Roselyn
Ao procurar um pouco mais, os olhos cinzas e levemente rosados da misteriosa jovem no jardim, avistam enfim a rosa de ouro.
— Veja aqui está ela !
— Ainda não consigo vê-la ! Assegurou Ives.
— Não?! Mas como pode ser?! — Perguntava-se a moça.
— Não consigo mesmo ver tal rosa! — Reafirmava Ives, incrédulo ao olhar fixamente pela roseira.
— Deve ser algum tipo de encantamento novo. — Intrigada, suspeitou a bela donzela ao lado dele.
— Sabe, bela senhorita, não me parece justo ir embora e deixar-te aqui depois de tanto ajudar-me! — Ives retirava um cravo branco, do craveiro em frente a roseira encantada. Ele então virou-se para a bela moça e prosseguiu dizendo:
— Gostaria muito de saber... Por favor, conte-me! Porque vives sozinha nesse velho jardim?
— Bom... Minha vó mora não muito longe daqui. Ela vêm visitar-me ás vezes, mas nunca fica muito tempo. Já pedi diversas ocasiões para ir morar com ela em sua casa, mas sempre me nega.
— E porque não foges?
— Eu tentei! Já até mesmo consegui uma única vez, mas ela me encontrou, e em seguida lançou um encantamento para que ficasse sempre presa aqui. Desde então, toda vez que chego a certa distância, o jardim puxa-me para dentro dele magicamente.
— Sua avô és uma bruxa?! - Espantou-se Ives.
— Sim! Ela é! Mas uma bruxa boa, posso afirmar ... eu acho. — Por mais que quisesse a jovem não conseguia acreditar veemente nas palavras que dizia.
— Não tão boa assim, já que ti aprisionas aqui!
— É para proteger-me! Ela cuida de mim e se preocupa com meu bem-estar.
— Não podes viver aqui, assim, para sempre! És tão bela e jovem! — Subitamente Ives parou por um momento ao encara-la de bem perto. — Sabe moça, estranhamente ao olhar para seus lindos olhos agora sinto como se já os conhecera antes.
— Estranho dizeres algo assim, primoroso rapaz, também sentira o mesmo ao encontraste.
— Deve haver uma forma de quebrar o encantamento que ti mantem nesse jardim. Quero muito tirar-te dessa prisão.
— Não preocupe-se comigo, pegue a rosa e saias logo daqui, antes que minha vó retorne.
— Tudo bem, mas eu voltarei para conversar com ela. Vou convence-la a tira-la daqui! Pode contar com isso! — A força de vontade que emanava do semblante de Ives a fazer tal promessa impressionou a bela donzela do jardim.
— Está bem, se assim dizes, eu esperarei! — Um tanto incredula, ela o entregou um belo e singelo sorriso.
Ives aproximou-se um pouco, e por pura vontade e desejo, por medo de perder aquele momento, uma vez mais, aproveitando a rara oportunidade, a bela jovem o beija novamente. Dessa vez, o beijo é ainda mais caloroso do que o ultimo.
— Não! Por favor! Pare! — Impõe-se, Ives, tentando resistir a seus impulsos juvenis. —Eu simplesmente não posso! Por favor, bela dama...
— Mas você é tão encantador! Eu não consigo resistir em beijar-te! — Confessava a moça ofegante enquanto beijava Ives sem parar.
Ela então, movida por tamanha sensação de prazer, apelou:
— Se queres mesmo quebrar o feitiço que me prende aqui deves me possuir para você. — Abrindo a camisa de Ives com força, ela o empurrou contra um velho e inutilizado poço ali proximo.
Ives, por breves minutos, entrega-se ao momento de calor e excitação, mas lembrando mais uma vez de sua amada Melrose, interrompe tudo bruscamente e se desvencilha das investidas sedutoras da donzela do jardim, dizendo-a:
— Desculpe-me! Não me entendas mal, apenas já gosto de outra! — Disse assim, desconcertado, ao dar um leve sorriso, tocando seus próprios lábios com uma feição incrédula de quem havia secretamente gostado.
