Conto #2 - Capítulo 3
Fico parada, esperando que ele diga algo, então quando ele não diz, pergunto:
— Precisa de algo, senhor? — Não sei como chama-lo, mas percebo que fiz a escolha errada, pois quando digo ‘senhor’ ele levanta uma sobrancelha e solta uma risada debochada.
— Senhor? É, você pode me chamar assim se quiser.
— Tem algo aqui que você queira? — Mudo e o chamo por ‘você’, afinal ele é um ator, não um juiz ou alguma autoridade.
— Tem sim, estou olhando para o que eu quero agora mesmo. — Ele diz percorrendo as curvas do meu corpo com os olhos, sinto como se seu olhar queimasse minha pele, de repente sinto um calor que vem de dentro.
Ele descruza os braços e vem em minha direção, caminhando lentamente, sem pressa. Dou um passo para trás, o que faz com que um sorriso malicioso surja em seus lábios.
Ele para na minha frente, tenho que levantar a cabeça pois ele é bem mais alto que eu.
Ele aproxima a boca de minha orelha, posso sentir seu hálito quente.
— Quando foi a última vez que um homem te fez gozar? — Ele sussurra e eu dou um pulo para trás.
— Como é que é? — Pergunto surpresa com sua pergunta direta.
— Eu perguntei quando foi a última vez que um homem te fez gozar? Com a boca, com os dedos, com o pau...Se eu tivesse que apostar, diria que faz um bom tempo desde que você não é bem comida. — Meus olhos se arregalam em choque, do que esse cara está falando? Ele não pode simplesmente chegar para uma mulher e dizer essas coisas. Mesmo que ele tenha razão. A última vez que eu transei foi há quatro meses, mas é logico que eu não vou lhe confessar isso.
— Então acho que você perderia a aposta, porque ontem mesmo eu dormi com um cara. — Minto.
— Um que certamente não cuidou muito bem das suas necessidades, caso contrário, você não teria me olhado com tanto desejo hoje de manhã. — Merda, estava tão na cara assim que eu estava praticamente devorando-o com os olhos?
— Sinceramente, isso não te diz respeito. — Não entendo qual é a desse cara.
— Tem razão, não é da minha conta, mas é que eu odeio ver que uma mulher tem suas necessidades negligenciadas, especialmente uma tão deliciosa como você.
Ele acabou de me chamar de deliciosa? Esse homem que mais parece uma pintura perfeita me acha deliciosa?
— Por isso vim aqui oferecer para te foder. — Ele diz como se tivesse me oferecendo uma carona.
— Você está maluco?
— Por quê? Porque estou oferecendo sexo para uma mulher que eu acabei de conhecer? Eu sei muito sobre você se comparado com a mulher que eu fodi ontem.
Meu queixo cai no chão, fico encarando-o com a boca aberta igual a uma idiota.
— Você realmente consegue mulheres sendo desse jeito?
— Que jeito? Sincero? Sim, consigo, muitas na verdade. A questão é a seguinte, Mel... — Ele diz meu nome de uma forma tão sensual, sua mão alcança meu rosto e ele desliza seus dedos suavemente por minha bochecha. — Eu vi você, eu quis você e agora estou aqui para tê-la.
— E quem disse que eu vou deixar você me ter? — Pergunto indignada com sua arrogância.
— Todas deixam. Eu sou irresistível para todos os tipos de mulher, seja pelo meu dinheiro ou minha aparência.
— Sabe, quando dizem que as mulheres acham caras confiantes atraentes, não significa desse jeito. — Digo e passo por ele, caminhando em direção à porta.
Quando penso que vou conseguir sair, a porta é fechada bem na minha cara, Derryl apoia suas mãos grandes na porta, bloqueado minha saída tanto para os lados como para frente ou para trás. Sem ter para onde ir, permaneço parada e de costas para ele.
— Onde você pensa que vai? Eu te disse, eu vim aqui para comê-la. — Ele sussurra perto do meu rosto, tento ignorar o tesão que está aumentando dentro de mim.
— E se eu não quiser, você vai fazer o que? Me obrigar?
— Claro que não... — Ele abaixa os braços e envolve minha cintura com eles. — Se você realmente não quer, pode ir embora.
Quando seguro a maçaneta, ele diz:
— Mas permita-me tentar faze-la mudar de ideia. — Seus dedos ágeis deslizam sobre a borda da minha calça jeans, ele a desabotoa e abre o zíper. Uma mão desliza para cima e alcança meu seio, a outra desliza por meu estômago e entra em minha calcinha.
Solto um suspiro quando seus dedos encontram meu clitóris e começam a massageá-lo.
