Magia de Sangue
A mulher corria desesperada pela floresta usando seus poderes para criar barreiras e derrubar tudo atrás de si mesmo sabendo que seria inútil, segurava em seus braços uma criança, ainda estava fraca havia acabado de dar à luz, uma aberração como diziam que aquela criança seria e que era considerada por suas irmãs. Olhava aquele bebê ainda cheio por seu sangue chorando, ela tentava ser firme precisava tentar salvar a vida de sua cria, de seu menino, havia sido o primeiro homem a nascer de uma feiticeira, sua aparência era repugnante para a sua espécie, mas para ela era perfeito, não podia deixar que matassem o seu filho, não podia permitir que tirassem a única coisa que realmente valia a pena em sua vida amaldiçoada.
Suas pernas começavam a fraquejar, mas não podia parar, o sangue escorria por suas coxas, não tinha tido tempo para nada depois do bebê nascer, tudo tinha sido muito rápido, sentia que estavam próximas, a força delas faziam com ela se sentisse sufocada, mas precisava continuar, usa o máximo do poder que tinha naquele momento para criar uma cratera profunda na terra saindo pedras pontiagudas de dentro criando a sua volta com a criança uma cúpula protetora que resplandecia com o sol, cai de joelhos no chão se abraçando ao filho sentindo que tinha falhado.
Anya não sentia que não duraria muito mais, se não fosse pelas feiticeiras negras morreria pela fraqueza e perda de sangue, seus poderes estavam a abandonando e ela os acumulava em seu pequeno. O forte estrondo da quebra da fortaleza é ouvido e o berro da criança fica mais alto, os olhos dela ficam repletos de desespero quando vê a bela figura esplendorosa de Cordélia, a bela feiticeira loira com uma coroa negra sobre a cabeça trajando uma capa de penas reluzentes de corvos caminhava em sua direção. Elessa magnifica e majestosa com seus cabelos ruivos como o fogo caminhava segurando seu cajado com esmeraldas a olhava com um brilho de crueldade, já Aurélia lembrava um anjo trajando vestes brancas combinando com o seu cabelo todo branco, seu olhar era apático, mas sua aura não era menos cruel.
A feiticeira negra não conseguia entender como uma criatura tão perfeita havia se reproduzido com um anão, mas agora Anya a Dourada pagaria com a morte de sua cria e vagaria pelo mundo se lembrando do doce choro da escória que tinha dado a luz, um riso aveludado sai dos lábios de Córdélia enquanto segurava o queixo de Anya com delicadeza, mas quando seu olhar cai para o bebê as irises então azuis da feiticeiras se tornam tão negras quanto as mais puras trevas e o nojo se evidencia, solta a mulher diante de si fazendo-a cair e derrubar a criança que estava em seus braços.
Vai tentar se aproximar de seu filho, porém Cordélia pisa em sua mão a olhando com um sorriso de canto, Elessa e Aurélia se mantinham afastadas olhando não tinham interesse em tocar alguém que para elas não passava de um simples parasita. A loira sorri caminhando até o bebê com uma adaga negra para cortar seu pescoço, os gritos de Anya eram agoniados implorando pela piedade da mulher com adaga na mão, segurava o vestido dourado embaixo da capa de penas manchando-o com terra e sangue.
A feiticeira negra olha com nojo para a dourada a fazendo se levantar com magia sufocando-a, não tolerava que mãos tão imundas a tocassem, sentia prazer em ver o sangue escorrer no chão, já não fazia mais questão que aquela feiticeira vagasse, queria que ela fosse morta, pagasse por seu crime de procriar com um anão, um riso cruel aparece em seus lábios, o rei dos anões há anos atrás havia desrespeito sua espécie e agora perderia seu herdeiro.