— Sou eu quem deveria desculpar-me, por ataca-lo de tal, rude, maneira. — Ressentiu-se a jovem. — Mas nunca conheci alguém como você! Devo dizer que desde que cheguei aqui já vi muitos homens, e rapazes. Muitos foram aqueles que aparecerem com o proposito de obter a rara rosa dourada deste jardim. Sempre me preocupei com todos, mesmo ainda pequena, e após descobrir sobre o encantamento tentei os ajudar, mas todos insistiram em levar a rosa consigo e acabaram se tornando estatuas de ouro. Não posso afirmar com convicção os detalhes sobre o que ouvi, sobre um cravo branco quebrar o encantamento da roseira, por isso ti peço, não tente levar a rosa! — Aflita, a donzela suplicou a Ives.
— Tudo bem! Entendo sua preocupação e agradeço-a por isso, porém nada me impedirá quanto a isso.
— Se e isso mesmo o que deseja fazer, então tudo bem! — Assentiu a jovem, percebendo que não teria como convencer alguém tão obstinado como Ives.
— Mas me diga, belíssima dama, aquilo que falastes, sobre o encantamento que a prende à esse velho jardim, é verdade mesmo? — Questionou Ives ao levantar uma de suas sobrancelhas.
A jovem explicitou contentamento em seu rosto ao ouvir tal, interessada, pergunta.
— Faria mesmo isso por mim?
— Eu nunca deitei-me com dama alguma, mas posso tentar, se assim a senhorita quiser... Quero dizer, essa é a única forma de tira-la daqui, certo? — Ives ficou muito encabulado e sem jeito.
Sorrindo a moça correu em direção a uma porta, adentrando por ela. Ives a seguiu movido pelo puro e simples desejo de perder sua inocência carnal com alguém tao inexperiente quanto ele, e ainda tao bela. Ao entrar no comodo, ele é pego de surpresa por trás, a sagaz jovem o vira bruscamente e termina de tirar sua blusa, que ja estava aberta, lançando-o em seguida sobre uma cama que estava ali. Ao cair no colchão e ser novamente coberto de beijos ardentes, a imagem de Melrose vem uma vez mais a mente de Ives, que, por isso, pensara melhor, avaliando suas acoes e acaba por assim resistindo ao momento, dando conta de si, e do que estava fazendo:
— Espere! Espere, por favor!
— O que houve? Fiz algo errado? - Perguntou a moca por cima do corpo de Ives
— Nao! Não é isso! Desculpa! Eu lamento.. Mas acho que não consigo fazer isso. Não com outra em minha cabeça e em meu coração !
A entusiasmada jovem então muda sua feição drasticamente, e tristonha deita-se sobre a cama. Mas ela logo diz apoiada sobre o peito de Ives:
— Não se preocupe, está tudo bem! É mesmo o certo a si fazer! O admiro ainda mais por isso! És mesmo um valoroso e raro homem!
De repente, uma voz rouca surgi gritando com tom de repúdio:
— Roselyn! Sua Maldita! — Uma velha de trajes pretos aparece no quarto puxando o cabelos da bela jovem, arrancando-a da cama.
— Já devia ter me livrado de você! É por isso que as pessoas acabaram descobrindo a localização secreta do meu jardim!
— Quem é você ! Solte-a! — Repreendeu Ives ao se levantar espantado.
— Deveria matar qualquer um que se aproximasse... Sua inútil ! — A velha segurava a moça pelos cabelos enquanto apontava um afiado punhal em seu pescoço que, triscando, cortara facilmente sua pele fazendo-a sangrar.
Ives, mesmo espantado com aquilo tudo que estava acontecendo, ainda conseguiu notar familiaridade no nome citado pela estridente e horripilante mulher de idade que havia subitamente aparecido. Ele então pergunta para a donzela em perigo:
— Me digas linda senhorita, como ti chamas?
A moça encurralada respondeu com medo em sua voz, :
— Roselyn... Me chamo Roselyn!
— Não pode ser! Esse nome ! — Ives ficara extremamente conturbado em ouvir tal resposta e saca rapidamente sua espada.
Continua ...
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