O coelho
Havia uma floresta onde os animais viviam pacificamente, dentre os animais existia um jovem coelho cheio de vigor que adorava uma aventura. Ele percorria toda a floresta sempre que tinha uma oportunidade e fazia amizade com todos os outros animais.
O amigo coelho morava em sua toca com os seus quatro irmãos mais novos, seu pai e sua mãe. Tudo ia bem até que um dia o amigo coelho ouviu dos outros animais algo que lhe fez tremer a espinha. Os animais lhe contaram que um caçador havia adentrado a floresta e montado acampamento nela, esse caçador foi apelidado de Covid e estava matando ou ferindo gravemente todo bicho que encontrava pela frente.
A notícia se espalhou como fogo e logo todos correram para se abrigar em suas tocas ou ninhos, incluindo o amigo coelho. Ele ficou na sua toca com sua família por vários dias e com sua boa audição tentava ouvir o que acontecia lá fora, curioso. O amigo coelho que tanto corria pela floresta antes já estava ficando agoniado e ansioso, queria ir lá fora pois tudo parecia quieto e nada estava acontecendo.
O jovem coelho conseguiu convencer seus pais de que estava tudo bem em ir lá fora. Assim que recebeu o consentimento ele correu lá para fora toda velocidade, mas não foi capaz de ir muito longe pois logo viu a cena macabra a sua frente: vários animais mortos espalhados pelo chão da floresta. Horrorizado com a cena , o coelho correu em disparada de volta para sua toca, contudo estancou na entrada dela pois lhe ocorreu que algo poderia ter acontecido a sua melhor amiga, a lebre. Em vista disso, ele reuniu toda a coragem que tinha e correu mata a dentro rumo a toca da lebre e lá ele a encontrou ferida gravemente. Depois de ficar por algumas horas com a lebre, o amigo coelho decidiu voltar para casa triste e abatido, porém quando chegou na entrada de sua toca ele ficou paralisado.
Desconfiado ele aguçou a audição para ouvir melhor, fez isso várias vezes mas o resultado era sempre o mesmo, silencioso demais. O desespero estava nítido em seus olhos que lentamente se esbugalharam quando a constatação lhe veio a mente, em um só fôlego ele disparou para o interior da toca.
As lágrimas vieram antes do grito, sua toca estava arruinada e sem o teto, tinha sangue para todos os lados. Sem aviso nenhum a frase lhe veio a mente como um sussurro “Covid esteve aqui”, o choro do pobre amigo coelho aumentou ainda mais a medida que ele pensava, pois quanto mais pensava mais compreendia o que havia acontecido.
Ele havia saído afoito demais de sua toca, a distração causada pela ansiedade o tinha cegado e o levado a agir de modo irresponsável em uma situação de perigo. O caçador o vira sair da toca mais cedo e matou a sua família que ali se escondia. Infelizmente só restou ao amigo coelho chorar e se lamentar sob as consequências de suas escolhas.
Para o amigo coelho, o dia após o ataque do caçador Covid talvez nunca chegue, talvez ele fique para sempre preso no dia em que o Covid matou a sua família. O caçador pode não ter tirado sua vida, mas certamente roubou sua alegria de viver. Se tão somente o amigo coelho tivesse ficado em casa.
Erileide Pereira, Julho de 2020
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