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O observador, a cidade e o ano novo.


A cidade estava vazia, sem trânsito, sem ônibus lotado, sem metrôs ou trens esturricados de gente saindo pelo ladrão. O silêncio imperava na cidade barulhenta e nas ruas das buzinas, parece até uma cena do filme o fim do mundo, ou até mesmo do lançamento próximo do dia nove de janeiro. Como se chama mesmo? O dia em que a terra parou; título homônimo ao da música do Raul Seixas; pensou o rapaz que ao mesmo tempo em que se espantava com a visão da cidade "abandonada", deliciava-se com a impressão de que ela fora feita só para ele e mais alguns habitantes perdidos na imensidão deserta.

Pior do que tudo estar fechado, era a sensação de que todos, exceto ele, foram para algum lugar, na realidade, bem sabia que parte disso era verdade, a outra parte era mentira. Muitas pessoas estavam trancafiadas em casa por alguns motivos, como falta de dinheiro para empreender uma viagem, ou simplesmente a falta de gosto para festas e comemorações, além de motivos religiosos é claro. Não se importava com este fato, mas com a sensação de solidão causada pela ausência de pessoas, não que amasse lugares lotados, mas esta ausência de movimento, de agitação, lhe causava um certo pânico. Precisava de pessoas, amava vê-las na correria diária, observar suas expressões, mesmo que nem se quer falasse com elas ou as conhecesse, mas agora, tudo era deserto.
Para alguns desavisados, ele era tido como um anti-social, vivia fora das rodas e grupos em festas, quando havia muita gente, ele ficava de longe observando tudo, um de seus amigos o apelidou de, "O observador", realmente era assim que agia. Não perdia um segundo de vida, ria e se emocionava olhando a vida alheia. Sofria e se encantava com algumas cenas, por conta disso fez muitas amizades, pois não se contentava em observar, intrometia-se no acontecimento, mudando o rumo do ato para outro desfecho com algum comentário, ou desvelado discurso filosófico sobre o assunto.

Ah, como amava a vida!

Mas fim de ano, fim de ano é muito triste, as pessoas somem da cidade. Ele fica, e mesmo quando viaja, procura lugares pouco comuns, evita superlotações, procura o ambiente simples com reunião de pessoas e não a tão famosa muvuca. Fim de ano é tudo, menos normal, e esta anormalidade era o que procurava agora.
Sem ter muito que observar, sem nenhuma família para se reunir, irmãos, primos, tios, nem mesmo os costumeiros amigos por perto, desligou-se da TV e da idéia de ir para a Av. Paulista, para o show da virada. Sabia da confusão e bebedeira que aconteceriam por lá.

Subiu no telhado da casa vizinha que estava abandonada, poucos minutos antes da meia noite. O vento frio, o sentimento de estar no topo do mundo, diante da imensidão silenciosa. Algumas janelas se abriram nas outras ruas, famílias iam para a sacada fazer o mesmo que ele, outras desciam para a rua. As explosões começaram; a gritaria, buscapés voando em assovios coloridos e mágicos, o latido dos cães agoniados, jovens bêbados jogando ao ar garrafas de wisks vazias que se espatifavam nos asfalto, a zoeira eufórica das crianças. A vida voltava à ativa depois de dias de silêncio, de mudez e deserto. O celular toca.

— Pronto!

— E aê garoto onde você está?

— Estou em cima do telhado da casa abandonada aqui ao lado da minha.

— Fazendo o quê?

— Observando a explosão dos fogos.

— Já bebeu muita sidra e vinho hoje?

— Que nada, sabe como é. Todos viajaram e, bem, fiquei sozinho.

— Vem pra cá então, vamos beber, também não viajamos este ano aqui em casa.

— Ok, daqui a pouco eu chego aí.

— Até mais!

— Até.

Ele sorriu; a cidade não estava deserta, ele não estava sozinho, devia saber, ninguém, nunca está

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