Se abaixa pegando com nojo a criança no colo sentia o cheiro daquele maldito anão que um dia ousou a enfrentar, lembrava-se dos risos de seus súditos, mas também se lembrava bem de suas palavras, nenhuma feiticeira jamais poderia ajudar um anão sem que sofresse as consequências e muito menos poderia se relacionar com um, olhar aquela mulher de classe dourada se submetendo a tudo aquilo por um monte de carnes e ossos de anões lhe causava nojo, ela merecia o destino que teria. Passa o nariz pelo pescoço do bebê que começa a chorar, a criança pressentia o destino que a aguardava, sabia que daquela noite não passaria.
Sem pensar ou falar nada com sua adaga rasga o pescoço da cria de Anya deixando o pequeno corpo cair no chão separado de sua cabeça, podiam ouvir os gritos agudos da feiticeira dourada por toda floresta, Cordélia só olhava entediada, caminhando até suas irmãs, fazendo sinal para Elessa e Aurélia enquanto com sua magia guardava a cabeça do recém-nascido em um baú negro. As outras duas feiticeiras negras apenas se aproximavam da mulher que olhava o corpo do filho seu desespero não as comovia, a única coisa que elas tinham em mente era o ritual de alimentação, sendo observadas por Cordélia que ouvia os gritos de pavor como se fosse a mais bela melodia.
No reino de Urath todos estavam cansados os anões sabiam que aquela maldição não teria fim tão cedo, a feiticeira havia sido clara ao dizer que a espécie deles pagaria caro por ter roubado a joia do poder, a fome, a sede, os roubos, cada dia que passava tudo estava pior. O rei na sala do trono olhava fixamente para seus guardas era como se a qualquer momento aquelas portas fossem serem derrubadas e Urath queimaria, seria consumida pelas chamas prometidas pela feiticeira negra.
O cansaço atingia a todos os anões, eram um povo guerreiro, mas que há muitos anos viam os seus morrerem pela falta de suplementos, quem lhes estendesse a mão o empalhamento era certo, a morte os visitava. Os olhos do rei anão já não tinham mais vida, o último resquício que restava se foi com uma mulher que havia conhecido, mas no fim descobriu ser da mesma espécie daquela que os condenou, se amaldiçoou por amar uma maldita feiticeira.
Um gralhar de corvos chama atenção de todos à medida que o barulho fica mais alto se levantam para matarem os pássaros que entravam quebrando as vidraças do palácio, porém estes só deixam um baú cair diante do rei Aegon que se levanta de seu trono, o anão olha para o baú negro e em seguida para todos do ressinto, ele estende a mão abrindo a tampa, sua garganta tampa com o que vê, o soldado ao seu lado leva a mão na boca fechando os olhos.
Aegon tinha os olhos fixos na cabeça de Anya com os olhos cor de mel abertos sem vida e na cabeça do recém-nascido, o anão não conseguia falar os demais se aproximam olhando todos olhavam chocados, além das cabeças havia um pedaço de vidro quebrado, ainda tremulo Aegon pega vendo o reflexo de Cordélia com um sorriso e a voz dela entra em sua mente “Seu filho e a traidora”. O anão grita jogando o espelho contra a pedra, havia desespero em seu olhar, não conseguia deixar de encarar o conteúdo daquele baú.
Os anões abaixam a cabeça levando a mão no peito em sinal de respeito e luto, se aproximam do rei anão tocando o outro lado de seu ombro permanecendo ao seu lado, aquela era uma imagem que ele nunca iria esquecer.
Enquanto no reino oculto Cordélia apreciava a visão de Aegon se desesperando, era prazeroso ver o desespero do anão, sua vingança contra uma espécie era dizima-la e faria isso demora-se o tempo que fosse, mas o faria de forma lenta para causar o mais tortuoso sofrimento, a feiticeira se afunda dentro da piscina de sangue se deixando embebedar pelo sangue magico dos sábios elfos que havia matado, ali consumia poder, sabedoria e muitos outros dons que desejava adquirir, porém Cordélia sabia que ela era o poder, que ela era a força e nunca haveria nenhuma criatura naquela terra capaz de matá-la, tira a cabeça para fora do sangue abrindo seus olhos que tinham um brilho intenso.
Por: Natalia
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