Ele levanta minha blusa e afasta a taça do sutiã, expondo meu seio e o meu mamilo, duro de tesão. Ele rola o mamilo entre os dedos e o aperta, me fazendo gemer.
— Está reconsiderando? Porque eu consigo ser mais persuasivo que isso.
Em um movimento rápido ele retira a mão de minhas calças e me vira para ele, sua boca encontrando a minha com ferocidade.
Ele arrasta meu corpo mole até o pequeno sofá do trailer e me joga nele, ao mesmo tempo em que eu vejo minha blusa voando pelo ar.
Como foi que ele fez isso?
Ele puxa minha calça pelas pernas e logo meu jeans também está no chão.
— Derryl... — A intenção é pedir que ele pare, mas eu não faço. Qual é, eu sou mulher, e não do tipo que é forte o suficiente para resistir um cara como esse irlandês sarado.
Ele segura meus tornozelos e abre minha perna, empurrando-as até minha cabeça.
Porra, esse cara acha que eu sou contorcionista ou ginasta?
Meus joelhos encostam em meus ombros, nunca achei que eu conseguiria fazer esse movimento, tenho que segura atrás dos joelhos para que minhas pernas não voltem para baixo.
Sinto o tecido fino de minha calcinha sendo puxado para o lado, sinto um ar gelado sendo sobrado contra minha carne sensível e quente, provocando um choque delicioso.
Escuto meu coração martelando em meu peito, prendo a respiração esperando pelo que eu sei que Derryl fará comigo, ansiando logo o contado de sua língua. E quando eu a sinto, solto um gemido torturado e fecho os olhos, para melhor saborear a sensação.
— Humm, seu nome é muito apropriado, Mel. Seu gosto é doce e delicioso. — Sua língua me percorre furiosamente, ele lambe toda a extensão da minha intimidade, agarro minhas pernas com força, cravando as unhas em minha própria pele.
A cada novo ataque de sua língua, gemo mais alto.
Não posso acreditar que Derryl O’Donnell, o ator irlandês gostosão, está me chupando no sofá do trailer onde eu trabalho. Porra, nós estamos em um estúdio, o meu e o seu local de trabalho.
Mas inferno se eu tenho força ou até mesmo vontade de para-lo. No momento a única coisa que passa por minha cabeça é a necessidade de gozar na boca de Derryl.
— Derryl, vou gozar. — Ofegante, gemo as palavras. Ele aumenta o ritmo das lambidas e das chupadas e eu sinto aquela sensação poderosa, grandiosa e arrebatadora explodir dentro de mim.
Abro a boca e jogo a cabeça para trás, sentido o tremor, o êxtase.
Abro os olhos quando escuto o barulho de tecido se rasgando, olho impotente quando ele lança minha calcinha arruinada para longe.
Suas mãos vão até suas calças e ele abre o zíper, abaixando-a junto com a cueca até metade da coxa.
Sua ereção salta livre, grande e com a ponta rosada. Derryl se posiciona no meio de minhas pernas e sem cerimonia me invade facilmente.
— Porra.... — Ele ruge.
Ele me penetra rapidamente, nossos gemidos preenchendo o pequeno espaço, os sons da junção de nossos corpos também ecoam no ambiente.
Derryl mantém um ritmo frenético, rápido, movimentos rudes e crus. A sensação de ter ele dentro de mim é maravilhosa, ele é grande e sinto como se estivesse me alargando, me rasgando, mas ao invés de provocar dor, seu membro me provoca prazer.
Percebo sua respiração ficando mais difícil e seus gemidos mais altos, sei que ele está perto assim como eu. Sinto que estou desesperada para gozar de novo, como se não tivesse acabado de fazê-lo.
Meu orgasmo cresce e explode, logo Derryl me acompanha. Ele se retira de dentro de mim e goza em meu estômago, fazendo uma bagunça.
Nós dois ficamos parados e em silêncio, recuperando o fôlego. Depois que sua respiração volta ao normal, ele levanta a calça e a abotoa.
Ele olha para os lados procurando algo, vê um pequeno lenço e me limpa com ele, guardando no bolso em seguida.
Levanto-me e começo a me vestir.
— Diga para seu parceiro de ontem à noite, que é assim que se deve fazer. Se você quiser ele pode até nos assistir da próxima vez. — Ele passa a mão pelos cabelos e se dirige para a porta.
— Até amanhã, Mel. — Não o respondo, minha cabeça está girando, não só pelos orgasmos que ele me deu, mas porque ele acabou de dizer que haverá uma próxima vez.
Passo a mão por meu corpo satisfeito e sorrio. Sim, eu quero uma próxima vez, eu quero mais do que eu recebi hoje. Eu quero que Derryl me dê muito mais prazer, mesmo ele sendo um bastardo arrogante.
