— O que vai fazer?

— Me ajuda a abrir a porta — ordenei com aquele mesmo tom autoritário.

Pete sorriu e não questionou.

Tentamos abrir a porta, mas apesar de todo esforço que fizemos, ela abriu apenas uma fresta de mais ou menos dois centímetros. Pete fez uma pausa, se afastou e olhou em volta.

— Tem alguma coisa prendendo ela — falou ele pensativo.

— Vamos tentar de novo e...

Naquele momento, antes de eu terminar a frase, o elevador se moveu bruscamente para baixo fazendo Pete e eu balançarmos e quase cairmos. Eu sentia o chão tremer e o barulho da parede de vidro rachando aumentar.
Pete estava próximo a ela, então...

— Vem aqui! — exclamei puxando ele pela camiseta.

Aos poucos, o chão parou de balançar e o barulho de vidro rachando cessou.

— Calma, calma — falou Pete controlando a vontade de rir. — Não faça isso com o meu coração, Klay!

E novamente estávamos próximos um do outro. Pete estava bem na minha frente, me olhando diretamente e umedecendo aqueles lábios grossos com sua língua. Eu conseguia sentir seu calor corporal, o aroma do perfume que ele provou em uma das lojas do shopping e a lateral do rosto dele encostada no meu.
Senti vontade de beija-lo, mas aquele não era o momento. Pete estava calmo e tinha certeza que nada de ruim ia acontecer, mas eu não estava tão seguro e à vontade quanto ele.

— Não sai de perto de mim, Pete — murmurei depois de suspirar.

— Não vou, Klay — falou ele me envolvendo em seus braços.

Se uma das teorias que eu acreditava estava correta, Pete precisava ficar próximo a mim para evitarmos que alguma coisa grave acontecesse. Foram poucos os momentos, mas percebi que toda a vez que nos afastávamos, o elevador começava a se mover e a parede de vidro a rachar.

Aquela não era a minha hora.

O elevador não ia cair, pois eu estava dentro dele. O vidro não ia quebrar enquanto eu estivesse ali. Nada de ruim ia acontecer com Pete enquanto eu estivesse ao lado dele.

— Vocês estão bem?! — questionou uma voz masculina distante.

— Estamos! — exclamou Pete. — Estamos presos aqui dentro!

— Não se preocupem, pois já chamamos os bombeiros e eles não vão demorar a chegar! — respondeu aquela mesma voz.

Apesar da notícia, eu não consegui relaxar completamente. Mais uma vez alguma coisa estranha estava acontecendo e, desta vez, eu não tinha noção do que fazer para impedir. A ideia de perder Pete estava ficando cada dia mais dolorosa. Pensar que se ele tivesse entrado naquela rua onde houve troca de tiros ou ajudasse aquele homem a abastecer o cilindro de gás...
Eu não conseguia nem pensar naquela possibilidade.

— Pete... — murmurei com o rosto deitado sobre o ombro dele.

— O que foi, Klay? — questionou ele colocando uma das mãos em minha nuca e a acariciando com os dedos.

Eu estava sensível, com medo e envolto em um misto de sentimentos. Eu queria contar a verdade para ele, mas...

— Eu tenho que te contar uma coisa que... — Fiz uma pausa e engoli a saliva com dificuldade. — Um segredo que preciso contar, mas...

— Conversamos sobre isso quando sairmos daqui em segurança, Klay — falou Pete me interrompendo. — Eu sei que você está assustado, mas não há com o que se preocupar. Talvez você tenha claustrofobia ou algo do tipo. Não quero que me conte nada que não queira contar só por estar com medo.

Ele tinha razão, mas eu estava com medo de perde-lo e não de estar preso naquele elevador.

— Precisamos conversar depois, Pete.

— E vamos conversar, Klay. Temos todo o tempo do mundo para isso.

— Espero que sim...

— Como assim? Espera?

Ele tinha percebido em meu tom que eu não tinha certeza que tínhamos todo o tempo do mundo para conversar.
Pete se afastou um pouco, colocou as mãos em meus ombros e me olhou seriamente.

— Klay, nós vamos sair daqui, entendeu?!

— Sim.

— Nós vamos ficar bem, então não tenha medo, pois eu estou aqui e...

— Não estou com medo por estar preso aqui, Pete.

— Então? ...

De repente, ouvimos um estalo forte próximo a porta.

— Garotos?! — chamou a voz de uma mulher.

— Estamos aqui! — respondeu Pete soltando meus ombros, mas segurando uma de minhas mãos e entrelaçando nossos dedos.

— Sou do corpo de bombeiros e vim resgatar vocês! — exclamou a mulher enquanto pouco a pouco a porta do elevador foi abrindo.

A bombeira olhou para nós pelo pequeno vão que se abriu.

— Como vamos sair? — questionou Pete. — Não tem abertura no teto do elevador.

— Estes elevadores tem sistema de nivelamento manual — respondeu ela. — Não se preocupem, pois minha equipe já está pronta para o procedimento.

Antes que a bombeira terminasse de explicar o que estava acontecendo, o elevador começou a descer lentamente. Pete me olhou e sorriu daquele jeito especial, continuou segurando minha mão e se esticou para pegar a sacola com as compras que ele tinha feito do chão.

— Eu disse que ficaríamos bem — falou ele.

Balancei a cabeça positivamente, mas a preocupação ainda não tinha passado. Eu estava no escuro em relação àquele momento e não sabia o que ainda podia acontecer.

Quando o elevador ficou exatamente nivelado com o piso do terceiro andar, fiz questão de sair dele ao lado do Pete. Em minha cabeça, a porta podia fechar do nada e esmaga-lo ou o elevador podia me cuspir para fora como um chiclete e derrubar Pete até os andares inferiores.
Eu não podia arriscar.

— Vocês estão bem? — perguntou a bombeira. — Precisam de algum auxílio médico?

— Você precisa, Klay? — questionou Pete.

Balancei a cabeça negativamente.

Pete e eu ainda estávamos de mãos dadas. Muitas pessoas que passeavam pelo shopping estavam assistindo de longe tudo que estava acontecendo.

— Não, obrigado — agradeceu Pete.

— De nada, rapazes — disse a bombeira com um sorriso engraçado. — Se cuidem, pois vocês são um casal muito fofo.

E foi nesse momento que todos que estavam assistindo aquele resgate começaram a aplaudir. Minha reação imediata foi soltar a mão do Pete, coloca-la no nariz e abaixar a cabeça por conta da vergonha. Pete, por outro lado, acenou em agradecimento as pessoas que nos aplaudiam.

— Eles acham que a gente namora — murmurei ainda envergonhado.

— Estão quase me convencendo — respondeu Pete animadamente.

***

Desde o momento que coloquei a cabeça no travesseiro, não parei de pensar em tudo que tinha acontecido aquela tarde no shopping central. Pete me deixou em casa depois de buscarmos o carro dele em um estacionamento do centro e, durante a viagem, não falamos nada sobre o incidente do elevador.

Algumas coisas estavam claras depois daquele encontro, mas muitas outras estavam confusas e sombrias em minha mente. Era animador saber que Pete também tinha sentimentos por mim e que nossa relação podia avançar para mais além da amizade, mas era apavorante lembrar os motivos do qual essa relação começou a existir.

Por qual motivo comecei a sonhar com Pete? Eu não o conhecia. Eu nunca o tinha visto pessoalmente ou em sonhos lúcidos.

Será que o tempo dele na terra realmente tinha acabado? Se sim, por que a morte não o levava de forma natural? Por que acidentes e situações como a do estacionamento ou do elevador?

Por que não tive uma premonição desta vez? Eu não tinha sonhado com o incidente do elevador, então, Pete não estava tão seguro quanto eu imaginava e podia acontecer qualquer coisa a qualquer momento com ele.

Será que ele acreditará em mim se eu contar a verdade? Como Pete reagirá quando eu disser que acho que a própria morte está tentando levá-lo?
Provavelmente ele vai achar que fiquei louco e deixará de gostar de mim.

E eu gostava tanto dele...

— Klay?! — chamou meu irmão Shawn batendo na porta do quarto.

— Entra! — exclamei.

Shawn entrou e jogou meu celular em minha barriga.

— Você deixou em cima da mesa da cozinha — resmungou Shawn. — Um tal de Pete Praves te ligou umas três vezes.

— Obrigado, irmão — agradeci. — Como foi seu dia hoje?

Shawn não respondeu e saiu do quarto sem fechar a porta. Revirei os olhos e suspirei.
Tentar me aproximar do meu irmão mais novo não era uma tarefa fácil, mas eu não ia desistir.

Desbloqueei o celular com a digital e abri a notificação de ligação perdida do Pete. Apertei o botão de discagem rápida para retornar...

Um toque...
Dois toques...

— Oi, Klay!

— Pete! Como vai?

— Acabei de sair do banho e tenho mais alguns minutos de liberdade, então, resolvi te ligar e saber se você está bem.

Senti as batidas do meu coração falharem e cocegas na barriga. Fechei os olhos e não resisti a vontade de sorrir.

— O dia foi uma loucura, né?

— Eu gostei de ter ficado preso com você no elevador — disse Pete com aquele mesmo tom bem-humorado de sempre. — Foi um susto, mas pensando por outro lado...

Pete fez uma pausa de vários segundos.

— Pensando por outro lado? — O incentivei a terminar.

— Ah, deixa pra lá! — disse ele antes de pigarrear.

Apertei os olhos e quase pulei na cama de felicidade. Era incrível como aquele misto de bons sentimentos mexiam comigo quando eu falava com Pete.

— Na verdade — continuou ele. —, te liguei também pois há alguns minutos vi uma notícia na internet sobre o incidente que aconteceu com a gente no shopping central.

— Saiu em um site de notícias? — questionei levantando e indo até a mesa do notebook.

— Os peritos disseram que não havia nada de errado com o elevador e que ele ter parado de funcionar e começado a rachar é um mistério.

Novamente senti aquele mesmo arrepio apavorante.
Meu quarto havia ficado frio de repente.

— Precisamos conversar, Pete — murmurei sentindo minha mão começar a tremer.

— É sobre o segredo que você queria contar quando estávamos presos no elevador?

— Sim.

Pete suspirou.

— Pode falar, Klay.

— Por telefone não! Precisa ser pessoalmente.

— Seja o que for, estarei sempre a seu lado. Você não está sozinho, Klay!

Aquela frase partiu meu coração em vários pedaços. Eu queria muito confiar nas palavras dele.

— Me avise quando você tiver uma folga dos seus irmãos mais novos — ordenei.

— Pode deixar, mandão!

Novamente não consegui resistir a vontade de sorrir.

...

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