***
— Ele o quê? — Becky grita ao telefone.
— Becky, se controle, por favor.
— Como você quer que eu me controle, garota? Segundo a People e a mim, você acabou de transar com o homem mais sexy do mundo. Cara, me diz que isso é brincadeira sua, se não eu vou literalmente morrer de inveja. — Ela diz e eu rio.
— Não é brincadeira amiga, ainda sinto sua boca na minha e o seu...Você sabe.
— Oh.Meu.Deus! Melinda Rubio, sua vadia. Estou com tanta inveja sua, cadela. — Começo a rir com o tom de indignação na voz da minha melhor amiga, ela tem esse jeito meio louca mesmo, e eu a adoro.
— Está rindo do que? Isso não é engraçado, você sabe a quanto tempo eu não vejo um pau? Muito tempo mesmo. Você não deveria ter me contado isso.
— Você queria mesmo que eu tivesse escondido isso de você? — Pergunto cética.
— Não, claro que não, falei sem pensar. É só que eu ainda não consigo acreditar, você é tão sortuda, amiga. Já que eu não posso ter o irlandês gostoso, quero pelo menos saber como ele é, ele tem pau grande? Tem pegada? Por favor, se ele for uma farsa apenas minta para mim, não acho que aguentaria essa decepção.
— Ele não é uma farsa, e eu não estou mentindo, amiga. Ele é maravilhoso, grande e delicioso. Derryl tem uma coisa, não sei o que é, mas ele é imponente, intenso, sabe? Duvido que alguma mulher algum dia conseguirá resistir, ele parece mais uma força da natureza, é incontrolável.
— Deus do céu, estou morrendo de calor aqui. — Ela diz e eu sei que está se abanando.
— Eu quero saber todos os detalhes, diga exatamente tudo.
— Mas eu preciso dormir, amanhã tenho que estar lá cedinho.
— Não quero nem saber, amiga. Pelo amor de Afrodite, me conte como foi. O que ele disse, o que ele fez, como ele fez. Tudinho, Melinda.
— Tudo bem. — Digo e começo a contar tudo desde o momento em que ele passou a mão em mim enquanto fazia sua maquiagem. A cada detalhe sórdido, escuto Becky arfando ao telefone.
Quando finalmente ela se dá por satisfeita e não há absolutamente nada que ainda reste para lhe contar, digo boa noite e vou dormir.
Assim que fecho os olhos penso em tudo que Derryl fez comigo, e penso nas suas palavras, Se você quiser ele pode até nos assistir da próxima vez. Ele realmente quis dizer isso, tipo, realmente terá uma próxima vez, ou foi só jeito de falar?
Deus do céu, ele é um homem muito detestável e se eu fosse esperta o suficiente, não me deixaria levar por sua aparência.
Mas não me julgue, se você tivesse sido beijada e tocada por Derryl O’Donnell como eu fui, você também deixaria a luxuria falar mais alto. Não adianta dizer que não, aquele homem é literalmente irresistível.
Ele é a personificação do pecado, da luxuria. É como se alguém tivesse reunido em um único homem, tudo o que atrai fisicamente as mulheres.
Mal posso esperar para ir trabalhar amanha e confirmar se ele estava falando sério sobre a próxima vez ou não.
Eu realmente espero que ele tenha intenção de cumprir com sua palavra.
***
No dia seguinte, quando chego ao trailer de maquiagem, Kall e July já estão lá, como sempre. Assim que entro, meus olhos vão para o pequeno sofá no canto, escondo um sorriso e sinto meu rosto corar ao me lembrar que a cabeça de Derryl esteve no meio de minhas pernas apenas há poucas horas atrás.
Quando ele chega ao trailer, ele pisca discretamente para mim e eu juro que somente esse pequeno gesto foi suficiente para me acender.
Se controle, Melinda. Não pule em cima dele, se controle. Ele é só mais um homem, só isso. Acalme-se, mulher.
July faz uma expressão confusa e desconfiada quando Derryl a pergunta se ela se importaria que eu o maquie de hoje em diante.
— É que eu e a Mel nos demos muito bem ontem, não é verdade Mel? — Ele diz sugestivamente e me lança um sorriso safado.
— Hã...É sim, eu acho. — Balbucio a resposta, sem graça e com medo do olhar que July está me lançando agora.
— Claro, sem problemas, Derryl. — July diz tensa.
Espero que esse homem cheio de tesão não tenha acabado de me fazer perder a amizade de minha chefe.
Começo a trabalhar em seu rosto e torço para que ele não me apalpe como ontem, Kall pode não ter percebido, mas July perceberá.
Graças a Deus ele se comporta e eu consigo terminar meu trabalho sem nenhuma interrupção.
O dia todo passa sem que ele fale comigo ou ao menos se digne a olhar para mim, com exceção de quando eu tinha que retoca-lo, parecia que eu não existia para ele. O que me fez pensar que a história de próxima vez foi pelo cano.
Ótimo, ele me deu só um gostinho de como é estar com ele e agora eu nunca mais vou sentir aquele prazer arrebatador. Ele deve ser daqueles caras neuróticos que só transam uma vez com a mesma mulher.
Eu nem tive a chance de fazer as coisas que eu fiz com ele em meus sonhos. Droga.
Quando as gravações terminam, July tranca o trailer e ela, eu e Kall caminhamos até a saída juntos. July não disse nenhuma palavra sobre o ocorrido de manhã e eu achei melhor não comentar nada, não quero cutucar a onça com vara curta.
July e Kall moram perto um do outro, e infelizmente para mim, moram no lado contrário ao meu apartamento. Por isso nos despedimos e eu vou até o ponto de ônibus e fico lá sozinha.
O ônibus chega e eu entro, assim que me sento em um acento ao lado da janela, um clarão rompe no céu e uma chuva forte começa a cair. Verifico minha bolsa e percebo que esqueci meu guarda chuva, vou ter que correr do ponto final até meu apartamento.
Dez minutos depois de subir no ônibus, ele simplesmente para e desliga, escuto o motorista xingando e tentando ligar o motor de novo.
Os outros passageiros já começam a reclamar e eu apoio minha cabeça no vidro gelado.
Era só o que me faltava.
— Desculpe, pessoal. O ônibus estragou e não quer pegar. — O motorista diz e todos começam a xingar e a se lamentar.
— Mas o céu está caindo.
— Como eu vou chegar em casa com essa chuva? — Alguns dizem.
— Maldito ônibus de merda. — As reclamações se seguem.
Soltando um suspiro pesado e já prevendo uma gripe daquelas, saio do ônibus e imediatamente a chuva torrencial me encharca.
Não vejo sentido em correr já que estou ensopada, por isso caminho normalmente até o próximo ponto de ônibus.
Acontece que esse maldito ponto é longe pra caramba, e com o vento e a chuva, meus passos ficam mais lentos que o normal.
Só espero que essa chuva não seja o anuncio de uma tempestade pior, Deus me livre se um tornado atingir a cidade.
Estou caminhando na calçada, com dificuldade por causa das minhas roupas molhadas, quando escuto uma buzina logo atrás de mim. Viro a cabeça e vejo um carro preto com vidros escuros andando lentamente ao lado da calçada. Olho para frente e ignoro o carro que está me seguindo, tento não entrar em pânico, outras pessoas estão na rua e esse cara não vai conseguir fazer nada comigo, é só eu ignora-lo que ele vai embora.
Ele buzina de novo, reviro os olhos e continuo andando.
— Mel. — Escuto alguém me chamando, a voz abafada pelo barulho da chuva. Olho para o lado e vejo que a janela do carro que me seguia está parcialmente aberta, revelando Derryl no banco do motorista.
— Derryl? O que você está fazendo aqui? — Pergunto me aproximando do carro.
— Entre.
— Não, já estou chegando ao ponto de ônibus. — Digo apontando para o ponto que fica logo ali, na esquina.
— Melinda, entre agora. — Ele diz com uma autoridade e uma firmeza que me surpreendem.
Hesitante e ainda com duvidas, abro a porta do seu carro e entro. Ele fecha a janela e eu sinto o delicioso ar quente dentro do veiculo.
— Vou encharcar seu carro. — Digo com o queixo tremendo.
— Eu compro outro. — Ele diz simplesmente. Reviro os olhos, claro, ele não vai mandar secar, ele simplesmente vai lá e compra outro. Ricos.
— O que você está fazendo por aqui? — Pergunto.
— Estava seguindo seu ônibus. — Ele diz e eu o olho espantada, essa coisa dele ser totalmente honesto é desconcertante as vezes.
— Posso saber o porquê?
— Porque eu quis. — Ele dá de ombros, quando ele não diz mais nada, percebo que essa é a única resposta que receberei.
— Meu endereço é...
— Não estou te dando uma carona para sua casa, Mel. — Ele diz me cortando.
— Ah não? Então onde você está me levando? Porque eu sinceramente só quero um banho e uma cama nesse momento.
— Você pode conseguir isso quando chegarmos.
— Chegarmos onde? — Que homem frustrante, nunca responde se não insisto.
— Na minha casa, é claro. Está na hora de continuarmos a nossa diversão de ontem.
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